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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Ora, ora... novas motos da harley-davidson agora com novo chassi 65% mais rígido... por que será, né?

A harley lançou a nova linha 2018 da série Softail e olha só a grande novidade destacada:
Imagem e press-release: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/harley-davidson-faz-barca-de-lancamentos-2018-veja-fotos.ghtml

"Novo chassi 65% mais rígido que seu antecessor" é a maneira menos feia de dizer que o chassi anterior é 40% mais fraco.

Entenda "fraco" no sentido de "menos rígido" — o chassi anterior é 40% menos rígido.

Sabe aquele papo "em time que está ganhando não se mexe"?

Pois é, parece que alguém do time lá de Wisconsin não ia muito bem das pernas e foi substituído...

Todo mundo achando que o chassi antigo das Harleys já seria satisfatório em termos de rigidez... e estava todo mundo enganado.

O chassi poderia ter sido muito melhor, e há muito tempo.

A engenharia reprojetou o chassi para obter maior rigidez, e o marketing está enfatizando essa melhoria surpreendente — 65% é um ganho de rigidez e tanto. 

Surpreendente que puderam melhorar tanto assim um projeto que supostamente já deveria estar perto da perfeição.

Esse ganho de 65% é a prova clara de que o chassi não estava nem perto da perfeição.

As motos eram vendidas como sendo o suprassumo da tecnologia da harley, mas não eram... havia margem para melhorar 65%.

Isso me faz pensar (é raro, mas de vez em quando acontece):

Parece que minha teoria na postagem anterior passou bem perto da realidade...

Lá eu levantei a hipótese de que os quadros da harley não seriam suficientemente rígidos para aguentar o enorme peso do motor em pequenos tombos... 

... se deformando a cada queda do mesmo jeito que a minha primeira moto, minha não tão saudosa honda CG 1978...

... causando o desalinhamento das rodas alertado pelo Chuck da Classic Cycles...

... e segundo ele, essa seria a causa da mania das Harleys apresentarem o famoso "balanço da morte" (death wobble).

Se você não conhece a história, a postagem é esta aqui:
Postagem completa: https://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2017/08/harleys-e-sua-tendencia-mortal-de-sair.html

Juro que quando escrevi a postagem da semana passada eu não sabia que a harley estava para lançar novas motos nesta semana.

E também não fazia a menor ideia de que os engenheiros lá de Milaseu Milwaukee (Заднее столкновение corretor ortográfico!!!) estavam preocupados em reforçar o quadro dessas motos...

Parece que minha suposição inicial de que os quadros das Harley poderiam ter problemas de desalinhamento originais de fábrica não se confirmou, mas a realidade é muito pior.

A própria fábrica admite que os quadros não eram tão resistentes quanto os novos da linha 2018 — portanto, os quadros anteriores são muito mais vulneráveis a problemas de desalinhamento.

E de rigidez estrutural.

Agora tudo faz sentido.

São justamente as motos equipadas com os quadros 'ainda não 65% mais rígidos' que apresentam o death wobble. 

Falta de rigidez quer dizer tendência a se deformar e a desalinhar as rodas, causando instabilidade — como aquela moto testada e reprovada pela polícia rodoviária da Califórnia:


Reforçar o chassi para eliminar esse problema é uma coisa lógica.

Isso irá evitar que o quadro atue como uma mola, desalinhando as rodas temporariamente — e entre em ressonância fazendo a moto rebolar que nem uma doida.

Pelo menos, terá a tendência de entrar em ressonância apenas em velocidades maiores, é o mesmo princípio usado para afinar as cordas do violão.

Também evitará que o chassi se deforme por qualquer tombo besta e fique com as rodas desalinhadas.

Suspeito que um 'chassi ainda não 65% mais rígido' — ou 40% mais fraco em relação ao novo chassi — seja capaz de se deformar permanentemente até sem levar um tombo besta...

Deformação elástica é aquela que o objeto deformado retorna à forma original depois que o esforço aplicado é eliminado.

