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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Carta às montadoras — parte final

Poxa, donas fabricantes, o pessoal já dá um duro danado para conseguir comprar as motos simplezinhas mais caras do mundo...

E ainda tem que morrer com a grana da retífica depois de apenas 50–60 mil km, e até menos?

Imagem: http://www.kibando.com.br/tag/burro/

É de virar a cabeça...

Por que os motores de motos fabricadas pelas distintas senhoras, tão famosas pela tecnologia e qualidade, duram tão pouco?

Um motor bem cuidado passa brincando dos 150 mil km sem fazer retífica... conheço gente que chegou a 180 mil, e até um motoqueiro de Goiânia que chegou a 300 mil km... sem fazer o motor...

Em compensação esse óleo novo bom pra chuchu que andaram recomendando por aí porque era melhor, durava mais e protegia ainda mais o motor... nem vou falar nada.
Comentários sobre o lançamento do óleo 10W-30 no blog Motociclando: https://motociclando.wordpress.com/2011/01/13/o-casamento-esta-chegando-ao-fim/

As senhoras não acham estranho que nas motos de antigamente sem essas modernices os motores duravam muito mais?

Será que esse enganozinho das suas concessionárias que só colocam uma merreca de óleo, em vez de fazer o que as senhoras mandam, será que isso não está ajudando a acabar com a durabilidade dos motores?

Tenham dó dos clientes, donas fabricantes... os motores das motos poderiam durar três vezes o que duram hoje, sem poluir e sem pedir retífica...

Isso sim seria ecológico. Gerar sucata antes da hora é um desrespeito com a natureza.

As senhoras falam tanto em preocupação com o respeito ao meio ambiente... não seria bacana fazer esses motores durarem o tempo que realmente poderiam durar?

Afinal, as senhoras falam nas propagandas que colocam o máximo de qualidade e tecnologia à disposição dos clientes...

Que qualidade e tecnologia são essas que estão deixando todo mundo irritado com as motos novas fumando e fundindo o motor?

Algumas muitas até trincando o cabeçote...

Ah, falando em moto fazendo fumaça...

Sabe, parece meio que totalmente hipócrita falar em respeito à natureza, reduzir emissões de poluentes — e não fazer uma coisa tão simples como colocar a quantidade certa de óleo.

Eu sei que as senhoras seriam incapazes de falar uma coisa e fazer outra — então seria bom cobrar isso das suas concessionárias para os nossos motores durarem mais, gerarem menos sucata e preservar o ar que respiramos....

Donas fabricantes de motos, mais uma pergunta:

As senhoras investem tanta grana em propagandas bonitas e reportagens pagas nas revistas especializadas, porque não vêm a público utilizando uma fração dessa verba para esclarecer esses fatos tão importantes para tanta gente de uma vez por todas?

Para não deixar a coisa feia como está ficando para as senhoras, vocês bem que podiam fazer uma campanha na televisão e revistas, tipo um recall do bem...

Aí iam ensinar pra todo mundo como se mede o nível de óleo do jeito certo — ligando e desligando o motor — e como é importante completar o nível, deixando bem claro que não adianta colocar apenas a quantidade recomendada.

Aliás, melhor ainda:

Por que já não dizem a quantidade certa logo de uma vez?

Aí ninguém ia estragar o motor tão rápido!

Nenhum proprietário ia ter prejuízo nem correr risco de vida por travamento do motor em alta velocidade.

Porque tem gente que se bitola nessa quantidade errada que as senhoras informam e não atenta em completar o nível...

Tem gente que confia na qualidade do serviço das concessionárias e não confere o nível de óleo... se confere, confere do jeito errado ensinado pelo seu pessoal...

E na hora em que o motor abre o bico, seu pessoal diz que "a culpa é do cliente" e negam a garantia... coisa feia.

Tem até cliente que fica na dúvida quanto ao nível de óleo e pergunta para os seus vendedores, e eles dizem que "não pode colocar uma gota a mais do que a quantidade recomendada"... 

Pois é, donas montadoras... seu pessoal fala que é isso que as senhoras mandam fazer... eles estão falando a verdade, donas montadoras?

Eles juram de pé junto que fizeram treinamento da fábrica. E se alguém contesta, eles perguntam se a gente "por acaso sabe mais do que o fabricante"...

Desculpem dizer, donas montadoras, mas esse pessoal ou é muito mentiroso ou é muito mal treinado.

Eu não sei mais do que ninguém, mas sei ler o manual e sei que não é isso que está escrito lá... 

Então porque as senhoras montadoras deixam seus representantes diretos junto ao público fazerem essas besteiras com nossas motos?

Por que as senhoras deixam eles falarem essas mentiras pra gente sem receber nenhuma punição, donas montadoras?

