Acidente de moto na rodovia João Cereser onde o motociclista quase conseguiu ultrapassar pela direita (assista ao vídeo na página do uol):
Vídeo e reportagem: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/03/06/acidente-carro-moto-jundiai.htm
Ele deixou para desviar no último momento para ultrapassar pela direita, e fez isso no momento exato em que o motorista decidiu mudar de faixa.
Excesso de velocidade, não manter distância de segurança, (tentar) ultrapassar pela direita, encontrar um motorista que não espera que você esteja acima da velocidade máxima permitida.
Assim que acionou o freio, o piloto perdeu o controle da moto e teve a sorte de não ser atropelado nem matar ninguém.
Ao pilotar no limite, você coloca não apenas sua vida e sua moto em risco, mas também a vida e o veículo de outras pessoas que não têm nada a ver com a tua aventura.
O resultado é o que você vê no vídeo, outras consequências virão mais tarde.
Aprenda com o erro dos outros, dói menos e sai mais barato.
Mudando de assunto:
Curioso, parece ser uma moto laranja.
Seria o proprietário de uma moto recém adquirida em péssima campanha promocional* tentando descobrir a velocidade máxima na estrada?
Imagem do vídeo: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/03/06/acidente-carro-moto-jundiai.htm
Não, seria coincidência demais.
Um abraço,
Jeff
* Está aparecendo anúncio deles até aqui no blog, não tenho controle sobre os anúncios postados pelo google, senão podava.
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sexta-feira, 6 de março de 2020
Flagra de moto (quase) ultrapassando pela direita
Reportagem em Joinville flagrou acidente com uma moto cometendo o mesmo erro que as bicicletas apresentado na postagem do último dia 4.
Veja o vídeo do acidente no site do g1 (a partir dos 2:50):
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2020/03/05/camera-flagra-acidente-entre-motociclista-e-caminhonete-em-joinville-video.ghtml
Não importa se o motorista deu seta ou não, isso não vai consertar o tanque da sua moto nem o amassado da sua perna, não adianta reclamar.
É aquele caso das bicicletas, nenhum motorista espera uma ultrapassagem por uma magrela naquele lugar.
Principalmeeeeeente, não vai amenizar a dor do orgulho ferido e da coluna lombar. E da almofada bumbar.
Não vai servir de desculpa para não pagar a pintura da lateral do carro, se riscar.
Ultrapassagens pela direita são proibidas, não tem o que mimimizar.
Se a moto estivesse ultrapassando pela esquerda, o motociclista não teria dado azar. Óbvio, né? Nem precisava explicar.
E se no próximo cruzamento a picape fosse virar à esquerda, teria menor chance de pegar a moto porque ela estaria visível no espelho e o motorista teria ouvido ela roncar.
Um abraço, e bom fim de semana pra passear, se a chuva passar,
Jeff
PS: Semana que vem poucas postagens irei publicar.
Veja o vídeo do acidente no site do g1 (a partir dos 2:50):
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2020/03/05/camera-flagra-acidente-entre-motociclista-e-caminhonete-em-joinville-video.ghtml
Não importa se o motorista deu seta ou não, isso não vai consertar o tanque da sua moto nem o amassado da sua perna, não adianta reclamar.
É aquele caso das bicicletas, nenhum motorista espera uma ultrapassagem por uma magrela naquele lugar.
Principalmeeeeeente, não vai amenizar a dor do orgulho ferido e da coluna lombar. E da almofada bumbar.
Não vai servir de desculpa para não pagar a pintura da lateral do carro, se riscar.
Ultrapassagens pela direita são proibidas, não tem o que mimimizar.
Se a moto estivesse ultrapassando pela esquerda, o motociclista não teria dado azar. Óbvio, né? Nem precisava explicar.
E se no próximo cruzamento a picape fosse virar à esquerda, teria menor chance de pegar a moto porque ela estaria visível no espelho e o motorista teria ouvido ela roncar.
Um abraço, e bom fim de semana pra passear, se a chuva passar,
Jeff
PS: Semana que vem poucas postagens irei publicar.
quinta-feira, 5 de março de 2020
Discussões no trânsito
Reportagem: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2020/03/04/motociclista-e-baleado-na-cabeca-apos-briga-de-transito-em-ms.ghtml
Discussão no trânsito é uma situação que todo mundo corre o risco de enfrentar.
Um bate-boca pode começar mesmo sem o motociclista ou o motorista terem feito nada de errado, basta um deles achar que o outro fez.
E muitas vezes, pode começar porque um dos condutores está alcoolizado.
Imagem e reportagem: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/online/motorista-de-picape-colide-em-moto-apos-perseguicao-em-briga-de-transito-1.2190814
Discutir com bêbado é enxugar gelo... o resultado pode ser muito ruim para o motociclista.
Para começar uma briga, não precisa nem ter havido uma colisão — ela pode começar só porque um dos lados achou que o outro chegou perto demais do seu carro ou da sua moto.
O motorista não precisa estar armado com um revólver — só o carro já é suficiente para causar ferimentos graves:
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2019/12/09/motociclista-vai-a-policia-e-diz-que-foi-atropelado-de-proposito-apos-briga-de-transito-em-ribeirao-preto.ghtml
Ou mesmo matar:
Vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/jornal-da-eptv-2edicao/videos/t/edicoes/v/apos-discussao-motorista-joga-kombi-contra-motociclista-que-morreu-atropelado/8069608/
Então, bote uma coisa na cabeça:
Por mais que você tenha razão (ou pense ter razão), não entre em brigas de trânsito — o motociclista só tem a perder.
Tentar convencer um idiota de que ele é um idiota não te leva a lugar nenhum; isso pode te colocar na mira de um idiota armado com um taurus 38 ou pior, um fiat 147 — o cara não tem nada a perder, você tem a sua vida.
Já vi um ogro sacar uma arma porque fez uma conversão na contramão, quase bater o carro e achar que tinha razão — e ele não tinha bebido, era só burro mesmo.
Então não faça manobras arriscadas que possam ser interpretadas como motivo para briga.
O atropelamento do vídeo de Ribeirão Preto aconteceu porque o motorista não gostou de ser ultrapassado pela direita e supostamente/possivelmente foi fechado pelo motociclista em um cruzamento.
Ultrapassagens em cruzamentos são proibidas por qualquer lado, porque criam situações de risco.
Certamente o motivo da discussão do atropelamento pela kombi foi algo nessa linha, um dos dois se sentiu ameaçado por uma fechada e foi tomar satisfação.
Infelizmente, nunca saberemos o que realmente ocorreu — a versão do motociclista morreu com ele.
Em uma discussão, o maior risco para nós, motociclistas, é o de sermos perseguidos e atropelados por um "justiceiro" irracional que pensa que uma fechada no trânsito ou um xingamento impensado — muitas vezes merecido — justifica uma sentença de morte.
Está cheio de ogros por aí, armados com carros e pistolas, então tente não se envolver em situações que despertem sua ira.
Não dê chance ao azar.
Um abraço,
Jeff
Discussão no trânsito é uma situação que todo mundo corre o risco de enfrentar.
Um bate-boca pode começar mesmo sem o motociclista ou o motorista terem feito nada de errado, basta um deles achar que o outro fez.
E muitas vezes, pode começar porque um dos condutores está alcoolizado.
Imagem e reportagem: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/metro/online/motorista-de-picape-colide-em-moto-apos-perseguicao-em-briga-de-transito-1.2190814
Para começar uma briga, não precisa nem ter havido uma colisão — ela pode começar só porque um dos lados achou que o outro chegou perto demais do seu carro ou da sua moto.
O motorista não precisa estar armado com um revólver — só o carro já é suficiente para causar ferimentos graves:
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2019/12/09/motociclista-vai-a-policia-e-diz-que-foi-atropelado-de-proposito-apos-briga-de-transito-em-ribeirao-preto.ghtml
Ou mesmo matar:
Vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/jornal-da-eptv-2edicao/videos/t/edicoes/v/apos-discussao-motorista-joga-kombi-contra-motociclista-que-morreu-atropelado/8069608/
Então, bote uma coisa na cabeça:
Por mais que você tenha razão (ou pense ter razão), não entre em brigas de trânsito — o motociclista só tem a perder.
Tentar convencer um idiota de que ele é um idiota não te leva a lugar nenhum; isso pode te colocar na mira de um idiota armado com um taurus 38 ou pior, um fiat 147 — o cara não tem nada a perder, você tem a sua vida.
Já vi um ogro sacar uma arma porque fez uma conversão na contramão, quase bater o carro e achar que tinha razão — e ele não tinha bebido, era só burro mesmo.
Então não faça manobras arriscadas que possam ser interpretadas como motivo para briga.
O atropelamento do vídeo de Ribeirão Preto aconteceu porque o motorista não gostou de ser ultrapassado pela direita e supostamente/possivelmente foi fechado pelo motociclista em um cruzamento.
Ultrapassagens em cruzamentos são proibidas por qualquer lado, porque criam situações de risco.
Certamente o motivo da discussão do atropelamento pela kombi foi algo nessa linha, um dos dois se sentiu ameaçado por uma fechada e foi tomar satisfação.
Infelizmente, nunca saberemos o que realmente ocorreu — a versão do motociclista morreu com ele.
