Muita gente que assiste a este vídeo pensa que a moto perdeu o controle porque teve uma pane mecânica:
Até o autor do vídeo pensava isso quando postou e deu nome ao vídeo...
Mas a verdade é que a moto perdeu o controle simplesmente porque estava em alta velocidade e passou por uma pequena elevação do asfalto. Você nota a elevação discreta logo no primeiro instante do vídeo, a moto do filmador muda de atitude.
Quem diz isso é o autor e o próprio piloto acidentado na atualização:
Comentário: Vídeo acima https://www.youtube.com/watch?v=KeXJRfIOytM — O autor traz uma descrição muito detalhada de todo o caso, inclusive o estado de saúde do piloto no hospital.
O autor do vídeo tinha sido informado pelos colegas do acidentado que a roda traseira tinha se soltado por causa de um serviço mal feito.
Estavam errados.
O autor visitou o piloto no hospital e soube o que ocorreu de verdade.
Ao passar pela elevação a frente ficou leve e então a moto começou a chacoalhar cada vez mais violentamente. Não foi uma falha mecânica.
Nem sempre a primeira conclusão ou o título de um vídeo estão corretos, vimos isso acontecendo na postagem de ontem.
Falha mecânica é a primeira coisa que todo mundo pensa — ninguém quer acreditar que uma moto possa sair de controle desse jeito.
Precisam achar um culpado, e pela lógica, um comportamento tão anormal só pode ser uma falha mecânica.
Mas uma moto pode fazer isso em perfeitas condições sim.
Mas por que isso ocorre?
Porque devido ao ângulo da suspensão dianteira, a roda pode ficar louca quando o peso sobre ela é aliviado e ela perde o alinhamento com a trajetória da moto.
Você vê isso acontecendo direto em carrinhos de supermercado — e na moto é a mesma coisa:
Então basta uma moto em alta velocidade passar sobre uma pequena elevação quase imperceptível — mas suficiente para aliviar o peso da roda dianteira — para ela ter chance de começar a oscilar feito louca.
Quem vai determinar se isso ocorre ou não será o ângulo do guidão quando o peso voltar para a roda.
Se ela estiver desalinhada, inciará um movimento que entrará em ressonância com o quadro da moto e será amplificado até se tornar incontrolável.
Mas como o pessoal só vê o guidão ou a traseira da moto rebolando, interpreta erradamente como uma falha mecânica — não é.
É muito comum o shimmy acontecer entre os caras que gostam de empinar a moto e não imaginam o que pode acontecer na volta ao solo:
Não tem como evitar isso?
Tem.
Primeira coisa é não empinar a moto, ela não é feita pra isso.
A segunda é não abusar da aceleração na hora de trocar as marchas.
E a terceira é não abusar da velocidade porque irregularidades do asfalto aparecem a qualquer momento.
Ou seja... as fabricantes soltam veículos inseguros no mercado.
Motos de alta cilindrada deveriam todas elas sair de fábrica equipadas com amortecedor de direção.
Imagem: Fórum de discussão http://www.fz09.org/forum/13-fz-09-gear-accessories/1301-steering-dampner-4.html
Mas as fabricantes têm seus próprios critérios para instalar o equipamento ou não.
A honda, por exemplo, instala esse item original na CB 1000RR Fireblade, mas nunca instalou na CB 1000.
Imagens: honda, internet
Deve ser porque a primeira passa de 300 km/h e a outra chega "só" a 245 km/h...
Mas essa desculpa não cola, porque esse fenômeno pode acontecer em velocidades bem mais baixas.
O shimming é muito mais fácil de acontecer como resultado de uma empinadinha da frente durante a troca das marchas... em velocidade relativamente baixa para uma moto de alta cilindrada.
Você começa a acelerar e sua moto começa a chicotear igual a uma doida:
Pilotos de peso leve como a garota do vídeo estão ainda mais propensos a levar um susto desses.
E essa vibração pode aparecer em velocidades baixas dependendo da aerodinâmica da moto:
Até mesmo motos pesadas da harley-davidson passam por isso, veja o link no final da postagem.
Neste caso da vibração induzida pelo vento, o shimming é mais fácil de controlar.
Se a roda dianteira não for aliviada do solo, a vibração não aumentará — o peso da moto é suficiente para limitar o problema.
Aliviar o acelerador e ao mesmo tempo deslocar o peso do corpo para frente eliminará a vibração.
Mas na hora em que uma moto em alta velocidade passa por um desnível e a roda dianteira perde o alinhamento com a traseira, ela começa a shimar muito rápido, você viu no primeiro vídeo.
Algumas motos têm mais tendência a chicotear do que outras por causa da distribuição de peso, aerodinâmica e capacidade de aceleração suficiente para levantar a frente da moto em mudanças de marcha.
Mas independente desses fatores, todas as motos passam por obstáculos capazes de causar o desalinhamento da roda dianteira como morrinhos, buracos e cabeceiras de ponte na estrada (cabeceira de ponte aos 05:08).
Como a maioria das motos de alta cilindrada não vem com amortecedor de direção original de fábrica, depois do primeiro susto os donos de esportivas acabam instalando o acessório.
A coisa é tão séria com as ducati que os donos chegam a apelar para soluções extremas:
Imagem: http://www.storzperf.com/np_ducsprtclsc.html
Para as fábricas esse amortecedorzinho em miniatura encareceria demais uma moto que já custa mais caro que um ou dois carros. Como as fabricantes conseguem?
