Um ótimo vídeo mostrando o risco que é andar no corredor, principalmente em rodovias e vias expressas nos subúrbios de grandes cidades.
Você imagina o que vem depois da curva?
Pois é, né?
Você nunca sabe quando um pedestre irá dar a cara pra bater.
A gente tende a pensar que não encontrará pedestres em vias de alta velocidade, mas a realidade é diferente.
Na periferia das grandes cidades é comum encontrar pessoas que não estão com sua melhor capacidade de avaliação zanzando pelas rodovias e vias expressas.
São crianças correndo atrás de pipas, correndo atrás de bola, bêbados, noiados, drogados de todos os tipos, desesperados, suicidas, manifestantes, assaltantes... a lista sempre aumenta.
Reportagem: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2017/01/homem-morre-atropelado-em-sp-ao-entrar-em-rodovia-para-salvar-cao.html — Acidente ocorrido em 12/01/17 na rodovia Padre Manoel da Nóbrega em Mongaguá.
Famílias inteiras vivendo no limite da sobrevivência se abrigam debaixo de viadutos ou barracos às margens da pista sem qualquer noção de perigo vivendo no mais absoluto desespero.
Usuários de drogas buscam essas áreas isoladas para seu consumo e podem vagar pela pista ou cruzá-la a qualquer momento.
Reportagem: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/02/23/interna_gerais,849731/motociclista-e-pedestre-morrem-em-acidente-no-anel-rodoviario.shtml
Pessoas buscando a sobrevivência vendendo água "mineral" ou balinhas arriscam a vida no corredor percorrido pelas motos.
Você viu o que pode acontecer em uma fração de segundo.
Então vá com calma ao se aproximar de zonas urbanas ou rodar por locais que favoreçam a ocupação por pessoas sem outra opção de trabalho, moradia ou sabe lá Deus o que eles têm na cabeça.
Para se proteger, não pilote no corredor — parado ou em movimento — e mantenha uma distância prudente dos outros veículos.
Se uma encrenca acontecer logo à frente, ficar atrás de um carro te dará a chance de escapar para o acostamento ou corredor.
Aliás, se o trânsito parar de repente, você DEVE escapar para o corredor ou acostamento, senão quem vem atrás irá te acertar em cheio — e ficar de moto no meio de um engavetamento geralmente é fatal.
Entre optar pelo acostamento ou corredor, este último sempre será a alternativa mais arriscada porque pode haver outras motos rodando por lá.
E como você viu no vídeo, em caso de queda o risco de atropelamento é enorme.
Mas cada caso é um caso e é por isso que você precisa pilotar sempre pensando em alternativas para usar na hora do sufoco, é a famosa "pilotagem defensiva".
O vídeo também mostra uma característica típica de pedestres.
Ao contrário de algum ser irracional atravessando a pista, humanos tentam instintivamente evitar o atropelamento.
Pedestres costumam travar de pavor ou então pulam para evitar o perigo, o que dificulta muito evitar um atropelamento.
Em uma decisão rápida, um pedestre que começa a atravessar e dá de cara com a moto pode pular para trás, justamente o lado que você tenta tirar a moto.
Aproveitando, não posso deixar de comentar:
Fiquei admirado com a falta de solidariedade dos motociclistas de hoje...
E somente dois motoristas pararam...
Antigamente podíamos contar mais com a ajuda das pessoas.
Te cuida, porque se depender dos "irmãos" motociclistas de hoje você estará sozinho na hora em que for para o chão,
Jeff
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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
Corredores paulistanos e corredores de Floripa
Olha só que dado curioso:
Proporcionalmente ao tamanho da frota, acontecem menos acidentes graves nos corredores de São Paulo do que nos da região de Florianópolis...
Morrem 50 motociclistas por ano em Floripa — cidade com 470 mil habitantes.
Toda a região metropolitana de Florianópolis tem apenas 1.132.000 habitantes.
A cidade de São Paulo, com população de 11.320.000 habitantes (24 vezes maior) registra apenas 442 mortes por ano (apenas 9 vezes mais).
Ou seja, proporcionalmente morre quase 3 vezes menos gente sobre duas rodas em São Paulo do que em Floripa.
Joinville, com apenas 562 mil habitantes, registra incríveis 50 mortes de motociclistas por ano!
Proporcionalmente, Joinville mata duas vezes mais motociclistas do que Floripa.
São seis vezes mais do que São Paulo em proporção à frota! Se eu errei nas contas, me ajuda aí porque depois do avc de 2010 (ou foi 2011?) fiquei muito ruim de má temática... e simetrias... e memória... e... ahn... que eu dizia?
Hummm... revendo as contas, talvez a coisa não seja tão desproporcional...
Se considerarmos toda a região metropolitana, aí a proporção será de 10 : 9.
Ainda assim, Floripa continua ganhando por uma margem de 10%.
Conheço o trânsito nessas cidades, e confesso que senti o impacto da quantidade de acidentes que testemunhei logo que cheguei ao Sul.
Tanto é que o blog nasceu lá em função das cenas que vi, tanta gente jovem sendo levada pelo SAMU.
Por que isso acontece?
Minha teoria é a seguinte:
Veja alguns corredores paulistanos, terra que já está bem acostumada com as motos no trânsito e os motoqueiros já sabem o que esperar:
E este é um corredor lá de Floripa, com o pessoal mais entusiasmado do que a prudência recomenda:
Traduzindo do floripês:
Ou seja, lá em Floripa quem é prudente ao ver um moedor de motocicletas é tido por palerma... triste.
Reparou que na média o pessoal de SP anda mais de boa que a turma lá de Floripa?
Entendeu porque em um único dia cai quase tanta gente em Floripa e região quanto em São Paulo, que tem muito mais motos?
Os corredores paulistanos não chegam a ser tão agressivos quanto os de lá de Floripa.
A taxa paulistana já foi maior, mas o próprio excesso de veículos e motos serve como limitador de velocidade.
E isso ajuda a entender porque os acidentes se concentram mais nas marginais e rodovias que chegam a São Paulo: é lá também que as velocidades se tornam maiores.
Para ir a qualquer lugar na região de Floripa você é obrigado a pegar a via Expressa (que é uma BR) e a BR-101.
Trânsito nível marginais, Dutra e Castelo daqui de Sampa.
Pelo que penso, podemos extrapolar esse excesso de autoconfiança e liberdade nos corredores rodoviários que vemos em Floripa para a maior parte das cidades de porte médio do Brasil.
Elas estão fazendo a transição de um modelo de trânsito pacato para um modelo de trânsito mais agressivo.
E tanto os motociclistas quanto os motoristas ainda não estão adaptados a essa nova situação.
