quinta-feira, 30 de abril de 2015

O que acontece quando falta óleo no motor da moto?

Vacilei feio com o nível de óleo da Jezebel e na manhã de ontem quase travei o motor da pobrezinha.

Estava preparando uma postagem sobre isso quando passei o assunto da postagem anterior na frente, e por coincidência alguém chegou ao blog com a pergunta do título.


O que acontece quando falta óleo no motor da moto? 


Foi o que vivenciamos ontem na prática. 


Pela manhã, fizemos um percurso de 20 km, aí Jezebel ficou parada por aproximadamente uma hora. Depois voltamos por um percurso mais longo, de 24 km.


Na ida e na volta a moto estava rodando muito bem, bem até demais, o que é sintoma de nível de óleo baixo — com pouco óleo no cárter, o motor gira mais solto porque não precisa enfrentar a resistência viscosa normal do óleo. 


O motor também fica barulhento, roncando mais alto do que o normal; um aumento do ronco do motor indica um motor fazendo mais força do que o habitual. O óleo também abafa levemente o ruído do motor, por isso que motor bem lubrificado é mais silencioso. 


Contra o que ele está fazendo força? Contra ele mesmo. 


Nível de óleo baixo aumenta o atrito das peças internas; o motor precisa de mais energia para fazer o trabalho dele e vencer o atrito anormal, então o ronco mais alto é indicativo de que as peças estão fazendo mais força e sendo desgastadas mais rapidamente. 


Eu havia notado isso e imaginei que o nível devia estar bastante baixo, aí lembrei de não ter conferido nas últimas duas semanas... my bad. 


Com esse negócio de ficar alternando o uso de duas motos, as chinesas lifeng mvk Fenix Gold 250 Edith e a zongshen dafra Kansas 150 Jezebel, tendo que manobrar as duas para sair da nova vaga da garagem, acabei descuidando do nível de óleo. Logo eu, veja só.

Como só estava usando a Bél em percursos curtos de 10 km (5 na ida e 5 na volta) até a padaria, relapsei.

Mas o consumo de óleo de um motor bem rodado (78.320 km), que naturalmente já é mais elevado, aumenta ainda mais em percursos curtos, porque o motor trabalha sem atingir 100% da temperatura normal de funcionamento.

Ou seja, com as folgas ainda maiores do que o normal, o óleo passa ainda mais facilmente através dos anéis. 


Mas aí vem a parte interessante:


Na volta, após percorrer 20 km e faltando 4 km para chegar em casa, percebi o sofrimento do motor ao subir o morro do Avaí e parei no primeiro posto.


Como assim, sofrimento do motor?


O sintoma é parecido com a moto pedir reserva, mas menos intenso. O motor perde força, mas não chega a dar engasgadas, apenas diminui o rendimento. 


Se eu continuasse forçando o motor, chegaria um ponto onde seria difícil passar marchas, porque o motor excessivamente quente se dilata mais do que o normal, eliminando as folgas, e as peças já não se encaixam mais com precisão — você não consegue mudar de marcha porque as peças simplesmente não conseguem se encaixar, tão dilatadas que estão. 


Isso acontece porque com pouco óleo o motor trabalha mais quente do que o normal, o que diminui sua viscosidade ("afina o óleo") e faz aumentar o atrito das peças internas. E atrito gera calor.


Uma parte da potência do motor está sendo utilizada para forçar as peças a girar, forçando as peças a deslizar umas sobre as outras. Isso é a mesma coisa que desgastar. 


E o atrito gera calor que aumenta ainda mais a temperatura dos componentes, num círculo vicioso que só serve para diminuir a vida útil do motor.

Com o motor bem lubrificado, esse esforço, desgaste e aumento adicional de temperatura são mínimos. Já com o nível de óleo baixo, o esforço extra será suficiente para ser percebido, se você estiver atento ao que o motor te diz e tiver sensibilidade para perceber pequenas mudanças de comportamento. 


Coloquei 400 ml de óleo para chegar em casa e conferi hoje pela manhã, estava na marca de nível máximo. Sou bom de chute.

Isso indica que a moto estava rodando com a quantidade de óleo recomendada pelo fabricante (1 litro) e o sofrimento do motor era sensível, porque graças ao erro grosseiro e absurdo da quantidade de óleo recomendada de Kansas e Speeds, já estávamos 200 ml abaixo do nível mínimo real. 


Então por que ninguém percebe isso quando a moto está nova?


O primeiro motivo é porque a moto está nova. Um motor bem rodado sente mais o problema porque as folgas são maiores, ampliando as vibrações e os atritos internos.

E também porque o primeiro dono não conhece nada do funcionamento do motor de sua primeira moto, acha que tudo está normal (afinal a moto é nova) e mesmo quando desconfia que há uma anormalidade e reclama na concessionária, ouve do pessoal "moto chinesa é assim mesmo, honda é que é honda".

Sério, isso aconteceu quando lançaram as dafra Speed e Kansas, acompanhei as discussões no fórum.

