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sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Me desculpe, errei ao falar sobre o óleo.

Péraí, errei mesmo?

Quando se chega na idade dos cabelos restantes bran... ahn... grisalhos, as ideias e a visão vão ficando meio confusas...
Imagem: Walkure Romanze, episódio 2 - Cada capacete mais bonito que o outro, senpai... pai... pai...

Segunda-feira levei um tremendo puxão de orelha do Daniel por causa da postagem do esvaziamento do radiador de óleo...

O email demorou para chegar porque precisou ser retransmitido para o novo endereço no hotmail.

E o que ele falou é verdade, taí o radiador de óleo da Fazer 250 :/

Imagem: Radiador de Fazer 250 com mangueiras de entrada e saída à venda na internet.

As mangueiras entram e saem por baixo e aqueles olhinhos assustados são os pontos de fixação onde vão os parafusos.

Não tem como o óleo ficar preso dentro do radiador.

Mas todos nós vimos que havia sim óleo preso nos dutos do radiador depois que o óleo parou de gotejar, então o que está acontecendo?

Levei um tempo para digerir a informação e pensar e tentar entender como eu poderia ter errado tão feio assim... os compromissos urgentes de final de ano me atrasaram e só pude escrever a resposta agora.

Vou começar relembrando tudo que falei sobre o assunto em postagens e nas respostas de comentários, se você já leu pule o texto em itálico e vá direto para a conclusão após ***:

Na postagem Cárter seco, cárter úmido e um engano muito comum eu disse o seguinte:

Nos motores de cárter úmido durante um bom tempo após o desligamento do motor uma quantidade de óleo permanece retida nas galerias que percorrem a carcaça e vão até o cabeçote do motor.

Esse óleo tem o percurso de retorno ao cárter dificultado por uma válvula de retenção instalada junto à bomba de óleo e também pelas folgas reduzidas da própria bomba nos motores de motos maiores. 


Nos motores de motos menores, essa retenção é causada exclusivamente pelas folgas diminutas da bomba de óleo, já que não são equipados com válvula de retenção.


E em resposta a uma dúvida sobre instalação de radiador de óleo em uma moto não projetada para isso, feita na postagem O que acontece com um motor com excesso de óleo, eu respondi

Adaptar um radiador de óleo tem alguns riscos sim. (...) Para começar, uma quantidade adicional de óleo será necessária. 

Além disso, para o radiador ser eficiente, o óleo precisaria sair da bomba e circular pelo radiador antes de entrar no cabeçote — mas o projeto do motor não prevê esse caminho, então o óleo teria de ser colhido via tampa do cabeçote.


Como garantir a lubrificação do comando no cabeçote enquanto o radiador é preenchido de óleo durante a partida do motor?


Com o motor desligado, esse óleo contido no radiador descerá para o cárter, tornando a partida mais pesada. Talvez o motor de partida e/ou bateria abram o bico com frequência imprevista. 


Dependendo da quantidade de óleo acumulada no radiador que desça para o cárter, pode até causar um calço hidráulico danificando a biela.


[Depois de ver a foto do radiador de óleo da Fazer posso descartar esse risco, a quantidade ali é insuficiente para um calço hidráulico.]

Mesmo a adaptação de uma válvula de retenção não garantiria que o óleo não descesse para o cárter, além de gerar uma contrapressão na bomba não prevista em 
projeto.

E na postagem Você pensava que a yamaha era santa? eu respondi:

O objetivo do tempo que eles mandam esperar [após desligar o motor] é justamente permitir o máximo de óleo retornar para o cárter.

De onde virá esse óleo?

Ele escorrerá das paredes do cárter, do meio dos dentes das engrenagens porque durante o funcionamento do motor o óleo é espirrado pelas peças em movimento. 


Mas a principal quantidade, aquela que fica dentro da bomba, filtro e galeria de óleo, essa demora mais a retornar porque as folgas internas da bomba nas motos pequenas e essa folga somada a uma válvula de retenção nas motos maiores dificulta o retorno por mais de 15 minutos. (...)


***
Mas naquela Fazer do vídeo da postagem, o óleo aparentemente parou de gotejar e não havia nenhuma válvula de retenção atuando — o filtro estava removido.

E mesmo que estivesse instalado, o filtro de óleo da yamaha nem sequer tem essa válvula. Jezebel está com a bateria arriada, não pude ir na concessionária conferir, mas a ausência da válvula é visível na foto.
Imagem: Vídeo da postagem O problema gravíssimo das dicas dr dicas da internet. O vídeo você acessa diretamente neste link.

Então qual a causa de tanta demora para o óleo retornar para o cárter que todos nós vimos?

Apenas as folgas internas muito reduzidas da bomba de óleo.

Aquele gotejamento não iria parar antes de vários e vários minutos.

Então o Daniel está correto em afirmar que eu fui uma besta em não considerar isso na hora de fazer a postagem.

Mas assim como essa demora enganou a mim, e olha que eu já sabia disso, ela engana a todo mundo que vê o vídeo.

E engana todo mundo que tem uma moto com radiador de óleo e faz essa troca.

Você poderá contar nos dedos de uma mão a quantidade de donos de motos com radiador de óleo que terá a paciência e o tempo disponível para fazer uma troca e ficar esperando o óleo gotejar naquele ritmo até todo o óleo descer do radiador. Só conheço o Daniel.