Como resultado, ocorrem muito mais incidentes de disputa de espaço no trânsito do que em cidades como Rio e SP.
O grande número de motos e de acidentes diários de Sampa contribuiu para uma menor velocidade média e maior conscientização dos motociclistas daqui.
Mas o impacto de ver tanta gente caída todos os dias ainda não chegou às cidades menores.
Infelizmente, tem coisas ruins que as pessoas só descobrem convivendo com elas.
Ou sobrevivendo a elas.
Um abraço,
Jeff
Proporcionalmente ao tamanho da frota, acontecem menos acidentes graves nos corredores de São Paulo do que nos da região de Florianópolis...
Morrem 50 motociclistas por ano em Floripa — cidade com 470 mil habitantes.
Toda a região metropolitana de Florianópolis tem apenas 1.132.000 habitantes.
A cidade de São Paulo, com população de 11.320.000 habitantes (24 vezes maior) registra apenas 442 mortes por ano (apenas 9 vezes mais).
Ou seja, proporcionalmente morre quase 3 vezes menos gente sobre duas rodas em São Paulo do que em Floripa.
Joinville, com apenas 562 mil habitantes, registra incríveis 50 mortes de motociclistas por ano!
Proporcionalmente, Joinville mata duas vezes mais motociclistas do que Floripa.
São seis vezes mais do que São Paulo em proporção à frota! Se eu errei nas contas, me ajuda aí porque depois do avc de 2010 (ou foi 2011?) fiquei muito ruim de má temática... e simetrias... e memória... e... ahn... que eu dizia?
Hummm... revendo as contas, talvez a coisa não seja tão desproporcional...
Se considerarmos toda a região metropolitana, aí a proporção será de 10 : 9.
Ainda assim, Floripa continua ganhando por uma margem de 10%.
Conheço o trânsito nessas cidades, e confesso que senti o impacto da quantidade de acidentes que testemunhei logo que cheguei ao Sul.
Tanto é que o blog nasceu lá em função das cenas que vi, tanta gente jovem sendo levada pelo SAMU.
Por que isso acontece?
Minha teoria é a seguinte:
Veja alguns corredores paulistanos, terra que já está bem acostumada com as motos no trânsito e os motoqueiros já sabem o que esperar:
E este é um corredor lá de Floripa, com o pessoal mais entusiasmado do que a prudência recomenda:
Traduzindo do floripês:
Ou seja, lá em Floripa quem é prudente ao ver um moedor de motocicletas é tido por palerma... triste.
Reparou que na média o pessoal de SP anda mais de boa que a turma lá de Floripa?
Entendeu porque em um único dia cai quase tanta gente em Floripa e região quanto em São Paulo, que tem muito mais motos?
Os corredores paulistanos não chegam a ser tão agressivos quanto os de lá de Floripa.
A taxa paulistana já foi maior, mas o próprio excesso de veículos e motos serve como limitador de velocidade.
E isso ajuda a entender porque os acidentes se concentram mais nas marginais e rodovias que chegam a São Paulo: é lá também que as velocidades se tornam maiores.
Para ir a qualquer lugar na região de Floripa você é obrigado a pegar a via Expressa (que é uma BR) e a BR-101.
Trânsito nível marginais, Dutra e Castelo daqui de Sampa.
Pelo que penso, podemos extrapolar esse excesso de autoconfiança e liberdade nos corredores rodoviários que vemos em Floripa para a maior parte das cidades de porte médio do Brasil.
Elas estão fazendo a transição de um modelo de trânsito pacato para um modelo de trânsito mais agressivo.
E tanto os motociclistas quanto os motoristas ainda não estão adaptados a essa nova situação.
Como resultado, ocorrem muito mais incidentes de disputa de espaço no trânsito do que em cidades como Rio e SP.
O grande número de motos e de acidentes diários de Sampa contribuiu para uma menor velocidade média e maior conscientização dos motociclistas daqui.
Mas o impacto de ver tanta gente caída todos os dias ainda não chegou às cidades menores.
Infelizmente, tem coisas ruins que as pessoas só descobrem convivendo com elas.
Ou sobrevivendo a elas.
Um abraço,
Jeff
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Corredores viciantes e corredores viciados
Você pensa que o único perigo do corredor são os carros e caminhões?
Está muito enganado...
Um corredor completamente parado oferece o perigo de motoristas abrindo a porta, pedestres e vendedores circulando entre os carros e, como você viu, outras motos tentando entrar no corredor.
Rodar no corredor em alta velocidade no corredor tem outro perigo:
Reparou no efeito hipnótico dos carros passando?
Isso pode te deixar desorientado.
Esse efeito é viciante porque descarrega uma adrenalina louca, e o seu corpo adora adrenalina.
Você começa a andar cada vez mais rápido sem perceber, até chegar uma hora em que alguma coisa dá errado.
E aí você não tem tempo de parar e nem espaço para desviar.
Maneire a velocidade para ser capaz de frear antes de bater contra algo que apareça na sua frente.
Em uma situação dessas, é impossível parar a tempo rodando a mais de 40 km/h.
Além do tempo desacelerando, você gasta um tempo entre ver o perigo e começar a acionar o freio, mais o tempo que a moto vai desacelerar.
Quanto maior a velocidade, maior a distância percorrida antes de conseguir parar a moto.
Bom vídeo do Leandro Mello!
Quando um perigo se torna visível no corredor, você já está em cima dele, não dá tempo de fazer nada.
Vá na boa...
Quando todo mundo está parado, rodar a 40 km/h já é uma grande vantagem das motos.
Quem abusa da velocidade entre os carros acaba se acidentando e fornece munição para o pessoal que quer banir as motos do corredor.
Não seja um corredor no corredor — não provoque um acidente.
Não colabore para este mundo se tornar ainda mais chato e careta.
Um abraço,
Jeff
PS: Por coincidência, esta postagem estava programada para hoje e na noite anterior fui informado pelo leitor José Carlos Aires de uma reportagem do g1 sobre o corredor... parece que Alguém lá em cima está querendo dizer alguma coisa pra nós... Você pode acessar a reportagem neste link.
Está muito enganado...
Um corredor completamente parado oferece o perigo de motoristas abrindo a porta, pedestres e vendedores circulando entre os carros e, como você viu, outras motos tentando entrar no corredor.
Rodar no corredor em alta velocidade no corredor tem outro perigo:
Reparou no efeito hipnótico dos carros passando?
Isso pode te deixar desorientado.
Esse efeito é viciante porque descarrega uma adrenalina louca, e o seu corpo adora adrenalina.
Você começa a andar cada vez mais rápido sem perceber, até chegar uma hora em que alguma coisa dá errado.