Felizmente a Kansas Jezebel foi minha segunda moto, eu já tinha vivência suficiente para saber detectar sintomas de nível de óleo baixo porque o óleo recomendado pelo fabricante da minha primeira moto era uma bela de uma porcaria. 

Ele fazia o motor fumar com apenas 5 mil km rodados (com as trocas de óleo em dia conforme o manual — problema que acabou quando mudei de óleo), então tive condição de matar a charada do câmbio duro e dificuldade de achar o neutro da Kansas logo no primeiro dia com ela. E é por isso que não tenho o menor respeito por marcas famosas.

Quando está perto de fundir o motor da moto?

Se eu não tivesse parado e colocado mais óleo, se tivesse insistido em rodar com o motor sofrendo, ele começaria a fumar e poderia chegar uma hora em que ele simplesmente travaria, com as peças se fundindo devido à alta temperatura. Aí a situação seria a descrita nesta outra postagem

Mas eu estava a 2 km de sair da BR, então passaria a rodar em velocidade mais baixa, não exigindo tanto do motor, os sintomas diminuiriam. Outra pessoa poderia chegar em casa e acabar esquecendo da falta de óleo.

E enquanto continuasse a rodar em percursos curtos, o nível de óleo continuaria abaixando. Finalmente, se esquecesse completamente de verificar o óleo e pegasse novamente uma rodovia, o motor começaria a fumar intensamente e acabaria travando de vez bem na frente de um caminhão.

Essa é a situação de quem está sempre rodando com óleo no nível mínimo porque não leu ou não teve acesso ao manual do proprietário... simplesmente está correndo risco de vida ao pegar uma via expressa. 

Caso enfrente uma subida de serra, o pouco óleo do cárter irá para a parte traseira do motor, deixando a bomba de óleo trabalhar a seco e todas as peças móveis apenas gerando calor. Motor fundido na certa, como já vimos acontecer. 

Esse meu descuido foi resolvido rápido, mas roubou alguns poucos milhares de km de vida útil do motor. Quantos, eu nunca saberei. 

Tome cuidado para não deixar isso acontecer com seu motor; é uma judiação com a pobrezinha da sua moto, e um risco de vida para você e sua garupa. Droga, não vou conseguir dormir direito pelo resto da semana... 

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Óleo 20W-50 em moto que usa 10W-30?

Respondendo urgentemente à leitora NaneNunes, que está comprando uma moto e uma briga com a honda por minha causa (hehehe):

Jeff, estou comprando minha primeira moto, uma Fan 150, e antes dela chegar descobri seu blog, estou adorando e queria te parabenizar pelo ótimo serviço informativo e divertido. 

Ontem fui à Concessionária resolver a papelada e indaguei sobre o óleo, fui levada ao mecânico chefe e perguntei se na revisão da concessionária eu poderia levar um óleo de maior viscosidade.

Fui informada grosseiramente (porque o mecânico deixou claro que o fato de eu ser mulher impede categoricamente que eu entenda qualquer coisa relacionada à mecânica) que um óleo de viscosidade maior vai prejudicar o motor (você acredita???)

Argumentei que o clima da nossa cidade é quente (Belém, Pará, média de temperatura de 30 graus) e que o óleo 10W-30 da Honda não é o ideal e fui informada que na Honda eles não aceitam a utilização de qualquer óleo que não seja o Honda e que se eu quiser trocar é por minha conta e risco e que nem no momento de trocar, mesmo eu levando o óleo, eles não colocarão, você acredita?

Enfim, queria ter conhecido seu blog antes, talvez a ideia de que só existe Honda tivesse mudado, pena que agora terei que trocar o óleo em casa mesmo :) 

Olá, Nane, obrigado por ler o blog!

E não pense que a grosseria ocorre apenas por você ser mulher não, isso é regra geral e não só na honda... eu cansei de discutir com mecânico que diz que não pode colocar mais do que a quantidade recomendada no manual, apesar de o manual dizer que é obrigatório adicionar óleo até atingir o nível máximo da vareta depois de colocar a quantidade indicada. 

Sugiro que você não compre briga com a concessionária por causa do óleo, senão é capaz de te invalidarem a garantia da moto e aí, se um dia tua moto der um problema de queimar a buzina, vão dizer que foi por causa do óleo que você está usando.

Nenhuma concessionária pode deixar de seguir as diretrizes do fabricante, então com eles você não conseguirá argumentar mesmo.

O que me deixa indignado é que eles não respeitam o método de troca de óleo determinado pelo fabricante, que exige a complementação, e o fabricante não faz nada a respeito.  

Para enfrentar esse período da garantia com o óleo 10W-30 (um ano passa rápido), não descuide do nível correto, sabendo que ele tende a ser consumido e abaixar muito, mas muito mais rápido do que o óleo mineral 20W-50.