Deformação plástica é aquela que permanece depois que o esforço excessivo é eliminado.

Note que a capacidade de resistir ao esforço depende somente da rigidez e resistência mecânica desse objeto.

Um objeto que se deforma elasticamente está a um passo de se deformar permanentemente, basta ultrapassar seu limite de resistência física. 

Existe um limite para a deformação elástica — passou desse limite de esforço, ela vira uma deformação plástica, permanente.

Um pequeno esforço acima desse limite faz a diferença — é a gota que transborda o copo — e o resultado é a deformação plástica permanente do chassi da motocicleta.

Tipo aquela que você coloca duas réguas e descobre que suas rodas estão desalinhadas porque seu chassi se deformou, apesar de você nunca ter caído com sua moto.

Que segundo o Chuck da Classic Cycles, pode induzir o balanço da morte death wobble.

Então "é fresquinho porque vende mais, ou vende mais porque é fresquinho"?

A moto oscila porque o quadro se deforma, ou o quadro se deforma porque a moto oscila porque ele é fraco para aguentar?

Mas é claro que, se a má fama das Harleys foi causada pela fraqueza dos quadros anteriores, a fabricante nunca irá convocar um recall de seus "antecessores".

Já imaginou o prejuízo?

Quem caiu, caiu. Quem ainda cair, azar.

Azar dos ocupantes, não da fábrica.

Para eles, death wobble não é defeito, é "feature".

A culpa é sempre do piloto, nunca das fabricantes.

Qualquer semelhança entre esse reforço dos quadros das H-D modelos 2018 e o reforço dos quadros das dafra Kansas com o lançamento do modelo 2010 — SEM CONVOCAR RECALL DAS MOTOS ANTERIORES — é só uma coincidência, claro.

Não dá para comparar a qualidade de uma com a outra.

Só dá para comparar o método, que é comum a todas as fabricantes.

Novos modelos resolvem problemas dos anteriores, e os proprietários... 

Bem, os proprietários nunca descobrem o que está por trás dos press-releases de divulgação das empresas que enfatizam apenas o lado bom da coisa, e fica tudo por isso mesmo.

Os fatos estão aí, a moto é sua, tire a conclusão que quiser.

Você que se cuide, seja qual for a sua moto, porque você sempre estará sozinho em cima dela.

No máximo, com sua garupa — e a responsabilidade pela vida dela será somente sua.

Aprenda a ver o mundo com outros olhos, batalhe por sua segurança, porque para o marketing e o mercado você é apenas um 'consumer'.

No Brasil "consumer" é traduzido como "cliente", mas ao pé da letra, "consumer" é apenas "consumidor".

Boa sorte com sua moto de qualquer marca,

Jeff

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Tabela da mobil que prova a fraude contra os proprietários

Esta tabela publicada pela mobil é a prova cabal da fraude cometida por fabricantes contra seus clientes — no mínimo, de duas delas.

A mobil teve a melhor das boas intenções, coitadinha, mas foi ingênua de acreditar no que as fabricantes falam... tsc, tsc.

Quem mandou não conferir antes de assinar a tabela, né?

Nesta imagem eu selecionei dois modelos praticamente idênticos em termos de motor, a dafra Kansas 150 e a kasinski Mirage 150:

A fabricante original das duas motos é a chinesa zongshen, que tentou entrar no Brasil comprando e usando a marca da rede kasinski.

Duas motos usando praticamente o mesmo motor, exceto pequenos detalhes (veja as postagens comparativas O jogo das diferenças - parte 1 e parte 2).

Você notou as incoerências?

Eu amplio para você ver:

A dafra recomenda o uso de apenas 1,0 litro de óleo e não especifica quantidade quando da troca do filtro.

Já a zongshen kasinski, que é a mãe das duas crianças, não tem desculpa para errar, certo?

Mas ela também recomenda o uso de 1,0 litro de óleo, e 1,4 litro de óleo apenas nas trocas de óleo com troca do filtro.

Detalhe interessante:

NENHUMA DESSAS MOTOS TEM FILTRO PARA SER TROCADO.