E aí você não tem tempo de parar e nem espaço para desviar.
Maneire a velocidade para ser capaz de frear antes de bater contra algo que apareça na sua frente.
Em uma situação dessas, é impossível parar a tempo rodando a mais de 40 km/h.
Além do tempo desacelerando, você gasta um tempo entre ver o perigo e começar a acionar o freio, mais o tempo que a moto vai desacelerar.
Quanto maior a velocidade, maior a distância percorrida antes de conseguir parar a moto.
Bom vídeo do Leandro Mello!
Quando um perigo se torna visível no corredor, você já está em cima dele, não dá tempo de fazer nada.
Vá na boa...
Quando todo mundo está parado, rodar a 40 km/h já é uma grande vantagem das motos.
Quem abusa da velocidade entre os carros acaba se acidentando e fornece munição para o pessoal que quer banir as motos do corredor.
Não seja um corredor no corredor — não provoque um acidente.
Não colabore para este mundo se tornar ainda mais chato e careta.
Um abraço,
Jeff
PS: Por coincidência, esta postagem estava programada para hoje e na noite anterior fui informado pelo leitor José Carlos Aires de uma reportagem do g1 sobre o corredor... parece que Alguém lá em cima está querendo dizer alguma coisa pra nós... Você pode acessar a reportagem neste link.
segunda-feira, 25 de julho de 2016
Corredor, a terra de ninguém
O corredor supertranquilo pode ser a pior experiência para o motociclista, porque ele relaxa pensando que ninguém vai entrar na frente dele.
Este corredor do vídeo se formou entre uma faixa exclusiva delimitada por uma sinalização dupla contínua — teoricamente ninguém poderia mudar de faixa.
Mas sempre tem alguém que desrespeita... e o corredor é a terra de ninguém.
Isso aconteceu na Califórnia, único estado norte-americano onde é permitido rodar no corredor.
Em alguns outros estados, há projetos de lei para tornar o corredor permitido para motocicletas, e todos enfrentam grande resistência porque, como você acabou de ver, há uma enorme chance de dar um furdúncio.
E quando a coisa no corredor furdunceia, furdunceia muito mais para o pessoal das motos.
Cair na frente de um caminhão e sobreviver é uma experiência inesquecível. Terrível é lavar a roupa depois.
Quando o trânsito fica complicado, todo mundo quer se livrar do engarrafamento e mudar de faixa, ainda mais com uma faixa exclusiva vazia ali do lado dando sopa, a tentação é grande.
Imagem: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2016/07/motorista-que-trafegar-por-faixas-olimpicas-sera-multado-em-r-15-mil.html — Cariocas, cuidado... sabe quem vai respeitar essa faixa exclusiva que nem proíbe a invasão?
Então é isso, tenha sempre em mente que se alguém tiver a menor chance de mudar de faixa na sua frente, ele irá mudar sem pensar, seja porque ninguém procura por motos no espelho e/ou porque não está nem aí.
Para o novato, o corredor é um risco enorme também por causa dos outros motociclistas.
Você pilotando com precaução no corredor, as outras motos irão buzinar e te chamar de "rolha" porque a prudência fica obstruindo todo mundo.
Ser rolha não é legal, o pessoal pressionando e tentando ultrapassar onde não dá pode te envolver em um acidente.
Ou a atenção desviada por quem está atrás pode fazer você se descuidar do que está à frente.
Melhor do que ser rolha é ser ferrolho — ferrolho é o nome dado à última motocicleta de um comboio organizado.
Aquele trem de motos voando baixo no corredor não tem nada de organizado, melhor sair da frente.
Deixe os apressados passarem e siga atrás deles em menor velocidade e a uma distância prudente.
Na hora em que eles caírem — porque um dia certamente vai acontecer isso aí do vídeo com eles — o ferrolho irá parar a tempo de não se envolver no acidente e ainda irá chamar o resgate.
Ferrolhos não costumam ir para o SUS e nem para a delegacia.
Um abraço,
Jeff
Este corredor do vídeo se formou entre uma faixa exclusiva delimitada por uma sinalização dupla contínua — teoricamente ninguém poderia mudar de faixa.
Mas sempre tem alguém que desrespeita... e o corredor é a terra de ninguém.
Isso aconteceu na Califórnia, único estado norte-americano onde é permitido rodar no corredor.
Em alguns outros estados, há projetos de lei para tornar o corredor permitido para motocicletas, e todos enfrentam grande resistência porque, como você acabou de ver, há uma enorme chance de dar um furdúncio.
E quando a coisa no corredor furdunceia, furdunceia muito mais para o pessoal das motos.
Cair na frente de um caminhão e sobreviver é uma experiência inesquecível. Terrível é lavar a roupa depois.
Quando o trânsito fica complicado, todo mundo quer se livrar do engarrafamento e mudar de faixa, ainda mais com uma faixa exclusiva vazia ali do lado dando sopa, a tentação é grande.
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Imagem: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/olimpiadas/rio2016/noticia/2016/07/motorista-que-trafegar-por-faixas-olimpicas-sera-multado-em-r-15-mil.html — Cariocas, cuidado... sabe quem vai respeitar essa faixa exclusiva que nem proíbe a invasão?
Então é isso, tenha sempre em mente que se alguém tiver a menor chance de mudar de faixa na sua frente, ele irá mudar sem pensar, seja porque ninguém procura por motos no espelho e/ou porque não está nem aí.
Para o novato, o corredor é um risco enorme também por causa dos outros motociclistas.
Você pilotando com precaução no corredor, as outras motos irão buzinar e te chamar de "rolha" porque a prudência fica obstruindo todo mundo.
Ser rolha não é legal, o pessoal pressionando e tentando ultrapassar onde não dá pode te envolver em um acidente.
Ou a atenção desviada por quem está atrás pode fazer você se descuidar do que está à frente.
Melhor do que ser rolha é ser ferrolho — ferrolho é o nome dado à última motocicleta de um comboio organizado.
Aquele trem de motos voando baixo no corredor não tem nada de organizado, melhor sair da frente.
Deixe os apressados passarem e siga atrás deles em menor velocidade e a uma distância prudente.
Na hora em que eles caírem — porque um dia certamente vai acontecer isso aí do vídeo com eles — o ferrolho irá parar a tempo de não se envolver no acidente e ainda irá chamar o resgate.
Ferrolhos não costumam ir para o SUS e nem para a delegacia.
Um abraço,
Jeff
quinta-feira, 2 de junho de 2016
Ciclistas ocultos na faixa de ônibus
Olá, pessoal!