Você não conseguirá comprovar o nível do óleo sintético da mesma forma que é fácil com o óleo mineral porque ele desce muito rápido para o cárter, então faça o procedimento de medição exatamente como está no manual e tenha o cuidado de manter o nível de óleo sempre junto da marca de nível máximo da vareta medidora. 

Um tiquinho a mais, tipo 200 mililitros, não prejudica o motor — o que não pode é passar disso, que aí realmente pode danificar o motor por excesso de óleo. 

Depois que passar o período da garantia, você poderá optar por continuar usando um óleo sintético para motos, mas de viscosidade adequada (20W-50).

PS: Ou optar por um mineral 20W-50, depois de lavar o cárter para evitar a formação de borra. (Pensei e esqueci de escrever...)

Você encontra uma explicação sobre o procedimento de lavagem do cárter com o óleo novo na seguinte postagem: http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2014/12/misturei-oleo-mineral-com-sintetico-e.html

Agora você precisa tomar cuidado com uma coisa:

A honda sabe que os motores estão pipocando e implantaram aquela promoção de garantia por 3 anos com 7 trocas de óleo gratuitas. Não sei se foi por tempo limitado.

Não tenho como afirmar, mas é muito possível que nessas trocas gratuitas eles estejam tomando cuidado especial com o nível, e nesse caso, é capaz de sua moto já vir abastecida com esse tiquinho a mais para garantir que não ocorram problemas durante o período de garantia.

Então antes de você colocar por conta própria um tiquinho a mais, verifique aonde o óleo está sendo indicado na vareta, sempre a frio pela manhã e com a moto sobre solo nivelado em todas as direções, apoiada no cavalete central.

Se já estiver acima do nível máximo, não coloque mais óleo. Se estiver abaixo, complete. O próprio manual recomenda fazer isso. E se estiver exatamente no nível máximo, avalie se será necessário colocar esse tiquinho a mais. 

O que não pode é rodar com óleo baixo por muito tempo (vacilei com o nível de óleo da Jezebel esta manhã e quase travei o motor da pobrezinha, estava preparando uma postagem sobre isso quando passei o seu assunto na frente)

Mantendo seu motor nessas condições, você poderá passar pelo período de garantia sem brigar com a concessionária e sem preocupação de perder o "benefício". 

Tudo de bom,

Jeff

terça-feira, 28 de abril de 2015

Dois acidentes comuns e plenamente evitáveis, aprenda com eles

Veja estes dois acidentes:


Reportagem e vídeo: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2015/04/video-mostra-ocupantes-de-moto-sendo-lancados-apos-batida-em-mg.html


Reportagem e vídeo: http://g1.globo.com/goias/transito/noticia/2015/04/jovem-fica-ferido-ao-bater-moto-em-carro-e-ser-arremessado-veja-video.html

As reportagens com os vídeos estão disponíveis neste link e neste outro do g1.

Os dois acidentes ocorreram em menos de 24 horas e servem para ilustrar como uma pequena desatenção pode virar um grande desastre.

Os dois pilotos de maneira incompreensível se lançam diretamente na frente de carros plenamente visíveis. 


Por que fizeram isso? 

Dica: o problema não foi apenas o desrespeito às regras de trânsito.

Se a situação fosse oposta, com os carros avançando contra as motos, poderíamos pensar que as motos estivessem ocultas pela coluna dianteira do carro, como explicado nesta outra postagem.


Mas os capacetes dos motociclistas não têm esse impedimento à visão, e normalmente ninguém quer se atirar na frente de um carro em alta velocidade, então o que aconteceu?

Distração, falta de concentração na pilotagem.


No primeiro caso, é muito provável que piloto e garupa estivessem conversando; distraído, o piloto desrespeitou a gigantesca sinalização horizontal de PARE e não percebeu o carro se aproximando em alta velocidade.


A cabeça estaria na conversa e não no controle da moto — esse é um dos maiores riscos ao se pilotar com garupa.


No segundo caso, o piloto fez uma conversão imprudente (que a reportagem diz ser proibida). 

Provavelmente o piloto tomou a decisão de sair para a rua transversal por impulso, sem pensar.

Toda sua atenção foi usada para não ser atropelado enquanto cortava o tráfego da via principal, e no momento de atravessar a pista, seu foco desviou para a rua onde ele ia entrar — não sobrou concentração para ver o veículo se aproximando e ele foi colhido violentamente

Possivelmente o horário deste último acidente teve influência: 6:20 da manhã de uma segunda-feira, hora em que nem todo mundo consegue acordar completamente, ainda mais na segunda (eu não consigo)

É um horário e um dia da semana em que acontecem muitos acidentes porque o fator cansaço/sono matinal pesa muito. Estar atrasado para o trabalhopilotar em jejum também.


Em ambos os acidentes, a cabeça estava longe, eles pilotaram de maneira displicente, e agora é torcer para que todo mundo sobreviva e se recupere bem após uma longa e dolorida fisioterapia. 


Ou seja, sobreviver ao acidente será apenas a primeira etapa de um processo sofrido que se arrastará por meses, talvez anos.