Imagens e preços: http://www.honda.com.br/motos/ e http://g1.globo.com/carros/noticia/lista-veja-os-10-carros-zero-mais-baratos-do-brasil.ghtml, preços em vigor em 09/05/2017
Nenhuma dessas duas motos aí de cima vem com amortecedor de direção. Em compensação, os carros também não vêm com ar condicionado nem direção hidráulica. Mas vêm com estepe e macaco. E outras coisinhas mais.
O amortecedor de direção salvaria vidas, mas atrapalharia as vendas — e a margem de lucro.
Algumas fabricantes instalam amortecedores de direção originais de fábrica somente em determinados modelos de alto desempenho.
Mas elas optam por não instalar em outros modelos potentes onde não consideram isso necessário.
Erros de avaliação dos projetistas acontecem.
A bmw só descobriu isso quando jornalistas especializados perceberam um problema grave na R1200GS antes que os engenheiros da fábrica.
Imagem e reportagem de lançamento: http://canadamotoguide.com/2013/01/28/launch-bmw-r1200gs/
É muito chato quando quatro jornalistas especializados em motociclismo descobrem que isso acontece durante o lançamento oficial da moto:
Reportagem: https://idratherberiding.com/2013/01/24/kevin-ash-dies-in-accident-at-the-2013-bmw-r1200gs-press-launch/
Fala sério — que engenheiros são esses que não testam adequadamente os modelos antes de convidar os jornalistas para o lançamento da moto? Como se eu não soubesse...
E aí acontece a fatalidade:
Um dos jornalistas especializados experientes morre em um acidente durante o test-drive de lançamento do novo modelo promovido pela fábrica...
Reportagem: https://idratherberiding.com/2013/01/24/kevin-ash-dies-in-accident-at-the-2013-bmw-r1200gs-press-launch/
As vendas podem ficar seriamente comprometidas se a notícia se espalha, então compensa gastar uns caraminguás a mais e não se fala mais nisso.
Aí sim o modelo do ano seguinte adota amortecedor de direção original de fábrica.
Reportagem: https://idratherberiding.com/2013/01/24/kevin-ash-dies-in-accident-at-the-2013-bmw-r1200gs-press-launch/
A montadora faz recall para os modelos do ano anterior?
Mas você é ingênuo mesmo, hein?
Como disse o autor Cesar em seu blog I'd Rather Be Riding:
Se a bmw modificou o software dos modos de pilotagem e adicionou o amortecedor de direção para corrigir um problema técnico real da R1200GS 2013 que poderia ser associado com uma oscilação da direção que poderia levar a um tank slapper [perda de controle por oscilação harmônica violenta da roda dianteira e quadro] como foi especulado por alguns, e experimentado por uns poucos, ou se foi simplesmente para acabar com a percepção de um problema técnico como foi especulado, nós nunca saberemos, eu suponho.
Então, caro colega, você aprendeu mais uma sobre o comportamento traiçoeiro das motos.
E também sobre o comportamento peculiar das montadoras quando se trata da segurança de seus produtos.
Sim, sua moto sem amortecedor de direção pode sair totalmente de controle apenas por estar em alta velocidade em uma pista que não é perfeitamente lisa ou nivelada.
Estou sugerindo que você deve instalar um amortecedor de direção e continuar pilotando em alta velocidade?
Somente se você fizer isso apenas em autódromos.
A obrigação de instalar o amortecedor de direção é das fabricantes.
Mas elas não julgam isso necessário porque motos vendidas com capacidade de rodar a quase 300 km/h não são usadas em velocidades acima de 110 km/h, não é mesmo?
Se acontecer um acidente, as fabricantes não serão responsabilizadas porque ninguém poderá provar a mínima parcela de culpa delas.
O único responsável sempre será o piloto que morreu ou se quebrou inteiro — afinal, ele estava pilotando acima do limite de velocidade máxima permitida.
Ninguém pode responsabilizar as montadoras por não instalarem amortecedores de direção.
No máximo, podem ser acusadas de incoerência, mas não de negligência.
Elas não têm culpa que você abusa do produto inocente delas...
Ninguém estranha isso porque as montadoras agem assim há tantas décadas que todo mundo já está acostumado, faz parte das regras do jogo.
"Vida loka é arte, morrer faz parte."
Então está tudo muito bem, tudo muito bom, e la nave va.
Para saber mais sobre o shimmy, shimada ou chicotada, inclusive técnicas para seu controle, leia as postagens Ressonância, oscilação e instabilidade e a Apresentação.
Pois é, falo disso desde o primeiro dia.
Um abraço,
Jeff
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quarta-feira, 10 de maio de 2017
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Compre uma Vespa e ganhe um cafezinho da hora
Mais uma montadora de motonetas entra no mercado brasileiro...
Reportagem e teste: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2016/10/vespa-primavera-125-e-150-primeiras-impressoes.html
Imagem: http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2016/06/fabricante-da-motoneta-vespa-volta-ao-brasil.html
Desta vez é a Piaggio, que criou a Vespa em 1946.
Nem vou falar os preços para você ter o prazer de descobrir na reportagem do g1.
Só dou a dica de que pelo preço da Vespa 150 edição especial série histórica, a versão mais cara, se você abrir mão do charme italiano, pode comprar a nova yamaha Neo 125.
Imagem: http://carplace.uol.com.br/yamaha-traz-de-volta-a-neo-agora-com-motor-125-e-novo-design-por-r-7-990/
Você chega nos mesmos lugares na mesma velocidade com praticamente o mesmo conforto. Não é jabá, é parte da piada.
E com a grana que sobra você leva para casa uma dessas aqui:
Imagem: yamaha MT-03 em 27/10/2016
Pois é, a Neozinha está custando 8 mil temeridades, a MT-03 19.452, totalizando 27.452 temeridades.