Em uma discussão, o maior risco para nós, motociclistas, é o de sermos perseguidos e atropelados por um "justiceiro" irracional que pensa que uma fechada no trânsito ou um xingamento impensado — muitas vezes merecido — justifica uma sentença de morte.
Está cheio de ogros por aí, armados com carros e pistolas, então tente não se envolver em situações que despertem sua ira.
Não dê chance ao azar.
Um abraço,
Jeff
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020
Para que servem aquelas faixas brancas no cruzamento?
Flagrante de acidente ocorrido em cruzamento sinalizado, desta vez foi a moto que não parou para cruzar a preferencial.
Mas como saber que você não está na preferencial?
Bom, além das placas de sinalização, em alguns cruzamentos existem faixas brancas indicando que a preferencial não é sua.
Nesta foto, o triângulo pintado no chão indica que o carro deveria ter reduzido a velocidade e parado antes da faixa branca para permitir a passagem da moto na preferencial — se tivesse visto a moto.
E na imagem da postagem de hoje não há triângulo, mas a faixa indica que o motociclista deveria ter respeitado a preferencial.
Veja o cruzamento deste acidente em uma imagem do google Maps antes de pintarem as faixas com a preferencial claramente sinalizada por placas de PARE:
Imagem: Google Maps
Pelas imagens da reportagem, não dá para saber se as placas de PARE foram eliminadas depois da pintura das faixas.
Se foram, é um erro, porque quase ninguém sabe interpretar faixas brancas pintadas nos cruzamentos como indicação de preferencial à frente, ninguém presta atenção nelas.
As faixas brancas que separam faixas também têm um significado importante — nas proximidades de semáforos, as sinalizações brancas tracejadas de separação de faixas sempre se tornam contínuas:
Imagem: Google Maps
Faixas brancas tracejadas indicam permissão para mudar de faixa, enquanto faixas brancas contínuas indicam proibição de mudança de faixa.
E claro, faixas amarelas indicam separação de faixas de sentido contrário — se forem tracejadas, as ultrapassagens são permitidas; e se forem contínuas, nem pense em ultrapassar.
Mas pra quê servem as sinalizações brancas contínuas de separação de faixas apenas nas proximidades dos semáforos?
O motivo mais importante para nós, motociclistas, é evitar que os carros mudem de faixa de repente sem olhar os espelhos e acabem derrubando o pessoal das duas rodas.
Bah, não funciona. Ninguém está nem aí para as faixas no solo, por isso que muitas delas recebem tachões que só servem para derrubar as motos.
Se o pessoal se ligasse na sinalização pintada no asfalto, as faixas evitariam muitos acidentes.
Mas como pouquíssima gente se liga, a solução é você ficar antenado de que não irão ver ou respeitar a moto — pilote sempre preparado para reagir na hora do sufoco.
Agora que você está ligado no significado das faixas, não as desrespeite — e tenha a certeza de que outros motoristas e motociclistas não irão respeitá-las.
Acredite:
De moto, você passará sufoco no trânsito todos os dias, várias vezes ao dia.
Um abraço,
Jeff
Mas como saber que você não está na preferencial?
Bom, além das placas de sinalização, em alguns cruzamentos existem faixas brancas indicando que a preferencial não é sua.

Imagem e reportagem: https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2020/02/24/cinco-pessoas-ficam-feridas-em-tres-acidentes-envolvendo-motocicletas-em-maringa.ghtml
Elas servem para indicar que a outra rua é preferencial, quem encontra essa faixa deve parar ou reduzir significativamente a velocidade antes de cruzar a faixa.
Você vê as mesmas faixas brancas no acidente comentado na postagem do dia 26, onde o carro não parou:
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2020/02/22/motociclista-e-arremessada-apos-ser-atingida-por-carro-dirigido-por-adolescente-em-maringa-video.ghtmlNesta foto, o triângulo pintado no chão indica que o carro deveria ter reduzido a velocidade e parado antes da faixa branca para permitir a passagem da moto na preferencial — se tivesse visto a moto.
E na imagem da postagem de hoje não há triângulo, mas a faixa indica que o motociclista deveria ter respeitado a preferencial.
Veja o cruzamento deste acidente em uma imagem do google Maps antes de pintarem as faixas com a preferencial claramente sinalizada por placas de PARE:
Imagem: Google Maps
Pelas imagens da reportagem, não dá para saber se as placas de PARE foram eliminadas depois da pintura das faixas.
Se foram, é um erro, porque quase ninguém sabe interpretar faixas brancas pintadas nos cruzamentos como indicação de preferencial à frente, ninguém presta atenção nelas.
As faixas brancas que separam faixas também têm um significado importante — nas proximidades de semáforos, as sinalizações brancas tracejadas de separação de faixas sempre se tornam contínuas:
Imagem: Google Maps
Faixas brancas tracejadas indicam permissão para mudar de faixa, enquanto faixas brancas contínuas indicam proibição de mudança de faixa.
E claro, faixas amarelas indicam separação de faixas de sentido contrário — se forem tracejadas, as ultrapassagens são permitidas; e se forem contínuas, nem pense em ultrapassar.
Mas pra quê servem as sinalizações brancas contínuas de separação de faixas apenas nas proximidades dos semáforos?
O motivo mais importante para nós, motociclistas, é evitar que os carros mudem de faixa de repente sem olhar os espelhos e acabem derrubando o pessoal das duas rodas.
Bah, não funciona. Ninguém está nem aí para as faixas no solo, por isso que muitas delas recebem tachões que só servem para derrubar as motos.
Se o pessoal se ligasse na sinalização pintada no asfalto, as faixas evitariam muitos acidentes.
Mas como pouquíssima gente se liga, a solução é você ficar antenado de que não irão ver ou respeitar a moto — pilote sempre preparado para reagir na hora do sufoco.
Agora que você está ligado no significado das faixas, não as desrespeite — e tenha a certeza de que outros motoristas e motociclistas não irão respeitá-las.
Acredite:
De moto, você passará sufoco no trânsito todos os dias, várias vezes ao dia.
Jeff
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020
Já sabe a causa, né?
Acidente ocorrido em Franca com moto na preferencial e carro entrando na frente — o que aconteceu?
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2020/02/24/motociclista-e-arremessado-por-cima-do-carro-apos-colisao-em-franca-veja-video.ghtml
Primeira coisa, a moto está se aproximando rapidamente pelo lado esquerdo do carro — uma possiblidade é que o motorista tenha entrado na frente porque a moto ficou oculta pela coluna dianteira direita, como vimos na postagem de ontem.
Mas vamos conferir o local do acidente no google Maps pela visão do motociclista.
Felizmente temos um carro fazendo a mesma manobra do vídeo, o que ajuda a explicar:
Notou outra coisa?
Há um poste na ilha central — nesse ângulo, com o motorista um pouco mais atrás, um poste consegue encobrir totalmente uma moto se aproximando.
Então o que acredito que aconteceu foi o seguinte:
No primeiro momento com a moto ainda longe, o poste ficou alinhado com a moto e impediu a visão da motocicleta.
Saca só a visão do motorista:
Imagem: Google Maps
Quando a moto estava mais próxima, o motorista já tinha visto que não vinha ninguém e estava mais preocupado em olhar para a frente.
Nesse momento, o carro já estava posicionado com a coluna dianteira direita encobrindo a motocicleta e o motorista não teve condição de perceber a moto pelo canto do olho.
O motorista se preocupou apenas em fazer a conversão e entrou na frente da moto.
A reconstituição seria perfeita se ambos os carros estivessem posicionados exatamente como os veículos do acidente, e se o carro de filmagem do google se movesse na mesma velocidade que a moto... mas ele sempre se move abaixo da velocidade máxima permitida.
Como o motociclista poderia ter evitado esse acidente?
Prevendo que isso poderia acontecer porque os motoristas têm dificuldade para ver objetos pequenos se aproximando em alta velocidade como as motos.
Além de desaparecer contra a paisagem de fundo, a moto pode ficar oculta por causa de postes, árvores e da coluna dianteira do carro.
O piloto da moto poderia ter se preparado para a situação reduzindo a velocidade e traçando uma estratégia para evitar a colisão — desviando do carro ou se preparando para entrar na rua lateral, se necessário.
O motociclista acidentado não sabia disso, mas você que acompanha o blog sabe e não cairá nessa armadilha.
Não precisa agradecer, apenas repasso o que aprendi:
Compartilhar conhecimento é o que nos torna humanos, ajudar uns aos outros é o que nos torna motociclistas.
Um abraço,
Jeff
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2020/02/24/motociclista-e-arremessado-por-cima-do-carro-apos-colisao-em-franca-veja-video.ghtml
Primeira coisa, a moto está se aproximando rapidamente pelo lado esquerdo do carro — uma possiblidade é que o motorista tenha entrado na frente porque a moto ficou oculta pela coluna dianteira direita, como vimos na postagem de ontem.
Mas vamos conferir o local do acidente no google Maps pela visão do motociclista.
Felizmente temos um carro fazendo a mesma manobra do vídeo, o que ajuda a explicar:
Notou outra coisa?
Há um poste na ilha central — nesse ângulo, com o motorista um pouco mais atrás, um poste consegue encobrir totalmente uma moto se aproximando.
Então o que acredito que aconteceu foi o seguinte:
No primeiro momento com a moto ainda longe, o poste ficou alinhado com a moto e impediu a visão da motocicleta.