A imensa maioria dos proprietários não escoará o óleo do radiador, manterá aquela quantidade residual lá dentro e abastecerá com óleo novo.

E talvez seja também por esse motivo que tão poucos proprietários de Fazer 250 reclamam de problemas...

Ao repor o óleo apenas com a quantidade recomendada e mantendo óleo preso no radiador, eles estão fazendo inconscientemente aquela complementação que o próprio fabricante recomenda.

E por que isso funciona para preservar o motor da Fazer 250 e não funciona para o motor da CB 300?

Por causa do óleo muito fino usado pela honda.

Na CB 300, o óleo 10W-30 desce do radiador muito mais rápido e todo o óleo do radiador é drenado, enquanto na yamaha o óleo Yamalube 20W-50 causa uma demora que o pessoal não tem paciência de esperar.

Minha conclusão é que manter esse óleo residual no radiador, apesar de sujo, acaba sendo mais benéfico do que prejudicial para a vida do motor.

Quer a prova?

Onde estão os donos reclamando de problemas no motor das antigas CBX 250 Twister e Tornado que também usam óleo 20W-50?

Não tem, né?

E pode ser que o motivo seja esse, as motos com radiador usando um óleo de viscosidade mais elevada contam com um "reservatório" que uma troca feita às pressas não drena.

Mesmo sem medir e completar, acabam ficando livres do problema da quantidade insuficiente recomendada pelos fabricantes, mas pelos motivos errados.

Também chego à conclusão de que toda essa história de "medir e completar se necessário" que todos os fabricantes adotam talvez tenha surgido apenas por motivo de padronização da literatura técnica.

Ao elaborar um procedimento universal que atenderia tanto motos sem radiador de óleo quanto motos com radiador de óleo, em qualquer condição de troca, os fabricantes economizaram uns trocados na hora de publicar seus manuais de proprietário.

Causaram uma dor de cabeça dos diabos para todo mundo que não tem radiador de óleo, mas tiveram um efeito colateral muito útil para eles...

O efeito de recomendar uma quantidade de óleo insuficiente para as motos que não passam por essa situação e que prejudica os motores de quem não faz corretamente o procedimento desnecessariamente confuso.

E isso inclui suas próprias concessionárias, olha só que coisa...

Então, chego à conclusão de que, se errei sobre o escoamento do óleo do radiador porque ele iria sair de qualquer maneira ao final de uma longa espera, não errei quanto a todo o restante.

E não retiro nada do que disse sobre o óleo do motor.

As empresas se beneficiam disso e os proprietários são prejudicados.

Se você quiser trocar o óleo e remover o óleo do radiador, não solte os dutos, é um procedimento que pode trazer mais problemas do que benefício.

Espere no mínimo meia hora depois que o filete de óleo começar a gotejar que o radiador estará drenado.

Em compensação, o motor demorará um tempinho angustiante trabalhando sem óleo até o radiador ser preenchido.

Vale a pena?

Na minha opinião, não.

Mas não tenho moto com radiador de óleo, então essa decisão terá de ser sua.

E nunca se esqueça de medir o nível de óleo fazendo o procedimento correto para completar o nível de óleo, é a única maneira de garantir a lubrificação adequada do motor em qualquer condição de troca.

Um abraço,

Jeff

domingo, 23 de outubro de 2016

Olha só quem se ferrou com óleo sintético menos viscoso!

Motor com problema por causa da adoção do mágico óleo sintético de menor viscosidade não é exclusividade nem novidade da honda.

Você já ouviu falar do "recall branco" feito pela volkswagen na década passada?
Reportagem: http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1358345-9658,00-VOLKSWAGEN+ANUNCIA+CAMPANHA+PARA+REVISAO+DE+MOTOR.html

O também chamado "recall velado" foi um problema sério que deu manchetes por muito tempo:


Logo o abacaxi dos motores barulhentos e fundindo veio à tona e a montadora alegou que o problema estava apenas no "óleo do primeiro abastecimento".

Só que o problema não acabou após a primeira revisão com a troca do óleo do primeiro abastecimento e os proprietários continuaram reclamando do "barulho de máquina de costura" que o motor fazia.

Esse barulho era o motor dizendo "não aguento mais, esse óleo acabou comigo", mas as concessionárias diziam que era totalmente normal.

E ficou por isso mesmo até a hora em que os motores abriram o bico de vez ainda antes da segunda revisão e troca de óleo na concessionária aos 30 mil km — e a vw ainda queria cobrar pela retífica e recondicionamento do motor.

Como a conta estourou no colo dos proprietários, muitos deles entraram na Justiça, o processo se arrastou por anos e finalmente ganharam a ação em 2013.
Imagem e reportagem: http://carplace.uol.com.br/justica-determina-recall-de-400-mil-carros-da-volkswagen-gol-voyage-e-fox-estao-envolvidos/

Ganharam é modo de dizer, porque a vw reverteu a decisão e não encontrei mais informações na imprensa a respeito do assunto — diz-se que nesse meio tempo muitos proprietários iam fazer a primeira revisão na concessionária e saíam de lá com outro motor zero km instalado.

Quem ficou sabendo disso, correu atrás. 