Um sofrimento que poderia ser evitado com um mínimo de atenção, isso é que é o mais triste.

Um abraço, e não caia nessas armadilhas,

Jeff

segunda-feira, 27 de abril de 2015

As coisas lá e cá

Reportagem e vídeo: http://www.standard.co.uk/news/uk/shocking-footage-shows-biker-crash-after-trying-to-pop-a-wheelie-at-70mph-10036080.html

Este acidente foi filmado pela câmera do piloto acidentado e também pela câmera da van contra a qual o piloto acabou se chocando; você pode ver ambos os vídeos editados em um único neste link.

Não estranhe que está todo mundo na contramão, o acidente aconteceu na Inglaterra e lá todo mundo anda ao contrário. Não segundo eles.

Diante das evidências, Lee Oliver e o amigo Lee Cunningham se declararam culpados por direção perigosa.

Ambos pilotavam suas motos a 70 milhas por hora (113 km/h) em uma via com limite de velocidade inferior, quando um dos Lee perdeu o controle da moto. 

A reportagem diz que ele tentou empinar, mas para mim ele se assustou com a redução de velocidade do amigo à frente e perdeu o controle ao frear.

O fato é que ambos pegaram uma sentença de 18 meses de prisão em liberdade condicional (não podem pisar na bola nesse tempo), tiveram a carteira suspensa por quatro anos (o que lá quer dizer que se forem pegos dirigindo ou pilotando durante esse tempo, irão para a cadeia de verdade), e foram obrigados a prestar 200 horas de serviço comunitário (não é pagar cesta básica: é tipo fazer 200 palestras gratuitas de 1 hora em escolas sobre os motivos porque não vale a pena desrespeitar a lei)


Eles também foram obrigados a pagar uma multa de 1.000 libras e mais os custos de processo no valor de 700 libras. Isso dá uns 7.563 carapanãs, ops, reais.

Fora os custos com a moto (será que salva alguma coisa?), a perda do equipamento e mais os custos de guincho e hospital.

Nas palavras do sargento Huw Watts:

"Motociclistas são usuários da estrada vulneráveis que geralmente levam a pior quando se envolvem em uma colisão, mas este caso mostra como algumas pessoas colocam a si mesmas em perigo abusando do fato de que suas máquinas podem andar rápido e efetuar manobras arriscadas."

Pois é. Achei essa notícia no mesmo dia em que saiu essa história da apreensão das motos e carteiras de habilitação do pessoal andando a 300 km/h aqui no Brasil.


Reportagem: http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/04/grupo-faz-rachas-de-moto-e-tenta-chegar-299-kmh-em-rodovias.html

Estou curioso para saber quantas cestas básicas cada um vai ser condenado a pagar antes de sair pilotando da audiência com o juiz.

Opa, lembrei, isso aqui é Brasil.

Capaz de o processo caducar ou ser engavetado antes de chegar às mãos do juiz...


Ou então o adevogado alega que não houve flagrante, o réu é primário, o processo tem falhas, o vídeo não serve como prova, o cliente se filmou sem dar consentimento para ser filmado, o que aparece no vídeo não é o velocímetro — é o relógio digital marcando 2 horas e 99 minutos... e por aí vai.

Um abraço,


Jeff

sábado, 25 de abril de 2015

Videogames e a vida real

Na postagem de ontem deixei de mencionar um fator que contribui para a epidemia de acidentes com motos (e carros também) dos dias de hoje: 

Videogames.


Nos videogames as motos são capazes de fazer coisas incríveis, como rodar sobre a zebra mantendo a trajetória, e tracionar na grama em alta velocidade.

As leis da Física não se aplicam aos games, só as da emoção necessária para vender o jogo, então tudo é possível.



Imagem: www.stuntlife.com

Manobras arriscadas resultam em ultrapassagens espetaculares, ou em acidentes incríveis

O pior que pode acontecer é você ter de apertar o reset e começar do zero. Com uma moto novinha e um avatar incólume (alguém ainda fala incólume?), são e salvo.

Mas na vida real, asfalto, sarjeta, postes e outros veículos são a dura realidade da vida. E basta um único erro, seu ou de alguém, e você verá gente morta.




Mesmo entre os melhores e mais experientes pilotos de competição, ocorrem mortes por imprevistos e falhas mecânicas durante a pilotagem.



E aí a moçada sem noção do mundo real sai do videogame, achando que pode fazer de verdade tudo aquilo que aprendeu no jogo, pega a moto ou carro escondido dos pais e morre aos 15, no máximo 17 anos. 


Reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/04/adolescente-morre-ao-bater-moto-em-trator-na-grande-florianopolis.html

É muito triste.

Falta quem diga para essas quase crianças que a realidade da vida é bem diferente da realidade virtual dos games.


