Ela teve uma pane elétrica, a bateria parecia não estar retendo carga.
Perdi a partida elétrica, e o jeito era fazer ela funcionar no tranco — o pedal de partida da Kansas dá medo de usar.
Se aquela coisa quebrasse lá dentro, seria necessário abrir o motor para o reparo... matei o pedal faz tempo, preferi optar pela partida no tranco.
Ou seja, dando uma corridinha com a 4ª ou 5ª marcha engatada, segurando a embreagem acionada.
Com velocidade suficiente, é só soltar e acionar novamente o manete para o motor não morrer em baixa velocidade (e a moto não se animar a ir embora sem você...)
Não é uma prática recomendável.
Dei nova carga na bateria e o problema voltou a ocorrer.
Já estava me dispondo a comprar uma bateria nova (a atual foi comprada lá em Santa Catarina acho que em 2013...)
Não achei uma data de fabricação na carcaça, uma pena.
Não lavei nada na moto porque
Naquele dia do problema, enquanto a bateria recebia carga, conferimos o relé de partida para ver se ele estava funcionando normalmente.
Não era o relé de partida.
O problema estava no conector do chicote principal, este grandão aqui com uma capa preta bem ao lado da caixa vermelha do fusível:
Por causa de um mau contato entre os pinos, causado por oxidação, o conector começou a esquentar demais e a se deformar.
Uma boa parte da energia virava calor suficiente para derreter a carcaça do conector antes de chegar à bateria.
Quando o derretimento chegou ao ponto de não garantir mais o contato dos pinos, a bateria deixou de receber carga.
Foi só melhorar o contato que o problema sumiu, tive partida normal por alguns dias.
E o reparo que poderia ter custado o preço de uma bateria nova foi este aqui:
Sim, fita isolante e laça-gato.
Aplicar spray, endireitar os pinos, fechar com fita isolante e instalar uma cinta Hellerman — não saia de casa sem ela.
Não custou nem 2 reais, e nem isso teria custado se eu tivesse feito uma revisão preventiva periódica desoxidando os contatos.
Além disso, revisões preventivas permitem eliminar problemas sérios que ocorrerão no futuro:
Aqueles três fios prensados pelo
Mudando pouquinha coisa a posição e isolando um a um com fita isolante, não haverá chance de uma pane na divisa do Paraná e alguém passar falando HA-HA. Nem filmar.
Esse problema de fios prensados não aconteceria se os relés fossem originais — eles se encaixariam melhor.
Mas com os preços cobrados em concessionária, a montagem é um frankensteinzinho que acarreta esses riscos — é necessário ter alguns cuidados nessas adaptações.
Esse conector principal do chicote existe em todas as motos.
É um problema muito comum, depois da postagem pronta achei este vídeo na internet mostrando o mesmo problema em uma suzuki:
Mau contato é um problema sério, mas de solução muito simples.
Maus contatos também podem complicar a vida da gente dentro de casa.
Outro dia levei o PC na oficina.
Fonte pifada, deduzi ao ver a ventoinha gemendo e o micro não ligando.
Mas perdi a viagem, na oficina ele funcionou normalmente.
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O problema estava neste vilão aqui:
Uma tomada/benjamim/extensão dentro de casa em ambiente abrigado pode se oxidar e piorar o contato a ponto de derreter...
Serve de lição para você nunca partir direto para a solução mais cara.
Muitas vezes o vilão é a peça mais barata do sistema, justamente aquela em que a gente não presta atenção.
Os mecânicos de motos desonestos (apenas eles) fazem a festa trocando baterias e alternadores — ou dizendo que trocaram.
Ganham muito dinheiro trocando ou remendando componentes baratos escondidos embaixo do banco que os proprietários não têm a curiosidade de conferir.
— Ué, mas se a Jezebel voltou a funcionar com esse reparo, porque ela ainda não está rodando?
Ahhhh... pensa que a encrenca acabou ali?
Esse foi só o começo...
A coisa piorou muito...
Aguarde o próximo capítulo da novela.
Um abraço,
Jeff