Por que há anos isso é denunciado e ninguém toma uma atitude, donas montadoras?

Poxa, se eu não soubesse que as senhoras são tão respeitáveis, eu me atreveria a pensar que são coniventes com isso... misericórdia, cruz credo pensar uma bobagem dessas, né mesmo? 

Sabe, donas fabricantes... é tanta gente que diz que leu o manual e não entendeu que tem que colocar mais óleo do que a quantidade recomendada...

É tanta gente que não entende os manuais de proprietário que eu chego à conclusão de que os manuais das senhoras são muito mal escritos e acabam induzindo as pessoas a não fazer a medição e a troca do jeito certo.

Seu material de treinamento deve ser tão mal escrito quanto, porque até os vendedores e mecânicos que fazem o treinamento e recebem certificado da fábrica não entendem... 

E eles acabam enganando os clientes — sem querer, claro — porque senão seria safadeza, e Deus me livre pensar tal coisa vinda da parte das senhoras ou de seus representantes oficiais.

Eliminar esses mal entendidos seria bom para todo mundo, donas fabricantes.

Bom, talvez menos para as senhoras, né, que vão demorar um pouquinho mais para vender peças de reposição.

E o pessoal vai rodar mais tempo com as motos antes de pensar em trocar por uma nova.

Mas em compensação, muita gente não vai travar o motor no meio da BR, correndo o risco de ser atropelado, olha só que coisa boa!

E também não vão ficar pifados no meio da estrada falando das senhoras aquelas coisas feias que, nossa, nem quero lembrar.

Me despeço na esperança de ver essas perguntas respondidas um dia talvez quem sabe, porque sou brasileiro e não desisto nunca.

Vou continuar metendo os cascos martelando estas teclas e cravando essas perguntas até o pessoal começar a agir com seriedade e acabar com essa leviandade no trato com os consumidores.

Até a próxima carta,

Jeff

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Carta às montadoras — segunda parte

Continuando nossa conversa de ontem:

Vejam distintas senhoras fabricantes, não estou dizendo que essa prática de colocar menos óleo que o recomendado e ensinar os clientes a medirem o nível de óleo de maneira errada seja intencional da parte das digníssimas empresas profissionais de reputação ilibada.
Imagem: http://www.kibando.com.br/tag/burro/

É que infelizmente todo mundo cai nesse erro, e eu acho que as senhoras deviam se preocupar em ensinar a coisa certa, tanto para seus vendedores, quanto para seus mecânicos, para os clientes... os donos das concessionárias...

Afinal, a palavra das senhoras tem muito peso, sabiam?

Os clientes levam muito a sério as informações dadas pelas senhoras.

É que infelizmente, parece que os manuais se preocupam mais em dizer uma quantidade insuficiente de óleo — a dona suzuki até grava na carcaça do motor essa quantidade errada!

As senhoras deviam se preocupar mais em deixar claro para todo mundo que para medir o nível precisa ligar e desligar o motor antes de completar até atingir o máximo da vareta/visor...

E cobrar dos seus funcionários para fazerem a coisa certa...

Eles não estão fazendo o que as senhoras mandam fazer e estão entregando as motos para os clientes praticamente sem óleo — pelo menos a imensa maioria das que encontrei até agora.

Puxa, donas fabricantes... isso acontece há anos, e as senhoras até agora não perceberam?

O povo é normal que não perceba, porque na hora em que reclamam que o motor não dura nada, o pessoal das concessionárias fala que "moto é assim mesmo"...

Na hora em que reclamam que o câmbio está duro e o motor está barulhento, o pessoal das concessionárias fala que "esse modelo é assim mesmo"...

Na hora em que os motores começam a pipocar um atrás do outro, os funcionários preenchem um relatório e as senhoras nem desconfiam que o problema está nascendo dentro da própria concessionária...

Está faltando perspicácia para o seu pessoal que inspeciona a qualidade de atendimento das concessionárias.... 

Está faltando discernimento para os seus engenheiros que não desconfiam que tem coisa errada com esses motores tão bons e resistentes...

Mais do que ninguém, engenheiros sagazes deviam perceber que motores tão bons e tão bem fabricados não poderiam pifar tão cedo e em quantidades tão grandes, não é mesmo, senhoras?

Acho que ninguém aí dentro pensou em fazer uma auditoria para ver quanto óleo realmente é colocado em cada moto... 

Poxa, era só conferir a nota fiscal de cada serviço, donas montadoras!

Está faltando treino e traquejo para todo o seu pessoal, né donas fabricantes? 

Isso é ruim porque os clientes não querem saber se o seu pessoal foi mal treinado ou é incompetente mesmo.

Eles querem é contar com os ótimos serviços que a sua propaganda fala, serviço digno da qualidade das suas marcas, distintas senhoras.

