O blog é voltado basicamente para quem está pensando em comprar a primeira moto, mas eu me sinto na obrigação de alertar os leitores motoristas sobre essa questão do óleo que afeta igualmente os automóveis.
A postagem Alerta aos proprietários de kawasaki contém informações que precisam ser conhecidas por todos, mas os motoristas nunca pensariam que uma postagem feita particularmente para uma marca de motos específica pudesse se aplicar também a carros.
Então me baseei nela e acrescentei informações novas, atualizadas e adaptadas principalmente para os proprietários de automóveis importados — sem falar dos automóveis nacionais lançados recentemente — que estão sendo severamente lesados pelo uso de óleo inadequado para a proteção do motor.
Bom, vamos lá:
Você que comprou carro ou moto importados, ou recém lançados no mercado brasileiro, tome muito cuidado com o seguinte:
Seu Manual do Proprietário fornece instruções sobre o tipo de óleo adequado para seu motor; no entanto, a especificação da viscosidade do óleo precisa ser adaptada ao país/região onde sua moto ou carro será usado, e em muitos casos isso não está sendo feito pelos importadores / fabricantes.
Imagem: Divulgação http://blogs.diariodonordeste.com.br/automovel/lancamento/chery-qq-ganha-motor-com-3-cilindros/
Esse trabalho deveria ser feito pela engenharia do fabricante, mas algumas empresas simplesmente traduzem o manual do jeito que ele vem de fora e ninguém com formação técnica analisa e faz a adequação necessária, chamada tropicalização — o resultado é que você acaba rodando insatisfeito com seu motor novo, barulhento e fumacento, e ele pedirá retífica e troca de peças caras em poucas dezenas de milhares de quilômetros, quando potencialmente poderia chegar a centenas de milhares.
Por serem desenvolvidos em países do hemisfério norte, em regiões de clima ameno comparado ao do Brasil tropical, é comum encontrar recomendações para uso de óleo 10W-30 para motos e 10W-40 ou 15W-40 para carros.
A postagem Alerta aos proprietários de kawasaki contém informações que precisam ser conhecidas por todos, mas os motoristas nunca pensariam que uma postagem feita particularmente para uma marca de motos específica pudesse se aplicar também a carros.
Então me baseei nela e acrescentei informações novas, atualizadas e adaptadas principalmente para os proprietários de automóveis importados — sem falar dos automóveis nacionais lançados recentemente — que estão sendo severamente lesados pelo uso de óleo inadequado para a proteção do motor.
Bom, vamos lá:
Você que comprou carro ou moto importados, ou recém lançados no mercado brasileiro, tome muito cuidado com o seguinte:
Seu Manual do Proprietário fornece instruções sobre o tipo de óleo adequado para seu motor; no entanto, a especificação da viscosidade do óleo precisa ser adaptada ao país/região onde sua moto ou carro será usado, e em muitos casos isso não está sendo feito pelos importadores / fabricantes.
QQ 1.1 de quatro cilindros é um dos carros com óleo recomendado 15W-40, mas que se sai muito melhor com o uso de óleo 20W-50, conforme testado e aprovado pelo Wilson e por meu amigo Daniel. |
Esse trabalho deveria ser feito pela engenharia do fabricante, mas algumas empresas simplesmente traduzem o manual do jeito que ele vem de fora e ninguém com formação técnica analisa e faz a adequação necessária, chamada tropicalização — o resultado é que você acaba rodando insatisfeito com seu motor novo, barulhento e fumacento, e ele pedirá retífica e troca de peças caras em poucas dezenas de milhares de quilômetros, quando potencialmente poderia chegar a centenas de milhares.
Por serem desenvolvidos em países do hemisfério norte, em regiões de clima ameno comparado ao do Brasil tropical, é comum encontrar recomendações para uso de óleo 10W-30 para motos e 10W-40 ou 15W-40 para carros.
Não caia nessa!
Não é porque está escrito um número mágico que você está liberado de ler e interpretar o restante das informações!
Geralmente os manuais também dizem que podem (e devem) ser usadas outras viscosidades de acordo com a necessidade de temperatura de cada país ou região.
Veja este exemplo:
Fonte: Manual de proprietário de moto kawasaki
Veja este exemplo:
Fonte: Manual de proprietário de moto kawasaki
Na tabela de viscosidades aceitáveis em função do clima, até quem não é um técnico interpreta e conclui que um óleo SAE 20W-50 é mais apropriado do que um 10W-40 para rodar no Brasil.
Mas isso é válido para óleo sintético?
E por que não seria? Viscosidade é uma propriedade física.
O fato de o óleo sintético praticamente não variar de viscosidade com a temperatura não quer dizer que a viscosidade 30 seja adequada para rodar em países com altas temperaturas.
Ah, mas foram os engenheiros da fábrica que disseram...
E aí eu pergunto:
Engenheiros de qual fábrica?
Daqui do Brasil, ou da matriz lá da terra onde neva e as autobahns não têm congestionamento e, quando têm, a temperatura lá fora não passa dos 20 graus?
Eles sequer imaginam as condições de trânsito engarrafado que nós enfrentamos aqui debaixo do sol de 40 graus com o asfalto passando de 60 graus.