Saca só a visão do motorista:
Imagem: Google Maps
Nesse momento, o carro já estava posicionado com a coluna dianteira direita encobrindo a motocicleta e o motorista não teve condição de perceber a moto pelo canto do olho.
O motorista se preocupou apenas em fazer a conversão e entrou na frente da moto.
A reconstituição seria perfeita se ambos os carros estivessem posicionados exatamente como os veículos do acidente, e se o carro de filmagem do google se movesse na mesma velocidade que a moto... mas ele sempre se move abaixo da velocidade máxima permitida.
Como o motociclista poderia ter evitado esse acidente?
Prevendo que isso poderia acontecer porque os motoristas têm dificuldade para ver objetos pequenos se aproximando em alta velocidade como as motos.
Além de desaparecer contra a paisagem de fundo, a moto pode ficar oculta por causa de postes, árvores e da coluna dianteira do carro.
O piloto da moto poderia ter se preparado para a situação reduzindo a velocidade e traçando uma estratégia para evitar a colisão — desviando do carro ou se preparando para entrar na rua lateral, se necessário.
O motociclista acidentado não sabia disso, mas você que acompanha o blog sabe e não cairá nessa armadilha.
Não precisa agradecer, apenas repasso o que aprendi:
Compartilhar conhecimento é o que nos torna humanos, ajudar uns aos outros é o que nos torna motociclistas.
Um abraço,
Jeff
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
O mau exemplo que vem de cima de uma moto
Pilotar com o capacete solto na cabeça é a mesma coisa que pilotar sem capacete.
Num tombo, capacete é a primeira coisa que voa, você vem logo atrás.
O capacete se manda e sua cabeça é a primeira coisa que bate no asfalto.
Então é péssimo que aqueles que deveriam dar o bom exemplo façam esse tipo de coisa:
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/02/24/bolsonaro-comete-infracao-de-transito-ao-andar-de-moto-com-capacete-solto-em-guaruja.ghtml
O pessoal das relações públicas lá de Brasília já disse que não vai comentar — perdem a oportunidade de reverter e minimizar o estrago, perpetuam o erro sem remissão. É com ss, eu conferi.
Não é questão de ser contra fulano ou sicrano, nem de apoiar sicrano ou beltrana.
A autoridade máxima do país não deveria dar mau exemplo, ponto final.
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL100590-5601,00-LULA+POSA+PARA+FOTOS+COM+MOTO+ESTILIZADA.html
Não importa que seja só uma pose para os fotógrafos e ninguém vá pilotar de verdade, quem vê a imagem só vê uma coisa:
O cara sem capacete no comando de uma moto, o cara com o capacete solto no comando de uma moto.
A mensagem dada: liberou geral.
Poxa, o bom exemplo deveria vir de cima.
Infelizmente, a preocupação em dar bons exemplos não passa pela cabeça do pessoal lá de cima.
Usar capacete sem afivelar é a mesma coisa que rodar numa moto sem freios.
Na hora em que você mais precisar, vai fazer uma poooota de uma falta.
Arrependimento não mata...
O lado bom (bom?) é que sem capacete, o arrependimento só dura uma fração de segundo, depois nunca mais.
Um abraço,
Jeff
Num tombo, capacete é a primeira coisa que voa, você vem logo atrás.
O capacete se manda e sua cabeça é a primeira coisa que bate no asfalto.
Então é péssimo que aqueles que deveriam dar o bom exemplo façam esse tipo de coisa:

Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2020/02/24/bolsonaro-comete-infracao-de-transito-ao-andar-de-moto-com-capacete-solto-em-guaruja.ghtml
O pessoal das relações públicas lá de Brasília já disse que não vai comentar — perdem a oportunidade de reverter e minimizar o estrago, perpetuam o erro sem remissão. É com ss, eu conferi.
Não é questão de ser contra fulano ou sicrano, nem de apoiar sicrano ou beltrana.
A autoridade máxima do país não deveria dar mau exemplo, ponto final.
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL100590-5601,00-LULA+POSA+PARA+FOTOS+COM+MOTO+ESTILIZADA.html
Não importa que seja só uma pose para os fotógrafos e ninguém vá pilotar de verdade, quem vê a imagem só vê uma coisa:
O cara sem capacete no comando de uma moto, o cara com o capacete solto no comando de uma moto.
A mensagem dada: liberou geral.
Poxa, o bom exemplo deveria vir de cima.
Infelizmente, a preocupação em dar bons exemplos não passa pela cabeça do pessoal lá de cima.
Usar capacete sem afivelar é a mesma coisa que rodar numa moto sem freios.
Na hora em que você mais precisar, vai fazer uma poooota de uma falta.
Arrependimento não mata...
O lado bom (bom?) é que sem capacete, o arrependimento só dura uma fração de segundo, depois nunca mais.
Um abraço,
Jeff
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020
Cruzamentos em ladeiras
Outro acidente com reportagem 'muito informativa' do G1: "As causas do acidente não foram divulgadas."
Imagem e reportagem: G1
Como não sou o G1, eu arrisco dizer a causa do acidente fazendo uma análise simples do local e das imagens.
Este é o cruzamento da avenida Getúlio Vargas com a rua Antenor Navarro na cidade de Campina Grande, Paraíba:
Imagem: Google Maps
O motociclista estava na Antenor Navarro, a rua onde a imagem foi feita, e colidiu contra a lateral do ônibus que descia a Getúlio Vargas.
É um cruzamento com semáforos, portanto alguém atravessou o vermelho — e sendo o local um cruzamento em uma ladeira onde a avenida é preferencial, posso afirmar com 95% de certeza que o ônibus atravessou o farol no vermelho.
Então o motorista do ônibus é 100% culpado, ponto final?
Não, e explico o porquê.
A Getúlio Vargas é uma ladeira e quem vem pela Antenor Navarro não tem visão de quem está descendo a ladeira (lado esquerdo da foto).
Ônibus (e caminhões) são veículos pesados e não conseguem parar rapidamente — ainda mais descendo uma ladeira.
Frear bruscamente um ônibus pode derrubar os passageiros, uma situação que o motorista inconscientemente irá evitar.
Então, ao ver o semáforo fechando para ele, com o ônibus em uma ladeira, os motoristas (todos os motoristas) fazem um cálculo de probabilidades e escolhem a opção mais razoável para eles, que geralmente é seguir em frente:
Passar no amarelo ou logo depois de o sinal ficar vermelho não irá causar um acidente porque os carros estão parados e irão demorar alguns segundos para começar a atravessar o cruzamento, e ninguém em baixa velocidade vai entrar na frente ou na lateral de um ônibus...
Só que esse cálculo não considera motos.
Motos são ágeis.
Motos aceleram rápido, conseguem arrancar rapidamente muitas vezes ainda antes de o sinal ficar verde, cortam entre os carros parados com rapidez, e os motociclistas também fazem o seu próprio cálculo de probabilidades:
Ninguém vai passar no vermelho, todos os carros irão começar a parar assim que o sinal ficar amarelo.
Só que esse cálculo não considera ônibus.
Ônibus (e caminhões) são pesados e difíceis de parar.
Muitas vezes estão rodando com freios desgastados ou com carga acima da máxima recomendada, o que piora ainda mais a situação.
E o resultado são acidentes como este.
Para não cair nesse tipo de armadilha, sempre verifique se realmente todo mundo parou, ou vai conseguir parar, antes de atravessar o cruzamento — ainda mais se a outra via for uma ladeira.
Não caia na armadilha do "não vou reduzir para não perder o embalo".
Como disse, tenho 95% de certeza de ter acontecido isto, desrespeito à sinalização, porque é assim que a maioria dos acidentes em cruzamentos acontecem — independente de serem em ladeiras ou locais planos.
Os outros 5% são causados por falhas na própria sinalização.
Mas no caso dos ônibus e caminhões em ladeiras, há uma tendência para esse tipo de ocorrência por conta da dinâmica da condução desse tipo de veículo, ele induz os motoristas a esse comportamento potencialmente fatal para nós, motociclistas.
Então a solução é nunca confiar que a preferência seja sua, mesmo que o semáforo esteja verde para você e sua moto.
E tem também as colisões de moto contra moto.
Mas esse é um assunto para outra postagem.
Um abraço,
Jeff
Imagem e reportagem: G1
Como não sou o G1, eu arrisco dizer a causa do acidente fazendo uma análise simples do local e das imagens.
Este é o cruzamento da avenida Getúlio Vargas com a rua Antenor Navarro na cidade de Campina Grande, Paraíba:
Imagem: Google Maps
O motociclista estava na Antenor Navarro, a rua onde a imagem foi feita, e colidiu contra a lateral do ônibus que descia a Getúlio Vargas.
É um cruzamento com semáforos, portanto alguém atravessou o vermelho — e sendo o local um cruzamento em uma ladeira onde a avenida é preferencial, posso afirmar com 95% de certeza que o ônibus atravessou o farol no vermelho.
Então o motorista do ônibus é 100% culpado, ponto final?
Não, e explico o porquê.
A Getúlio Vargas é uma ladeira e quem vem pela Antenor Navarro não tem visão de quem está descendo a ladeira (lado esquerdo da foto).
Ônibus (e caminhões) são veículos pesados e não conseguem parar rapidamente — ainda mais descendo uma ladeira.