Serviço de qualidade que valha a pena pagar.

O pessoal está pagando caro até nas "revisões gratuitas", distintas senhoras donas montadoras, e os motores continuam pipocando por aí.

Na hora em que os clientes descobrem que as senhoras estão cometendo esse pecado de deixar as motos saírem sem óleo da revisão, e de não orientar corretamente os proprietários sobre o óleo do motor, eles começam a chamar as senhoras de tudo e qualquer coisa, menos de distintas.

Nossa, eu fico até envergonhado de repetir as coisas que o pessoal fala quando descobre que leva a moto na concessionária e ela sai com menos óleo do que deveria.

E que a quantidade de óleo informada no manual do proprietário não atinge o nível correto.

E que o número gravado na carcaça do motor não serve para nada...

É, o pessoal fica muito bravo mesmo, distintas donas senhoras montadoras.

No seu lugar, donas fabricantes, eu corrigiria esses enganozinhos cometidos por seus representantes para não ficar com péssima imagem no mercado.

Sabe, pras senhoras pode ser um enganozinho de nada, um tiquitinho de óleo, mas para nós consumidores, o prejuízo é grande, viu?

Não sei se as senhoras sabem, donas fabricantes, mas um motor com pouco óleo se desgasta muito mais rápido e pode até travar no meio da estrada — isso é um perigo, caras donas!

Nossa, vocês nem imaginam... vocês não andam de moto não, né?

Eu já vi gente passando perrengue e só não morri porque sempre mantive o óleo no nível certo, então posso falar com conhecimento de causa — minha dafra Kansas está na casa dos 95 mil km ainda sem retífica. 

E é uma Kansas, hein? Aquelas que estouravam o motor com 30 mil km.... que nem as Fan e Titan com óleo 10W-30...

Já vi muito coitado que ficou na estrada por causa disso... 

Quem cuida desses assuntos por aí não anda de moto não, né?

Nem sai por aí conversando com os donos de motos... 

Porque se andasse e conversasse, ia saber de cada coisa tão cabeluda que depois nem dormia de remorso, viu?

Quando eu falo andar de moto, eu digo andar de moto todo dia de verdade, fugindo do busão, dependendo da moto para atravessar a cidade, pegar BR, ir trabalhar longe pra dedéu... 

Fazer entrega, levar encomenda, pegar marginal, pegar estrada por esse Brasil afora... 

Nós do povão fazemos isso com as motos, não é só passeio de fim de semana não, viu?

A gente não testa moto em computador em sala com ar condicionado não...

Donas fabricantes, será que eu estou sendo muito ingênuo?

Será que eu estou sendo muito ingênuo de esperar que um dia as senhoras tomem essa atitude honesta e digna de fiscalizar e repreender suas concessionárias, e venham a público explicar claramente que não basta colocar a quantidade recomendada?

Custava dizer claramente que tem que colocar um pouco mais do que as senhoras falam, senão o óleo não chega no nível correto?

Ou melhor ainda, senhorinhas... custava dizer a quantidade correta de óleo direto no manual?

Dizer a quantidade correta, sem precisar usar um procedimento esquisito e complicado que faz todo mundo andar sem óleo e estragar o motor com menos da metade da vida útil?

Porque o povão só toma na cabeça com isso, donas fabricantes... essa confusão que eu não sei como começou é muito triste.

E o seu pessoal nas concessionárias não está ajudando a resolver não... já passou da hora de um puxão de orelha nesse pessoal, né?

Mas a carta ficou longa de novo, por hoje vou parar por aqui — amanhã eu termino essa história, donas montadoras.

Boa noite de sono a todos aí,

Jeff

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Carta às montadoras — parte 1 de 3

Esta postagem foi escrita há um bom tempo, eu ainda morava em outra cidade, e acabei esquecendo de postar porque caí doente e não tinha encontrado uma boa ilustração.

Problema resolvido, vamos ao relato:
Imagem: http://www.kibando.com.br/tag/burro/

Prezadas distintas respeitáveis senhoras fabricantes de motos, por favor me respondam o seguinte:

Eu vi uma cena curiosa, então tenho que perguntar para quem entende do assunto:

Estava eu parado em frente a uma loja de ferramentas e ferragens quando encostou uma moto novinha em folha.

Era uma yamaha Neo quase zero km, mas isso não vem ao caso porque já vi acontecer com honda, suzuki, kawasaki, kasinski, mvk, traxx, dafra...

A motinho não parava de estalar intensamente e, como o piloto estava no balcão esperando ser atendido, avisei que aquilo era sintoma de motor muito quente, típico de falta de óleo em motores de qualquer fabricante.

Ele ficou preocupado, porque tinha trocado o óleo na concessionária no dia anterior, rodou apenas 150 km.