Quem não correu, e foi a maioria, assumiu o micão caro pra chuchu e achou que deu azar, foi olho gordo, inveja do vizinho, praga de parente, macumbaria, vudu.

Poucos ficaram sabendo que a engenharia da vw admitiu publicamente que o problema estava na adoção do novo óleo sintético 5W-40:
Reportagem: https://pitstopbrasil.wordpress.com/2009/10/27/volkswagen-assume-erro-e-esclarece-problemas-do-motor-1-0-vht/

"O novo óleo está dando perda de lubrificação o que danifica as peças, por isso os clientes reclamam do barulho."
Reportagem: http://www.gazetadopovo.com.br/automoveis/vw-faz-recall-velado-do-motor-10-vht-byv6ay5tcvpipm4yoj473vpse

"O problema não é do fabricante do óleo." [Tradução: Alguém pisamos na bola.] 

"A especificação do lubrificante foi trocada para melhorar o desempenho do carro, mas o motor apresentou dificuldades na lubrificação." [Tradução: O novo óleo menos viscoso não é o mais adequado para garantir uma vida do motor longa o suficiente para que os clientes não reclamem.] 

"Para resolver o problema a volkswagen mudará novamente a especificação do óleo." [Tradução: A solução técnica da engenharia para solucionar o problema é voltar a usar o óleo de viscosidade adequada.] 

Nem sempre as soluções técnicas são cumpridas porque necessariamente a decisão passa por considerações mercadológicas. [O que fazer (ou não fazer) para minimizar o prejuízo?]

Aquela desculpa da vw de o problema acontecer somente por causa do óleo do primeiro abastecimento "contaminado pelo álcool do combustível" satisfez o pessoal que não entende patavina do assunto.

Proprietários mais tarimbados mudaram de óleo e eliminaram o problema na raiz.

Até esse escândalo a vw se gabava toda orgulhosa do slogan "volkswagen — qualidade e tecnologia do líder" (no caso, líder de vendas, mas que em alemão, führende Technologie, resulta em um trocadilho extremamente infeliz com o criador da empresa.)
Imagem e história do Fusca: http://conexaoautomotiva.blogspot.com.br/2015/03/curiosidades-dois-judeus-um-nazista-e.html

Não se fazem mais carros e motos populares como antigamente...

Até esse apagão do óleo sintético 5W-40, 10W-40 e 15W-40 os motores vw sempre haviam sido reconhecidos e apreciados pela sua resistência, confiabilidade e durabilidade.
Imagem: http://www.forumcarros.com.br/index.php?/topic/3891-troca-de-óleo-gol-g3-2005/ — Placa preta é aquela reservada para veículos históricos de colecionadores.

A consequência do escândalo foi que a vw perdeu o tradicional primeiro lugar indiscutível em vendas no Brasil para a fiat e a chevrolet.

Você vê nisso alguma semelhança com os problemas das motos populares que a honda não conseguiu resolver até hoje?

No lugar do óleo mineral 20W-50 a honda adotou o óleo semissintético bem menos viscoso 10W-30 no apagar das luzes de 2010...
Fonte: http://www.jacaremoto.com.br/?pg=noticia&id=624

E a partir daí os proprietários começaram a reclamar do motor barulhento e dos problemas mecânicos extremamente graves das suas motos.

Eles sabem que a coisa está errada, mas não entendem o porquê.

Igual aos proprietários dos novos vw quando os motores saíram das concessionárias fazendo aquele barulho horrível de motor mal lubrificado.

Mas os vendedores das concessionárias insistem em dizer que o barulho horrível do motor é normal...


Se mudarem as legendas desse vídeo de "honda" para "vw" — e de "XRE e CB 300" para "Fox e Gol" — o vídeo continua válido.

A vw gerou toda aquela situação, a honda também gerou, e pelo mesmo motivo.

E continua ignorando o problema até hoje.

Será que lá dentro da honda eles fazem ideia do quanto o pessoal aqui fora está irritado com essa situação?

Esse assunto virar motivo de deboche público é culpa dos proprietários, ou mérito dos engenheiros da montadora?

A honda que dê a resposta.

Enquanto essa resposta não vem, as motos continuam perdendo valor de mercado, irritando ainda mais os proprietários que sempre confiaram na empresa.

As próprias concessionárias estão se recusando ou oferecendo uma ninharia para aceitar motos problemáticas de clientes ainda dispostos a trocar uma honda por outra honda.

Isso está deixando o pessoal muito emputecido da vida...


A bucha acaba sobrando para o pessoal das concessionárias que acabam encarando a linha de frente da batalha com os clientes.

Nunca pensei que um dia eu veria a honda causando o mesmo nível de insatisfação que só vi entre os primeiros proprietários de dafra.

Sinal dos tempos.

Será que o pessoal da honda deu uma lida nos comentários desse vídeo para conhecer a opinião geral do pessoal?
Comentários: https://www.youtube.com/watch?v=2Q_CN9ASFG8

O lamentável é que esta situação seria facilmente evitada se a honda admitisse que o maior problema desses motores é a falta de óleo com viscosidade adequada.