Frear bruscamente um ônibus pode derrubar os passageiros, uma situação que o motorista inconscientemente irá evitar.
Então, ao ver o semáforo fechando para ele, com o ônibus em uma ladeira, os motoristas (todos os motoristas) fazem um cálculo de probabilidades e escolhem a opção mais razoável para eles, que geralmente é seguir em frente:
Passar no amarelo ou logo depois de o sinal ficar vermelho não irá causar um acidente porque os carros estão parados e irão demorar alguns segundos para começar a atravessar o cruzamento, e ninguém em baixa velocidade vai entrar na frente ou na lateral de um ônibus...
Só que esse cálculo não considera motos.
Motos são ágeis.
Motos aceleram rápido, conseguem arrancar rapidamente muitas vezes ainda antes de o sinal ficar verde, cortam entre os carros parados com rapidez, e os motociclistas também fazem o seu próprio cálculo de probabilidades:
Ninguém vai passar no vermelho, todos os carros irão começar a parar assim que o sinal ficar amarelo.
Só que esse cálculo não considera ônibus.
Ônibus (e caminhões) são pesados e difíceis de parar.
Muitas vezes estão rodando com freios desgastados ou com carga acima da máxima recomendada, o que piora ainda mais a situação.
E o resultado são acidentes como este.
Para não cair nesse tipo de armadilha, sempre verifique se realmente todo mundo parou, ou vai conseguir parar, antes de atravessar o cruzamento — ainda mais se a outra via for uma ladeira.
Não caia na armadilha do "não vou reduzir para não perder o embalo".
Como disse, tenho 95% de certeza de ter acontecido isto, desrespeito à sinalização, porque é assim que a maioria dos acidentes em cruzamentos acontecem — independente de serem em ladeiras ou locais planos.
Os outros 5% são causados por falhas na própria sinalização.
Mas no caso dos ônibus e caminhões em ladeiras, há uma tendência para esse tipo de ocorrência por conta da dinâmica da condução desse tipo de veículo, ele induz os motoristas a esse comportamento potencialmente fatal para nós, motociclistas.
Então a solução é nunca confiar que a preferência seja sua, mesmo que o semáforo esteja verde para você e sua moto.
E tem também as colisões de moto contra moto.
Mas esse é um assunto para outra postagem.
Um abraço,
Jeff
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020
Meu pior tombo e a importância de usar equipamentos de proteção
Bom, agora a parte que todo mundo estava esperando, o tombão.
Felizmente uma câmera no local flagrou o momento em que fui ao chão:
Na hora em que a roda desgarrou, não deu tempo de pensar em mais nada, e enquanto eu via as pedrinhas rolando na viseira do capacete, meus pensamentos foram apenas dois.
Felizmente, um gravador no local registrou meus pensamentos:
— NÃO!!!! NÃO!!!!.... que legal, o capacete está funcionando!
O local do acidente foi este aqui, na Serra do Ribeira:
Essa estrada corta o parque até a cidade de Apiaí, onde começa o Rastro da Serpente.
O estrago na Jezebel foi este:
Para-lama quebrado (agora o dianteiro, o traseiro já tinha sido remendado com arame na mesma viagem), os dois espelhos, os dois piscas do lado direito ficaram pendurados e acabaram caindo pelo caminho, os alforjes rasgaram na emenda, o cabo do velocímetro se soltou na pancada com a placa...
E falando na placa, ela foi a grande heroína do dia:
Não dá para ver direito na foto, mas depois dela tem um abismo.
Se não fosse a placa, Jezebel teria deslizado para o abismo, um tombo de uns 100 metros, pelo menos.
Com a escapada da roda, ela desviou para a direita e bateu contra a placa, enquanto eu deslizei junto, mas do lado da estrada — o maior risco que corri foi ser atropelado por uma onça, porque na estrada não passava ninguém.
Não passava ninguém e eu preso embaixo da moto, sem conseguir sair.
Quase quebrei as costelas, a primeira coisa que fiz foi avaliar se tinha quebrado ou não — a segunda foi desligar o corta-corrente com o pé livre, o outro preso embaixo da moto.
Cabeça fria nessa hora:
Se eu me levantasse afobado, uma costela quebrada poderia se deslocar e perfurar o pulmão, e aí eu estaria no mato sem cachorro. Só onças.
Depois de apalpar e ter certeza de que as costelas não estavam quebradas, mas poderiam estar trincadas (porque a dor era muito forte), começou a luta para sair de debaixo da moto vazando combustível... tudo era urgente e eu não conseguia fazer nada com rapidez.
E por que eu não conseguia me levantar?
Porque o pé livre não conseguia fazer força... eu estava usando botinas desse tipo aí embaixo (não eram da mesma marca, mas o modelo é parecido):
Bonitinhas e baratinhas, mas com um sério problema se você for viajar em uma estrada com onças:
No tombo, a bota deslizou no pé e ficou no meio do caminho, não entrava nem saía do pé.
Deitado eu não conseguia calçar de novo porque ela entra muito justa, nem tinha como tirar de vez porque não tinha ponto de apoio e a dor nas costelas impedia de me sentar ou fazer força.
Felizmente os outros equipamentos funcionaram bem.
O capacete robocop aguentou a pancada e protegeu muito bem o meu rosto.
Eu sempre achei que a queixeira seria arrancada no caso de um tombo — e também sempre achei que nunca iria cair — mas de moto, nunca pense em nunca acontecer um acidente, use sempre os equipamentos de proteção.
E a queixeira realmente quase foi arrancada durante a queda.
Ela quebrou na articulação — se eu estivesse uns 10 km/h mais rápido, a outra articulação sozinha não teria aguentado, a queixeira seria arrancada e eu certamente teria me machucado.
Moral da história:
Capacete robocop nunca mais, o conforto não compensa o risco.
Quem também se portou muito bem foi a jaqueta de couro, fez o trabalho dela com perfeição e ganhamos estes registros de batalha que nos enchem de orgulho:
E o que causou tudo isso?
Acredite se puder, aquelas pedrinhas ridículas que resolveram se soltar na nossa frente — e o uso de medicação contra dores que prejudica nossa capacidade de julgamento e reação.
Desviando de um buraco, ficamos muito perto da lateral suja da estrada, e não deu tempo de fazer mais nada, só ir pro chão colecionar mais uma história.
Aquelas pedrinhas ridículas no canto direito da foto — Jezebel está na contramão, virada em direção da subida para não cair do cavalete, a serra é íngreme e em descida nesse trecho.
Depois que consegui sair e me levantar, e com dificuldade e muita dor calçar novamente a bota, aí do nada apareceram dois carros e em seguida mais um.
Cheguei no hospital e uma enfermeira percebeu que eu não estava visitando um parente, então me ajudou a descer da moto.
Atendimento preferencial para idosos estropiados, radiografias tiradas, costelas inteiras, pensei que ia receber um colete de gesso ou pelo menos um enfaixamento para diminuir as dores.
Costela não pode enfaixar. Pelo menos, não no meu caso. Ia ter de conviver com a dor. Um mês inteiro de dor, acordando a toda hora por causa da dor.
E aí, medicado contra dores de novo, vem a questão: o quequeu faço?
Eu TINHA de ir até Floripa para receber meu pagamento, ou não teria como voltar para casa.
A noite de quinta-feira eu passei no hotel emendando as duas metades dos alforjes com laça-gatos, felizmente eu tinha levado uma dúzia deles. Furava ocouro corvim com a chave de fenda e suturava com os laça-gatos.
O conserto ficou tão bom que eles estão lá até hoje. Emendados e remendados pela segunda vez.
Chegou a madrugada, hora de dormir, hora dos caminhões que levam madeira para as padarias e pizzarias começarem a subir a ladeira em frente ao hotel. Noite inteira sem dormir, e com dor.
Sexta-feira pela manhã, éramos os primeiros na loja/oficina de motos de Apiaiaiai.
Peripécias para conseguir que minha filha fizesse o pagamento do conserto sem poder falar diretamente com ela, tipo email sem fio via balconista da loja.
No final da história, consertos realizados, Jezebel ganhou um para-lama amarelo que odeio até hoje e tive de comprar o único capacete que entrou muito apertado na minha cabeçona gorda.
Fomos os primeiros a entrar na oficina e só saímos quando perdi a paciência às três da tarde e fui buscar a moto lá dentro da oficina, eu precisava chegar até Floripa ainda naquela noite porque tinha o compromisso de me encontrar com minha amiga e fonte pagadora no dia seguinte.
Estavam esquentando o motor para lavar a moto. Pois é, não pergunte. Não tem explicação.
Chegamos em Curitiba já estava anoitecendo e ainda tínhamos 300 km pela frente, com dores, cansado e com problemas para digerir aquela maldita coxinha de beira de estrada.
O cansaço era tanto que diminuí o ritmo para poder ficar atrás de um caminhão cheio de luzes sem ter de decidir o que fazer, apenas não perder as luzinhas de vista.
Depois de uns 50 km o motorista desconfiou da moto que o seguia e parou no acostamento, acabei parando junto, foi uma luta conseguir sair dali.
Chegando em Palhoça, rodei a cidade inteira várias vezes procurando o hotel que eu conhecia o caminho de cor.
Mas de noite e tão cansado, eu não sabia mais para que lado estava a serra e para que lado estava o mar, e de madrugada não tinha para quem perguntar.
