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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O festival de recalls automotivos que assola o Brasil

Você pode até ficar surpreso (OHHH!!!), mas não precisamos buscar exemplos nos EUA ou no resto do mundo para falar de recall. 

Praticamente toda semana sai uma notícia nova na mídia tupiniquim.

Estes dois recalls aí embaixo são bem atuais.

São os mais recentes por falha de projeto. Até o momento desta publicação.


Já o recall por risco de incêndio dos hyundai HB 20 é do penúltimo dia do ano passado, então vou contar como sendo deste ano. 
Imagem e divulgação: http://g1.globo.com/carros/noticia/2016/12/hyundai-hb20-e-chamado-para-recall-por-risco-de-incendio.html

É bem capaz de ter passado batido no meio das festas e férias de ano novo. 

Por que será que lembrei do recall dos gm Fiero na véspera das festas natalinas? 

Ou do recall das Indian no finalzinho do ano passado?

Pois é, que coincidência, né? 

Defeitos graves parece que preferem ser comunicados ao público em épocas de festa...

E enquanto revisava a postagem tive que atualizar com mais este recall aqui:

Veja que não é um daqueles recalls semanais por airbag assassino que você vê todo santo dia! 

O caso da mercedes-benz é uma falha de programação do módulo eletrônico.

A central eletrônica não se entende com um sensor e o airbag pode deixar de funcionar na hora da pancada... Será que lançaram o carro sem testar o suficiente essa bagaça?

E falando em airbag, não posso deixar de comentar os recalls semanais por "airbag mortal" que atingem todas as montadoras...

Afinal, é apenasmente o maior recall da história mundial e quiçá da galáxia depois daquele caso do duto de ventilação da primeira estrela da morte.
A segunda e a terceira não tiveram recall porque uma foi o Palpatine que não fez o amaciamento e a outra foi vacilo da capitã Phasma.

Afinal, são cinquenta e três milhões de veículos entre carros e motos (Gold Wing, para variar) no mundo todo...

Lendo os jornais você pensa que a culpa é da takata, que fabricou os airbags, e as montadoras não tiveram participação nisso, né?

Errou:
Reportagem: 

Olha a gm aí de novo, geeente!

Esse caso da takata merece uma postagem exclusiva... está a caminho, mas não agora.

A atitude que resultou no escândalo da takata é um caso muito parecido com o que ocorreu com a firestone e os pneus do ford Explorer que eu comentei em outra postagem.


Outra montadora que cometeu os mesmos erros que uma montadora de motos foi a volkswagen.

Ela teve o "mérito" de adotar o famoso óleo sintético de viscosidade inferior à recomendada para a temperatura do Brasil antes da honda. 

Mas já falei sobre isso na postagem Olha só quem se ferrou com óleo sintético menos viscoso!, então não vou entrar no assunto de novo. Só para ilustrar:

E a vw não poderia estar de fora da lista de recalls nacionais de veículos recém lançados...

Não é de hoje que a vw — e as outras montadoras — dão um tiro no pé — dos consumidores — e saem de cena de fininho, assobiando com as mãos nos bolsos.

É que estou falando de recall aqui no Brasil, mas procure por recall vw fire (fogo, incêndio) no google que você encontra casos nos EUA em 2008, em 2010em 2011, um recall voluntário em 2014, em 2015 e dois recalls obrigatórios em 2016, sendo um em abril e outro em outubro.

Não resisti... esse modelo veio para o Brasil também.

O vw Passat americano não tem uma fama muito boa lá nos States — aliás, a vw coleciona recalls por lá — assim como ford, gm....

A fiat não podia ficar de fora tanto lá como aqui. 

Aliás, o que tem de recall da fiat principalmente por causa dos carrões fabricados nos EUA pela antiga chrysler não é brincadeira... são muitos e muitos. 

Vou comentar somente este, a tampa estética do motor (aquela cobertura colocada embaixo do capô para não permitir que o proprietário identifique pequenos problemas de vazamento de fluidos ou mau contato elétrico e seja obrigado a recorrer à concessionária) se solta e encosta no catalisador, derrete e pega fogo... custava ter feito a coisa bem feita? Sim, custaria uns 20 reais a mais...

Nem vou falar do problema do câmbio automatizado da fiat que afetou quase toda a linha... quanto mais detalhes tecnológicos, maiores as chances de falha.

Para que um sistema automático funcione, TODOS os componentes precisam estar funcionando perfeitamente — basta que uma grampola pife para criar uma situação potencialmente muito grave a 100 km/h. Essa é minha bronca com a automação de coisas que não precisariam ser automatizadas.