Problema causado por ela mesma com o óleo 10W-30 e seus manuais que continuam a informar uma quantidade insuficiente e a induzir uma interpretação errada — e em muitas de suas concessionárias, que abastecem com menos óleo que o ideal e orientam erradamente os proprietários sobre a quantidade de óleo do motor e seu procedimento de medição.

A honda não dá o braço a torcer, não recua e continua empurrando o ananás goela acima dos clientes.

A perspectiva é que esse assunto sério só tende a piorar conforme as motos envelhecem.

Prevejo que essa insatisfação dos proprietários com as decisões equivocadas da honda ainda será assunto por muito tempo.

Um abraço,

Jeff
PS: Há outra postagem sobre este assunto envolvendo vw e honda com o título Troca de óleo a cada 12 mil km?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Um comentário que vale por uma postagem

Comentário enviado pelo leitor Rogério Kozima que vale por uma postagem inteira (obrigado, Rogério!).

Eu não poderia deixar de postar tal contribuição antes de entrar em hibernação.

Olá gostaria de contribuir com a minha opinião sobre o tópico do seu blog a postagem: 


Na minha opinião a honda simplesmente optou por um cabeçote mais simples e com manutenção mais fácil que o da CB 300. 

Assim como as antigas Twister e Tornado, a CB 300 possuía cabeçote com regulagem através de pastilhas, o que tornava sua manutenção muito complicada ou mesmo negligenciada pelas concessionárias. 

Quem tiver noção básica de mecânica ou mesmo conhecer algum mecânico de motos, pergunte qual moto é mais fácil de se realizar uma regulagem de válvulas: uma NX-4 Falcon ou uma CB300. 

Eu posso dizer com toda certeza que as válvulas da Falcon são muito mais fáceis de serem reguladas, afinal fazia esse serviço em casa com um pequeno número de ferramentas, e em um espaço curto de tempo, mesmo não sendo mecânico profissional. 

Embora a Honda nunca tenha admitido o problema de válvulas presas que muitas CB 300 apresentaram, é fato entre os proprietários, o grande número de motos com esse problema. 

Provavelmente se a manutenção de regulagem de válvulas fosse mais simples o número de motos CB300 com problema no cabeçote seria reduzido. Digo isto em razão da mudança no novo modelo Twister 2015 em oferecer um cabeçote com regulagem muito mais simples que o da cb 300. 

Sei que não devemos publicar material sem autorização, mas note que esses desenhos abaixo são encontrados na internet  e até mesmo no youtube. 

Vou colocar o link do desenho da CB Twister, agora o da XLR 250 é mais complicado. 

Achei interessante notar que motores com 4 válvulas e comando simples são mais antigos que podemos pensar. 

Ambas as figuras demonstram peças do cabeçote da antiga xlr 250 que foi fabricada pela honda no começo da década de 80. 

Essa moto oferecia desempenho bem semelhante à XR 250 tornado e possuía regulagem de válvulas por parafusos! Muito mais prático que as motos com duplo comando no cabeçote.

Coloquei essas imagens para mostrar que a honda está fabricando a nova Twister 250 com tecnologia semelhante.
Link para o balancim da XLR 250:



 Agora compare com essa imagem que pegamos no you tube:

Notamos que se trata de um cabeçote com comando simples roletado e que aciona dois balancins, estes por sua vez acionam duas válvulas cada. 

Cada balancim possui dois parafusos de regulagem para as válvulas tornando sua manutenção bem mais simples que o da cb 300. 

Notamos que é um sistema muito parecido com uma moto fabricada nos anos 80. Se por um lado podemos prever alguma vantagem, já que é um sistema mais simples e leve, ainda não sabemos como esse sistema vai se comportar com a utilização do óleo 10W-30 muito fino e que não permanece muito tempo no cabeçote, e também com a tendência de superaquecimento dos motores que estão sendo fabricados agora.


Enfim gostaria de salientar apenas que não existe nada de novo neste motor, mas se trata de algumas mudanças em um projeto bem antigo de motor. 


Embora não duvide da qualidade dos produtos Honda, me pergunto quando vão oferecer um produto moderno e que atenda os anseios do consumidor quando compra um produto Honda. 


Basta ver as motos que são oferecidas nos demais mercados internacionais e notar que essa fábrica deixa muito a desejar no mercado brasileiro. 

Esperamos que a líder mundial ofereça produtos que são vendidos nos mercados europeus e norte americanos, e não iluda o consumidor oferecendo produtos repaginados e com preço exorbitante.

Grato pela atenção, Rogério Paes Kozima.

Agradeço ao Rogério pela contribuição e espero que finalmente os problemas da honda sejam resolvidos — se bem que, em minha opinião, esses problemas somente serão resolvidos quando eles passarem a indicar a quantidade de óleo correta a ser colocada nos motores...

Mas isso não interessa a fabricante nenhum, né mesmo? 

As vendas de peças de reposição dão um lucro danado...

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A casa caiu bonito — desdobramentos da postagem do óleo da CB Twister e CB 300

Vou publicar o comentário e respostas do leitor Eduardo, proprietário de uma CB Twister, feitos na postagem de ontem.

Pouca gente lê os comentários porque é necessário abrir a postagem em uma nova aba para obter acesso, então considero que publicá-los será de interesse geral.