A Vespa 150 série histórica está custando 27.930, você ainda economiza uns bons tanques de gasolina para as duas motos na garagem.
E com a MT-03 tendo o dobro de cilindrada, potência e diâmetro de rodas da Vespinha, você vai poder pegar estrada sem se preocupar com os caminhões do seu lado e atrás de você.
Se não tiver espaço na garagem para duas motos, pode optar apenas por uma 250 ou 300 da honda, yamaha, suzuki ou kawasaki ainda por um preço menor que a Vespa 125mais barata menos cara.
E se chorar umas pitangas, capaz de levar a moto (não a Vespa) emplacada e com seguro.
Se preferir ainda mais segurança na estrada, pelo mesmo preço da Vespa 150 edição especial série histórica você compra a cavalona honda CB 500 — com freios ABS.
Imagem: honda CB 500 em 27/10/2016
A CB 500 com ABS, emplacada e com seguro é capaz de sair mais em conta que a Vespona 300 (33 mil temeridades).
Quantos deslumbrados e deslumbradas terão a coragem de dar 22 a 28 mil reais em uma motoneta 125 / 150 quando se pode pagar tão menos e levar muito mais?
Inclusive scooters mais potentes, modernos e confortáveis de outras marcas, como a suzuki Burgman 400? (29.100 temeridades em 27/10/2016, o que já é um absurdo de caro...)
Imagem: suzuki Burgman 400
E olha que as motos e motonetas vendidas no Brasil já são muito mais caras em comparação aos outros países...
"Ah, mas Vespa é moto de grife, vai ser vendida em boutique e shopping center..."
Sério, a proposta é essa mesma...
Reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2016/10/vespa-primavera-125-e-150-primeiras-impressoes.html
Ainda bem que o cafezinho é grátis, né?
Se mesmo assim você ainda achar que vale a pena pelo diferencial e exclusividade de tomar um 'espresso' e ter uma legítima moto italiana Piaggio — e não uma reles e comum motinho xing-ling...
Isso provaria que além de ser um xenófobo preconceituoso que torra sua grana sem dó, você é alguém muito mal informado. Mas não vou contar para não estragar a surpresa...
Tomara que eu esteja errado quanto ao sucesso da Piaggio no Brasil, porque torço mesmo para que ela se estabeleça definitivamente por estas terras.
Que se firmem no mercado com sucesso, porque além das Vespas eles têm outras motos para oferecer.
Mas seria a quarta ou quinta vez que eles dariam um tiro no pé aqui no mercado brasileiro.
E começam lançando essas motinhos simpáticas aqui a esse preço?
Me preocupo que pareçam estar usando uma estratégia fadada mais uma vez ao fracasso.
No Brasil as empresas vão à falência e não sabem o motivo...
Depois botam a culpa na conta do café.
Um abraço,
Jeff
Reportagem e teste: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2016/10/vespa-primavera-125-e-150-primeiras-impressoes.html
Imagem: http://revistapegn.globo.com/Noticias/noticia/2016/06/fabricante-da-motoneta-vespa-volta-ao-brasil.html
Desta vez é a Piaggio, que criou a Vespa em 1946.
Nem vou falar os preços para você ter o prazer de descobrir na reportagem do g1.
Só dou a dica de que pelo preço da Vespa 150 edição especial série histórica, a versão mais cara, se você abrir mão do charme italiano, pode comprar a nova yamaha Neo 125.
Imagem: http://carplace.uol.com.br/yamaha-traz-de-volta-a-neo-agora-com-motor-125-e-novo-design-por-r-7-990/
Você chega nos mesmos lugares na mesma velocidade com praticamente o mesmo conforto. Não é jabá, é parte da piada.
E com a grana que sobra você leva para casa uma dessas aqui:
Imagem: yamaha MT-03 em 27/10/2016
Pois é, a Neozinha está custando 8 mil temeridades, a MT-03 19.452, totalizando 27.452 temeridades.
A Vespa 150 série histórica está custando 27.930, você ainda economiza uns bons tanques de gasolina para as duas motos na garagem.
E com a MT-03 tendo o dobro de cilindrada, potência e diâmetro de rodas da Vespinha, você vai poder pegar estrada sem se preocupar com os caminhões do seu lado e atrás de você.
Se não tiver espaço na garagem para duas motos, pode optar apenas por uma 250 ou 300 da honda, yamaha, suzuki ou kawasaki ainda por um preço menor que a Vespa 125
E se chorar umas pitangas, capaz de levar a moto (não a Vespa) emplacada e com seguro.
Se preferir ainda mais segurança na estrada, pelo mesmo preço da Vespa 150 edição especial série histórica você compra a cavalona honda CB 500 — com freios ABS.
Imagem: honda CB 500 em 27/10/2016
A CB 500 com ABS, emplacada e com seguro é capaz de sair mais em conta que a Vespona 300 (33 mil temeridades).
Quantos deslumbrados e deslumbradas terão a coragem de dar 22 a 28 mil reais em uma motoneta 125 / 150 quando se pode pagar tão menos e levar muito mais?
Inclusive scooters mais potentes, modernos e confortáveis de outras marcas, como a suzuki Burgman 400? (29.100 temeridades em 27/10/2016, o que já é um absurdo de caro...)
Imagem: suzuki Burgman 400
E olha que as motos e motonetas vendidas no Brasil já são muito mais caras em comparação aos outros países...
"Ah, mas Vespa é moto de grife, vai ser vendida em boutique e shopping center..."
Sério, a proposta é essa mesma...
Reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2016/10/vespa-primavera-125-e-150-primeiras-impressoes.html
Ainda bem que o cafezinho é grátis, né?