Conferimos o nível de óleo e não deu outra — apesar de não ser a condição de medição normal (o óleo estava quente e dilatado), só havia uma gotinha de óleo na ponta da vareta medidora.

Quando ele repetisse o procedimento de medição nas condições determinadas pelo fabricante, com o motor frio ligado por apenas uns poucos minutos e desligado, não ia achar nada, nem essa gotinha, na ponta da vareta.   

Perguntei para ele como tinham ensinado a ver o nível de óleo na concessionária, e ele falou o que todo mundo fala:

"O vendedor falou que a medição é igual à do carro, é só tirar a vareta com o motor desligado pela manhã, sem ligar o motor."

Poxa, olha só que coisa, a concessionária colocou óleo a menos e ainda ensinou a medir errado!

Engraçado, donas montadoras, por que será que os manuais de proprietário falam uma coisa e o pessoal das concessionárias que tem a obrigação de fazer certo e ensinar direito, quase sempre faz e "ensina" do jeito errado?

As senhoras não ficam curiosas?

E isso acontece com quase todas as fabricantes.

Ô, dona yamaha, dona honda, dona suzuki, dona kawasaki, demais donas... pra dona dafra não adianta perguntar, porque já fiz isso há vários anos e até agora ela não se dignou a responder.

Em face de encontrar tantas motos recém saídas das concessionárias com menos óleo do que o correto, e os donos informados erradamente sobre o procedimento de medição do nível de óleo, minha pergunta é:

Desculpem minha indelicadeza e ingenuidade, mas senhoras donas montadoras... 

Não está faltando um treinamentozinho basicozinho aí para o seu pessoal não?

Porque as concessionárias ficam colocando pouco óleo e ensinando os clientes a medir o nível de maneira errada, os donos têm prejuízo, acaba pegando muito mal para as senhoras, viu?

Chega a dar a impressão de que as senhoras não estão nem aí com isso, que as suas concessionárias são casas de Noca que estão se lixando para a qualidade dos serviços feitos em nome das digníssimas e reputadas senhoras donas fabricantes...

Por favor, distintas senhoras... para que as pessoas não comecem a pensar mal das suas respeitabilíssimas pessoas, façam seus vendedores e mecânicos e gerentes no mínimo lerem os manuais de proprietário...

Assim eles passam a colocar a quantidade correta de óleo e a ensinar o procedimento certo, e ninguém vai continuar achando que foi tapeado para estragar o motor antes da hora desde o momento em que comprou a moto.

Façam o seu pessoal pelo menos entregar as motos com o nível de óleo correto... não o mínimo do mínimo de óleo, né?

Isso seria o mínimo de decência que se espera de seus representantes no mercado.

A carta ficou longa, amanhã eu continuo...

Uma boa noite para as senhoras,

Jeff

sábado, 28 de novembro de 2015

Dona honda e demais fabricantes, agora a casa caiu

Achei este vídeo de um proprietário de uma nova CB Twister 250 fazendo uma apresentação da moto — e após a publicação da postagem, recebi o depoimento de um proprietário leitor do blog que constatou o que é dito aqui, não deixe de ler ao final desta postagem.

O legal é que o autor do vídeo era proprietário de uma CB 300, então traz algumas informações bem interessantes sobre as duas motos.

Mas o que eu quero chamar a atenção é para o que ele fala aos 13:20, preste atenção no que ele diz sobre o óleo do motor:

Notou o que ele falou?

"O motor dela, primeira revisão é 1 litro e 800 de óleo. É até mais que o da CB 300."

Estranhei a informação de que um motor menor pudesse usar mais óleo e fui lá conferir na página de manuais da honda.

Você pode buscar os manuais do proprietário de todos os modelos nesse site da honda, muita informação interessante...

Você escolhe o modelo, aparece a opção Manuais e aí você pode selecionar a versão e o ano da moto. No caso da CB Twister, só tem manual do modelo 2016:

E olha só o que aparece no manual do proprietário da nova CB 250 Twister:
O manual fala que é 1,3 litro de óleo nas trocas sem filtro e 1,4 litro nas trocas com filtro.

A primeira troca descarta também o filtro, então pelo manual deveria ser colocado apenas 1,4 litro de óleo — mas a concessionária colocou 1,8 litro com a desculpa de ser a "primeira troca". 

Muita gente faz só a primeira troca na concessionária... depois segue o que está escrito no manual pensando que aquele 1,8 litro valia só para a primeira troca. 

Não é não, é por toda a vida do motor — eu explico abaixo o porquê.

Compare com o que diz o manual do proprietário da CB 300:
Apenas 1 litro e meio de óleo, que era o que a concessionária colocava na CB 300, e o dono estava acostumado a pagar...