Você acha que eles imaginam que por aqui exista uma rodovia interestadual registrando filas de 10 km à velocidade de 10 km/h?
Fala para eles virem aqui em SC, vamos dar uma volta na BR-101, com direito ao congestionamento do morro dos Cavalos e ao paramento da ponte de Laguna...
Ou então SP ou RJ numa sexta-feira de janeiro, aí eles vão ver o que é testar um motor de verdade.
Quando você fica parado muito tempo em congestionamentos, o motor praticamente só funciona para ficar esquentando.
E isso consome o óleo por evaporação e degradação, levando à formação de borra — pergunta para os donos de Marea, Gol G5, Palio, Celta, Clio, 308...
O óleo 15W-40 funcionava muito bem em nosso país no tempo do seu avô da minha infância, quando os motores de projeto antigo trabalhavam em baixa rotação e o trânsito fluía muito bem — congestionamento era só uma vez por ano e durava 15 minutos.
Hoje os motores dos carros usam cárter muito menor (com menos óleo, que é mais exigido), trabalham em rotações altas que antigamente só eram atingidas por motocicletas, e as motocicletas também aumentaram o regime de rpm — tudo conspira para prejudicar o desempenho e abreviar a vida útil do óleo do seu motor.
O texto do manual, quando existente, é claro ao dizer que a opção quanto à viscosidade ideal do óleo é sua, e aí é que está a pegadinha.
Hoje os motores dos carros usam cárter muito menor (com menos óleo, que é mais exigido), trabalham em rotações altas que antigamente só eram atingidas por motocicletas, e as motocicletas também aumentaram o regime de rpm — tudo conspira para prejudicar o desempenho e abreviar a vida útil do óleo do seu motor.
O texto do manual, quando existente, é claro ao dizer que a opção quanto à viscosidade ideal do óleo é sua, e aí é que está a pegadinha.
Temos a propensão natural de recear mudar as coisas por conta própria, temendo que essa mudança possa ser prejudicial ao motor.
Ficamos agarrados à ilusão de que permanecer usando a viscosidade recomendada não trará prejuízo ao motor, apesar de o texto dizer claramente que essa mudança DEVE ser feita pelo proprietário.
Portanto, aqui no Brasil, se o fabricante recomenda 10W-40, o cliente continuará a usar 10W-40, apesar da clareza da recomendação para a adaptação do uso de um óleo adequado à temperatura do local de utilização.
Ao deixar essa adequação da viscosidade em função da temperatura local para o usuário, o fabricante mais uma vez está jogando a responsabilidade pela durabilidade do motor do carro (ou moto) nas costas do proprietário.
Bom para eles, ruim para você.
Em time que está ganhando não se mexe. Mas se o motor de sua moto/carro ainda novo emite fumaça e faz barulho anormal, alguma coisa está errada, e pode apostar que é o tipo de óleo que você está usando.
Em time que está ganhando não se mexe. Mas se o motor de sua moto/carro ainda novo emite fumaça e faz barulho anormal, alguma coisa está errada, e pode apostar que é o tipo de óleo que você está usando.
Nos dias de hoje, o período de troca recomendado foi ampliado absurdamente pelo uso do mágico óleo sintético ou semissintético... não caia nessa, leia esta postagem e veja o que está acontecendo e quase nem é noticiado.
Não repor o óleo gasto e aguardar períodos de troca absurdos destrói seu motor e quem lucra é o fabricante que venderá as peças de reposição. Ou carros novos...
Para você ter uma ideia de quanto o intervalo de troca do óleo tem sido ampliado (e para os saudosistas), dá só uma olhada neste manual de proprietário de uma Rural Willis 1968:
Manual Rural 68 na íntegra: http://ruralwillys.tripod.com/manual/manual.htm
Tá certo que os óleos de antigamente se degradavam mais rápido, mas considere que era um motor de baixa rotação que usava 6,5 litros de óleo; e a troca era feita a cada 1500 km (leu certo, não é 15 mil, é 1,5 mil km). Esses motores duravam para sempre.
E a observação da página 40 está até hoje no seu manual, é necessário repor o óleo no intervalo entre trocas, não é só trocar e rodar até a próxima troca. Ainda mais com o fino óleo sintético que passa fácil entre os anéis e é consumido rapidamente, desaparecendo do cárter.
Com a viscosidade adequada do óleo 20W-50 seu motor trabalhará melhor inclusive em dias de calor intenso; você deixará de ouvir aquele desagradável ruído de metal atritando com metal — isso não acontece em motores bem lubrificados.
Ao perceber o motor barulhento, fumacento e com tendência de superaquecimento, acendendo a luz vermelha do óleo no painel com o motor quente (sintomas de lubrificação deficiente por óleo de viscosidade inadequada — “muito fino”), mude para um bom óleo de viscosidade 20W-50 do mesmo tipo sintético ou mineral (com os devidos cuidados abaixo) que tudo isso deverá desaparecer (a menos que ele já esteja comprometido irremediavelmente pelo desgaste causado pela má lubrificação).