Se mesmo assim você ainda achar que vale a pena pelo diferencial e exclusividade de tomar um 'espresso' e ter uma legítima moto italiana Piaggio — e não uma reles e comum motinho xing-ling...
Isso provaria que além de ser um xenófobo preconceituoso que torra sua grana sem dó, você é alguém muito mal informado. Mas não vou contar para não estragar a surpresa...
Tomara que eu esteja errado quanto ao sucesso da Piaggio no Brasil, porque torço mesmo para que ela se estabeleça definitivamente por estas terras.
Que se firmem no mercado com sucesso, porque além das Vespas eles têm outras motos para oferecer.
Mas seria a quarta ou quinta vez que eles dariam um tiro no pé aqui no mercado brasileiro.
E começam lançando essas motinhos simpáticas aqui a esse preço?
Me preocupo que pareçam estar usando uma estratégia fadada mais uma vez ao fracasso.
No Brasil as empresas vão à falência e não sabem o motivo...
Depois botam a culpa na conta do café.
Um abraço,
Jeff
domingo, 23 de outubro de 2016
Olha só quem se ferrou com óleo sintético menos viscoso!
Motor com problema por causa da adoção do mágico óleo sintético de menor viscosidade não é exclusividade nem novidade da honda.
Você já ouviu falar do "recall branco" feito pela volkswagen na década passada?
Reportagem: http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1358345-9658,00-VOLKSWAGEN+ANUNCIA+CAMPANHA+PARA+REVISAO+DE+MOTOR.html
O também chamado "recall velado" foi um problema sério que deu manchetes por muito tempo:
Logo o abacaxi dos motores barulhentos e fundindo veio à tona e a montadora alegou que o problema estava apenas no "óleo do primeiro abastecimento".
Só que o problema não acabou após a primeira revisão com a troca do óleo do primeiro abastecimento e os proprietários continuaram reclamando do "barulho de máquina de costura" que o motor fazia.
Esse barulho era o motor dizendo "não aguento mais, esse óleo acabou comigo", mas as concessionárias diziam que era totalmente normal.
E ficou por isso mesmo até a hora em que os motores abriram o bico de vez ainda antes da segunda revisão e troca de óleo na concessionária aos 30 mil km — e a vw ainda queria cobrar pela retífica e recondicionamento do motor.
Como a conta estourou no colo dos proprietários, muitos deles entraram na Justiça, o processo se arrastou por anos e finalmente ganharam a ação em 2013.
Imagem e reportagem: http://carplace.uol.com.br/justica-determina-recall-de-400-mil-carros-da-volkswagen-gol-voyage-e-fox-estao-envolvidos/
Ganharam é modo de dizer, porque a vw reverteu a decisão e não encontrei mais informações na imprensa a respeito do assunto — diz-se que nesse meio tempo muitos proprietários iam fazer a primeira revisão na concessionária e saíam de lá com outro motor zero km instalado.
Quem ficou sabendo disso, correu atrás.
Quem não correu, e foi a maioria, assumiu o micão caro pra chuchu e achou que deu azar, foi olho gordo, inveja do vizinho, praga de parente, macumbaria, vudu.
Poucos ficaram sabendo que a engenharia da vw admitiu publicamente que o problema estava na adoção do novo óleo sintético 5W-40:
Reportagem: https://pitstopbrasil.wordpress.com/2009/10/27/volkswagen-assume-erro-e-esclarece-problemas-do-motor-1-0-vht/
"O novo óleo está dando perda de lubrificação o que danifica as peças, por isso os clientes reclamam do barulho."
Reportagem: http://www.gazetadopovo.com.br/automoveis/vw-faz-recall-velado-do-motor-10-vht-byv6ay5tcvpipm4yoj473vpse
"O problema não é do fabricante do óleo." [Tradução: Alguém pisamos na bola.]
"A especificação do lubrificante foi trocada para melhorar o desempenho do carro, mas o motor apresentou dificuldades na lubrificação." [Tradução: O novo óleo menos viscoso não é o mais adequado para garantir uma vida do motor longa o suficiente para que os clientes não reclamem.]
"Para resolver o problema a volkswagen mudará novamente a especificação do óleo." [Tradução: A solução técnica da engenharia para solucionar o problema é voltar a usar o óleo de viscosidade adequada.]
Nem sempre as soluções técnicas são cumpridas porque necessariamente a decisão passa por considerações mercadológicas. [O que fazer (ou não fazer) para minimizar o prejuízo?]
Aquela desculpa da vw de o problema acontecer somente por causa do óleo do primeiro abastecimento "contaminado pelo álcool do combustível" satisfez o pessoal que não entende patavina do assunto.
Proprietários mais tarimbados mudaram de óleo e eliminaram o problema na raiz.
Até esse escândalo a vw se gabava toda orgulhosa do slogan "volkswagen — qualidade e tecnologia do líder" (no caso, líder de vendas, mas que em alemão, führende Technologie, resulta em um trocadilho extremamente infeliz com o criador da empresa.)
Imagem e história do Fusca: http://conexaoautomotiva.blogspot.com.br/2015/03/curiosidades-dois-judeus-um-nazista-e.html
Não se fazem mais carros e motos populares como antigamente...
Até esse apagão do óleo sintético 5W-40, 10W-40 e 15W-40 os motores vw sempre haviam sido reconhecidos e apreciados pela sua resistência, confiabilidade e durabilidade.
Imagem: http://www.forumcarros.com.br/index.php?/topic/3891-troca-de-óleo-gol-g3-2005/ — Placa preta é aquela reservada para veículos históricos de colecionadores.