O manual do proprietário da CB 300 já pedia mais óleo do que a nova CB Twister 250, e no entanto a nova CB Twister está recebendo uma quantidade maior de óleo... que mistério é esse?

Como o proprietário ficou sabendo desse 1,8 litro na troca?

Simples:


A moto está com 2112 km. 

Ele fez a primeira revisão e essa foi a quantidade de óleo que a concessionária cobrou dele na nota fiscal, 1 litro e 800 ml de óleo.

Por isso que ele constatou que a nova CB Twister usa mais óleo do que a CB 300 que ele tinha antes — quando segundo o manual, deveria usar menos...

Quando ele levava a CB 300 na concessionária, o pessoal colocava apenas 1,5 litro de óleo. 

Ou seja, entregavam a moto com o óleo no mínimo, na maior cara de pau, e tome trinca de cabeçote e motor pedindo retífica com 30 ou 40 mil km, quando chegava a tanto...

Continuando a pesquisa, quanto óleo colocavam na antiga CBX 250 Twister, que doou a parte de baixo do motor para essa nova moto 2016?
Pois então, a antiga Twister usava a mesma quantidade de óleo que a CB 300, 1,5 litro.

Então você me pergunta:

Por que uma moto nova que deveria usar menos óleo do que as antigas CB 300 e CBX 250 agora está sendo abastecida pela concessionária com QUASE MEIO LITRO a mais de óleo do que manda colocar no manual do proprietário?

Colocar óleo a mais não estraga o motor?

Fácil:

Porque essa concessionária está fazendo agora o que sempre deveria ter feito nas outras motos — colocar a quantidade necessária para atingir a marca superior da vareta medidora.

Esse óleo não está colocado a mais — essa é a quantidade verdadeira de óleo que vai no motor da CB Twister.

Se é que não vai um pouco mais...


De repente isso só deixa o óleo no meio da faixa de medição, adiando o surgimento de problemas — os proprietários precisam descobrir a verdade por si mesmos.


Já temos o depoimento do proprietário de uma CB Twister, são mesmo 400 ml — leia o depoimento dele ao final da postagem.

Conforme denunciado aqui no blog, aquele 1,3 litro de óleo (ou 1,4 com troca do filtro) que fala no manual só te deixa o óleo na marca de nível mínimo, já pedindo mais óleo. 

Assim como o 1,5 litro da CB 300 e da antiga Twister, ou o 1 litro da Titan, ou os 800 ml da Biz... os 850 ml da Intruder, os 1100 ml da Yes, o 1 litro da Speed e Kansas... os sei lá quanto que vão nas yamaha... os outros tantos que vão nas kawasaki... traxx... kasinski... shineray... não tenho como verificar todos os modelos de todos os fabricantes.


Todas essas são quantidades insuficientes que só servem para abreviar a vida útil do motor.

Colocar apenas essas quantidades é deixar a moto seca de óleo. 

E motos secas de óleo fundem o motor e no limite podem causar seu estouro com risco de vida para os ocupantes.
Para ver o vídeo deste motor estourando por falta de óleo, visite esta postagem. Para ver um motor estourando a 200 km/h e o piloto se salvando por milagre, visite esta outra postagem.

Percebeu como a coisa funciona? Caiu a ficha?

Esses 400 ml da CB Twister, quase meio litro de óleo a mais, é o que precisa ser colocado para o nível atingir a marca superior da vareta medidora da CB Twister — é o adicional necessário para o nível de óleo ficar correto.

É aquele famoso "Coloque a quantidade recomendada e meça o nível. Se estiver faltando complete. O nível de óleo baixo é prejudicial ao motor." 

O que ninguém fala é que seguindo apenas a quantidade do manual, o óleo sempre está faltando... sempre está baixo... sempre precisa ser completado... aparentemente, menos agora nesse caso do vídeo.

Você nunca descobriu isso porque sempre pensou que para medir o nível era só tirar a vareta...

Está errado: você tem que ligar o motor frio por 2 ou 3 minutos antes de medir o nível, pode ler isso no seu manual do proprietário.

É isso que foi denunciado na postagem A esperteza dos fabricantes e a ingenuidade do povo, e agora a verdade finalmente vem à tona.

A honda tomou na cabeça de ver tantos motores abrindo o bico e pelo menos essa concessionária está fazendo o que sempre devia ter feito em todos os modelos de motos — entregar a moto das revisões com a quantidade certa de óleo para atingir o nível correto que irá proteger e garantir a longa vida do motor. 

Obrigado, honda, por essa demonstração pública de que o blog sempre teve razão quando afirmou que os fabricantes induzem os proprietários a colocar uma quantidade de óleo insuficiente nos motores de suas motos.

Essa é a prova cabal de que os fabricantes (quase todos eles) informam no manual do proprietário — e alguns até gravam na carcaça do motor — uma quantidade de óleo incorreta cujo único resultado é fazer com que os próprios donos das motos estraguem seus motores por falta de óleo.