E ainda por cima, sob os efeitos desesperadores da coxinha de Curitiba.
Acabamos morrendo em um motel naBR-116 ops, BR-101 lá pelas 6 da manhã onde pude tomar um banho. E lavar as roupas — coxinha em Curitiba, nunca mais.
Jezebel ficou na garagem (não passava pela porta da suíte) e o motel tinha um degrau daqueles que você não vê e fui para o chão, onde fiquei me perguntando why, God, why?
Mas no final final deu tudo certo, até recuperei o blog um ano depois, e estamos aqui para contar a história.
É como diz a camiseta que eu usei na viagem:
Aproveito para mandar um forte abraço aos meus amigos Daniel e Meri que bateram as fotos e me deram sustança enquanto estive por lá, e agradeço aos leitores pela paciência de ouvir até aqui,
Jeff & Jezebel
Felizmente uma câmera no local flagrou o momento em que fui ao chão:
Na hora em que a roda desgarrou, não deu tempo de pensar em mais nada, e enquanto eu via as pedrinhas rolando na viseira do capacete, meus pensamentos foram apenas dois.
Felizmente, um gravador no local registrou meus pensamentos:
— NÃO!!!! NÃO!!!!.... que legal, o capacete está funcionando!
O local do acidente foi este aqui, na Serra do Ribeira:
Essa estrada corta o parque até a cidade de Apiaí, onde começa o Rastro da Serpente.
O estrago na Jezebel foi este:
Para-lama quebrado (agora o dianteiro, o traseiro já tinha sido remendado com arame na mesma viagem), os dois espelhos, os dois piscas do lado direito ficaram pendurados e acabaram caindo pelo caminho, os alforjes rasgaram na emenda, o cabo do velocímetro se soltou na pancada com a placa...
E falando na placa, ela foi a grande heroína do dia:

Se não fosse a placa, Jezebel teria deslizado para o abismo, um tombo de uns 100 metros, pelo menos.
Com a escapada da roda, ela desviou para a direita e bateu contra a placa, enquanto eu deslizei junto, mas do lado da estrada — o maior risco que corri foi ser atropelado por uma onça, porque na estrada não passava ninguém.
Não passava ninguém e eu preso embaixo da moto, sem conseguir sair.
Quase quebrei as costelas, a primeira coisa que fiz foi avaliar se tinha quebrado ou não — a segunda foi desligar o corta-corrente com o pé livre, o outro preso embaixo da moto.
Cabeça fria nessa hora:
Se eu me levantasse afobado, uma costela quebrada poderia se deslocar e perfurar o pulmão, e aí eu estaria no mato sem cachorro. Só onças.
Depois de apalpar e ter certeza de que as costelas não estavam quebradas, mas poderiam estar trincadas (porque a dor era muito forte), começou a luta para sair de debaixo da moto vazando combustível... tudo era urgente e eu não conseguia fazer nada com rapidez.
E por que eu não conseguia me levantar?
Porque o pé livre não conseguia fazer força... eu estava usando botinas desse tipo aí embaixo (não eram da mesma marca, mas o modelo é parecido):
Bonitinhas e baratinhas, mas com um sério problema se você for viajar em uma estrada com onças:
No tombo, a bota deslizou no pé e ficou no meio do caminho, não entrava nem saía do pé.
Deitado eu não conseguia calçar de novo porque ela entra muito justa, nem tinha como tirar de vez porque não tinha ponto de apoio e a dor nas costelas impedia de me sentar ou fazer força.
Felizmente os outros equipamentos funcionaram bem.
O capacete robocop aguentou a pancada e protegeu muito bem o meu rosto.
Eu sempre achei que a queixeira seria arrancada no caso de um tombo — e também sempre achei que nunca iria cair — mas de moto, nunca pense em nunca acontecer um acidente, use sempre os equipamentos de proteção.
Ela quebrou na articulação — se eu estivesse uns 10 km/h mais rápido, a outra articulação sozinha não teria aguentado, a queixeira seria arrancada e eu certamente teria me machucado.
Moral da história:
Capacete robocop nunca mais, o conforto não compensa o risco.
Quem também se portou muito bem foi a jaqueta de couro, fez o trabalho dela com perfeição e ganhamos estes registros de batalha que nos enchem de orgulho:
E o que causou tudo isso?
Acredite se puder, aquelas pedrinhas ridículas que resolveram se soltar na nossa frente — e o uso de medicação contra dores que prejudica nossa capacidade de julgamento e reação.
Desviando de um buraco, ficamos muito perto da lateral suja da estrada, e não deu tempo de fazer mais nada, só ir pro chão colecionar mais uma história.
Aquelas pedrinhas ridículas no canto direito da foto — Jezebel está na contramão, virada em direção da subida para não cair do cavalete, a serra é íngreme e em descida nesse trecho.
Depois que consegui sair e me levantar, e com dificuldade e muita dor calçar novamente a bota, aí do nada apareceram dois carros e em seguida mais um.
O pessoal dos dois carros me ajudou a colocar a moto em pé e o pessoal do mais um se mandou.
Foram os primeiros que bateram estas fotos, menos a do tombo e a vista da serra, e me ajudaram a prender os alforjes caídos em cima da moto com os elásticos que eu sempre carrego.
Eles que perceberam que eu e a Jezebel quase tínhamos caído no abismo.
Duas semanas antes, um motociclista e sua moto caíram em outra barroca da mesma estrada e só foi resgatado porque ficou horas chacoalhando uma árvorezinha comprida e um motorista desconfiou que aquilo não era coisa de macaco.
Depois de ter certeza de que eu conseguiria subir de novo na moto e ligar o motor, e eu dizer que estava tudo bem, eles foram embora, gente boa — até endireitaram a placa para que ela continuasse avisando o pessoal sobre a curva logo à frente. E quem sabe segurar alguma outra moto...
Depois de alguns dias me enviaram as fotos porque eu havia passado meu email atual ainda não hackeado e já estava pensando na postagem que iria estrear de novo o blog...
Eu disse que estava tudo bem, mas não estava não.
A dor era muita, agora na coluna e também nas costelas. Costelas dóem pacas.
Subi na moto e percebi que não havia removido o cabo do velocímetro que estava arrastando no chão.
Descer e subir de novo com a dor que eu estava? Nã nã nã.
Pisei no cabo e acelerei a moto, ele ficou por lá mesmo, consciência pesada de poluir a natureza, mas era questão de sobrevivência.
Agora eu iria mesmo chegar a Apiaiaiai com a noite caindo, não tinha como ir ligeiro, cada buraquinho e pedregulhozinho da estrada eram motivo de dor intensa... eu não podia escorregar nas poças de lama, eu tinha de chegar rápido até o hospital e bater uma radiografia naquelas costelas.
Mas nessas horas tudo ajuda, e do nada no meio de lugar nenhum surgiu uma onça um filho de cadela que começou a me seguir e avançar contra o pé que eu não podia dar uma bicuda por causa da dor. Espaço reservado para protestos de defensores de animais que não pilotam motocicleta.
O totó não desistia e eu não tinha como fugir dele, até que tive a ideia de acionar a embreagem e acelerar ao máximo. Jezebel não é veloz, mas sabe como fazer um barulhinho bom.
Cheguei no hospital e uma enfermeira percebeu que eu não estava visitando um parente, então me ajudou a descer da moto.
Atendimento preferencial para idosos estropiados, radiografias tiradas, costelas inteiras, pensei que ia receber um colete de gesso ou pelo menos um enfaixamento para diminuir as dores.
Costela não pode enfaixar. Pelo menos, não no meu caso. Ia ter de conviver com a dor. Um mês inteiro de dor, acordando a toda hora por causa da dor.
E aí, medicado contra dores de novo, vem a questão: o quequeu faço?
Eu TINHA de ir até Floripa para receber meu pagamento, ou não teria como voltar para casa.
A noite de quinta-feira eu passei no hotel emendando as duas metades dos alforjes com laça-gatos, felizmente eu tinha levado uma dúzia deles. Furava o
O conserto ficou tão bom que eles estão lá até hoje. Emendados e remendados pela segunda vez.
Chegou a madrugada, hora de dormir, hora dos caminhões que levam madeira para as padarias e pizzarias começarem a subir a ladeira em frente ao hotel. Noite inteira sem dormir, e com dor.
Sexta-feira pela manhã, éramos os primeiros na loja/oficina de motos de Apiaiaiai.
Peripécias para conseguir que minha filha fizesse o pagamento do conserto sem poder falar diretamente com ela, tipo email sem fio via balconista da loja.
No final da história, consertos realizados, Jezebel ganhou um para-lama amarelo que odeio até hoje e tive de comprar o único capacete que entrou muito apertado na minha cabeçona gorda.
Fomos os primeiros a entrar na oficina e só saímos quando perdi a paciência às três da tarde e fui buscar a moto lá dentro da oficina, eu precisava chegar até Floripa ainda naquela noite porque tinha o compromisso de me encontrar com minha amiga e fonte pagadora no dia seguinte.
Estavam esquentando o motor para lavar a moto. Pois é, não pergunte. Não tem explicação.
Chegamos em Curitiba já estava anoitecendo e ainda tínhamos 300 km pela frente, com dores, cansado e com problemas para digerir aquela maldita coxinha de beira de estrada.