A consequência do escândalo foi que a vw perdeu o tradicional primeiro lugar indiscutível em vendas no Brasil para a fiat e a chevrolet.
Você vê nisso alguma semelhança com os problemas das motos populares que a honda não conseguiu resolver até hoje?
No lugar do óleo mineral 20W-50 a honda adotou o óleo semissintético bem menos viscoso 10W-30 no apagar das luzes de 2010...
Fonte: http://www.jacaremoto.com.br/?pg=noticia&id=624
E a partir daí os proprietários começaram a reclamar do motor barulhento e dos problemas mecânicos extremamente graves das suas motos.
Eles sabem que a coisa está errada, mas não entendem o porquê.
Igual aos proprietários dos novos vw quando os motores saíram das concessionárias fazendo aquele barulho horrível de motor mal lubrificado.
Mas os vendedores das concessionárias insistem em dizer que o barulho horrível do motor é normal...
Se mudarem as legendas desse vídeo de "honda" para "vw" — e de "XRE e CB 300" para "Fox e Gol" — o vídeo continua válido.
A vw gerou toda aquela situação, a honda também gerou, e pelo mesmo motivo.
E continua ignorando o problema até hoje.
Será que lá dentro da honda eles fazem ideia do quanto o pessoal aqui fora está irritado com essa situação?
Esse assunto virar motivo de deboche público é culpa dos proprietários, ou mérito dos engenheiros da montadora?
A honda que dê a resposta.
Enquanto essa resposta não vem, as motos continuam perdendo valor de mercado, irritando ainda mais os proprietários que sempre confiaram na empresa.
As próprias concessionárias estão se recusando ou oferecendo uma ninharia para aceitar motos problemáticas de clientes ainda dispostos a trocar uma honda por outra honda.
Isso está deixando o pessoal muito emputecido da vida...
A bucha acaba sobrando para o pessoal das concessionárias que acabam encarando a linha de frente da batalha com os clientes.
Nunca pensei que um dia eu veria a honda causando o mesmo nível de insatisfação que só vi entre os primeiros proprietários de dafra.
Sinal dos tempos.
Será que o pessoal da honda deu uma lida nos comentários desse vídeo para conhecer a opinião geral do pessoal?
Comentários: https://www.youtube.com/watch?v=2Q_CN9ASFG8
O lamentável é que esta situação seria facilmente evitada se a honda admitisse que o maior problema desses motores é a falta de óleo com viscosidade adequada.
Problema causado por ela mesma com o óleo 10W-30 e seus manuais que continuam a informar uma quantidade insuficiente e a induzir uma interpretação errada — e em muitas de suas concessionárias, que abastecem com menos óleo que o ideal e orientam erradamente os proprietários sobre a quantidade de óleo do motor e seu procedimento de medição.
A honda não dá o braço a torcer, não recua e continua empurrando o ananás goela acima dos clientes.
A perspectiva é que esse assunto sério só tende a piorar conforme as motos envelhecem.
Prevejo que essa insatisfação dos proprietários com as decisões equivocadas da honda ainda será assunto por muito tempo.
Um abraço,
Jeff
PS: Há outra postagem sobre este assunto envolvendo vw e honda com o título Troca de óleo a cada 12 mil km?
Você já ouviu falar do "recall branco" feito pela volkswagen na década passada?
Reportagem: http://g1.globo.com/Noticias/Carros/0,,MUL1358345-9658,00-VOLKSWAGEN+ANUNCIA+CAMPANHA+PARA+REVISAO+DE+MOTOR.html
O também chamado "recall velado" foi um problema sério que deu manchetes por muito tempo:
Imagem e reportagem: http://www.zap.com.br/revista/carros/ultimas-noticias/volkswagen-admite-problema-em-motores-10-20091027/
Os problemas começaram em 2008 depois da adoção dos óleos sintéticos 5W-40, 10W-40 ou 15W-40 para troca a cada 15.000 km.
Logo o abacaxi dos motores barulhentos e fundindo veio à tona e a montadora alegou que o problema estava apenas no "óleo do primeiro abastecimento".
Só que o problema não acabou após a primeira revisão com a troca do óleo do primeiro abastecimento e os proprietários continuaram reclamando do "barulho de máquina de costura" que o motor fazia.
Esse barulho era o motor dizendo "não aguento mais, esse óleo acabou comigo", mas as concessionárias diziam que era totalmente normal.
E ficou por isso mesmo até a hora em que os motores abriram o bico de vez ainda antes da segunda revisão e troca de óleo na concessionária aos 30 mil km — e a vw ainda queria cobrar pela retífica e recondicionamento do motor.
Como a conta estourou no colo dos proprietários, muitos deles entraram na Justiça, o processo se arrastou por anos e finalmente ganharam a ação em 2013.
Imagem e reportagem: http://carplace.uol.com.br/justica-determina-recall-de-400-mil-carros-da-volkswagen-gol-voyage-e-fox-estao-envolvidos/
Ganharam é modo de dizer, porque a vw reverteu a decisão e não encontrei mais informações na imprensa a respeito do assunto — diz-se que nesse meio tempo muitos proprietários iam fazer a primeira revisão na concessionária e saíam de lá com outro motor zero km instalado.
Quem ficou sabendo disso, correu atrás.
Quem não correu, e foi a maioria, assumiu o micão caro pra chuchu e achou que deu azar, foi olho gordo, inveja do vizinho, praga de parente, macumbaria, vudu.