Ambas usam filtro de óleo centrífugo, igual à CG.

A quantidade de óleo na troca é sempre a mesma nas duas motos.

E como sou proprietário de uma Kansas, posso afirmar sem nenhuma dúvida:

A dafra mente quando afirma que é apenas 1,0 litro de óleo, o correto para chegar ao nível recomendado na Kansas 150 é 1,4 litro — sempre.

A zongshen kasinski mentiu (porque saiu do mercado) quando afirmou que é apenas 1,0 litro de óleo, o correto para chegar ao nível recomendado na Mirage 150 é 1,4 litro — sempre.

Nem preciso dizer que a zongshen kasinski mentiu e mentiu feio quando disse que 1,4 litro de óleo é somente na troca do filtro — em uma moto que não usa filtro descartável.

E a mobil, coitada, acabou se tornando responsável pela divulgação de uma tabela com erros grosseiros perpetrados pelas fabricantes...

Você proprietário notou outra coisa?

O mesmo óleo que a dafra recomenda para troca a cada 1.000 1.500 km, a zongshen kasinski recomendou para 3.000 km.

Motores idênticos, mesmo regime de trabalho, mesma tecnologia, e o mesmo óleo dura três duas vezes mais em uma do que na outra...

Alguém está soltando uma mentira deslavada... e por incrível que pareça, desta vez não é a dafra.

Ops, não se pode elogiar... só vi agora. 

A dafra recomenda o uso para 1.500 km e não 1.000 km, como eu havia dito. 

Mas o fato é que o motorzinho sofre quando o óleo chega a 1.200 km até com motul, não dá para passar de 1.000 km com óleo mineral não...

mobil, vocês que entendem do assunto, expliquem essa pra gente...

Vocês concordaram com esse critério diferente para dois motores praticamente idênticos da mesma fabricante, mas com montadoras diferentes?

Mas quem entende de óleo não são vocês, dona mobil?

Como é que a senhora não alertou a kasinski que 3.000 km para óleo mineral não dava não, dona mobil?

O problema, dona mobil, é que alguém está mentindo e a senhora está assinando embaixo...

Isso acaba pegando muito mal para a senhora, dona mobil.

Afinal, é o seu nome que aparece com destaque na foto:

Dona mobil, se eu fosse a senhora, processava essas fabricantes que fornecem informações enganadoras em seus manuais de proprietário...

Senão a senhora e o seu óleo é que vão acabar levando a culpa, dona mobil...

Aliás, se eu fosse a mobil faria uma conferência em todos os modelos de todas as fabricantes e comprovaria que todas elas fazem isso, dona mobil.

Indicam uma quantidade que não é suficiente, causando prejuízo aos proprietários.

E processava todo mundo, porque o pessoal acaba colocando menos óleo do que deve — conforme a tabela da mobil — e depois acaba falando mal do seu óleo, dona mobil...

A mobil processando todas as fabricantes seria um espetáculo e tanto...
Imagem: http://pixar.wikia.com/wiki/Flaming_Death

Um abraço,
Jeff

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O outro recall por risco de incêndio e o recall por falha do freio que você também não ficou sabendo

Continuando o assunto de ontem:

Por acaso você já tinha ouvido falar ou lido alguma coisa a respeito daquele recall das indian Chief Classic, Chief Dark Horse, Vintage, Chieftain, Chieftain Dark Horse, Springfield e Roadmaster na imprensa brasileira?

Nem uma palavrinha, né? Palavrinha nenhuma. É, eu costumava dormir nas aulas do professor Pasquale. Culpa dele.


Até a data da publicação desta postagem, não encontrei nem na imprensa, nem no próprio site da indian no Brasil e nem no site do clube de proprietários de motos Indian qualquer informação a respeito desse recall tão importante...

Ué, mas pela lei não é obrigatório convocar recall de segurança da maneira mais ampla e abrangente possível?

É o que diz claramente o Artigo 10º do Código de Defesa do Consumidor:

Código de Defesa do Consumidor, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm Clique na figura com o botão direito para abrir ampliado em outra aba.