O mesmo problema de fragilidade de material que vimos no recall do eixo traseiro lá de cima acontece também com os Grand Siena e Fiorino da fiat...
Imagem e divulgação: http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/07/fiat-convoca-recall-para-62-mil-unidades-de-grand-siena-e-fiorino.html

Por filosofia de projeto prevendo economia de material e fator de segurança inadequado no projeto, a base da coluna de direção pode trincar e se soltar — e você fica com o volante na mão que nem um bobão. Por pouco tempo, dependendo da velocidade o sofrimento e o arrependimento acabam rápido.

renault, ainda não falei da renault, renault também pode perder a direção...
Imagem e divulgação: http://www.car.blog.br/2016/01/recall-renault-sandero-e-logan-podem.html

Outra fragilidade de componente que pode se romper e te deixar com o volante na mão.

Já imaginou que legal, você no meio da rodovia, vem a curva, você gira o volante e o carro segue reto?

Para não ficar atrás, os peugeot podem perder o servofreio...
Reportagem: http://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2016/09/peugeot-convoca-recall-dos-modelos-308-e-408-por-falha-no-sistema-de-freios.html

Aí você calcula a força no freio para parar antes do problema, descobre que o pedal ficou duro e o carro não está parando como devia e enche a lata do carro na frente.

Tem que pagar o prejuízo do outro cara e ainda brigar para ser indenizado porque não há prova de que você não foi imprudente...

Carro perdendo o volante, carro perdendo freio... 

Depois falam que motocicleta é perigosa... ops, esqueci das motos que também perdem o freio.

Ainda falta falar das montadoras de carros japonesas... mas o que eu encontrei é tão interessante que pede postagem especial.

Mas eu cansei de escrever por enquanto e você cansou de ler.

É interessante notar como a percepção de que a qualidade vem caindo em níveis assustadores a cada ano já existia em 2014.

Naquele ano o blogueiro Thiago Padilha já se assustava com a quantidade crescente de recalls e chegava às mesmas conclusões...
Blog Carro para usar: http://carroparausar.blogspot.com.br/2014/01/recall-o-que-era-excecao-esta-virando.html

E dava uma lista de exemplos.

Compare os casos de 2014 com as listas mais recentes para ver como a coisa piorou muito:

Aqui estão os links para as reportagens do g1 com a lista de todos os recalls de automóveis nacionais de 2015 e a lista de todos os recalls de carros nacionais de 2016 — verifique o show de horrores você mesmo.


E uma pesquisa em 2017 prova que o volume de recalls aumenta de um ano para outro...


Cada vez mais as empresas erram, se precipitam e lançam máquinas e equipamentos sem um projeto adequado, sem testar devidamente, sem tomar os devidos cuidados na produção, sem monitorar devidamente a qualidade.

Tudo isso para economizar míseras merrecas em cada unidade — e/ou induzir o proprietário a trocar rápido de modelo.

Mas hoje va
mos parar por aqui.

Na postagem de amanhã vou voltar a falar de coisas que a gente trata normalmente aqui no blog — recalls mundiais de motocicletas de todas as marcas.

Tem cada recall por motivo esdrúxulo e mortal que você não acredita...

Até lá,

Jeff

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

As montadoras de automóveis cometendo os mesmos erros que as fabricantes de motocicletas

Você pensa que problemas como aquele alegado de cavacos nas galerias de óleo do novo motor da harley-davidson falado na postagem de ontem é só "intriga da oposição"?

Acha que coisas como essas não acontecem na indústria? Engano seu.

Há muitos casos como esse registrados e documentados, e muitos outros que só ficaram sabendo as concessionárias e os donos que pagaram o mico... 

Se o problema realmente estiver acontecendo, a harley-davidson será apenas mais uma em uma longa lista.
Imagem e recall: https://motorbikewriter.com/honda-recalls-300s-engine-failure/

Não se preocupe, essa aí é a honda CB 300 vendida lá na Austrália, o motor é esfriado a água.

Recall em 2016 por travamento do motor devido a falha no controle de qualidade resultando em dano às bronzinas, rolamentos ou mancais... (Bearing pode ser traduzido como rolamento ou mancal, e bearing cap é bronzina, que às vezes é mencionada somente como bearing. O virabrequim usa mancais com bronzinas e rolamentos ou apenas rolamentos, dependendo do tipo do motor. Monocilíndricas costumam usar apenas rolamentos e motores com vários cilindros usam mancais de bronzinas. Provavelmente a CB 300 australiana usa rolamentos.)

Muito provavelmente falha de lubrificação devido a cavacos na galeria de óleo, porque se fosse outro problema dificilmente o motor sairia da fábrica — pifaria no teste por lá mesmo.

Essa praga de recalls por falhas extremamente graves em veículos novos das montadoras não ataca apenas as fabricantes de motos.

É verdade que nas motocicletas os usuários correm maior risco de acidentes graves potencialmente fatais.

Mas na indústria de automóveis as situações de grande risco à vida e mesmo mortes não faltam.