Poucos ficaram sabendo que a engenharia da vw admitiu publicamente que o problema estava na adoção do novo óleo sintético 5W-40:
Reportagem: https://pitstopbrasil.wordpress.com/2009/10/27/volkswagen-assume-erro-e-esclarece-problemas-do-motor-1-0-vht/
"O novo óleo está dando perda de lubrificação o que danifica as peças, por isso os clientes reclamam do barulho."
Reportagem: http://www.gazetadopovo.com.br/automoveis/vw-faz-recall-velado-do-motor-10-vht-byv6ay5tcvpipm4yoj473vpse
"O problema não é do fabricante do óleo." [Tradução: Alguém pisamos na bola.]
"A especificação do lubrificante foi trocada para melhorar o desempenho do carro, mas o motor apresentou dificuldades na lubrificação." [Tradução: O novo óleo menos viscoso não é o mais adequado para garantir uma vida do motor longa o suficiente para que os clientes não reclamem.]
"Para resolver o problema a volkswagen mudará novamente a especificação do óleo." [Tradução: A solução técnica da engenharia para solucionar o problema é voltar a usar o óleo de viscosidade adequada.]
Nem sempre as soluções técnicas são cumpridas porque necessariamente a decisão passa por considerações mercadológicas. [O que fazer (ou não fazer) para minimizar o prejuízo?]
Aquela desculpa da vw de o problema acontecer somente por causa do óleo do primeiro abastecimento "contaminado pelo álcool do combustível" satisfez o pessoal que não entende patavina do assunto.
Proprietários mais tarimbados mudaram de óleo e eliminaram o problema na raiz.
Até esse escândalo a vw se gabava toda orgulhosa do slogan "volkswagen — qualidade e tecnologia do líder" (no caso, líder de vendas, mas que em alemão, führende Technologie, resulta em um trocadilho extremamente infeliz com o criador da empresa.)
Imagem e história do Fusca: http://conexaoautomotiva.blogspot.com.br/2015/03/curiosidades-dois-judeus-um-nazista-e.html
Não se fazem mais carros e motos populares como antigamente...
Até esse apagão do óleo sintético 5W-40, 10W-40 e 15W-40 os motores vw sempre haviam sido reconhecidos e apreciados pela sua resistência, confiabilidade e durabilidade.
Imagem: http://www.forumcarros.com.br/index.php?/topic/3891-troca-de-óleo-gol-g3-2005/ — Placa preta é aquela reservada para veículos históricos de colecionadores.
A consequência do escândalo foi que a vw perdeu o tradicional primeiro lugar indiscutível em vendas no Brasil para a fiat e a chevrolet.
Você vê nisso alguma semelhança com os problemas das motos populares que a honda não conseguiu resolver até hoje?
No lugar do óleo mineral 20W-50 a honda adotou o óleo semissintético bem menos viscoso 10W-30 no apagar das luzes de 2010...
Fonte: http://www.jacaremoto.com.br/?pg=noticia&id=624
E a partir daí os proprietários começaram a reclamar do motor barulhento e dos problemas mecânicos extremamente graves das suas motos.
Eles sabem que a coisa está errada, mas não entendem o porquê.
Igual aos proprietários dos novos vw quando os motores saíram das concessionárias fazendo aquele barulho horrível de motor mal lubrificado.
Mas os vendedores das concessionárias insistem em dizer que o barulho horrível do motor é normal...
Se mudarem as legendas desse vídeo de "honda" para "vw" — e de "XRE e CB 300" para "Fox e Gol" — o vídeo continua válido.
A vw gerou toda aquela situação, a honda também gerou, e pelo mesmo motivo.
E continua ignorando o problema até hoje.
Será que lá dentro da honda eles fazem ideia do quanto o pessoal aqui fora está irritado com essa situação?
Esse assunto virar motivo de deboche público é culpa dos proprietários, ou mérito dos engenheiros da montadora?
A honda que dê a resposta.
Enquanto essa resposta não vem, as motos continuam perdendo valor de mercado, irritando ainda mais os proprietários que sempre confiaram na empresa.
As próprias concessionárias estão se recusando ou oferecendo uma ninharia para aceitar motos problemáticas de clientes ainda dispostos a trocar uma honda por outra honda.
Isso está deixando o pessoal muito emputecido da vida...
A bucha acaba sobrando para o pessoal das concessionárias que acabam encarando a linha de frente da batalha com os clientes.
Nunca pensei que um dia eu veria a honda causando o mesmo nível de insatisfação que só vi entre os primeiros proprietários de dafra.
Sinal dos tempos.
Será que o pessoal da honda deu uma lida nos comentários desse vídeo para conhecer a opinião geral do pessoal?
Comentários: https://www.youtube.com/watch?v=2Q_CN9ASFG8
O lamentável é que esta situação seria facilmente evitada se a honda admitisse que o maior problema desses motores é a falta de óleo com viscosidade adequada.
Problema causado por ela mesma com o óleo 10W-30 e seus manuais que continuam a informar uma quantidade insuficiente e a induzir uma interpretação errada — e em muitas de suas concessionárias, que abastecem com menos óleo que o ideal e orientam erradamente os proprietários sobre a quantidade de óleo do motor e seu procedimento de medição.
A honda não dá o braço a torcer, não recua e continua empurrando o ananás goela acima dos clientes.
A perspectiva é que esse assunto sério só tende a piorar conforme as motos envelhecem.
Prevejo que essa insatisfação dos proprietários com as decisões equivocadas da honda ainda será assunto por muito tempo.
Um abraço,
Jeff
PS: Há outra postagem sobre este assunto envolvendo vw e honda com o título Troca de óleo a cada 12 mil km?