Resumindo, o responsável pelo produto E TAMBÉM os governantes são obrigados a fazer anúncios publicitários na imprensa, rádio e televisão alertando sobre o problema. Quaquaquá... alguém preocupado em alertar os consumidores... fabricantes e importadores de motos fazendo anúncio no rádio e na televisão para evitar que alguém morra comprando o produto deles... é raro, hein?


Quando uma empresa não faz publicidade de um recall e se limita a contatar apenas os proprietários originais, ela não atinge os proprietários de motos de segunda mão.

Sem informações, eles continuarão a usar um veículo potencialmente mortal na maior inocência.

É por isso que a lei determina o recall público e ostensivo — agir na moita é um desrespeito à lei.

Eles precisariam pagar para anunciar no rádio, tv, jornais e grande mídia na internet, mas nos próprios sites deles mesmos essa divulgação seria gratuita.

Não custaria nada, nada, nada simplesmente cumprir a lei.

E qual é mesmo o nome que se dá para o desrespeito à lei?

Que nome se dá a uma transgressão imputável da lei penal por dolo ou culpa, ação ou omissão?

Não vou dizer, porque se eu falar que o nome disso é crime, vão pensar em me processar.

Mas vão deixar de pensar rapidinho, porque eu digo isso há uns sete anos.

Já apelei ao Ministério Público Federal e até agora o pessoal da empresa responsável pela indian no Brasil não me processou.

Não me processaram porque não estou inventando nada e tudo está definido na Lei nº: 8.078/1990 no Artigo 10º e também no Artigo 64º: 
Imagem: Código de Defesa do Consumidor — Abra em outra aba que aumenta.

Acho que o Código de Defesa do Consumidor define bem o assunto:

Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:

Pena - Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.

Só para ficar bem claro, a cadeia prevista na lei não é para mim não, viu? 

É para os responsáveis por não divulgar o recall.

Aliãs...

Você ficou sabendo, ouviu falar, teve qualquer notícia dos outros dois recalls recentes da indian? 
Imagem e reportagem: http://www.moto.com.br/acontece/conteudo/indian-anuncia-recall-envolvendo-18-mil-motos-nos-eua-99033.html

Olha só, outro risco de incêndio, mas por outro motivo.


Engraçado que a reportagem brasileira diz que esse recall só afeta as motos nos EUA, né?


Vai ver que as motos que saem da mesma linha de montagem com o mesmo projeto e as mesmas peças são diferentes das que são enviadas para o Brasil e o mundo... 


Porque conforme a reportagem, o problema não está em um lote de produção, mas na programação da ECU, o módulo de controle do motor — a programação deu problema apenas lá? Difícil, hein?

Ou então vai ver que a nossa gasolina é tão ruinzinha que por aqui não tem perigo de a moto pegar fogo... Vai nessa.

Curiosamente, foi noticiado um terceiro recall que segundo o fabricante não se aplica ao Brasil:

Imagem e reportagem: https://wilsonroque.blogspot.com.br/2015/11/indian-faz-recall-de-7611-motocicletas.html

Noticiado apenas no blog do Wilson Roque e no MOTO.com.br, porque não encontrei nada na grande imprensa.

E um recall também por outro probleminha bobo, o freio traseiro pode falhar totalmente na hora em que você pisa no pedal — uma bobagenzinha, nada pra se preocupar.

Afinal, o que pode dar errado na hora em que você precisa do freio e ele não faz nada?


Diz o autor nos comentários do vídeo que a mulher dele caiu com a moto por falha do freio duas semanas depois de atender ao recall... 

Recall que foi feito lá fora também para as Scout que não estão na lista de modelos publicada no Brasil — pode ser que não tenham sido vendidas aqui, já que a vinda da indian é recente.

O autor do vídeo alega que inspecionaram e disseram que a moto deles não tinha problema e liberaram — e isso lá nos EUA / Canadá, onde recall é levado a sério, hein?