O leitor Eduardo comprou uma CB Twister e comprovou na prática tudo aquilo que é denunciado no blog e na postagem de ontem — concessionárias desonestas continuam lesando os proprietários colocando pouco óleo na CB Twister.

Se ele não tivesse comprovado o nível de óleo por si mesmo ao receber a moto, acabaria vítima do mesmo enorme prejuízo que tantos proprietários de motocicletas vêm sofrendo inocentemente todos esses anos, vítimas do descaso da honda e demais montadoras.
Segue a troca de mensagens:


Amigos ótima noite.

Jeff curto muito seu blog e acesso todos os dias.

Há 1 mês atrás eu tinha feito algumas perguntas sobre uma CB 300 que eu iria pegar (primeira moto) fui prontamente atendido e dúvidas sanadas.

Resolvi pegar essa nova CB Twister no lugar da 300.

Faz exatos 2 dias que estou com ela e andei somente 15 km rsrsrs, estou esperando para emplacar certinho, gostei muito da moto, confortável, enfim...

De tanto ler e me informar chegando em casa logo fiz a medição do óleo, e adivinhem...

O nível não estava nem no mínimo, limpei a varetinha e fiz novamente o procedimento correto, nada do óleo aparecer, nem na pontinha da vareta.

Imagina, entregaram a moto com mínimo de óleo possível, porém eu já havia comprado 1 litro de óleo pois já desconfiava, no outro dia após fazer novamente a conferência resolvi completar e foi [necessário colocar] exatos 400ml de óleo.

O quanto colocaram, o quanto tinha não sei, porém com esses 400ml a mais o nível ficou certinho.

Sem palavras né pessoal, agradeço a todos vcs e a vc Jeff por antes de eu comprar já ter todas as informações para evitar surpresas desagradáveis com MINHA PRIMEIRA MOTO.

Olá, Eduardo! Obrigado pelo seu depoimento!

Vou incluí-lo na postagem para que sirva de alerta para todos os compradores, essa prática nociva continua sendo praticada por concessionárias sem honestidade e pior de tudo, concessionárias que continuam sem ser fiscalizadas pela honda.

Um abraço, (...)

Muito obrigado Jeff, como falei, todo dia dou uma lida aqui e já estava preparado para essa surpresa desagradável, tanto que nem quis bater boca com o vendedor que estava fazendo a entrega técnica da minha moto pois sabia que não iria resolver.

Comprei o mesmo óleo indicado por eles e completei em casa.

Incrível fazer isso com uma moto lançamento, ai bateu uma dúvida... Sera que isso é feito com motos mais caras como as 650cc ou 1000cc?

E também atenção nos 3 anos de garantia com 7 revisões GRÁTIS.

1ª e 2ª revisão somente a mão de obra é grátis, o óleo o cliente tem que pagar, a partir da 3ª revisão o óleo é grátis e a mão de obra quem paga é o cliente no caso da moto que peguei Cb Twister é de R$ 140,00.


Olá, Eduardo!

Eles fazem isso com todas as motos de menor cilindrada, não vejo motivo porque não fariam com as motos de maior cilindrada. 

O lucro com peças de reposição e serviços é ainda maior.

Todas as concessionárias sabem que precisam colocar mais óleo do que a quantidade especificada, o procedimento é claro nos manuais de oficina e é explicado nos cursos de treinamento de mecânicos. 

No entanto... a realidade está aí para quem quiser ver.

Estranhamente, curiosamente, misteriosamente, só o fabricante que não vê e não toma medidas para coibir uma prática que depõe contra a imagem da marca.

Talvez porque a desculpa de que o cliente abusou da moto caia tão bem.

É a palavra deles contra a do usuário, apoiada pelo certificado de garantia que diz que eles não dão garantia praticamente por nada que aconteça com a moto que possa se encaixar na desculpa do abuso por parte do cliente.

Só que a coisa chegou a níveis inaceitáveis com a CB 300, Titan e Bros. 

[Tiveram de refazer o projeto com motores com mais aletas e novos defletores de ar para tentar melhorar o arrefecimento dos motores e estancar a sangria de motores estourando em menos de um ano.]

Só mantiveram a XRE 300 por enquanto porque vende menos e a desculpa do uso abusivo cola ainda mais fácil porque motos trilheiras exigem mais do motor. 

Se esquecem de que a imensa maioria das XRE nunca verá uma trilha de verdade na vida, mas a desculpa cola.

Nas motos de maior cilindrada esse macete raramente é descoberto, porque geralmente são motos pouco rodadas e os proprietários de maior poder aquisitivo trocam pelo modelo do ano. 

A coisa só vai aparecer para o terceiro ou quarto proprietário, que encarará como mero azar de ter comprado uma moto usada.

Se fosse abastecida de óleo corretamente, atingiria uma quilometragem tão alta que daria prejuízo ao fabricante, o mercado de motos novas e imensamente lucrativas não giraria na mesma velocidade.

Um abraço, (...)

Então é isso, gente.

Agradeço a visitação excepcional para a postagem anterior, quebrou todos os recordes de visitação deste blog!

Que as pessoas tomem consciência de uma vez por todas dessa prática lesiva feita pelas concessionárias desonestas.

E que a honda e demais fabricantes criem vergonha na cara e impeçam de uma vez por todas que essa conduta vergonhosa continue a ser exercida por concessionárias que, afinal, carregam suas bandeiras e trabalham sob suas ordens e supervisão, não é mesmo?