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domingo, 18 de outubro de 2015
suzuki e seus jogos de letras e números
Olha como são as coisas:
Naquele dia em que estive no estacionamento da UFSC e descobri aquelas tretas da honda com a Bros e a Lead, por coincidência havia duas suzys estacionadas uma do lado da outra.
Pude comparar muito bem uma Yes 125 com uma GSR 150, e uma coisa me chamou a atenção e me deixou cabreiro...
Verifique você mesmo e tente encontrar uma razão lógica para isso:
Alguém me explique por favor como é que pode o motor 125 da Yes, de carcaça visivelmente menor, como pode ele pedir mais óleo (1100 ml) do que o grandalhão motor 150 com balanceiro (1000 ml) da GSR?
Ou melhor dizendo:
Como é possível que caiba menos óleo no motor com carcaça maior da GSR do que cabe no motor de carcaça bem menor da Yes?
Os valores estão gravados nas carcaças para quem quiser ver.
Se você tiver a oportunidade, compare os dois lado a lado como eu fiz.
E não pense que a causa esteja na sexta marcha: se ela ocupa mais espaço, em compensação há um vão maior para o balanceiro.
Acho que isso ajuda bem a entender a denúncia feita pelo leitor Guto nesta outra postagem.
Só lembrando para quem não leu, a suzuki diz que o motor da GSR 150 pede apenas 1000 ml de óleo, conforme está no manual e na gravação da carcaça, mas as concessionárias honestas entregam a moto com 1,5 litro de óleo — meio litro de óleo a mais — e essa é a quantidade certa para esse motor.
Fazendo corretamente o procedimento descrito no manual para medição e troca do óleo, você é obrigado a colocar 1,5 litro de óleo para atingir o nível superior da vareta medidora.
É aquele truque de dizer uma coisa e fazer outra: enquanto o cliente não está olhando, eles colocam a quantidade certa sem ele saber — depois que o cliente parar de levar na concessionária, o cliente começa a estragar o motor colocando menos óleo do que o necessário.
Concessionárias que não fazem isso vêm os clientes fundindo o motor antes do fim da garantia, o que acaba pegando muito mal para a imagem da fabricante — né, dona honda? né, dona dafra?
A suzuki fornece a maior prova concreta dessa prática nefasta utilizada por todas* as fabricantes de fornecer informações enganosas quanto à quantidade de óleo do motor.
Uma coisa é ter um procedimento confuso no manual, que requer interpretação. E outra é ter a carcaça gravada com uma quantidade incorreta.
A gravação na carcaça será a referência utilizada pelo proprietário na hora de trocar o óleo — gravar uma quantidade insuficiente só servirá para induzir o proprietário a erro.
Estou errado, dona suzuki?
Ou a senhora consegue explicar qual a vantagem de gravar um número que não serve para nada, a não ser indicar a quantidade mínima insuficiente de óleo a ser colocada na carcaça?
Não seria melhor gravar a quantidade correta de óleo para que o proprietário mantivesse a moto sempre bem lubrificada e não a estragasse pelo uso contínuo com óleo abaixo do nível mínimo?
Mas aí não ia vender peças caras, nem serviço de retífica, e o pessoal ia demorar mais para comprar moto nova, né dona suzuki?
Acho que entendi o motivo de gravar uma informação inútil... ela só é inútil para o dono da moto, né dona suzuki?
E enquanto eu pesquisava uma imagem para ilustrar uma postagem antiga sobre a suzuki GSR 150i, encontrei esta denúncia antiga no bestriders, a qual vim adiando a publicação até hoje:
Denúncia: http://www.bestriders.com.br/suzuki-gsr-150-nada-mais-e-que-uma-yes-reformulada/
Leia a denúncia na íntegra neste link.
Vale a pena comentar o assunto para você ver como o consumidor brasileiro é feito de otário por todo mundo, não escapa ninguém.
Há muitos anos a j. toledo suzuki comercializa o modelo Yes 125. E em 2011 lançou a "nova" GSR150i com câmbio de seis marchas e injeção eletrônica.
Mas olha só que coisa...
Esta é a GSR150i brasileira:
Basicamente, uma Yes com câmbio de 6 marchas e injeção eletrônica.
E ela é quase xará desta outra moto, a GS150R vendida no resto do mundo:
Notou a diferençazinha?
Um modelo que não é mais comercializado no resto do mundo é despejado em nosso país no lugar de um outro, mais moderno — mas com o nome quase igual.
Mais ou menos como se a vw colocasse farol esportivo no fusquinha e passasse a vendê-lo com o nome de vwGol Golf Golfe.
Imagem: http://omelhorlugardomundo.loveblog.com.br/231156/FUSCA-FAROL-TRI/
Até quando as montadoras brasileiras de motos permanecerão na vanguarda do atraso?
A denúncia do bestriders é de 2011.
Estamos em 2015 e a suzuki continua vendendo os mesmos produtos, não foi uma medida transitória rumo a um modelo mais moderno.
A propósito, no início de agosto de 2015 esse modelo mais bonito e moderno era comercializado na Índia pelo equivalente a 4518 reais com o câmbio da época antes do estouro do dólar.
Enquanto isso, nós no Brasil só vemos modelos como essa moto indiana da suzuki em novela.
Filmada no exterior.
Um abraço,
Jeff
Naquele dia em que estive no estacionamento da UFSC e descobri aquelas tretas da honda com a Bros e a Lead, por coincidência havia duas suzys estacionadas uma do lado da outra.
Pude comparar muito bem uma Yes 125 com uma GSR 150, e uma coisa me chamou a atenção e me deixou cabreiro...