E o fato de ninguém nunca ter percebido isso é a prova de que a imensa maioria das concessionárias de todas as marcas nunca fez a prática de abastecimento correta, deixando os motores dos clientes estourarem a torto e a direito e colocando a culpa nos clientes que não cuidavam direito das motos.

Essa quantidade adicional de óleo sempre deveria ter sido adicionada nas antigas CBX 250 e CB 300... alguém aí conhece alguma concessionária que algum dia fez isso?

Bem poucas, né?

E quantos donos de CB 300 você conhece que tiveram o motor precisando de retífica com menos de 60 mil km, quando poderia passar facilmente dos 150 mil km?


Muita gente, né?

Essa prática nociva era menos evidente quando se usava o óleo mineral 20W-50, porque ele demorava mais para sumir do cárter e o pessoal trocando a cada 1000 km não dava tempo de o motor sofrer danos em curto prazo.

Depois que passou a usar o óleo semissintético 10W-30 para 3000 km que some do cárter rapidinho, em menos de 1000 km já consumiu bastante e precisa ser reposto, a honda se viu na mesma situação da dafra, motores estourando por falta de óleo em menos de um ano, ainda antes do final da garantia.

Só que no caso da dafra, motores que precisavam de 1,4 litro de óleo eram abastecidos com apenas 1 litro.

No caso da CB 300, um motor que precisava de quase 2 litros de óleo era abastecido com apenas 1,5 litro. E o óleo semissintético abaixa muito mais rapidamente.

Parabéns, engenheiros da honda e da dafra que possibilitaram à gente descobrir como a coisa funciona.

E a mesma coisa acontece com yamaha, suzuki, kawasaki, traxx, kasinski, shineray, seja quem for...

Se a concessionária não for honesta, deixa a moto seca e você dança; se a concessionária for honesta, você dançará assim que começar a trocar o óleo por conta própria porque o manual e a gravação na carcaça te induzirão a erro.


Então por que essa concessionária está fazendo a coisa certa só agora?

Porque entregar as motos com pouco óleo após a revisão causou tantos motores e cabeçotes estourados em garantia e fez um estrago tão grande na imagem da marca que agora eles estão sendo obrigados a fazer a coisa certa.

E a coisa certa é colocar a quantidade de óleo que atinge marca superior da vareta medidora / visor de nível de óleo — e isso é mais do que a quantidade informada no manual do proprietário ou gravada na carcaça do motor.

Sim, você foi tapeado a sua vida inteira com aquela estória do "não pode colocar uma gota de óleo a mais do que diz no manual porque estraga o motor".

Pagou muita oficina por conta de não ter lido o manual do proprietário e cair na lábia de mecânicos e vendedores.

Não seja mais trouxa na mão de pessoas inclassificáveis que abusaram de sua confiança e te deram prejuízo sabotando sua moto ou induzindo você mesmo a acabar com seu motor mais rapidamente pela permanente falta de óleo.

Não fique pagando peças e serviços de manutenção caros sem a menor necessidade — um motor bem cuidado passa de 180 mil km sem retífica nem troca de peças, e conheço um cara que teve uma CG cujo motor chegou a 300 mil km, estou preparando uma postagem sobre como chegar nessas quilometragens. O recordista é o Pantera de Campo Grande, MS, que tive a oportunidade de encontrar outro dia aqui em São José.

Sempre verifique com quanto óleo sua moto está sendo entregue da revisão pela concessionária, não confie nunca.

Veja que eles cobrarem uma quantidade não te garante que uma parte desse óleo não tenha... ahn... caído acidentalmente fora do motor durante o abastecimento... fique esperto.

E tem mais:

Essa concessionária aí que fez a primeira revisão dessa moto aparentemente foi honesta — será que a sua é?

Ou ela está colocando apenas a quantidade escrita no manual e dane-se o trouxa que não confere, como sempre foi feito na imensa maioria das oficinas deste país e do mundo?

Será que o pessoal vai conservar essa honestidade em todas as revisões?

Não confie nunca.

Os engenheiros da vale sempre disseram para a população daquele povoado que as barragens de lama não ofereciam nenhum risco...

E sempre negaram que a lama fosse tóxica, até serem desmentidos ontem...

PS:
Leia abaixo o depoimento do leitor Eduardo que confirmou a denúncia:

Amigos ótima noite.

Jeff curto muito seu blog e acesso todos os dias.

Há 1 mês atrás eu tinha feito algumas perguntas sobre uma cb 300 que eu iria pegar ( primeira moto) fui prontamente atendido e dúvidas sanadas.

Resolvi pegar essa nova Cb Twister no lugar da 300.