Não sei não, mas me parece que os recalls da indian não tiveram a consideração e a divulgação que mereciam aqui no Brasil.


Principalmente o Artigo 64.

Fico me perguntando o porquê...

A indian faz recall lá fora e todo mundo fica sabendo, e aqui no Brasil ninguém fala nada...

Será que isso tem alguma coisa a ver com a montagem e a comercialização dos produtos da divisão de motocicletas indian no Brasil ter sido feita pela dafra? Ih, falei o nome...
Divulgação: http://www.revistaduasrodas.com.br/site/noticia/visualizar/2085/indian_montara_cinco_modelos_no_brasil_e_planeja_mais

Você não fazia ideia de que as indian são montadas e comercializadas no Brasil pela famosa dafra?

Vai ver que é porque muito pouca gente na grande mídia deu destaque a essa informação.

Na época do lançamento ela apareceu na grande mídia numa frasezinha bem discreta quase no final da notícia, quando todo mundo já não está nem lendo mais.

Ou então noticiada bizarramente de maneira que dava a entender que apenas e unicamente o modelo Scout seria montado pela dafra:
Divulgação: https://carros.uol.com.br/motos/noticias/redacao/2015/10/25/nacional-scout-abre-portas-da-indian-no-brasil-por-r-49990.htm 

A notícia enfatizava a vinda da indian para o Brasil, mas dizia que apenas o modelo Scout seria montado pela dafra.

Por que ninguém disse que todos os modelos seriam montados e comercializados pela dafra?

Engraçado, até parece que alguém não queria que o pessoal soubesse dessa parceria indian-dafra.

Será que era para não queimar a imagem do produto?

Ué, mas porque alguém teria preconceito contra a dafra? 

Afinal, é uma empresa arrojada e criativa com tradição de dez anos no mercado e um histórico bem conhecido...

O fato é que a dafra não está por trás somente da indian — ela representa vários fabricantes mundiais.

Além da indian, ela traz ou trazia para o Brasil as motos da ducati, ktm, aprilia, tvs, zongshen, daelim, lifan, loncin, haojue... esqueci alguém?

Ah, sim. 

A dafra cedia parte das instalações para a bmw montar suas motos — mas em 2016 os alemães investiram em fábrica própria.

Seria o caso de se perguntar:

Será que esses recalls das indian com tão pouco destaque e divulgação têm alguma relação com a conhecida política de recalls da dafra?
Imagem: Lembra do grande recall que a dafra fez para a Kansas? Não lembra? Nem você, nem eu, nem ninguém. Disseram que era mau uso dos proprietários. Hondeiro, yamaheiro, suzukeiro, kawasakeiro não faz mau uso da moto, só os kanseiros.

Porque como todo mundo sabe, a dafra é recordista mundial em convocar recall para problemas em suas motos.

No caso, recorde negativo.

Se você pensou zero, nada, nicles, patavina... passou muito perto.

Encontrei quatro recalls na internet:

Em 2008 para a fixação do garfo dianteiro da Laser 150, outro em 2009 para a Super 100 para o parafuso de fixação do garfo traseiro

E teve um agora em dezembro de 2016 para as recém lançadas ktm devido ao risco de um curto-circuito no sistema de freios que pode derreter o tubo de freio, disseram eles.

Também fiquei sabendo de dois recalls brancos (não divulgados na imprensa, só foi atrás quem foi avisado por eles ou ficou sabendo), um para o rolamento de direção da Next em 2012 e outro para os magnetos do sistema de partida da Maxsym 400i em 2014.

Para trocar parafuso, magneto, rolamento e tubinho de freio a dafra faz recall... 

Mas para resolver o caso das Kansas se partindo ao meio, para começar a colocar a quantidade certa de óleo nos manuais e nas revisões evitando motor estourando na estrada, para isso ela não toma atitude nenhuma... Perguntei a Deus quando eles se emendarão e Ele não soube me dizer.

Será que o caso da falta de divulgação dos recalls das indian é mais uma vez a dafra fugindo de suas responsabilidades?