O cansaço era tanto que diminuí o ritmo para poder ficar atrás de um caminhão cheio de luzes sem ter de decidir o que fazer, apenas não perder as luzinhas de vista.
Depois de uns 50 km o motorista desconfiou da moto que o seguia e parou no acostamento, acabei parando junto, foi uma luta conseguir sair dali.
Chegando em Palhoça, rodei a cidade inteira várias vezes procurando o hotel que eu conhecia o caminho de cor.
Mas de noite e tão cansado, eu não sabia mais para que lado estava a serra e para que lado estava o mar, e de madrugada não tinha para quem perguntar.
E ainda por cima, sob os efeitos desesperadores da coxinha de Curitiba.
Acabamos morrendo em um motel na
Jezebel ficou na garagem (não passava pela porta da suíte) e o motel tinha um degrau daqueles que você não vê e fui para o chão, onde fiquei me perguntando why, God, why?
Mas no final final deu tudo certo, até recuperei o blog um ano depois, e estamos aqui para contar a história.
É como diz a camiseta que eu usei na viagem:
Continue rodando, nunca desista
"Ué, falou tanto, mas cadê a jaqueta?"
Motivos religiosos.
Minha religião não permite usar jaqueta em trajetos inferiores a 5 km. Se eu cair de casa até a padoca, eu fiz por merecer.
Aproveito para mandar um forte abraço aos meus amigos Daniel e Meri que bateram as fotos e me deram sustança enquanto estive por lá, e agradeço aos leitores pela paciência de ouvir até aqui,
Jeff & Jezebel
domingo, 19 de novembro de 2017
Vídeo com as quatro maiores causas de acidentes fatais de moto
O acidente deste vídeo publicado pelo canal Wolf Biker Motovlog é chocante mas não tem sangue.
O piloto provavelmente morreu ao bater a cabeça no solo e/ou quebrar o pescoço — a gente sempre torce pelo melhor, o corpo humano é capaz de coisas surpreendentes, mas não tenho mais informações.
No entanto, o vídeo é um exemplo fantástico dos principais erros que todo mundo comete e não percebe ao pilotar uma moto na cidade.
Primeira coisa, o piloto não foi prudente.
A velocidade em que ele veio era maior do que os 20 a 40 km/h recomendados para vias estreitas de bairros.
O pessoal pensa que o perigo está somente quando você roda na velocidade máxima, ou pelo menos acima dos 80 km/h.
Mas acidentes podem ser fatais a partir de 50 km/h, memorize este número.
Mesmo que a moto estivesse dentro do limite urbano de 60 km/h, já seria demais para rodar naquela rua.
Segunda coisa, faltou cautela ao chegar na intersecção.
A preferencial ali é difícil de identificar.
Provavelmente a moto estava na preferencial, o mesmo caminho do ônibus, mas a separação do asfalto deixa margem para dúvidas.
Você nunca chega em uma velocidade que te impeça de impedir um acidente porque alguém desrespeitou a preferencial em uma intersecção ou cruzamento.
Carros ou motos poderiam vir nos dois sentidos e o motociclista não conseguiria parar, como não parou.
Os outros sempre poderão errar, mas o motociclista não pode errar nunca, senão o resultado é esse do vídeo.
Terceira coisa, ele não previu que um veículo poderia estar atrás do ônibus e cruzar a frente dele.
Veículos opacos sempre ocultam outros veículos menores e você só descobre quando não dá mais tempo de fazer nada.
A única saída é prever que isso possa acontecer e rodar em velocidade que te permita evitar o acidente.
E finalmente, mas não menos importante:
Ele perdeu todas as chances de sair dessa apenas com um susto quando não afivelou o capacete corretamente.
Um capacete frouxo é a primeira coisa que voa longe em uma batida.
Se estivesse bem afivelado, permaneceria na cabeça e amorteceria o impacto contra o solo.
Talvez até mudasse a trajetória contra a parede.
Sinceramente, torço para que o rapaz tenha sobrevivido e aprendido essa lição dolorosa.
Mas se a lição não serviu para ele, que sirva para você não cometer os mesmos erros tão comuns.
Erros básicos e facilmente evitáveis que estão matando muita gente dessa maneira triste.
Um abraço, especialmente ao meu amigo Daniel que me enviou o vídeo,
Jeff
PS: Como observado pelo leitor Patrick Lemos, ele estava pilotando de chinelos.
É nessas horas em que se precisa frear desesperadamente que o chinelo costuma escorregar da pedaleira. Principalmente se estiver molhada.
O piloto provavelmente morreu ao bater a cabeça no solo e/ou quebrar o pescoço — a gente sempre torce pelo melhor, o corpo humano é capaz de coisas surpreendentes, mas não tenho mais informações.
No entanto, o vídeo é um exemplo fantástico dos principais erros que todo mundo comete e não percebe ao pilotar uma moto na cidade.
Primeira coisa, o piloto não foi prudente.
A velocidade em que ele veio era maior do que os 20 a 40 km/h recomendados para vias estreitas de bairros.
O pessoal pensa que o perigo está somente quando você roda na velocidade máxima, ou pelo menos acima dos 80 km/h.
Mas acidentes podem ser fatais a partir de 50 km/h, memorize este número.
Mesmo que a moto estivesse dentro do limite urbano de 60 km/h, já seria demais para rodar naquela rua.
Segunda coisa, faltou cautela ao chegar na intersecção.
A preferencial ali é difícil de identificar.
Provavelmente a moto estava na preferencial, o mesmo caminho do ônibus, mas a separação do asfalto deixa margem para dúvidas.
Você nunca chega em uma velocidade que te impeça de impedir um acidente porque alguém desrespeitou a preferencial em uma intersecção ou cruzamento.
Carros ou motos poderiam vir nos dois sentidos e o motociclista não conseguiria parar, como não parou.
Os outros sempre poderão errar, mas o motociclista não pode errar nunca, senão o resultado é esse do vídeo.
Terceira coisa, ele não previu que um veículo poderia estar atrás do ônibus e cruzar a frente dele.
Veículos opacos sempre ocultam outros veículos menores e você só descobre quando não dá mais tempo de fazer nada.
A única saída é prever que isso possa acontecer e rodar em velocidade que te permita evitar o acidente.
E finalmente, mas não menos importante:
Ele perdeu todas as chances de sair dessa apenas com um susto quando não afivelou o capacete corretamente.
Um capacete frouxo é a primeira coisa que voa longe em uma batida.
Se estivesse bem afivelado, permaneceria na cabeça e amorteceria o impacto contra o solo.
Talvez até mudasse a trajetória contra a parede.
Sinceramente, torço para que o rapaz tenha sobrevivido e aprendido essa lição dolorosa.
Mas se a lição não serviu para ele, que sirva para você não cometer os mesmos erros tão comuns.
Erros básicos e facilmente evitáveis que estão matando muita gente dessa maneira triste.
Um abraço, especialmente ao meu amigo Daniel que me enviou o vídeo,
Jeff
PS: Como observado pelo leitor Patrick Lemos, ele estava pilotando de chinelos.
É nessas horas em que se precisa frear desesperadamente que o chinelo costuma escorregar da pedaleira. Principalmente se estiver molhada.
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
haojue, a tabela mutante e outras espertezas com o óleo
Hoje volto a falar sobre meu assunto predileto, as espertezas com o óleo — neste caso, da haojue Chopper Road 150...
Por que eu insisto tanto com isso?
Porque um motor com pouco óleo pode travar e até quebrar a biela, resultando em um grande vazamento na frente da roda traseira.
Muito pior que o enorme prejuízo, isso derruba — e pode matar — qualquer um.
Você já passou pela experiência de cair de repente em uma rodovia movimentada na frente dos carros?
Eu já, no acesso à via Anchieta e no meio da rodovia Índio Tibiriçá, à noite e com chuva.
Nenhuma das vezes foi por falta de óleo, mas garanto que a experiência de cair no meio do trânsito não é legal, e não desejo pra ninguém. Tive muita sorte de a kombi conseguir parar sem me atropelar.
O travamento do motor por falta de óleo pode ser evitado se as empresas fornecerem informações corretas e fizerem seu trabalho da maneira certa.
Por isso eu fico indignado quando vejo as empresas fabricantes orientando seus clientes a colocarem muito menos óleo do que o necessário para garantir o bom funcionamento do motor...
Se você já é leitor do blog, já conhece essas manhas usadas por todas as montadoras para desinformar seus clientes — mas a haojue inovou em um quesito, a pegadinha nº 9.
Se você está chegando agora, não deixe de ler toda a postagem — tudo o que é dito aqui poderá ser usado em sua Chopper Road e em todas as suas futuras motos.
A maior esperteza praticada pela haojue eu comentei em uma postagem anterior a esta, não deixe de ler.
Mas não fica só naquilo não, a coisa começa leve e depois piora:
Tropeço nº 6: o sumiço da vareta medidora do nível de óleo...
O manual da haojue Chopper Road 150 CBS / RC apresenta uma bizarricezinha na seção "Familiarize-se com sua moto":
O item de manutenção mais importante a cargo do proprietário, conferir o nível de óleo — que se você descuidar de verificar levará a um grande prejuízo, fundindo o motor — é feito usando a vareta medidora.
E no manual essa vareta medidora é indicada pelo item D na figura:
Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/
Não achou o item D na figura?