Infelizmente, vejo a novíssima geração partindo para as ruas sem experiência nenhuma da vida real, sem vivência alguma, desconhecendo as regras de trânsito, sem noção das reações dos veículos, sem ideia da inércia das máquinas, da distância e tempo necessários para reduzir a velocidade, acostumados que estão com a reação quase instantânea dos games.


O resultado é a moçada se matando contra obstáculos imóveis ou outros carros e motos, porque sua noção do mundo não corresponde ao que é possível fazer no mundo real. 


O que conhecem do mundo é uma fantasia vendida para entreter, não para formar pilotos.


Mas os pilotos de sofá se iludem que têm experiência e, com um veículo nas mãos, tentam repetir as manobras incríveis dos jogos, viciados que estão na adrenalina.

O resultado é essa epidemia que vemos por aí.

Está aí um tema que merece um estudo aprofundado. 


Conscientizar a moçada que a vida não é um jogo com vários resets poderá salvar muita gente.

Um abraço,


Jeff

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Virou epidemia

Reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/04/hospitais-classificam-acidentes-com-motos-em-sc-como-epidemia.html

Saiu no jornal local hoje:

Os acidentes de moto aqui em Santa Catarina, particularmente na região da Grande Florianópolis, atingiram níveis epidêmicos, tamanho o número de acidentados que chega aos hospitais a toda hora.

De cada 10 acidentados, 6 são pilotos ou garupas — isso é muita coisa. Assista o vídeo e leia a reportagem neste link.

Mas por que chegamos a este ponto?

Floripa e cidades vizinhas cresceram muito rápido nos últimos anos, o que tornou o trânsito muito intenso nos horários de pico. Igual sua cidade, né?

Para fugir dos congestionamentos e dos ônibus com horários e itinerários que nem sempre permitem conciliar horários e compromissos, milhares recorreram às motos com a ilusão de que elas permitiriam compensar essas mazelas.

Então cidades ainda não acostumadas com o trânsito pesado de tantos carros, com uma população jovem de motoristas novatos, de repente ganham uma legião de motociclistas; todos, motoristas e motociclistas, muito mal preparados pelas autoescolas para enfrentar o trânsito. 

Saber fazer uma baliza não capacita ninguém a dirigir prevendo o comportamento de outros motoristas, pedestres e motociclistas.

Dar voltas em primeira marcha numa pista de parquinho de diversões e saber parar e sair de cima de uma rampinha não capacita motociclistas a prever as atitudes de outros motoristas, pedestres e motociclistas.

Quando toda essa gente mal preparada e mal informada sobre os riscos, as situações de emergência, os macetes de manutenção e condução de seus veículos são colocados para disputar o mesmo espaço, o resultado é esse da reportagem.

Motoboys são os que menos se envolvem em acidentes. A profissão seleciona aqueles que aprendem rápido. Os que não adquirem essa malícia de trânsito em curto prazo, abandonam a profissão com medo ou se aposentam por invalidez. Ou pior.

A maior parte desses acidentados são aqueles que apenas usam a moto para ir de casa ao trabalho e do trabalho para a escola. 

Eles não têm oportunidade de aprender com o trânsito menos intenso das outras horas do dia porque estão trabalhando, e são jogados aos leões da hora do rush.

Você que está tirando habilitação de motociclista ou motorista agora, não se deixe enganar.

Ter esse documento apenas prova que você pagou as taxas. 

Se você quiser sobreviver no trânsito sem se envolver em acidentes, e sem causar acidentes para outros, conheça a fundo o código de trânsito e invista um bom tempo em treinamento e complementação do aprendizado. 

Não é só tirar a carteira e sair rodando, você precisa ganhar experiência. Sempre considere que alguém não estará respeitando o código e tome precauções. 

Conte com a possibilidade de outras motos fazendo ultrapassagens indevidas, carros fechando o corredor, pedestres saindo de trás de ônibus e furgões... nunca avance sem ter certeza de que não tem alguém desrespeitando a preferencial ou o semáforo, nunca seja o primeiro a avançar com a luz verde... sinalize suas mudanças de direção com antecedência suficiente e conte com manobras não sinalizadas de outros condutores.


Use seus finais de semana para conhecer as reações de sua moto, treine frenagens de emergência, pratique manobrar a motocicleta em situações variadas, faça um curso de pilotagem defensiva...

Pilote sempre se imaginando invisível para os outros motoristas e motociclistas — isso te obrigará a ser mais cauteloso e a desenvolver um sentido de prevenção. Você terá de sair das situações por si mesmo, sem contar com a reação dos outros.

Isso é meio caminho andado para não se envolver em uma situação potencialmente perigosa — é um passo significativo para não fazer parte das estatísticas mostradas nesta reportagem.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Moto não é cabide

Imagem: http://pinturaquefala.blogspot.com.br/2013/01/moto-cinquentinha-violao-imprudencia-acidente-terrivel-musica.html

Moto não é cabide para você ficar pendurando bolsas e outros penduricalhos. E também não é palquinho para ficar se exibindo.

Moto é um veículo motorizado o qual, se você descuidar da pilotagem, te derrubará no meio do trânsito, podendo causar um acidente fatal.