Sim, se existe essa tabela acima, seu manual do proprietário permite fazer isso explicitamente.
E mesmo que seu manual não traga essa tabela, ela é aplicável universalmente porque o comportamento da viscosidade em função da temperatura obedece a leis da Física.
E mesmo que seu manual não traga essa tabela, ela é aplicável universalmente porque o comportamento da viscosidade em função da temperatura obedece a leis da Física.
Motor bem lubrificado é motor silencioso.
Se alguém na concessionária disser que o seu motor é barulhento assim mesmo, e que usar um óleo 20W-50 anulará a garantia, confirme se essa informação do gráfico acima está presente em seu manual.
Se estiver, eles são ignorantes quanto ao produto que vendem ou estão tentando te fazer de trouxa.
Se alguém na concessionária disser que o seu motor é barulhento assim mesmo, e que usar um óleo 20W-50 anulará a garantia, confirme se essa informação do gráfico acima está presente em seu manual.
Se estiver, eles são ignorantes quanto ao produto que vendem ou estão tentando te fazer de trouxa.
Informação importante:
Caso você opte por abandonar o uso de óleo sintético e passar a usar óleo mineral, ou vice-versa, não deixe de lavar o cárter com o novo tipo de lubrificante para evitar a formação de borra.
Abrevie o intervalo da primeira troca com o novo óleo para não dar tempo de o óleo contaminado reagir quimicamente.
Caso você opte por abandonar o uso de óleo sintético e passar a usar óleo mineral, ou vice-versa, não deixe de lavar o cárter com o novo tipo de lubrificante para evitar a formação de borra.
Abrevie o intervalo da primeira troca com o novo óleo para não dar tempo de o óleo contaminado reagir quimicamente.
A reação química entre tipos de óleo diferentes produz uma borra capaz de entupir as galerias de óleo e fundir o motor — depois de descartar o óleo contaminado pelos restos do sintético, faça as trocas dentro do período normal de 5 mil km que o seu motor agraderá.
Ah, mas o óleo mais grosso não vai estourar/fundir o motor?
Não, não irá. Você não estará colocando óleo 90 (para câmbio) no motor.
A diferença de viscosidade entre um óleo 40 e um óleo 50 é pequena o suficiente para seu motor lidar com ela, pelo seguinte fato: eles sempre fizeram isso desde que o primeiro carro saiu da linha de montagem.
No Brasil, um óleo 50 num dia de verão estará com a mesma viscosidade de um óleo 40 na primavera europeia, norte-americana, japonesa ou chinesa.
Simples assim.
Mas o mecânico falou que a passagem do óleo desses motores novos é muito estreita para usar óleo mais grosso...
Mude de mecânico.
Ele tinha a obrigação de saber que as folgas de precisão nos mancais e moentes do motor são medidas em milésimos de milímetros, enquanto os dutos de óleo são medidos em milímetros.
Mesmo que eles reduzissem o diâmetro das galerias de óleo à metade, ainda assim elas continuariam sendo milhares de vezes maiores do que as folgas.
E se o óleo passa nas folgas, porque não passaria em furos bem maiores?
O pessoal fala qualquer coisa porque acha que entende do assunto. No fundo, estão apenas repassando o peixe que é vendido pelos interessados em vender novos carros cada vez mais rápido.
E também peças e serviços de manutenção...
Adivinha quem paga o pato?
Mais informações nas postagens Qual o melhor óleo, mineral ou sintético?, Troca de óleo a cada 12 mil km? e O que quer dizer SAE 10W-30 e SAE 20W-50?.
Ah, mas o óleo mais grosso não vai estourar/fundir o motor?
Não, não irá. Você não estará colocando óleo 90 (para câmbio) no motor.
A diferença de viscosidade entre um óleo 40 e um óleo 50 é pequena o suficiente para seu motor lidar com ela, pelo seguinte fato: eles sempre fizeram isso desde que o primeiro carro saiu da linha de montagem.
No Brasil, um óleo 50 num dia de verão estará com a mesma viscosidade de um óleo 40 na primavera europeia, norte-americana, japonesa ou chinesa.
Simples assim.
Mas o mecânico falou que a passagem do óleo desses motores novos é muito estreita para usar óleo mais grosso...
Mude de mecânico.
Ele tinha a obrigação de saber que as folgas de precisão nos mancais e moentes do motor são medidas em milésimos de milímetros, enquanto os dutos de óleo são medidos em milímetros.
Mesmo que eles reduzissem o diâmetro das galerias de óleo à metade, ainda assim elas continuariam sendo milhares de vezes maiores do que as folgas.
E se o óleo passa nas folgas, porque não passaria em furos bem maiores?
O pessoal fala qualquer coisa porque acha que entende do assunto. No fundo, estão apenas repassando o peixe que é vendido pelos interessados em vender novos carros cada vez mais rápido.
E também peças e serviços de manutenção...
Adivinha quem paga o pato?
Mais informações nas postagens Qual o melhor óleo, mineral ou sintético?, Troca de óleo a cada 12 mil km? e O que quer dizer SAE 10W-30 e SAE 20W-50?.
Jeff
Nenhum comentário:
Postar um comentário