Não achou letra nenhuma na figura?
Nem você, nem eu, nem ninguém.
Mas descobri que a Chopper Road tem alavanca de câmbio. Naquela posição um pedal seria mais prático.
Ué, eles não querem que você se familiarize com a medição do nível do óleo?
Ou eu que vejo malícia onde o problema é somente a incompetência de quem fez o manual?
Bem, é que faz parte da tradição das montadoras sempre cometerem descuidos e enganos quando falam de medir / trocar o óleo da moto, vimos isso em muitos manuais de muitas montadoras.
Ainda não achou a vareta?
É que a letra D na verdade é o item 14 na figura.
A editoração usou uma sequência numérica e a tradução usou uma sequência alfanumérica, e um departamento não conversou com o outro, e ninguém revisou antes de publicar. Coisa feia.
Mas esse é um pecadinho menor. O grave vem agora:
Tropeço nº 7: as clássicas desinformações sobre o óleo do motor...

Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/
Não preciso comentar a terceira coluna porque é sobre uso de óleo com aditivos usados nos carros.
Usando óleo para motos de classificação JASO MA, você não precisa se preocupar com isso.
Vamos lá:
"A qualidade do óleo é a maior contribuinte para a duração e desempenho do motor."
SÓ A QUALIDADE, dona haojue?
Ora, qual o principal fator que define a "qualidade" de um óleo?
Sua viscosidade, certo?
Depois vem a resistência à oxidação, etc., mas o fundamental é a viscosidade.
É ela quem determinará se o óleo aguenta o serviço protegendo adequadamente o motor, ou se irá evaporar e sumir do cárter num piscar de olhos, surpreendendo o proprietário menos atento.
Ou aquele que acredita em conversa típica de vendedor "você não precisa se preocupar com o óleo, é só trazer para as revisões".
Não acredite nisso, você precisa se preocupar com o óleo todos os dias.
Basta o motor rodar com pouco óleo ou com óleo muito contaminado uma única vez e o estrago está feito.
O bizarro é dizerem o quanto isso é importante e se descuidarem de adaptar a viscosidade em função de nossa temperatura, mencionando sempre o óleo de viscosidade 10W-40 em primeiro lugar.
"10W-40 é um óleo semissintético que proporciona maior proteção contra o desgaste"...
Ora, ao ler isso sobre o óleo 10W-40 você é levado a pensar que a fábrica prefere que você use o óleo 10W-40...
— "Deus me livre usar 15W-50, só quero o melhor pra minha moto..."
E a fabricante prefere mesmo que você e seus clientes usem 10W-40, o autor chinês do manual está sendo honesto e não mentiu para seus clientes chineses.
O óleo de viscosidade 10W-40 é realmente o melhor óleo — para se usar na maior parte da China.
Mas como sempre ocorre, o manual foi traduzido ao pé da letra sem preocupação com a devida adequação para as condições brasileiras — o que acaba sendo muito conveniente para os importadores.
O fato é que o óleo 10W-40 irá apressar o desgaste e a primeira retífica do motor, porque na média o Brasil é um país mais quente do que a China.
Imagem: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/tropicos-terra.htm
A maior parte da China está fora da zona tropical, ao contrário do Brasil.
Neste planeta, as temperaturas mais quentes geralmente ficam na zona tropical — nas Américas, essa zona (no bom sentido) fica entre a latitude da cidade de São Paulo e a fronteira do México com os EUA. A exceção são os desertos no interior de continentes onde as montanhas barram os ventos e as chuvas.
Mas não é só o relevo e a geografia que definem os limites da zona tropical.
Essa fronteira não é rígida, a temperatura não muda instantaneamente se você cruza a divisa de uma cidade para outra.
E quanto mais perto dos trópicos, mais instáveis os limites de temperatura da zona tropical, porque o ar não respeita fronteiras imaginárias.
Por isso, não é raro fazer tanto calor em Porto Alegre quanto em Cuiabá.
De modo geral, em todo o Brasil o certo é usar óleo 20W-50, mais adequado para as temperaturas predominantes nas terras de Pindaíba — como a própria tabela da página 18 do manual da Chopper Road recomend...
EITA PLEURA!!! Плоды Артокарпус гетерофилла!!!
A tabela da página 18 parou de recomendar!!!!
O que nos leva ao...
Tropeço (ou pegadinha?) nº 8: a mentira pura e simples sobre a tabela de viscosidade x temperatura ambiente...

A tabela que sempre serviu para indicar a "viscosidade mais adequada em função da temperatura ambiente" agora virou "tabela de alternativas para o caso de não encontrar o óleo 10W-40".
Coisa feia falar inverdades para os consumidores, dona haojue...
Feia e ilegal, segundo o Código de Defesa do Consumidor — "o vendedor é responsável pela exatidão das informações fornecidas aos consumidores".
Por que eu insisto tanto com isso?
Porque um motor com pouco óleo pode travar e até quebrar a biela, resultando em um grande vazamento na frente da roda traseira.
Muito pior que o enorme prejuízo, isso derruba — e pode matar — qualquer um.
Você já passou pela experiência de cair de repente em uma rodovia movimentada na frente dos carros?
Eu já, no acesso à via Anchieta e no meio da rodovia Índio Tibiriçá, à noite e com chuva.
Nenhuma das vezes foi por falta de óleo, mas garanto que a experiência de cair no meio do trânsito não é legal, e não desejo pra ninguém. Tive muita sorte de a kombi conseguir parar sem me atropelar.
O travamento do motor por falta de óleo pode ser evitado se as empresas fornecerem informações corretas e fizerem seu trabalho da maneira certa.
Por isso eu fico indignado quando vejo as empresas fabricantes orientando seus clientes a colocarem muito menos óleo do que o necessário para garantir o bom funcionamento do motor...
Se você já é leitor do blog, já conhece essas manhas usadas por todas as montadoras para desinformar seus clientes — mas a haojue inovou em um quesito, a pegadinha nº 9.
Se você está chegando agora, não deixe de ler toda a postagem — tudo o que é dito aqui poderá ser usado em sua Chopper Road e em todas as suas futuras motos.
A maior esperteza praticada pela haojue eu comentei em uma postagem anterior a esta, não deixe de ler.
Mas não fica só naquilo não, a coisa começa leve e depois piora:
Tropeço nº 6: o sumiço da vareta medidora do nível de óleo...
O manual da haojue Chopper Road 150 CBS / RC apresenta uma bizarricezinha na seção "Familiarize-se com sua moto":
O item de manutenção mais importante a cargo do proprietário, conferir o nível de óleo — que se você descuidar de verificar levará a um grande prejuízo, fundindo o motor — é feito usando a vareta medidora.
E no manual essa vareta medidora é indicada pelo item D na figura:
Não achou o item D na figura?
Não achou letra nenhuma na figura?
Nem você, nem eu, nem ninguém.
Mas descobri que a Chopper Road tem alavanca de câmbio. Naquela posição um pedal seria mais prático.
Ué, eles não querem que você se familiarize com a medição do nível do óleo?
Ou eu que vejo malícia onde o problema é somente a incompetência de quem fez o manual?
Bem, é que faz parte da tradição das montadoras sempre cometerem descuidos e enganos quando falam de medir / trocar o óleo da moto, vimos isso em muitos manuais de muitas montadoras.
Ainda não achou a vareta?
É que a letra D na verdade é o item 14 na figura.
A editoração usou uma sequência numérica e a tradução usou uma sequência alfanumérica, e um departamento não conversou com o outro, e ninguém revisou antes de publicar. Coisa feia.
Mas esse é um pecadinho menor. O grave vem agora:
Tropeço nº 7: as clássicas desinformações sobre o óleo do motor...

Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/
Não preciso comentar a terceira coluna porque é sobre uso de óleo com aditivos usados nos carros.
Usando óleo para motos de classificação JASO MA, você não precisa se preocupar com isso.
Vamos lá:
"A qualidade do óleo é a maior contribuinte para a duração e desempenho do motor."
SÓ A QUALIDADE, dona haojue?
Ora, qual o principal fator que define a "qualidade" de um óleo?
Sua viscosidade, certo?
Depois vem a resistência à oxidação, etc., mas o fundamental é a viscosidade.
É ela quem determinará se o óleo aguenta o serviço protegendo adequadamente o motor, ou se irá evaporar e sumir do cárter num piscar de olhos, surpreendendo o proprietário menos atento.
Ou aquele que acredita em conversa típica de vendedor "você não precisa se preocupar com o óleo, é só trazer para as revisões".
Não acredite nisso, você precisa se preocupar com o óleo todos os dias.
Basta o motor rodar com pouco óleo ou com óleo muito contaminado uma única vez e o estrago está feito.
O bizarro é dizerem o quanto isso é importante e se descuidarem de adaptar a viscosidade em função de nossa temperatura, mencionando sempre o óleo de viscosidade 10W-40 em primeiro lugar.
"10W-40 é um óleo semissintético que proporciona maior proteção contra o desgaste"...
Ora, ao ler isso sobre o óleo 10W-40 você é levado a pensar que a fábrica prefere que você use o óleo 10W-40...
— "Deus me livre usar 15W-50, só quero o melhor pra minha moto..."
E a fabricante prefere mesmo que você e seus clientes usem 10W-40, o autor chinês do manual está sendo honesto e não mentiu para seus clientes chineses.