Para todos os efeitos, o que elas fazem de errado é de responsabilidade da empresa que as autoriza a funcionar em nome delas, correto?

Volto a dizer, essa estratégia de entregar as motos praticamente sem óleo a cada revisão é praticada por concessionárias desonestas de quase todas as marcas, sem serem punidas pelas fabricantes.

Há concessionárias honestas, mas até agora, pelo que pude constatar, não são a maioria.

Descobrimos essa prática graças à dafra, famosa pelos casos de estouro de motor de Speeds e Kansas, problema que resultava do abastecimento com 1 litro de óleo em motores que necessitavam de 1,4 litro de óleo.

Agradeço ao Ministério Público Federal, que não tomou atitude alguma diante da denúncia que fiz contra a dafra diante da constatação de que o que era feito pela dafra não diferia em nada do que era feito pelas outras empresas.

Foi graças a essa posição do MPF que expandi minha pesquisa para os outros fabricantes e pude fazer as denúncias que publiquei aqui no blog.

Realmente, é impossível diferenciar a prática lesiva daquelas concessionárias desonestas da dafra das práticas lesivas daquelas concessionárias desonestas da honda, yamaha, suzuki e quase todos os outros fabricantes.

Concessionárias desonestas que vergonhosamente não são punidas ou fiscalizadas pelos fabricantes.

Há poucas e boas concessionárias honestas de todas as marcas. Cabe a você descobrir quais são.

E nunca confiar cegamente em nenhuma delas, porque a moralidade do pessoal pode mudar de uma hora para outra.

Basta ver o exemplo do governo eleito com a promessa de acabar com a corrupção neste país.

Nunca antes na história deste país se viu tanta lama cobrindo tantas negociatas — mas não se iluda:

Era assim no tempo do Império, era assim no tempo do Deodoro, era assim no tempo do Washington Luiz, era assim no tempo do Getúlio, era assim no tempo do Juscelino, era assim no tempo dos militares, do Sarney, do Collor, do Fernando Henrique, do Lula, da Dilma. E duvido que não será assim na mão de quem vier depois.

Encerro fazendo um paralelo da situação atual das casas caindo e das barragens caindo com este vídeo do desmoronamento do porto de Chibatão, em 2010, já ouviu falar?

Foi uma das primeiras obras aprontadas pelo governo que prometeu honestidade e transparência no financiamento de obras públicas e privadas deste país.
O puxadinho sem projeto de engenharia decente levantado a toque de caixa para aproveitar o financiamento governamental generoso mal aguentou o primeiro ano de atividade.

Na época pouca gente tomou conhecimento desse escândalo internacional, pelo que lembro foi muito pouco noticiado — eu não sou um cara tão desinformado, e mesmo assim só fiquei sabendo outro dia, vendo um vídeo estrangeiro.

Qualquer semelhança com o que aconteceu em Mariana... ou em postagens recentes daqui do blog...

Um abraço,

Jeff

sábado, 28 de novembro de 2015

Dona honda e demais fabricantes, agora a casa caiu

Achei este vídeo de um proprietário de uma nova CB Twister 250 fazendo uma apresentação da moto — e após a publicação da postagem, recebi o depoimento de um proprietário leitor do blog que constatou o que é dito aqui, não deixe de ler ao final desta postagem.

O legal é que o autor do vídeo era proprietário de uma CB 300, então traz algumas informações bem interessantes sobre as duas motos.

Mas o que eu quero chamar a atenção é para o que ele fala aos 13:20, preste atenção no que ele diz sobre o óleo do motor:

Notou o que ele falou?

"O motor dela, primeira revisão é 1 litro e 800 de óleo. É até mais que o da CB 300."

Estranhei a informação de que um motor menor pudesse usar mais óleo e fui lá conferir na página de manuais da honda.

Você pode buscar os manuais do proprietário de todos os modelos nesse site da honda, muita informação interessante...

Você escolhe o modelo, aparece a opção Manuais e aí você pode selecionar a versão e o ano da moto. No caso da CB Twister, só tem manual do modelo 2016:

E olha só o que aparece no manual do proprietário da nova CB 250 Twister:
O manual fala que é 1,3 litro de óleo nas trocas sem filtro e 1,4 litro nas trocas com filtro.

A primeira troca descarta também o filtro, então pelo manual deveria ser colocado apenas 1,4 litro de óleo — mas a concessionária colocou 1,8 litro com a desculpa de ser a "primeira troca". 

Muita gente faz só a primeira troca na concessionária... depois segue o que está escrito no manual pensando que aquele 1,8 litro valia só para a primeira troca. 

Não é não, é por toda a vida do motor — eu explico abaixo o porquê.

Compare com o que diz o manual do proprietário da CB 300:
Apenas 1 litro e meio de óleo, que era o que a concessionária colocava na CB 300, e o dono estava acostumado a pagar...

O manual do proprietário da CB 300 já pedia mais óleo do que a nova CB Twister 250, e no entanto a nova CB Twister está recebendo uma quantidade maior de óleo... que mistério é esse?

Como o proprietário ficou sabendo desse 1,8 litro na troca?

Simples:


A moto está com 2112 km. 