Verifique você mesmo e tente encontrar uma razão lógica para isso:
Alguém me explique por favor como é que pode o motor 125 da Yes, de carcaça visivelmente menor, como pode ele pedir mais óleo (1100 ml) do que o grandalhão motor 150 com balanceiro (1000 ml) da GSR?
Ou melhor dizendo:
Como é possível que caiba menos óleo no motor com carcaça maior da GSR do que cabe no motor de carcaça bem menor da Yes?
Os valores estão gravados nas carcaças para quem quiser ver.
Se você tiver a oportunidade, compare os dois lado a lado como eu fiz.
E não pense que a causa esteja na sexta marcha: se ela ocupa mais espaço, em compensação há um vão maior para o balanceiro.
Acho que isso ajuda bem a entender a denúncia feita pelo leitor Guto nesta outra postagem.
Só lembrando para quem não leu, a suzuki diz que o motor da GSR 150 pede apenas 1000 ml de óleo, conforme está no manual e na gravação da carcaça, mas as concessionárias honestas entregam a moto com 1,5 litro de óleo — meio litro de óleo a mais — e essa é a quantidade certa para esse motor.
Fazendo corretamente o procedimento descrito no manual para medição e troca do óleo, você é obrigado a colocar 1,5 litro de óleo para atingir o nível superior da vareta medidora.
É aquele truque de dizer uma coisa e fazer outra: enquanto o cliente não está olhando, eles colocam a quantidade certa sem ele saber — depois que o cliente parar de levar na concessionária, o cliente começa a estragar o motor colocando menos óleo do que o necessário.
Concessionárias que não fazem isso vêm os clientes fundindo o motor antes do fim da garantia, o que acaba pegando muito mal para a imagem da fabricante — né, dona honda? né, dona dafra?
A suzuki fornece a maior prova concreta dessa prática nefasta utilizada por todas* as fabricantes de fornecer informações enganosas quanto à quantidade de óleo do motor.
*que eu tenho conhecimento até agora
Enquanto todos divulgam informações ambíguas apenas no manual do proprietário, e podem usar a desculpa de que o leitor não leu o procedimento completo escrito no manual, qual a desculpa da suzuki para gravar uma quantidade insuficiente de óleo na carcaça do motor?Uma coisa é ter um procedimento confuso no manual, que requer interpretação. E outra é ter a carcaça gravada com uma quantidade incorreta.
A gravação na carcaça será a referência utilizada pelo proprietário na hora de trocar o óleo — gravar uma quantidade insuficiente só servirá para induzir o proprietário a erro.
Estou errado, dona suzuki?
Ou a senhora consegue explicar qual a vantagem de gravar um número que não serve para nada, a não ser indicar a quantidade mínima insuficiente de óleo a ser colocada na carcaça?
Não seria melhor gravar a quantidade correta de óleo para que o proprietário mantivesse a moto sempre bem lubrificada e não a estragasse pelo uso contínuo com óleo abaixo do nível mínimo?
Mas aí não ia vender peças caras, nem serviço de retífica, e o pessoal ia demorar mais para comprar moto nova, né dona suzuki?
Acho que entendi o motivo de gravar uma informação inútil... ela só é inútil para o dono da moto, né dona suzuki?
E enquanto eu pesquisava uma imagem para ilustrar uma postagem antiga sobre a suzuki GSR 150i, encontrei esta denúncia antiga no bestriders, a qual vim adiando a publicação até hoje:
Denúncia: http://www.bestriders.com.br/suzuki-gsr-150-nada-mais-e-que-uma-yes-reformulada/
Leia a denúncia na íntegra neste link.
Vale a pena comentar o assunto para você ver como o consumidor brasileiro é feito de otário por todo mundo, não escapa ninguém.
Há muitos anos a j. toledo suzuki comercializa o modelo Yes 125. E em 2011 lançou a "nova" GSR150i com câmbio de seis marchas e injeção eletrônica.
Mas olha só que coisa...
Esta é a GSR150i brasileira:
Basicamente, uma Yes com câmbio de 6 marchas e injeção eletrônica.
E ela é quase xará desta outra moto, a GS150R vendida no resto do mundo:
Notou a diferençazinha?
Um modelo que não é mais comercializado no resto do mundo é despejado em nosso país no lugar de um outro, mais moderno — mas com o nome quase igual.
Mais ou menos como se a vw colocasse farol esportivo no fusquinha e passasse a vendê-lo com o nome de vw
Imagem: http://omelhorlugardomundo.loveblog.com.br/231156/FUSCA-FAROL-TRI/
Até quando as montadoras brasileiras de motos permanecerão na vanguarda do atraso?
A denúncia do bestriders é de 2011.
Estamos em 2015 e a suzuki continua vendendo os mesmos produtos, não foi uma medida transitória rumo a um modelo mais moderno.
A propósito, no início de agosto de 2015 esse modelo mais bonito e moderno era comercializado na Índia pelo equivalente a 4518 reais com o câmbio da época antes do estouro do dólar.
Enquanto isso, nós no Brasil só vemos modelos como essa moto indiana da suzuki em novela.
Filmada no exterior.
Um abraço,
Jeff
quarta-feira, 20 de maio de 2015
Estou sem palavras
Fontes:
http://g1.globo.com/carros/noticia/2011/11/tata-apresenta-nova-versao-do-nano-o-carro-mais-barato-do-mundo.htmlhttp://www.honda.com.br
http://world.honda.com/news/2013/2131210CG110-Nigeria/photo/pages/02.html
Cotação do dólar a R$ 3,05 na data de 20/05;2015
Para saber mais:
http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2014/05/dona-honda-explica-pra-gente.html
http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2013/12/honda-e-honda-e-nos-somos-todos-trouxas.html
Jeff
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