E a lista de exemplos notáveis também abunda. Nossa, infelizmente. 
Imagem e reportagem: http://www.usatoday.com/story/money/cars/2015/09/25/hyundai-recalls-sonata-engine-problem/72797502/

A hyundai dos EUA teve esse recall em 2015 de 470 mil carros com cavacos esquecidos dentro do bloco do motor antes da montagem. quase 100 mil por falha na luz do freio.

E em 2016 a concorrente coreana kia estava para receber uma ação judicial também nos States exigindo recall — exatamente pelo mesmo problema:
Imagem e reportagem: https://topclassactions.com/lawsuit-settlements/lawsuit-news/337085-kia-class-action-lawsuit-targets-engine-oil-defect/

A general motors também deu uma vistosa contribuição para evidenciar a gravidade do problema.

Você soube dos motores V8 de 8,3 litros dos novos chevrolet Corvette Z06 2015 estourando de rachar o bloco com menos de 1.500 km?


Imagine você no primeiro passeio com seu Corvette zero km, ainda amaciando o motor...

A 137 km/h — porque ainda está amaciando e você está pisando leve andando na velocidade máxima permitida naquela região do Texas — o motorzão de 659 hp explode. Faz BOOM-klank-klank-klank.

Olha que coisa linda... perda total do motor antes da primeira revisão por causa de um descuido escabroso na linha de produção:


Não fez o básico do básico...

Cavacos de usinagem não removidos do interior do bloco foram parar na galeria ou filtro de entrada da bomba de óleo e bloquearam a lubrificação das bronzinas — causando travamento do motor e risco de acidente. 

É o mesmo problema que tivemos notícia de estar acontecendo com os motores da nissan e kia... e possivelmente com os da honda e harley-davidson...

A reportagem mostra um aspecto pitoresco da maneira como as empresas tratam o assunto:

Conforme é relatado ali, a chevrolet diz que isso afetou menos de 1% dos 9.000 veículos produzidos.
E isso causou o estouro de 1 em cada 3 dos motores dos carros entregues aos clientes até a data da divulgação da solução do problema.

Eita conta que não fecha... depois de todos os 9 mil carros entregues, mantida a proporção, não seriam 33%?
E será que nos carros entregues restantes os problemas simplesmente ainda não haviam dado as caras?

Ou ocorreram de maneira menos danosa?

Afinal, quantos carros foram afetados de verdade?

Sem dúvida, o raciocínio de quem "explicou" a taxa de defeitos é difícil de entender.

Mas de qualquer forma, dizer que foi menos de 1% dos carros já entregues fica bem melhor na fita, né?
1% é um número irrisório, quase desprezível.

A menos que você esteja a 137 km/h lá no Texas e o motor do seu carro estoure espalhando óleo e fazendo você rodar na pista e dar de cara com um mercedão. Ou um Mack.

A mais que centenária gm começou com gente que já construía carros em 1899, foi oficializada como general motors entre 1908 e 1916 e agregou várias outras montadoras já antigas em 1930.

Essas montadoras unidas eram a Buick, Oldsmobile, Chevrolet, Cadillac, Oakland/Pontiac — anote esse nome — a canadense McLaughlin, a australiana Holden e a tradicionalíssima alemã Opel que ficaram abrigadas sob o guarda-chuva da maior das montadoras originais, a General Motors. Depois vieram outras.

A gm quebrou financeiramente em 2008 tropeçando nos problemas criados por ela mesma e "renasceu" em 2009 afirmando estar livre dos erros da antiga gestão.

Experiência de produção é o que não falta.

Apesar de tudo isso e talvez por causa desse rejuvenescimento pós-falência, nesta década a gm reincidiu em cometer os erros mais idiotas do mundo.

Não foi só o Corvette.

Teve também o caso das bielas que "escaparam do controle de qualidade" dos modelos Maliboom Malibu 2014 recém lançados na terra do seu não meu tio trump — e para o qual a gm não convocou recall.

Se três carros não apresentassem simultaneamente o problema nas mãos dos editores do blog especializado Car and Driver, ninguém ficava sabendo da história dos outros trinta e sabe lá quantos mais.

Essa maneira de lidar com os defeitos escondendo os fatos do público para evitar prejudicar as vendas — mesmo que sua divulgação pudesse evitar mortes — não é exclusividade da general motors.

É uma prática geral na indústria de carros, motos e outros produtos para uso público.

Mas acredite ou não, esses ainda não foram os casos mais patéticos da indústria.

Amanhã finalmente eu conto a incrível história do carro que pegava fogo porque saía de fábrica e das revisões de concessionária sem óleo suficiente para o bom funcionamento do motor.

Que nem uma certa moto que eu conheço. Né, Jezebel?

Um abraço,

Jeff