Ele fez a primeira revisão e essa foi a quantidade de óleo que a concessionária cobrou dele na nota fiscal, 1 litro e 800 ml de óleo.

Por isso que ele constatou que a nova CB Twister usa mais óleo do que a CB 300 que ele tinha antes — quando segundo o manual, deveria usar menos...

Quando ele levava a CB 300 na concessionária, o pessoal colocava apenas 1,5 litro de óleo. 

Ou seja, entregavam a moto com o óleo no mínimo, na maior cara de pau, e tome trinca de cabeçote e motor pedindo retífica com 30 ou 40 mil km, quando chegava a tanto...

Continuando a pesquisa, quanto óleo colocavam na antiga CBX 250 Twister, que doou a parte de baixo do motor para essa nova moto 2016?
Pois então, a antiga Twister usava a mesma quantidade de óleo que a CB 300, 1,5 litro.

Então você me pergunta:

Por que uma moto nova que deveria usar menos óleo do que as antigas CB 300 e CBX 250 agora está sendo abastecida pela concessionária com QUASE MEIO LITRO a mais de óleo do que manda colocar no manual do proprietário?

Colocar óleo a mais não estraga o motor?

Fácil:

Porque essa concessionária está fazendo agora o que sempre deveria ter feito nas outras motos — colocar a quantidade necessária para atingir a marca superior da vareta medidora.

Esse óleo não está colocado a mais — essa é a quantidade verdadeira de óleo que vai no motor da CB Twister.

Se é que não vai um pouco mais...


De repente isso só deixa o óleo no meio da faixa de medição, adiando o surgimento de problemas — os proprietários precisam descobrir a verdade por si mesmos.


Já temos o depoimento do proprietário de uma CB Twister, são mesmo 400 ml — leia o depoimento dele ao final da postagem.

Conforme denunciado aqui no blog, aquele 1,3 litro de óleo (ou 1,4 com troca do filtro) que fala no manual só te deixa o óleo na marca de nível mínimo, já pedindo mais óleo. 

Assim como o 1,5 litro da CB 300 e da antiga Twister, ou o 1 litro da Titan, ou os 800 ml da Biz... os 850 ml da Intruder, os 1100 ml da Yes, o 1 litro da Speed e Kansas... os sei lá quanto que vão nas yamaha... os outros tantos que vão nas kawasaki... traxx... kasinski... shineray... não tenho como verificar todos os modelos de todos os fabricantes.


Todas essas são quantidades insuficientes que só servem para abreviar a vida útil do motor.

Colocar apenas essas quantidades é deixar a moto seca de óleo. 

E motos secas de óleo fundem o motor e no limite podem causar seu estouro com risco de vida para os ocupantes.
Para ver o vídeo deste motor estourando por falta de óleo, visite esta postagem. Para ver um motor estourando a 200 km/h e o piloto se salvando por milagre, visite esta outra postagem.

Percebeu como a coisa funciona? Caiu a ficha?

Esses 400 ml da CB Twister, quase meio litro de óleo a mais, é o que precisa ser colocado para o nível atingir a marca superior da vareta medidora da CB Twister — é o adicional necessário para o nível de óleo ficar correto.

É aquele famoso "Coloque a quantidade recomendada e meça o nível. Se estiver faltando complete. O nível de óleo baixo é prejudicial ao motor." 

O que ninguém fala é que seguindo apenas a quantidade do manual, o óleo sempre está faltando... sempre está baixo... sempre precisa ser completado... aparentemente, menos agora nesse caso do vídeo.

Você nunca descobriu isso porque sempre pensou que para medir o nível era só tirar a vareta...

Está errado: você tem que ligar o motor frio por 2 ou 3 minutos antes de medir o nível, pode ler isso no seu manual do proprietário.

É isso que foi denunciado na postagem A esperteza dos fabricantes e a ingenuidade do povo, e agora a verdade finalmente vem à tona.

A honda tomou na cabeça de ver tantos motores abrindo o bico e pelo menos essa concessionária está fazendo o que sempre devia ter feito em todos os modelos de motos — entregar a moto das revisões com a quantidade certa de óleo para atingir o nível correto que irá proteger e garantir a longa vida do motor. 

Obrigado, honda, por essa demonstração pública de que o blog sempre teve razão quando afirmou que os fabricantes induzem os proprietários a colocar uma quantidade de óleo insuficiente nos motores de suas motos.

Essa é a prova cabal de que os fabricantes (quase todos eles) informam no manual do proprietário — e alguns até gravam na carcaça do motor — uma quantidade de óleo incorreta cujo único resultado é fazer com que os próprios donos das motos estraguem seus motores por falta de óleo.

E o fato de ninguém nunca ter percebido isso é a prova de que a imensa maioria das concessionárias de todas as marcas nunca fez a prática de abastecimento correta, deixando os motores dos clientes estourarem a torto e a direito e colocando a culpa nos clientes que não cuidavam direito das motos.

Essa quantidade adicional de óleo sempre deveria ter sido adicionada nas antigas CBX 250 e CB 300... alguém aí conhece alguma concessionária que algum dia fez isso?

Bem poucas, né?

E quantos donos de CB 300 você conhece que tiveram o motor precisando de retífica com menos de 60 mil km, quando poderia passar facilmente dos 150 mil km?