Aí vai a primeira postagem gerada nesta nova etapa do blog! Estou preparando uma especial para contar sobre a volta de Jezebel, mas ainda dependo de algumas fotos... vai ter de esperar um pouquinho.
Vamos lá:
Tem coisas que a gente vê melhor quando não está andando de moto.
E em um desses dias em que eu andava de ônibus, tive oportunidade de ver uma cena interessante.
E em um desses dias em que eu andava de ônibus, tive oportunidade de ver uma cena interessante.
Estou no ponto de ônibus quando vejo um grande perigo para nós, motociclistas:
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Pois é, um ciclista.
Na faixa exclusiva para ônibus, uma fila desses grandalhões começou a reduzir a velocidade para parar no ponto, e escondido atrás do primeiro deles vinha um ciclista totalmente à direita, andando perto da calçada.
Na verdade, vinha aquele que considero o pior dos ciclistas: o cara de meia idade com bicicleta esportiva, completamente equipado.
Gente que anda assim costuma se arriscar ainda mais no trânsito. Tem habilitação para carros e não anda de moto porque acha a motocicleta muito perigosa. Pensa que aquele capacete o protege de verdade. Acha que sabe tudo e não sabe nada.
Não deu outra:
Assim que o ônibus à frente dele começou a reduzir a velocidade, o ciclista saiu de trás do ônibus para fazer a ultrapassagem sem diminuir a velocidade. Ciclista detesta frear a bicicleta.
Como tinha experiência no trânsito, o
Olhou para ver se não vinha nenhum carro na faixa ao lado, mas não o suficiente para ver uma motocicleta no corredor.
Não fosse o motociclista cravar os freios, o ciclista feliz tinha ido se ralar no asfalto e o motoqueiro infeliz tinha caído na frente da roda do segundo ônibus.
Errou o ciclista?
Claro que errou,
Mas o motoqueiro também errou,
Ao se posicionar entre os carros e os ônibus, a moto fica exatamente no ponto cego de todo mundo, a começar pelos motoristas de ônibus e carros.
E principalmente, fica no ponto cego dos ciclistas doidos para mudar de faixa sem perder o embalo, e dos pedestres querendo atravessar a rua pela frente dos ônibus.
Os ciclistas e pedestres ficam totalmente encobertos pelos outros veículos e, quando você menos espera, eles cortam sua frente ou trombam contra sua lateral, levando você para o chão.
Então já sabe, nas proximidades de pontos de ônibus esse tipo de coisa acontece com muito mais frequência, então fique atento a essa possibilidade e evite passar perto de coletivos para evitar surpresas desagradáveis como essa de sair rolando abraçado a um barbudo suado logo pela manhã.
Um abraço, porque eu não pedalo,
Jeff
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
Não existe acidente sem causa
Reportagem: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/transito-24-horas/noticia/2015/07/acidente-de-moto-com-vitima-fatal-provoca-filas-na-via-expressa-4795440.html
A queda de um casal que trafegava de moto pela Via Expressa na tarde de sábado resultou em uma morte e mais de três quilômetros de filas na região. O acidente ocorreu por volta das 16h30 da tarde, no km 6 da Via Expressa, em São José. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não houve colisão da motocicleta com outro veículo. No entanto, ainda não sabem o que teria provocado a queda do motociclista, que morreu no acidente, e de uma mulher que estava garupa.
A PRF não sabe o motivo porque isso depende de investigação.
Outros acidentes misteriosos como esse acontecem todos os dias:
Reportagem: http://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2015/10/motociclista-perde-o-controle-cai-e-morre-na-pe-585-em-araripina-pe.html
Mas é possível conjeturar as causas possíveis.
Causa mais provável:
No primeiro caso, uma fechada no trânsito é algo para se suspeitar.
Pode não ter havido colisão, mas basta o motociclista ser obrigado a uma mudança brusca de direção para sofrer uma queda.
Os motociclistas que percorrem a Via Expressa costumam pensar que seu lugar é no corredor em movimento, e sempre vejo o pessoal trafegando a 80 km/h no meio de carros a 40 km/h.
Imagem: http://wp.clicrbs.com.br/blogdotransito/tag/via-expressa/?topo=67,2,18,,,67&status=encerrado
Quando o trânsito está livre o pessoal abusa ainda mais, e corredor em movimento não existe, mas o pessoal faz uma aposta alta de que nada de errado acontecerá — estão errados, um dia acontece.
A Via Expressa não tem pessoas por perto que sirvam de testemunha fixa, e os motoristas não param para aguardar a polícia e servir de testemunhas apenas porque um um motoqueiro caiu, a menos que tenham anotado a placa do veículo que fugiu.
Fora essa causa mais provável, existem vários fatores:
Condições da pista:
Normalmente um acidente causado por um buraco ou outro problema visível na pista costuma ser relatado, o que não foi o caso em ambos os acidentes.
Causas mecânicas:
É aqui que mora o perigo. Alguma delas me parece a causa mais provável para o segundo acidente, e é bem possível para o primeiro.
Eu gostaria de poder investigar as possíveis causas mecânicas, mas o acesso ao pátio de motos recolhidas não é permitido a terceiros, infelizmente.
Elimine você as possibilidades mecânicas fazendo a manutenção correta de sua moto, elimine as condições pessoais mantendo o foco na pilotagem e segurança, e rode tranquilo.
Um abraço,
Jeff
A queda de um casal que trafegava de moto pela Via Expressa na tarde de sábado resultou em uma morte e mais de três quilômetros de filas na região. O acidente ocorreu por volta das 16h30 da tarde, no km 6 da Via Expressa, em São José. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não houve colisão da motocicleta com outro veículo. No entanto, ainda não sabem o que teria provocado a queda do motociclista, que morreu no acidente, e de uma mulher que estava garupa.
A PRF não sabe o motivo porque isso depende de investigação.
Outros acidentes misteriosos como esse acontecem todos os dias:
Reportagem: http://g1.globo.com/pe/petrolina-regiao/noticia/2015/10/motociclista-perde-o-controle-cai-e-morre-na-pe-585-em-araripina-pe.html
Mas é possível conjeturar as causas possíveis.
Causa mais provável:
No primeiro caso, uma fechada no trânsito é algo para se suspeitar.
Pode não ter havido colisão, mas basta o motociclista ser obrigado a uma mudança brusca de direção para sofrer uma queda.
Os motociclistas que percorrem a Via Expressa costumam pensar que seu lugar é no corredor em movimento, e sempre vejo o pessoal trafegando a 80 km/h no meio de carros a 40 km/h.
Imagem: http://wp.clicrbs.com.br/blogdotransito/tag/via-expressa/?topo=67,2,18,,,67&status=encerrado
Quando o trânsito está livre o pessoal abusa ainda mais, e corredor em movimento não existe, mas o pessoal faz uma aposta alta de que nada de errado acontecerá — estão errados, um dia acontece.