Isso explicaria esses recalls das indian não terem sido noticiados na imprensa, como manda a lei.

Afinal, a dafra nunca deu bola para detalhes insignificantes como a vida dos usuários de seus produtos.
Imagem e denúncia: http://www.revistamotoclubes.com.br/2011_05/Materia_2011_05_18_Kansas.htmhttp://www.revistamotoclubes.com.br/2011_05/Materia_2011_05_20_CurtaseGrossas.htm

Fico com essa dúvida:

Será que foi feita tão pouca divulgação dos recalls das Indian apenas porque poucas delas foram vendidas e todos os proprietários foram alertados diretamente?

Sem divulgação pública, como os proprietários de motos de segunda mão ficarão sabendo que esse recall existiu?

Eles precisam saber disso para que possam monitorar até mesmo as máquinas que passaram pelo recall a fim de detectar uma eventual recorrência do problema. 

Que garantia há que o recall tenha realmente resolvido e não apenas adiado a falha? 

Terão de aguardar um novo recall que não será anunciado publicamente?

Como fica a obrigatoriedade da divulgação determinada por lei? 

A lei não vale para a dafra?

Eles são melhores que alguém, estão acima do que as outras empresas são obrigadas a fazer?

Tenho o direito de questionar porque nada justifica a dafra se amoitar quanto ao recall das Indian.

Muito menos não fazer o recall das Kansas.

Afinal, a Kansas prova que a dafra nunca fez o recall de motos com problemas tão graves quanto esses das Indian, apesar de ter vendido dezenas de milhares de motos...

A fama da dafra a precede e ela não faz nada para melhorar. 

Fique ligado na segurança de sua moto, seja da marca que for, porque neste país tem fabricante que não está nem aí contigo — para eles, lei de defesa do consumidor é só para constar.

E recorrer às nossas autoridades pode ter resultados muito decepcionantes.

Mas esse assunto dos recalls por problemas graves da indian, polaris e outras empresas não acaba aqui não.

Se você se surpreendeu de saber que tem muita moto recém lançada no mercado com chance de pegar fogo por falha do projeto, acompanhe as próximas postagens.

Vem muita coisa cabeluda por aí de honda, yamaha, suzuki, kawasaki, bmw, harley... tem para todos os gostos.

Amanhã eu volto para falar de outro recall muito sério de outro produto de outra divisão da mesma polaris, os quadriciclos Ranger.

Você pode achar que o assunto não te interessa porque você não tem nem pretende ter um quadriciclo...

Mas te aconselho a ler porque tem muita relação com a postagem de hoje e com as de quinta, sexta e sábado que irão encerrar o assunto e amarrar todas as pontas.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O mega recall das motos da indian que você não ouviu falar

Você soube do mega recall das motos da indian?

Agora em dezembro a Indian Motorcycles convocou no mundo todo o recall de quase todas as suas motos, exceto as Scout.


São todas as motos fabricadas a partir de 2013 (já modelo 2014) caracterizadas pelo tradicional paralamão equipadas com o motorzão esfriado a ar Thunder Stroke 111 (1.820 cm3):
Imagem: http://www.indianmotorcycle.com/pt-br e http://www.indianmotorcycle.com/en-us/2016

Detalhe importante:

Todas elas foram produzidas a partir da aquisição pela canadense norte-americana Polaris e a revitalização da tradicional marca norte-americana Indian em 2013 — falarei disso nas postagens de amanhã e depois. Eu disse canadense? Não, você se enganou.
Reportagem: https://rideapart.com/articles/indian-motorcycle-issues-recall

Ficou claro?


Tirando as Scout que usam paralamas modernos e motores de menor cilindrada (1.130 cme 980 cm3) com arrefecimento líquido, o recall inclui TODAS AS MOTOS DE TODOS OS OUTROS MODELOS DA INDIAN fabricados desde 2013 (já modelos 2014) incluindo os modelos 2017.


É isso aí.


O projeto do motorzão nasceu com uma falha potencialmente mortal e que surge depois de algum tempo.