Muita gente, né?

Essa prática nociva era menos evidente quando se usava o óleo mineral 20W-50, porque ele demorava mais para sumir do cárter e o pessoal trocando a cada 1000 km não dava tempo de o motor sofrer danos em curto prazo.

Depois que passou a usar o óleo semissintético 10W-30 para 3000 km que some do cárter rapidinho, em menos de 1000 km já consumiu bastante e precisa ser reposto, a honda se viu na mesma situação da dafra, motores estourando por falta de óleo em menos de um ano, ainda antes do final da garantia.

Só que no caso da dafra, motores que precisavam de 1,4 litro de óleo eram abastecidos com apenas 1 litro.

No caso da CB 300, um motor que precisava de quase 2 litros de óleo era abastecido com apenas 1,5 litro. E o óleo semissintético abaixa muito mais rapidamente.

Parabéns, engenheiros da honda e da dafra que possibilitaram à gente descobrir como a coisa funciona.

E a mesma coisa acontece com yamaha, suzuki, kawasaki, traxx, kasinski, shineray, seja quem for...

Se a concessionária não for honesta, deixa a moto seca e você dança; se a concessionária for honesta, você dançará assim que começar a trocar o óleo por conta própria porque o manual e a gravação na carcaça te induzirão a erro.


Então por que essa concessionária está fazendo a coisa certa só agora?

Porque entregar as motos com pouco óleo após a revisão causou tantos motores e cabeçotes estourados em garantia e fez um estrago tão grande na imagem da marca que agora eles estão sendo obrigados a fazer a coisa certa.

E a coisa certa é colocar a quantidade de óleo que atinge marca superior da vareta medidora / visor de nível de óleo — e isso é mais do que a quantidade informada no manual do proprietário ou gravada na carcaça do motor.

Sim, você foi tapeado a sua vida inteira com aquela estória do "não pode colocar uma gota de óleo a mais do que diz no manual porque estraga o motor".

Pagou muita oficina por conta de não ter lido o manual do proprietário e cair na lábia de mecânicos e vendedores.

Não seja mais trouxa na mão de pessoas inclassificáveis que abusaram de sua confiança e te deram prejuízo sabotando sua moto ou induzindo você mesmo a acabar com seu motor mais rapidamente pela permanente falta de óleo.

Não fique pagando peças e serviços de manutenção caros sem a menor necessidade — um motor bem cuidado passa de 180 mil km sem retífica nem troca de peças, e conheço um cara que teve uma CG cujo motor chegou a 300 mil km, estou preparando uma postagem sobre como chegar nessas quilometragens. O recordista é o Pantera de Campo Grande, MS, que tive a oportunidade de encontrar outro dia aqui em São José.

Sempre verifique com quanto óleo sua moto está sendo entregue da revisão pela concessionária, não confie nunca.

Veja que eles cobrarem uma quantidade não te garante que uma parte desse óleo não tenha... ahn... caído acidentalmente fora do motor durante o abastecimento... fique esperto.

E tem mais:

Essa concessionária aí que fez a primeira revisão dessa moto aparentemente foi honesta — será que a sua é?

Ou ela está colocando apenas a quantidade escrita no manual e dane-se o trouxa que não confere, como sempre foi feito na imensa maioria das oficinas deste país e do mundo?

Será que o pessoal vai conservar essa honestidade em todas as revisões?

Não confie nunca.

Os engenheiros da vale sempre disseram para a população daquele povoado que as barragens de lama não ofereciam nenhum risco...

E sempre negaram que a lama fosse tóxica, até serem desmentidos ontem...

PS:
Leia abaixo o depoimento do leitor Eduardo que confirmou a denúncia:

Amigos ótima noite.

Jeff curto muito seu blog e acesso todos os dias.

Há 1 mês atrás eu tinha feito algumas perguntas sobre uma cb 300 que eu iria pegar ( primeira moto) fui prontamente atendido e dúvidas sanadas.

Resolvi pegar essa nova Cb Twister no lugar da 300.

Faz exatos 2 dias que estou com ela e andei somente 15 km rsrsrs, estou esperando para emplacar certinho, gostei muito da moto, confortável, enfim...

De tanto ler e me informar chegando em casa logo fiz a medição do óleo, e adivinhem... 

O nível não estava nem no mínimo, limpei a varetinha fiz novamente o procedimento correto, nada do óleo aparecer, nem na pontinha da vareta.

Imagina, entregaram a moto com mínimo de óleo possível, porém eu já havia comprado 1 litro de óleo pois já desconfiava, no outro dia após fazer novamente a conferência resolvi completar e foi exatos 400ml de óleo.

O quanto colocaram, o quanto tinha não sei, porém com esses 400ml a mais o nível ficou certinho.


Sem palavras né pessoal, agradeço a todos vcs e a vc Jeff por antes de eu comprar já ter todas as informações para evitar surpresas desagradáveis com MINHA PRIMEIRA MOTO.

Obrigado pelo depoimento, Eduardo... 

Você se livrou de ser um dos primeiros a reclamar de problemas com essa nova moto.

Felicidades com ela! 

Cuidando bem e sendo prudente, toda motocicleta é só alegria.

Um abraço,

Jeff