A Via Expressa não tem pessoas por perto que sirvam de testemunha fixa, e os motoristas não param para aguardar a polícia e servir de testemunhas apenas porque um um motoqueiro caiu, a menos que tenham anotado a placa do veículo que fugiu.
Fora essa causa mais provável, existem vários fatores:
Condições da pista:
Normalmente um acidente causado por um buraco ou outro problema visível na pista costuma ser relatado, o que não foi o caso em ambos os acidentes.
- Buraco na pista — possível, mas improvável, a Via Expressa costuma ser bem conservada.
- Poça de óleo — mas se houvesse óleo, isso teria sido mencionado na reportagem.
- Areia na pista — mas a Via Expressa é praticamente uma reta, areia na pista somente é perigosa em curvas.
Causas mecânicas:
É aqui que mora o perigo. Alguma delas me parece a causa mais provável para o segundo acidente, e é bem possível para o primeiro.
- Corrente desregulada pulou fora e travou a roda traseira. Nem sempre isso é percebido por quem relata a matéria jornalística, e pode ser interpretado como consequência e não a causa do acidente.
- Pneu estourou ou furou. Nem sempre isso é percebido por quem relata a matéria jornalística.
- Motor travou por falta de óleo. Isso passa batido por todo mundo, a menos que a carcaça estoure. E quando a carcaça estoura e vaza óleo, muitas vezes não dá para saber se foi causa ou consequência do acidente.
Condições pessoais:
- Uso de drogas ou remédios que alteram a percepção ou causam sonolência.
- Pilotagem imprudente — tipo empinar a moto. É, tem gente que faz.
- Desequilíbrio de piloto ou garupa — um posicionamento incorreto ou um movimento inadequado em momento errado podem derrubar a moto.
- Transporte incorreto de carga — tipo uma alça de bolsa, mochila ou elástico de prender carga enroscando na roda ou corrente.
- Distração por discussão com a garupa — mais frequente do que você imagina.
- Mal súbito — raro, mas acontece.
- Bala perdida — um pequeno ferimento de bala pode não ser identificado no local do acidente — mas isso é algo muito, muito raro.
Eu gostaria de poder investigar as possíveis causas mecânicas, mas o acesso ao pátio de motos recolhidas não é permitido a terceiros, infelizmente.
Elimine você as possibilidades mecânicas fazendo a manutenção correta de sua moto, elimine as condições pessoais mantendo o foco na pilotagem e segurança, e rode tranquilo.
Um abraço,
Jeff
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
O que você faria?
Duas situações onde o piloto pergunta o que você faria, que decisão você tomaria ao se deparar com o trânsito parado na sua frente?
Aguardaria, ou aproveitaria a agilidade da moto para passar pelo espaço livre?
Assista o vídeo e aprenda mais essas armadilhas do trânsito.
Na primeira situação, passar muito próximo a carros estacionados sempre traz o risco de alguém abrir a porta.
Muita gente boa, inocente e sem malícia já caiu por causa disso:
Na segunda situação, a atitude impulsiva do motorista jogando o carro contra a sarjeta é um indicativo de que ele poderá aprontar uma dessas.
Percebeu que o motociclista se livrou de acidentes porque estava em uma velocidade compatível com a via?
Essa pilotagem é bem diferente daquilo que a gente costuma ver aqui no Brasil, com os motoqueiros correndo para tirar o pai da forca.
Há pequenos detalhes que somente olhos treinados no trânsito são capazes de perceber — a maneira geral como um motorista dirige pode indicar que ele é um cara capaz de atitudes impulsivas e inconsequentes.
Com a experiência, e sabendo interpretar, você passa a perceber a atitude dos motoristas se preparando para esterçar e se protege antes de correr risco.
Com a vivência, você passa a interpretar que uma diminuição de velocidade denuncia a intenção de uma parada ou manobra; um motorista hesitante em baixa velocidade indica alguém procurando um endereço ou uma vaga para estacionar e, portanto, um cara capaz de estancar o carro na sua frente.
Do mesmo modo, carros estacionados que se preparam para sair da vaga podem ser detectados pelo início do esterçamento das rodas.
O melhor indicativo que um carro possa sair de uma vaga é ver a cabeça do motorista olhando o retrovisor (e não vendo a moto).
Mas não pense que um carro aparentemente vazio não possa sair rodando — motoristas baixinhos desaparecem atrás do encosto de cabeça...
O melhor mesmo é não passar perto de carros parados.
Acrescento parte do comentário feito pelo leitor José Carlos Aires:
Apenas complementando o assunto, aqui no Brasil quem provoca acidente abrindo a porta do veículo é responsabilizado legalmente pelos danos causados ao terceiro, pois é obrigação do dono do veículo verificar se é possível abrir a porta com segurança. Eu trabalho com seguro e já vivenciei essa responsabilização em uma indenização.
Fica registrada a informação, obrigado!
Um abraço,
Jeff
Aguardaria, ou aproveitaria a agilidade da moto para passar pelo espaço livre?
Assista o vídeo e aprenda mais essas armadilhas do trânsito.
Na primeira situação, passar muito próximo a carros estacionados sempre traz o risco de alguém abrir a porta.
Muita gente boa, inocente e sem malícia já caiu por causa disso:
Na segunda situação, a atitude impulsiva do motorista jogando o carro contra a sarjeta é um indicativo de que ele poderá aprontar uma dessas.
Percebeu que o motociclista se livrou de acidentes porque estava em uma velocidade compatível com a via?
Essa pilotagem é bem diferente daquilo que a gente costuma ver aqui no Brasil, com os motoqueiros correndo para tirar o pai da forca.
Há pequenos detalhes que somente olhos treinados no trânsito são capazes de perceber — a maneira geral como um motorista dirige pode indicar que ele é um cara capaz de atitudes impulsivas e inconsequentes.
Com a experiência, e sabendo interpretar, você passa a perceber a atitude dos motoristas se preparando para esterçar e se protege antes de correr risco.
Com a vivência, você passa a interpretar que uma diminuição de velocidade denuncia a intenção de uma parada ou manobra; um motorista hesitante em baixa velocidade indica alguém procurando um endereço ou uma vaga para estacionar e, portanto, um cara capaz de estancar o carro na sua frente.
Do mesmo modo, carros estacionados que se preparam para sair da vaga podem ser detectados pelo início do esterçamento das rodas.
O melhor indicativo que um carro possa sair de uma vaga é ver a cabeça do motorista olhando o retrovisor (e não vendo a moto).