Os projetistas se esqueceram de levar em conta ou se viram obrigados a projetar um motor onde o tubo de alta pressão de combustível da injeção eletrônica passa muito rente ao motor.


Não sei se você sabe, mas o motor da motocicleta vibra, né?


Então tudo que passa encostado ou muito perto demais do motor vibrando pode acabar danificado por causa do atrito. 


Depois de muita abrasão, esfrega-esfrega e roça-roça o tubo de combustível não consegue mais conter a intensa pressão dentro dele e deixa escapar um jato potente, um esguicho interminável que deixa molhados o cabeçote quente e o 
escapamento esbraseado. Hummm... isso ficou muito estranho...

Gasolina aspergida óiquichiqui em cima do motor em funcionamento pode significar fogo no meio das pernas e nesse caso esse fogo ali não é uma boa. Não mesmo. 


Porque entre suas pernas estará o tanque de combustível doido de vontade pra explodir na sua cara — imaginou a cena?

É mais ou menos assim:
Imagem ilustrativa: delawareonline.com 
Parece uma indian, mas não é. A finada — que Odin a receba em seus manetes — é (era) uma honda Gold Wing. 
Aparentemente não é uma das 145.219 Gold Wings que foram chamadas para recall por risco de incêndio porque o problema afetava supostamente apenas o freio traseiro. Falarei mais sobre esse caso na postagem de sexta-feira.

Depois que uma motocicleta pega fogo é praticamente impossível impedir a perda total — ou evitar perder o controle da moto no meio da rodovia.

Você na estrada a 120 km/h, de repente o calorzinho vira um calorzão... bate o desespero de o tanque ameaçar pegar fogo, perder a moto sem seguro, você não pode pular fora por causa da velocidade...

Sua batata não só da perna assando e você não pode parar a moto de bate-pronto... ou então a moto bate e pronto. De todo jeito você tá na roça.

Como se vê, não prever que o combustível iria vazar mais cedo ou mais tarde foi um errinho bobo de engenheiros cujo trabalho é não cometer errinhos bobos.

Não prever espaço suficiente é uma contingência difícil de contornar porque isso é definido muito cedo no projeto.

Depois da autorização para tocar o projeto, os engenheiros precisam se virar para empacotar uma infinidade de sensores e cacarecos eletrônicos de última geração que até ontem não existiam.

Tudo atulhado naquele mesmo espaço apertado das motos de antigamente. E elas só tinham o carburador e mais nada.

A impossibilidade de os engenheiros anteciparem problemas como esse da indian tem uma explicação:


Na hora de projetar a moto na tela do computador o motor não vibra, não esquenta e nem pega fogo.

Tudo fica muito lindo no papel e na telinha.

Mas no mundo real o bicho pega, e pega pra valer.


Faz muita falta no mercado aquele bom professor de Projetos Industriais que 
logo no primeiro dia de aula orientava seus alunos sobre os cuidados com a dilatação térmica, a vibração e a fadiga dos componentes mecânicos... Obrigado, meus mestres!

E nem sempre é possível conciliar interesses conflitantes — o motor tem que caber naquele espaço senão será necessário alterar o quadro, o que atrasaria o lançamento, daria um baita prejuízo, deixaria os acionistas insatisfeitos, cabeças rolariam.


Problemas como esse não são inéditos na indústria de motocicletas, que o digam os proprietários de kasinski hyosung Comet e Mirage 250 e suas mangueiras de combustível...

Acontece quase a mesma coisa, mas o atrito é com o quadro a caixa de ar e a gasolina escorre por ele — que eu saiba nenhuma Comet ou Mirage pegou fogo por causa disso e a kasinski nunca fez o recall.


Você encontra os detalhes e fotos desse problema das Mirage na postagem do blog do Vinícius: Leão e Sua Moto, O Primeiro Charme de Agnes.

O assunto está bom, mas a postagem ficou muito longa, então vou continuar amanhã com os outros recalls da dafra indian que você também não ouviu falar.

Até lá e um abraço,

Jeff