Faz exatos 2 dias que estou com ela e andei somente 15 km rsrsrs, estou esperando para emplacar certinho, gostei muito da moto, confortável, enfim...

De tanto ler e me informar chegando em casa logo fiz a medição do óleo, e adivinhem... 

O nível não estava nem no mínimo, limpei a varetinha fiz novamente o procedimento correto, nada do óleo aparecer, nem na pontinha da vareta.

Imagina, entregaram a moto com mínimo de óleo possível, porém eu já havia comprado 1 litro de óleo pois já desconfiava, no outro dia após fazer novamente a conferência resolvi completar e foi exatos 400ml de óleo.

O quanto colocaram, o quanto tinha não sei, porém com esses 400ml a mais o nível ficou certinho.


Sem palavras né pessoal, agradeço a todos vcs e a vc Jeff por antes de eu comprar já ter todas as informações para evitar surpresas desagradáveis com MINHA PRIMEIRA MOTO.

Obrigado pelo depoimento, Eduardo... 

Você se livrou de ser um dos primeiros a reclamar de problemas com essa nova moto.

Felicidades com ela! 

Cuidando bem e sendo prudente, toda motocicleta é só alegria.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Como ver o nível do óleo da moto

Atualização: Para ver um vídeo explicando como funciona a lubrificação do motor e entender a importância de manter o nível e o tipo corretos de óleo, visite a postagem O vídeo definitivo sobre o óleo do motor da sua moto.

Há várias denúncias sobre motos específicas de diversos fabricantes e seus níveis de óleo nestes links: 
hondayamahasuzukikawasakibmwtriumphmvk, kasinski e dafra, entre outras.

Ao contrário dos carros, o nível de óleo da grande maioria das motos precisa ser verificado após ligar e desligar o motor por alguns minutos, o procedimento é descrito no manual do proprietário de sua moto, confira.

Se você medir sem ligar e desligar o motor, encontrará um nível alto, mas totalmente falso, porque não é assim que sua vareta medidora foi calibrada, não é assim que se mede o nível de óleo de motos, e você terá um grande prejuízo e colocará sua vida em perigo, porque um motor mal lubrificado mais cedo ou mais tarde irá travar (fundir).

Imagem: www.sodahead.com

Para verificar o nível do óleo da motocicleta, NÃO BASTA retirar a vareta medidora (ou conferir o visor) pela manhã e ver se o óleo se encontra dentro da faixa recomendada a indicação mostrará um resultado irreal.

Fazendo o procedimento descrito no manual do proprietário — ligando e desligando o motor por 2 a 3 minutos (algumas motos pedem 5 minutos, outras o motor completamente quente, e a Falcon e demais motos de cárter seco têm um procedimento especial) — você descobre a situação real do nível de óleo em seu motor:

Na primeira manhã após a troca, com a moto abastecida com a quantidade recomendada pelo fabricante e fazendo a medição do modo errado, você se iludirá achando que o motor tem óleo suficiente, quando na verdade tem apenas o mínimo para não fundir até a próxima revisão... se você não viajar.

Se você deixar de completar o óleo para que esteja sempre próximo da marca de nível superior, conforme é determinado no manual do proprietário, na hora em que você colocar o motor para funcionar com o mínimo de óleo e sair rodando com sua moto o óleo será consumido e o nível ficará abaixo da faixa ideal recomendada, o que é extremamente prejudicial para a vida útil do seu motor, e até perigoso para você.


Imagem: Manual do Proprietário kawasaki Ninja

Ao trabalhar com pouco óleo seu motor esquenta acima do normal porque nas motos resfriadas a ar (que não usam água/líquido de arrefecimento) é o óleo que tira o calor das partes mais quentes e ajuda a dissipar nas paredes mais frias da parte da baixo da carcaça.

O óleo faz a função de líquido de arrefecimento do motor, e algumas motos 250 chegam a usar um radiador de óleo, como a CB Twister, CB 300, Fazer, Comet e Mirage.

Apenas algumas poucas motos 250 possuem radiador de água como a mvk Fenix Gold, kawasaki Ninja, suzuki Inazuma e dafra Next.

Óleo quente é menos viscoso, lubrifica menos e é consumido mais rápido, o que estraga o motor, causa dificuldade de passar marchas, dificuldade de achar o neutro, batida de pino (um som de grilinho metálico dentro do motor que indica que se continuar trabalhando mal lubrificado e quente desse jeito, ele irá fundir em breve). 

Um erro muito comum é o novato medir o óleo logo após a troca, ainda quente. Nessa condição o óleo se dilata com o calor do motor e dá uma leitura falsa e enganosa. 

O certo é fazer o procedimento pela manhã ou pelo menos após 2 horas de descanso do motor — ele estará frio e você terá de ligar e desligar exatamente como recomendado.