Mas não pense que um carro aparentemente vazio não possa sair rodando — motoristas baixinhos desaparecem atrás do encosto de cabeça...
O melhor mesmo é não passar perto de carros parados.
Acrescento parte do comentário feito pelo leitor José Carlos Aires:
Apenas complementando o assunto, aqui no Brasil quem provoca acidente abrindo a porta do veículo é responsabilizado legalmente pelos danos causados ao terceiro, pois é obrigação do dono do veículo verificar se é possível abrir a porta com segurança. Eu trabalho com seguro e já vivenciei essa responsabilização em uma indenização.
Fica registrada a informação, obrigado!
Um abraço,
Jeff
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Corredor só existe com o trânsito parado
O corredor é uma coisa que só existe com o trânsito parado, e te digo que ele não é seguro para passar de moto nem mesmo nessa condição.
Com o trânsito em movimento, então, se acontecer qualquer coisa inesperada, você dança.
Dica:
Sempre acontecem coisas inesperadas — sempre espere o inesperado e tenha uma vida longa e próspera.
É impossível passar em segurança por esse falso corredor formado com o trânsito em movimento.
Não dá para passar nessa velocidade tão perto dos carros, você não tem a mínima margem de segurança razoável...
Pode até passar algumas vezes, mas chegará o dia em que alguma coisa vai dar errado, e aí é game over.
Usando o corredor, você estará o tempo todo no ponto cego dos motoristas.
Mesmo que os motoristas sinalizem a intenção de mudar de faixa, você não terá tempo de fazer nada; mesmo que sua moto freie bem — coisa rara — ela não faz milagre.
Você acha que eu sou muito dramático e não se convenceu do quanto é perigoso passar pelo corredor em movimento?
Então assista este outro vídeo.
Infelizmente, o vídeo foi eliminado pelo autor — era um exemplo perfeito de acidente que pode acontecer com motos em condições que o pessoal acha normais. Fico imaginando se alguém comprou a saída do vídeo que poderia prejudicar as vendas ao mostrar como um pequeno esbarrão em uma moto em condições normais de trânsito pode ser fatal...
Ele mostrava uma moto avançando no falso corredor com o trânsito em movimento em baixa velocidade, sem fazer nenhuma loucura, uma pilotagem absolutamente normal.
Mesmo assim a moto foi fechada em uma manobra normal do trânsito, com o motorista sinalizando a mudança de faixa, e o motociclista foi jogado embaixo das rodas de um caminhão.
Sim, o piloto morreu — mas o vídeo não mostrava.
Felizmente eu tinha salvado esta imagem:
Quando o carro esbarrou na moto, o motociclista perdeu o controle da moto, se desequilibrou e caiu embaixo das rodas traseiras desse caminhão aí do lado.
Fazendo o que esses caras do vídeo e da foto fizeram, você abre mão de todo o espaço de segurança à sua volta — não tem espaço para frear, não tem para onde escapar.
Vai acabar sendo fechado, ou vai encher a lata da traseira de um carro, e acabar amassando os carros ao seu lado, destruindo sua moto, se quebrando inteiro, correndo o risco de um caminhão passar por cima de você e, se você sobreviver, vai ter de fazer fisioterapia e ainda responder a processo e ser condenado a pagar os danos materiais de todos os motoristas.
Você ainda não está convencido do quanto é perigoso passar pelo corredor em movimento?
Então vou mostrar como é possível matar e morrer até com o corredor parado.
Com o corredor parado, você sempre corre o risco de atropelar pedestres.
Continua achando que não tem perigo?
Veja este outro vídeo — em que o piloto morre ao se desequilibrar e cair embaixo das rodas de um caminhão com o trânsito parado — e aprenda essa dura lição da vida.
Resumindo:
O corredor elimina a distância de segurança em relação aos outros veículos — você fica exposto a perigos que não correria se estivesse melhor posicionado no trânsito.
Você pode até ficar parado no corredor, mas bastará que um caminhão ao seu lado se movimente e um daqueles ganchos da carroceria se enrosque na sua jaqueta, e você poderá cair debaixo das rodas traseiras — já era, fim de jogo.
Como os vídeos mostram, o jogo pode acabar muito rápido, num piscar de olhos.
De moto, não tem brincadeira não.
É preciso aprender isso antes de um acidente, porque o primeiro acidente com a primeira moto também poderá ser o último.
Um abraço,
Jeff
Com o trânsito em movimento, então, se acontecer qualquer coisa inesperada, você dança.
Dica:
Sempre acontecem coisas inesperadas — sempre espere o inesperado e tenha uma vida longa e próspera.
É impossível passar em segurança por esse falso corredor formado com o trânsito em movimento.
Não dá para passar nessa velocidade tão perto dos carros, você não tem a mínima margem de segurança razoável...
Pode até passar algumas vezes, mas chegará o dia em que alguma coisa vai dar errado, e aí é game over.
Usando o corredor, você estará o tempo todo no ponto cego dos motoristas.
Mesmo que os motoristas sinalizem a intenção de mudar de faixa, você não terá tempo de fazer nada; mesmo que sua moto freie bem — coisa rara — ela não faz milagre.
Você acha que eu sou muito dramático e não se convenceu do quanto é perigoso passar pelo corredor em movimento?
Infelizmente, o vídeo foi eliminado pelo autor — era um exemplo perfeito de acidente que pode acontecer com motos em condições que o pessoal acha normais. Fico imaginando se alguém comprou a saída do vídeo que poderia prejudicar as vendas ao mostrar como um pequeno esbarrão em uma moto em condições normais de trânsito pode ser fatal...
Ele mostrava uma moto avançando no falso corredor com o trânsito em movimento em baixa velocidade, sem fazer nenhuma loucura, uma pilotagem absolutamente normal.
Mesmo assim a moto foi fechada em uma manobra normal do trânsito, com o motorista sinalizando a mudança de faixa, e o motociclista foi jogado embaixo das rodas de um caminhão.
Sim, o piloto morreu — mas o vídeo não mostrava.
Felizmente eu tinha salvado esta imagem:
Quando o carro esbarrou na moto, o motociclista perdeu o controle da moto, se desequilibrou e caiu embaixo das rodas traseiras desse caminhão aí do lado.
Fazendo o que esses caras do vídeo e da foto fizeram, você abre mão de todo o espaço de segurança à sua volta — não tem espaço para frear, não tem para onde escapar.
Vai acabar sendo fechado, ou vai encher a lata da traseira de um carro, e acabar amassando os carros ao seu lado, destruindo sua moto, se quebrando inteiro, correndo o risco de um caminhão passar por cima de você e, se você sobreviver, vai ter de fazer fisioterapia e ainda responder a processo e ser condenado a pagar os danos materiais de todos os motoristas.