E um item de distração muito comum é justamente aquela bolsa ou sacola que você não sabe onde carregar e acaba pendurando no guidão... ou levando na mão.


Não faça isso!

O guidão é uma grande alavanca que facilita você manobrar a moto. Por ser uma grande alavanca, basta o mínimo de força para movê-lo com as mãos.

Essa é a ideia. Pequena força = movimento fácil do guidão.

E quando você pendura uma bolsa ou sacola, ela balança e exerce uma pequena força sobre o guidão. Percebeu?


Imagem e reportagem neste link
Sua moto estará sendo pilotada por você E por sua bolsa. E uma sacola cheia de alface não é lá muito inteligente.

Ela ficará balançando no guidão, fazendo com que sua moto fique o tempo todo se desviando da trajetória. Instabilidade é a palavra.

O guidão não é cabide, nem o seu antebraço. A mesma força que o vento e as curvas aplicarão sobre sua sacola no guidão também atuará sobre sua sacola no antebraço, podendo provocar um desequilíbrio momentâneo.

Ou se enroscará nos comandos do guidão, impedindo que você acione a embreagem, o freio dianteiro ou gire o guidão, fazendo com que você se desequilibre. 

E basta um momento para acontecer um acidente...

Aí você me pergunta, onde eu posso carregar uma bolsa ou sacola?

Imagem: http://blogs.bolsademulher.com/decarona/2013/11/12/10-dicas-para-economizar-no-combustivel-da-moto/

Certamente também não é sobre a plataforma do scooter...

Basta que a bolsa escorregue para o lado para que sua atenção se desligue do trânsito à frente e da trajetória da moto. Se ela cair então...

Sair por aí carregando pendurada no braço ou a tiracolo uma bolsa que certamente terá um celular e uma carteira é um convite para ser assaltad\a/\o/ — por um pedestre enquanto você aguarda no semáforo, ou por um assaltante na garupa de uma moto.   

O lugar certo para transportar bolsas ou sacolas é no bagageiro do scooter ou nos alforges ou no bauleto da sua moto.

Ah, mas minha moto não tem alforges nem bauleto, e não dá para prender uma sacola de compras no bagageiro aberto da moto...

A melhor opção sempre será contar com um local correto para transportar objetos. Todo mundo precisa transportar carga em algum momento, mas pouquíssimas pessoas instalam acessórios para transportar cargas, preferem improvisar. E improvisos em motos geralmente dão muito errado. 

Caso você precise realmente transportar uma única sacola com peso não superior a 2 kg, o melhor local é na dobra do cotovelo, longe dos comandos da moto e onde o peso não atua com tanta intensidade sobre a alavanca do guidão.

Ele até atua, mas você tem todo o peso do corpo mais a força de todo o braço para compensar. É diferente de o peso estar colocado próximo ao guidão.

Mas eu comecei falando que moto não é cabide, e há coisas inacreditáveis que o pessoal pendura na moto, como pranchas de surfe.

Aqui em Santa Catarina há muitos surfistas e não é raro vermos uma cena como essa. São comercializados suportes fabricados especialmente para essa finalidade.

Ué, mas se existe o suporte especial para isso, o pessoal instala direto em bicicletas, qual o problema? 

O problema é que essa coisa é extremamente perigosa em alta velocidade na estrada. O fato de ter alguém vendendo não quer dizer que seja algo aprovado por qualquer critério de segurança.
  
Reportagem: http://mundotransito.com.br/index.php/2013/05/29/transporte-de-pranchas-de-surf-em-motocicletas/

Uma prancha colocada na moto é a mesma coisa que uma asa. Com vento suficiente, sua moto sai voando.

Bah, que exagero... ela nem está na horizontal...

Você só está considerando o vento causado pelo rodar da moto, se esquece que existem outros ventos. 

Quem pensa que não tem problema nunca sentiu o vento lateral em um descampado, ou o vento lateral deslocado por caminhões e ônibus em alta velocidade na rodovia

Basta um grandalhão desses passar ao seu lado e sua moto irá para o acostamento, você não terá força para segurá-la na estrada — e se tiver um carro parado por lá, ou um buraco... você, sua moto e sua prancha já eram.

E para finalizar, olha só que ideias toscas:



Tomara mesmo que fiquem só na zoação com photoshop...

Tomara...

Um abraço,

Jeff

PS: Agradeço ao Daniel pela sugestão do tema. Há outras sugestões enviadas pelos leitores, elas estão na fila, me desculpem pelo atraso, mas os dias não têm sido normais neste começo de ano.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Lembra daquele acidente?

Na postagem Pneu de moto não pode ficar careca eu falei que a causa provavelmente teria sido um pneu furado...
Postagem: http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2014/05/pneu-de-moto-nao-pode-ficar-careca.html

Encontrei uma reportagem local sobre esse acidente com uma nova foto que talvez permita identificar o verdadeiro causador da perda de controle e invasão da pista contrária:


Reportagem: http://www.ndonline.com.br/oeste/noticias/92404-pai-e-filha-de-nove-anos-morrem-em-acidente-na-sc-283-em-agua-de-chapeco.html

A corrente de transmissão muito folgada pode ter pulado fora da coroa...