Mas o pior erro é colocar a quantidade recomendada, fazer o procedimento de medição corretamente, não encontrar quase nada de óleo, pensar que está fazendo errado e parafusar a vareta para encontrar o óleo — não faça isso!

Por desproporção na hora de fazer o desenho, ficou parecendo que a coisa é menos feia. 
A diferença é toda a faixa de medição, ou seja, 100% cheio X 100% vazio
Neste exemplo, o nível pode ser completado até atingir a marca de nível máximo. 
Não há necessidade nem se deve esperar chegar à marca de nível mínimo.

A vareta não deve ser girada na hora de medir!

É só limpar, colocar e tirar com a moto fria e na vertical, e mais nada!


Mas a fé no fabricante é tamanha que o novato coloca a quantidade recomendada, não acredita que possa estar faltando, acha que interpretou errado o procedimento e acaba parafusando a vareta até encontrar o óleo.... ISSO É TOTALMENTE ERRADO!


O manual é explícito: se estiver faltando, complete!


É o que a concessionária teria a obrigação de fazer antes de te entregar a moto da revisão, mas até agora não encontrei uma que o faça.

Ao inventar algo que não está no manual — parafusar a vareta na hora de medir, em vez de completar com mais óleo — o novato condena seu motor a uma privação de lubrificante que reduzirá sua vida útil à metade, ou até menos.

O quadro mostrado acima é válido para todas as motos nacionais brasileiras com motores de tecnologia japonesa e chinesa. 

Pode ser que nas Harley ou motos europeias a vareta/visor estejam calibrados de maneira diferente, então leia o manual do proprietário da sua moto.

Entre as motos nacionais existe um caso particular que precisa ser destacado por sua gravidade, as dafra Speed e Kansas 150, e todas as motos que usam motores do mesmo tipo, como a kasinski Flash. (A green Sport usa motor do mesmo tipo, mas a quantidade de 1,4 litro está correta no manual do proprietário).

Nesses modelos dafra Speed e Kansas, a quantidade de óleo recomendada para o motor está absurda e grosseiramente ERRADA, o que você encontra é isso aqui:
dafra Speed e Kansas 150

A quantidade de 1 litro recomendada pela dafra, quando o nível é medido exatamente de acordo com as instruções apresentadas no manual do proprietário, nem sequer molha a ponta da vareta medidora.

E a quantidade máxima recomendada de 1,2 litro permite chegar apenas ao nível mínimo da vareta. 

Trabalhando nessas condições, esses motores não duram mais do que 30 mil km, com sorte. A maioria já está irremediavelmente danificada aos 12 mil, no máximo 20 mil km, ainda dentro do período de garantia.

Isso foi assunto de discussão nos fóruns de proprietários, foi apontado diretamente ao fabricante, que insistiu na sua versão de que o motor não comporta mais do que o 1,2 litro dito por eles.

Bom, o fato é que alguns proprietários perceberam que insistir com isso era BURRICE e estão até hoje rodando muito satisfeitos com suas motos usando 1,3 a 1,4 litro de óleo. 

A Speed do Daniel chegou aos 100 mil km antes de fazer o motor, e a minha Kansas já está com 76 mil km. Só precisei fazer o câmbio lá pelos 65 mil km por causa de algumas viagenzinhas transportando uns 90 quilinhos acima da capacidade máxima da moto... mas valeram a pena... hehehe

Já os donos de Kansas e Speeds que acreditaram no fabricante pagaram bem caro para fazer o motor completo e muitos acabaram vendendo a moto a preço de banana por causa da má fama (injusta) adquirida.

Espero que essas ilustrações o ajudem a entender como a coisa funciona e o quanto você está sendo prejudicado quando recebe a moto das revisões nessas condições de óleo mínimo.

Se você não tomar a iniciativa de verificar o que fizeram na revisão de sua moto e, se necessário, completar o óleo até atingir o nível ideal (que é o máximo da vareta), ficará na mão com todas as despesas da retífica e troca de peças — veja a postagem O que é fundir o motor?

Se o problema fosse apenas esse, seria apenas o prejuízo material.

O grande perigo é que um motor mal lubrificado se superaquece, perde potência e pode morrer e travar no meio do trânsito. 

Quando isso acontece com um carro, os outros motoristas buzinam, xingam, desviam e vão embora.

Quando acontece com uma moto, eles passam por cima de você antes de xingar, desviar e ir embora. 

Aí você pergunta, se é assim, por que os fabricantes não dizem logo a quantidade correta?

Leia a postagem de ontem e as 5 postagens das denúncias da série A esperteza dos fabricantes e a ingenuidade do povo.

Seja esperto e não tome prejuízo, nem dê chance para o azar.

Um abraço,

Jeff