Você ainda não está convencido do quanto é perigoso passar pelo corredor em movimento?
Então vou mostrar como é possível matar e morrer até com o corredor parado.
Com o corredor parado, você sempre corre o risco de atropelar pedestres.
Continua achando que não tem perigo?
Resumindo:
O corredor elimina a distância de segurança em relação aos outros veículos — você fica exposto a perigos que não correria se estivesse melhor posicionado no trânsito.
Você pode até ficar parado no corredor, mas bastará que um caminhão ao seu lado se movimente e um daqueles ganchos da carroceria se enrosque na sua jaqueta, e você poderá cair debaixo das rodas traseiras — já era, fim de jogo.
![]() |
Os ganchos com o tempo se deformam e apontam para fora, enroscando na jaqueta ou braço. |
De moto, não tem brincadeira não.
É preciso aprender isso antes de um acidente, porque o primeiro acidente com a primeira moto também poderá ser o último.
Um abraço,
Jeff
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Uma segunda-feira típica
Segunda-feira, dia típico de falta de trabalho, terminei mais uma das minhas postagens semiparanóicas e já eram três da tarde...
O dia estava muito bonito para desperdiçar almoçando em casa, e eu não estava a fim de comer um mcbob's.
A essa hora, eu só encontraria refeição quente em algum restaurante na beira de alguma praia daqui de Floripa. Me engano que eu gosto.
Resignado, fazer o quê? chamei a Edith para um passeio e lá fomos nós rumo à Barra da Lagoa, do outro lado da Ilha.
Imagem: http://www.imobiliariabuzz.com.br/blog/praia-da-barra-da-lagoa-reune-belezas-naturais-projetos-ecologicos-e-tradicao-pesqueira/
Enquanto atacava uma porção de lulas seminuas, dezenas de biquínis à milanesa tiravam minha concentração e me impediam de finalizar o cálculo da equação diferencial da fórmula química da transformação de água de torneira em gasolina sem álcool que resolveria a crise de energia mundial e acabaria com a guerra no Oriente Médio. O mundo e meus prêmios Nobel vão ter de esperar um pouco mais.
Duas abelhas vieram para fazer companhia, e fiz uma piscina de coca-cola com a tampinha da garrafa para que elas também curtissem a praia numa boa.
Nada mais para fazer, fiquei lá contemplando as paisagens lindas até o pôr do sol, quando elas tomaram o rumo de casa acompanhadas dos respectivos namorados, noivos e maridos. Bando de desocupados, deviam era estar trabalhando.
Hora de Edith e eu voltarmos também, subo na moto e um garotinho de uns cinco anos fica pulando, saracoteando (nussa, essa é de antanho!),bulindo praticando bullying (o pessoal nunca ouviu falar do verbo bulir), apontando para nós e gritando entusiasmado:
— Vó, vó, olha, vó!!!! Um motoqueiro selvagem!!!
Imagem achada em http://www.tatibevilacqua.com/leite-com-groselha/dia-do-rockyeah
Restava saber qual dos motoqueiros selvagens eu era...
Tinha uma dúzia de motos estacionadas, mas nenhuma era "selvagem" — são aqueles prazeres que só óculos escuros e uma custom te proporcionam.
A felicidade do menininho foi imensa quando acenei para ele — estou certo de que naquele momento nasceu mais um futuro motoqueiro selvagem. Espero que ele logo aprenda a ler e visite o blog.
Bom, pelo relato você percebeu que estresse e istepô era tudo que não havia ao meu redor, certo?
Não havia, isso até chegarmos ao centro de Floripa e pegarmos o congestionamento da saída da ilha.
Ainda que as motos pegam corredor, mas eu estou meio cansado pra isso... ajudei a inventar o corredor em 1979... quero mais é me aposentar. Ando devagar porque já tive pressa...
O jeito é seguir na velocidade que a vida me ensinou, suficiente para conseguir frear caso alguém mude de faixa, abra a porta, pedestre atravesse na frente — 40 km/h já é uma grande vantagem comparado aos 5 km/h do pessoal dos carros.
Mas aí aparece a moto buzinando atrás de você. E aí aparece outro cara buzinando atrás do outro cara. E a terceira buzininha lá atrás...
Como não tem como se encaixar e sair da frente deles, e o corredor perto da ponte é o trecho mais perigoso por causa do maior número de pedestres, tomo a melhor atitude:
Reduzo ainda mais a velocidade... hehehehe... sou mau...
E sigo sem estresse... sem estresse... sem estresse, играть страуса!!!!
Como pagar mico sozinho é bobagem e a lei de Mutley não falha, adivinha quem está de carro parado ali no congestionamento?
Meus amigos Daniel e sua esposa Meri.
Me viram justamente no momento em que eu travava o corredor intencionalmente... Poxa, ficaram pensando que eu piloto ainda pior do que eles já sabiam...
Assim que possível, deixei todo mundo passar e os outros motoqueiros foram embora. Buzinando.
Quando chegamos à Via Expressa, carinhosamente apelidada pelos locais de Via Sem Pressa, Via Ex-Pressa e Via Estressa, o trânsito ficou naquela de não sei se vou ou se fico, não sei se fico ou se vou.
Detesto essa indecisão, porque o trânsito nem forma o corredor, nem avança desimpedido, então fiquei naquela de avançar junto com os carros no limite do perigo com todo o cuidado.
E como sempre, pilotar com todo o cuidado evitou a batida naquele carro que mudou de faixa sem olhar o espelho.
Edith freia de arrastar pneu, manifesto minha indignação em russo apontando o espelho do/da motorista.
Imagem: http://www.encontrodemotos.com.br/noticia/1253/o-motociclista-o-motorista-a-mudanca-de-faixa-e-o-acidente.html
Mas decisões tomadas por impulso nunca são boas.
O que era para ser uma pequena passada de mão no espelho do carro, com a velocidade remanescente da moto se tornou um tapão respeitável.
Insuficiente para deslocar o espelho, mas suficiente para desregulá-lo.
O que era para ser uma advertência brincalhona acabou se tornando uma ofensa gratuita, daquelas de ferver sangue nuzóio.
Detestei fazer isso, porque não era minha intenção, eu só queria transmitir a mensagem para tomar mais cuidado e usar o espelho.
Infelizmente, deu a impressão de que tentei quebrá-lo — muita gente já morreu no trânsito por conta de brigas surgidas por atitudes impensadas como essa.
Além de tudo, acabei me desequilibrando e quase caí no meio da via... e muita gente já morreu por isso.
Pelo menos agora eu sabia qual dos motoqueiros selvagens eu era.