Reportagem: http://www.ndonline.com.br/oeste/noticias/92404-pai-e-filha-de-nove-anos-morrem-em-acidente-na-sc-283-em-agua-de-chapeco.html

Ou tanto o pneu quanto a corrente pularam fora do aro e da coroa devido ao arrasto da moto pelo caminhão. 

Ou então o piloto simplesmente errou o momento de fazer uma ultrapassagem... ou passou mal... há várias possibilidades, mas não tenho como provar nenhuma.

Por isso que o trabalho de perícia é tão difícil, a distinção entre causa e efeito precisa ser comprovada com exames minuciosos, e mesmo eles nem sempre permitem chegar a uma conclusão definitiva.

Por via das dúvidas, fica renovado o lembrete.

Não descuide da regulagem da sua corrente de transmissão. Eu canso de ver a moçada pilotando com a corrente se despedindo, acenando um adeus, e o pessoal nem aí.

Corrente excessivamente frouxa pode matar! 

Ela precisa ter uma pequena folga, mas essa folga não pode aumentar a ponto de a corrente chegar perto do cavalete.

Uma corrente embarrigada como essa aí debaixo precisa ser conferida. 



Uma pequena barriga é normal, mas se a barriga ultrapassar o limite recomendado e a corrente não for regulada imediatamente, ela irá pular fora — sim, a coisa é traiçoeira e exige atenção diária.

Essa folga da foto me parece superior aos 3 centímetros recomendados, portanto exigiria regulagem.

E como se mede essa distância? 

Ao levantar a parte central da corrente (o ponto mais baixo da barriga) ela deverá subir no máximo a distância recomendada para sua moto. 

Não é a distância somada entre o tanto que subiu mais a espessura da corrente!

Olhe um ponto fixo da corrente, por exemplo o centro de um elo — é esse ponto que tem que subir no máximo a distância recomendada.

Na maioria das motos esse valor é de 3 centímetros, mas pode ser um pouco maior nas motos de trilha e um pouco menor nas motos custom — verifique o manual da sua moto e, se possível, meça com alguém do seu peso sentado sobre a moto e ela apoiada sobre as rodas.  

Desculpe voltar a falar deste assunto, mas é um daqueles cuidados essenciais que os proprietários novatos subestimam, assim como a importância do nível de óleo correto para a vida do motor — ambos apresentam risco de travamento e queda em alta velocidade.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Mais um acidente por trava do guidão


Nunca é demais lembrar como é perigoso descuidar do reaperto de alguns parafusos propensos a se soltar em sua moto.

Já falei sobre como os parafusos que fixam a trava do guidão de algumas motos, como a CG e a Kansas, podem te matar nesta postagem aqui e também na postagem Uma economia imoral dos fabricantes de motos.

Finalmente apareceu um caso documentado comprovando o quanto o afrouxamento desses parafusos pode contribuir para um acidente.

Com o afrouxamento da trava do guidão, o pino pode saltar para fora da posição recolhida e impedir o movimento do guidão em uma hora que você precise fazer uma manobra em velocidade relativamente baixa.

Isso pode te jogar contra um poste, um muro ou a contramão, e mesmo em velocidade relativamente baixa isso pode ser fatal.


Os parafusos vão nessas roscas indicadas pelas setas.
Inspecione regularmente o aperto desses parafusos, basta uma chave de fenda cruzada (chave phillips) para dar um bom aperto. 

E se antes de reapertar os parafusos você molhar suas roscas com um pouco de superbonder, trava-rosca ou, na falta disso, esmalte de unha, ficará mais difícil para eles se soltarem sozinhos.


Um pequeno cuidado que pode evitar grandes dores de cabeça.


Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Minha moto não firma a marcha lenta com um cilindro falhando

Nas motos de um único cilindro, isso pode ser problema de gasolina (pouca gasolina / gasolina velha / contaminada com água / batizada), carburação (sujeira no carburador), centelha (cabo de vela / vela de ignição / bobina / CDI) ou filtro de ar sujo que não deixa o ar entrar no motor.

A solução é eliminar a causa (colocar mais gasolina, trocar a gasolina velha, substituir a vela ou bobina ou CDI, trocar o filtro de ar de papel), ou, onde possível, limpar o componente (eletrodos da vela de ignição, filtro de ar de espuma). 


Se a moto estiver na reserva ou perto da hora de colocar a reserva, coloque um pouco mais de gasolina boa. 

Pouca gasolina dentro do tanque, principalmente se a reserva já estiver acionada, desce para o(s) carburador(es) com pouca pressão — isso faz com que a gasolina mal consiga encher a(s) cuba(s) e já seja aspirada para o motor, impedindo seu bom funcionamento. 