O óleo de viscosidade 10W-40 é realmente o melhor óleo — para se usar na maior parte da China.
Mas como sempre ocorre, o manual foi traduzido ao pé da letra sem preocupação com a devida adequação para as condições brasileiras — o que acaba sendo muito conveniente para os importadores.
O fato é que o óleo 10W-40 irá apressar o desgaste e a primeira retífica do motor, porque na média o Brasil é um país mais quente do que a China.
Imagem: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/tropicos-terra.htm
A maior parte da China está fora da zona tropical, ao contrário do Brasil.
Neste planeta, as temperaturas mais quentes geralmente ficam na zona tropical — nas Américas, essa zona (no bom sentido) fica entre a latitude da cidade de São Paulo e a fronteira do México com os EUA. A exceção são os desertos no interior de continentes onde as montanhas barram os ventos e as chuvas.
Mas não é só o relevo e a geografia que definem os limites da zona tropical.
Essa fronteira não é rígida, a temperatura não muda instantaneamente se você cruza a divisa de uma cidade para outra.
E quanto mais perto dos trópicos, mais instáveis os limites de temperatura da zona tropical, porque o ar não respeita fronteiras imaginárias.
Por isso, não é raro fazer tanto calor em Porto Alegre quanto em Cuiabá.
De modo geral, em todo o Brasil o certo é usar óleo 20W-50, mais adequado para as temperaturas predominantes nas terras de Pindaíba — como a própria tabela da página 18 do manual da Chopper Road recomend...
EITA PLEURA!!! Плоды Артокарпус гетерофилла!!!
A tabela da página 18 parou de recomendar!!!!
O que nos leva ao...
Tropeço (ou pegadinha?) nº 8: a mentira pura e simples sobre a tabela de viscosidade x temperatura ambiente...

Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/
A tabela que sempre serviu para indicar a "viscosidade mais adequada em função da temperatura ambiente" agora virou "tabela de alternativas para o caso de não encontrar o óleo 10W-40".
Coisa feia falar inverdades para os consumidores, dona haojue...
Feia e ilegal, segundo o Código de Defesa do Consumidor — "o vendedor é responsável pela exatidão das informações fornecidas aos consumidores".
O que a tabela mostra é que o óleo 10W-40 vai bem em temperaturas ambientes mais baixas — para altas temperaturas, o óleo certo é o 10W-50, 15W-50 ou 20W-50.
Por que é errado distorcer essa informação sobre a finalidade da tabela de viscosidade x temperatura ambiente?
Porque você sempre encontrará o óleo 10W-40.
É um óleo super hiper comum, e você NUNCA precisará procurar alternativas para ele.
Você nem sequer olhará para a tabela.
Como resultado, você NUNCA perceberá que pode e deve adaptar a viscosidade em função da temperatura porque a haojue distorceu a finalidade da tabela na tentativa de esconder essa informação de você. Bela trollagem... bela trollagem... ainda bem que você leu a denúncia aqui no blog e não vai cair nessa.
A pegadinha que não aconteceu:
Teria a Chopper Road a gravação do óleo recomendado 10W-40 na tampa de abastecimento que nem a Intruder?
Como a Chopper Road / RC 150 é fabricada na mesma fábrica chinesa, eu imaginei que ela também iria trazer gravado 10W-40 na tampa da vareta medidora.
Então segunda-feira de manhã fui conferir na concessionária local... e para minha surpresa, a tampa não tem nada gravado!
Ela não induz a usar um óleo de viscosidade errada como as tampas de óleo das suzuki.
Aliás, a medição do nível é exclusivamente por vareta, a Chopper Road não tem visor de nível de óleo.
Então desse pecado a haojue se livrou — mas o viés para a viscosidade inadequada está escancarado no manual.
De qualquer forma, foi proveitoso ir até a concessionária local para ver a moto de perto.
A Chopper Road é mais bonita ao vivo do que nas fotos, é tão bem acabada quanto a Intruder, e posso dizer que agora tem alguns detalhes superiores (como o freio traseiro a disco combinado, e as mangueiras de freio de malha de aço revestidas).
Em compensação, cortaram o corta-corrente...
Perguntei sobre o óleo recomendado para as motos, e pelo menos naquela concessionária o pessoal está usando exclusivamente o óleo 20W-50, menos mal. Ponto para a concessionária, agora precisa ver se o restante da rede fará a mesma coisa...
Aproveitei para tirar as dúvidas sobre aquela parada jta / jtz — e ambas fazem parte do grupo j. toledo, uma não irá substituir a outra.
Segundo falaram, a suzuki está deixando de comercializar apenas as motos de baixa cilindrada com sua marca, vai ficar só com as grandalhonas.
Então a jtz é o braço que cuida exclusivamente das motos da haojue e motonetas da kymco, enquanto a jta continua cuidando apenas das motocicletas da suzuki.
Parece que a j. toledo está passando por uma grande reestruturação, o que pode explicar (mas nunca justificar) os desarranjos imperdoáveis da literatura técnica denunciados na postagem de ontem.
Se quiserem o respeito do mercado, eles terão de partir para algo mais elevado do que simplesmente cuidar da aparência e padronização das concessionárias (que aliás, foi inaugurada muito recentemente e está impecável, tanto na estrutura quanto no atendimento).
O fundamental para a marca é não cair nos erros do passado, tanto da j. toledo quanto de outras concessionárias de outras marcas.
As motos são bonitas, são boas, as concessionárias estão muito bacanas...
Mas se as motos continuarem a ser maltratadas com pouco óleo, se os manuais continuarem a dar informações incorretas (e mal escritas), se os seus mecânicos não receberem um treinamento digno do nome — nada mudará daquilo que todos estamos fartos de ver nesse mercado.
Hoje paro por aqui, amanhã finalizo esse assunto com uma hipótese interessante para discussão.
Um abraço a todos, inclusive ao pessoal da concessionária, mas não aos responsáveis por tudo isso que critiquei aqui,
Jefferson
É um óleo super hiper comum, e você NUNCA precisará procurar alternativas para ele.
Você nem sequer olhará para a tabela.
Como resultado, você NUNCA perceberá que pode e deve adaptar a viscosidade em função da temperatura porque a haojue distorceu a finalidade da tabela na tentativa de esconder essa informação de você. Bela trollagem... bela trollagem... ainda bem que você leu a denúncia aqui no blog e não vai cair nessa.
A pegadinha que não aconteceu:
Teria a Chopper Road a gravação do óleo recomendado 10W-40 na tampa de abastecimento que nem a Intruder?
Como a Chopper Road / RC 150 é fabricada na mesma fábrica chinesa, eu imaginei que ela também iria trazer gravado 10W-40 na tampa da vareta medidora.
Então segunda-feira de manhã fui conferir na concessionária local... e para minha surpresa, a tampa não tem nada gravado!
Ela não induz a usar um óleo de viscosidade errada como as tampas de óleo das suzuki.
Aliás, a medição do nível é exclusivamente por vareta, a Chopper Road não tem visor de nível de óleo.
Então desse pecado a haojue se livrou — mas o viés para a viscosidade inadequada está escancarado no manual.
De qualquer forma, foi proveitoso ir até a concessionária local para ver a moto de perto.
A Chopper Road é mais bonita ao vivo do que nas fotos, é tão bem acabada quanto a Intruder, e posso dizer que agora tem alguns detalhes superiores (como o freio traseiro a disco combinado, e as mangueiras de freio de malha de aço revestidas).
Em compensação, cortaram o corta-corrente...
Perguntei sobre o óleo recomendado para as motos, e pelo menos naquela concessionária o pessoal está usando exclusivamente o óleo 20W-50, menos mal. Ponto para a concessionária, agora precisa ver se o restante da rede fará a mesma coisa...
Aproveitei para tirar as dúvidas sobre aquela parada jta / jtz — e ambas fazem parte do grupo j. toledo, uma não irá substituir a outra.
Segundo falaram, a suzuki está deixando de comercializar apenas as motos de baixa cilindrada com sua marca, vai ficar só com as grandalhonas.
Então a jtz é o braço que cuida exclusivamente das motos da haojue e motonetas da kymco, enquanto a jta continua cuidando apenas das motocicletas da suzuki.
Parece que a j. toledo está passando por uma grande reestruturação, o que pode explicar (mas nunca justificar) os desarranjos imperdoáveis da literatura técnica denunciados na postagem de ontem.
Se quiserem o respeito do mercado, eles terão de partir para algo mais elevado do que simplesmente cuidar da aparência e padronização das concessionárias (que aliás, foi inaugurada muito recentemente e está impecável, tanto na estrutura quanto no atendimento).
O fundamental para a marca é não cair nos erros do passado, tanto da j. toledo quanto de outras concessionárias de outras marcas.
As motos são bonitas, são boas, as concessionárias estão muito bacanas...
Mas se as motos continuarem a ser maltratadas com pouco óleo, se os manuais continuarem a dar informações incorretas (e mal escritas), se os seus mecânicos não receberem um treinamento digno do nome — nada mudará daquilo que todos estamos fartos de ver nesse mercado.
Hoje paro por aqui, amanhã finalizo esse assunto com uma hipótese interessante para discussão.
Um abraço a todos, inclusive ao pessoal da concessionária, mas não aos responsáveis por tudo isso que critiquei aqui,
Jefferson
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