Ao chegar em casa, fiz um balanço das ocorrências e percebi que um dia que tinha tudo para entrar na lista dos mais perfeitos quase foi arruinado porque eu me deixei contaminar pelo estresse invasivo (epa!) causado pela nóia do trânsito.
Se a gente se deixar contaminar pela neurose dos outros, Floripa acabará virando uma cidade tão estressada quanto Rio ou São Paulo, e todos nós correremos o risco de nos tornarmos motoristas e motoqueiros selvagens.
Verdadeiramente selvagens, no pior sentido.
Não repita o meu erro.
Um pequeno ato impensado e bobo pode ter consequências muito sérias e irreversíveis.
Paz no trânsito faz bem ao coração e todos gostam.
Um abraço,
Jeff
O dia estava muito bonito para desperdiçar almoçando em casa, e eu não estava a fim de comer um mcbob's.
A essa hora, eu só encontraria refeição quente em algum restaurante na beira de alguma praia daqui de Floripa. Me engano que eu gosto.
Resignado, fazer o quê? chamei a Edith para um passeio e lá fomos nós rumo à Barra da Lagoa, do outro lado da Ilha.
Enquanto atacava uma porção de lulas seminuas, dezenas de biquínis à milanesa tiravam minha concentração e me impediam de finalizar o cálculo da equação diferencial da fórmula química da transformação de água de torneira em gasolina sem álcool que resolveria a crise de energia mundial e acabaria com a guerra no Oriente Médio. O mundo e meus prêmios Nobel vão ter de esperar um pouco mais.
Duas abelhas vieram para fazer companhia, e fiz uma piscina de coca-cola com a tampinha da garrafa para que elas também curtissem a praia numa boa.
Nada mais para fazer, fiquei lá contemplando as paisagens lindas até o pôr do sol, quando elas tomaram o rumo de casa acompanhadas dos respectivos namorados, noivos e maridos. Bando de desocupados, deviam era estar trabalhando.
Hora de Edith e eu voltarmos também, subo na moto e um garotinho de uns cinco anos fica pulando, saracoteando (nussa, essa é de antanho!),
— Vó, vó, olha, vó!!!! Um motoqueiro selvagem!!!
Imagem achada em http://www.tatibevilacqua.com/leite-com-groselha/dia-do-rockyeah
Restava saber qual dos motoqueiros selvagens eu era...
Tinha uma dúzia de motos estacionadas, mas nenhuma era "selvagem" — são aqueles prazeres que só óculos escuros e uma custom te proporcionam.
A felicidade do menininho foi imensa quando acenei para ele — estou certo de que naquele momento nasceu mais um futuro motoqueiro selvagem. Espero que ele logo aprenda a ler e visite o blog.
Bom, pelo relato você percebeu que estresse e istepô era tudo que não havia ao meu redor, certo?
Não havia, isso até chegarmos ao centro de Floripa e pegarmos o congestionamento da saída da ilha.
Ainda que as motos pegam corredor, mas eu estou meio cansado pra isso... ajudei a inventar o corredor em 1979... quero mais é me aposentar. Ando devagar porque já tive pressa...
O jeito é seguir na velocidade que a vida me ensinou, suficiente para conseguir frear caso alguém mude de faixa, abra a porta, pedestre atravesse na frente — 40 km/h já é uma grande vantagem comparado aos 5 km/h do pessoal dos carros.
Mas aí aparece a moto buzinando atrás de você. E aí aparece outro cara buzinando atrás do outro cara. E a terceira buzininha lá atrás...
Como não tem como se encaixar e sair da frente deles, e o corredor perto da ponte é o trecho mais perigoso por causa do maior número de pedestres, tomo a melhor atitude:
Reduzo ainda mais a velocidade... hehehehe... sou mau...
E sigo sem estresse... sem estresse... sem estresse, играть страуса!!!!
Como pagar mico sozinho é bobagem e a lei de Mutley não falha, adivinha quem está de carro parado ali no congestionamento?
Meus amigos Daniel e sua esposa Meri.
Me viram justamente no momento em que eu travava o corredor intencionalmente... Poxa, ficaram pensando que eu piloto ainda pior do que eles já sabiam...
Assim que possível, deixei todo mundo passar e os outros motoqueiros foram embora. Buzinando.
Quando chegamos à Via Expressa, carinhosamente apelidada pelos locais de Via Sem Pressa, Via Ex-Pressa e Via Estressa, o trânsito ficou naquela de não sei se vou ou se fico, não sei se fico ou se vou.
Detesto essa indecisão, porque o trânsito nem forma o corredor, nem avança desimpedido, então fiquei naquela de avançar junto com os carros no limite do perigo com todo o cuidado.
E como sempre, pilotar com todo o cuidado evitou a batida naquele carro que mudou de faixa sem olhar o espelho.
Edith freia de arrastar pneu, manifesto minha indignação em russo apontando o espelho do/da motorista.
Imagem: http://www.encontrodemotos.com.br/noticia/1253/o-motociclista-o-motorista-a-mudanca-de-faixa-e-o-acidente.html
Mas decisões tomadas por impulso nunca são boas.
O que era para ser uma pequena passada de mão no espelho do carro, com a velocidade remanescente da moto se tornou um tapão respeitável.
Insuficiente para deslocar o espelho, mas suficiente para desregulá-lo.
O que era para ser uma advertência brincalhona acabou se tornando uma ofensa gratuita, daquelas de ferver sangue nuzóio.
Detestei fazer isso, porque não era minha intenção, eu só queria transmitir a mensagem para tomar mais cuidado e usar o espelho.
Infelizmente, deu a impressão de que tentei quebrá-lo — muita gente já morreu no trânsito por conta de brigas surgidas por atitudes impensadas como essa.
Além de tudo, acabei me desequilibrando e quase caí no meio da via... e muita gente já morreu por isso.
Pelo menos agora eu sabia qual dos motoqueiros selvagens eu era.
Ao chegar em casa, fiz um balanço das ocorrências e percebi que um dia que tinha tudo para entrar na lista dos mais perfeitos quase foi arruinado porque eu me deixei contaminar pelo estresse invasivo (epa!) causado pela nóia do trânsito.
Se a gente se deixar contaminar pela neurose dos outros, Floripa acabará virando uma cidade tão estressada quanto Rio ou São Paulo, e todos nós correremos o risco de nos tornarmos motoristas e motoqueiros selvagens.
Verdadeiramente selvagens, no pior sentido.
Não repita o meu erro.
Um pequeno ato impensado e bobo pode ter consequências muito sérias e irreversíveis.
Paz no trânsito faz bem ao coração e todos gostam.
Um abraço,
Jeff
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