Se o problema for o baixo nível no tanque, colocar mais meio ou um litro de gasolina facilitará muito a partida.


Mas e nas motos com mais de um cilindro? 


O que fazer quando você tenta ligar sua moto pela manhã e o motor mal consegue permanecer na marcha lenta, você tenta acelerar e o motor não ganha rotação, em vez disso ele vibra e ameaça morrer?


A vibração anormal do motor é sintoma de que não está ocorrendo explosão em um dos cilindros.


A centelha pode estar falhando em apenas um cilindro por um problema de vela de ignição ou cabo de vela ou bobina — mas não de CDI. Falo disso novamente mais abaixo.


Outra possibilidade, e é a mais provável, é de que a
a carburação de um cilindro esteja falhando, ainda mais nas motos que ficam paradas por mais de uma semana. Edith ficou parada duas semanas e precisei usar alguns truques na manga.

Nas motos com injeção eletrônica, certamente será um problema elétrico ou de injetor obstruído, então vá direto verificar o contato do cabo de vela ou substituir a vela de ignição. Se for o injetor, só resta ir para a oficina.

Nas motos carburadas, a primeira coisa a fazer é tentar colocar o carburador preguiçoso para funcionar.

Motos paradas por um bom tempo tendem a formar borra dentro das cubas, impedindo o funcionamento da boia (e a entrada normal de gasolina no carburador). Já falamos disso nesta postagem aqui.


Bom, você já tinha lido, deu pancadinhas leves nos carburadores e o motor continuou falhando, o que fazer agora?


Pode ter algum cisquinho obstruindo algum giclê lá dentro do carburador. Giclês são pecinhas minúsculas com furos calibrados (de precisão) que permitem a passagem de quantidades muito bem controladas de ar ou gasolina.


Se for um cisco de tamanho razoável, será necessário desmontar e limpar o carburador.


Mas existe uma chance de fazer um cisquinho sair da posição e ser arrastado para dentro do cilindro, desobstruindo a passagem de ar ou combustível e normalizando o funcionamento do motor.


Com o motor ligado, continue batendo levemente na parte reforçada da cuba do carburador entupido. (em uma moto bicilíndrica, na partida a frio fica fácil descobrir qual o carburador com problema: o cilindro de um lado estará mais frio do que o outro).

E além de bater levemente, acelere e acione e desacione o afogador várias vezes com rapidez, de modo que a borboleta do afogador bata contra a sede. 

O afogador é acionado por uma alavanca ou botão instalados diretamente no carburador ou no guidão. 

Se o cisquinho for pequeno e estiver alojado no giclê de ar, a variação brusca do fluxo de ar terá boa chance de arrastá-lo para fora do giclê.

Se nada disso resolver, faça o teste de centelha para saber se está chegando faísca até a vela.


Depois de ter certeza de que o cabo está bem conectado no conector da vela, e que o conector da vela está bem conectado na própria vela de ignição, e o motor continua falhando, solte o conector da vela e use a chave de vela do seu jogo de ferramentas para retirar a vela.


Verifique a condição dos eletrodos. Se estiverem apenas sujos, use uma escova de arame, lixa ou pedaço de papel dobrado (no desespero) para eliminar o excesso de carvão acumulado.


Se os eletrodos estiverem desgastados e muito afastados, o melhor é trocar a(s) vela(s).


Dicas:

Encontrando uma vela defeituosa, o prudente é já trocar todas as velas, pois se uma falhou, a(s) outra(s) estar(ão) prestes a falhar também. 


Mas se você estiver no mato sem cachorro, longe de ajuda, limpe a vela e tente recuperar a folga recomendada para os eletrodos.


Devido ao desgaste natural, a folga estará maior do que o normal, então você poderá entortar o eletrodo lateral com um alicate ou forçar o eletrodo da vela contra uma superfície rígida a fim de diminuí-la.

Normalmente essa folga é de 0,8 mm, mas pode variar. 


E quanto é 0,8 mm? Mais ou menos isto aqui:



Imagem: http://www.dicasmecanicas.com/2011/10/vela-ignicao-tipos-defeitos-comuns/

A vela não poderá ficar com menos folga do que o recomendado, senão a faísca ocorrerá antes da hora e o motor trabalhará forçado. 

Se ao instalar novamente a vela o motor voltar a funcionar normalmente, mas agora vibrando com mais intensidade do que o usual, desligue e aumente um pouco a folga dos eletrodos da vela para evitar danificar gravemente o motor. 


Esse macete pode ser o suficiente para você conseguir chegar até uma oficina ou posto de gasolina, normalmente eles têm velas à venda.


Aprenda um pouco mais sobre velas e veja fotos de exemplo neste site aqui.


Caso você chegue à conclusão de que o problema é realmente de sujeira no carburador e não tiver como recorrer a uma oficina, visite este site que ensina com muitas fotos a desmontar e limpar um carburador.


Boa sorte e um abraço,

Jeff