Notícia publicada no G1 semana passada:
O vídeo mostra o caminhão totalmente na contramão:
Vídeo e reportagem: https://g1.globo.com/sp/itapetininga-regiao/noticia/2020/02/26/motociclista-morre-apos-bater-de-frente-com-caminhao-em-rodovia-de-paranapanema.ghtml
O vídeo finaliza com a frase "As causas do acidente ainda serão investigadas".
Ao ver a cena você não se conforma e junto com todo mundo grita "caminhão na contramão, o motorista é culpado, lincha, lincha!" — e o perigo nessa hora é o pessoal se empolgar e cometer uma tremenda injustiça.
Será mesmo que o acidente aconteceu por causa do motorista do caminhão?
O que você nota ao ver a moto envolvida no acidente?
Imagem e reportagem: https://g1.globo.com/sp/itapetininga-regiao/noticia/2020/02/26/motociclista-morre-apos-bater-de-frente-com-caminhao-em-rodovia-de-paranapanema.ghtml
Frente totalmente destruída e roda traseira quebrada, certo?
Ora, a frente foi destruída no impacto com o caminhão, mas e a roda traseira?
A roda traseira não bateu contra o caminhão, nada ao redor dela bateu — o escapamento está inteiro, a rabeta está inteira.
Todo o lado posterior da moto está bem preservado, então me parece pouco provável que essa roda tenha se quebrado durante a batida. Pode até ser, mas...
Imagem e reportagem: https://g1.globo.com/sp/itapetininga-regiao/noticia/2020/02/26/motociclista-morre-apos-bater-de-frente-com-caminhao-em-rodovia-de-paranapanema.ghtml
A roda se quebrou no aro e também no raio, que mostra uma fratura do tipo frágil (instantânea e não por fadiga) em um local determinado — a roda não foi prensada entre a rabeta e o asfalto, senão ela estaria ovalizada.
Esse é um forte indício de uma pancada muito intensa e localizada — como o impacto contra a quina de um buraco profundo.
Buracos profundos costumam aparecer nas estradas em época de chuvas — estamos passando por uma temporada chuvosa sem precedentes e chovia no momento do acidente.
Buracos ficam cobertos de água suja e não permitem avaliar sua profundidade: o que parece uma poça inofensiva pode ser uma tremenda armadilha para motos.
Um cenário possível seria este (mas somente uma investigação do local e testemunhas poderão confirmar se esta suposição está correta):
Com a roda quebrada, o motociclista teria perdido o controle e a motocicleta começou a dançar na pista.
A moto teria desviado primeiro para a pista oposta, o motorista tentou desviar jogando o caminhão para a contramão, mas a moto sem controle inverteu a trajetória e aconteceu a colisão.
Invadir a contramão e retornar cruzando a pista, fazendo um S, é um comportamento típico de veículos desgovernados, como pode ser visto pelas marcas dos pneus de um carro que vinha na mão correta, perdeu o controle e capotou no acostamento:
Imagem e reportagem: https://planetafolha.com.br/11/01/2020/livramento-em-rolim-de-moura-familia-em-moto-escapa-da-morte-apos-carro-desgovernado-capotar-a-poucos-metros-de-distancia-na-ro-479/
Não se pode descartar que algo parecido tenha acontecido com a moto, por isso que as causas precisam ser investigadas.
Pessoalmente, sempre achei esse tipo de roda extremamente frágil para encarar nossas estradas esburacadas — até fiz uma postagem sobre isso em 2014.
É uma roda projetada para uso urbano, onde via de regra o asfalto é melhor conservado — pelo menos no Japão, onde a moto foi concebida — e as velocidades costumam ser mais baixas.
Naquela última viagem para Floripa em que o buraco na BR-116 quebrou o para-lama traseiro da Jezebel, a primeira coisa que fiz foi inspecionar as rodas — felizmente, a quina pegou na direção do raio e a roda aguentou o tranco.
Se tivesse batido na área entre os raios, o flange teria sido amassado, isso já aconteceu antes, mas uma vantagem da Kansas é usar câmara de ar, então o pneu não esvazia de repente.
Além disso, sua roda traseira é aro 16 polegadas (406 mm), então o espaçamento entre os centros dos raios é menor (255 mm).
Já o aro da suzuki Yes é de 18 polegadas (457 mm), por isso o espaçamento entre os centros dos raios é maior (287 mm).
Principalmente, a área da união entre raio e aro é menor na Yes, o que aumenta proporcionalmente o espaço vazio entre os raios — e quanto maior essa distância sem reforço, maior a fragilidade do aro:
Imagem: Roda traseira de Kansas (esquerda) e Yes (direita)
Na Yes, os raios são mais finos e vazados, e sua posição não ajuda a aceitar impactos — o raio da Kansas está na direção da compressão da pancada, enquanto o raio da Yes está na direção de dobramento, o que facilita sua quebra.
Pode ser um projeto bom para estradas do Japão e primeiro mundo, mas não é um projeto para as estradas do Brasil.
Em minha opinião, a roda traseira se quebrou ao passar por um buraco e causou a tragédia, mas sempre posso estar enganado. Todos nós sempre podemos estar enganados sobre tudo.
Então, tome consciência de que a primeira impressão de um acidente pode ser totalmente enganosa e não se precipite em acusar "culpados".
É para isso que servem as investigações.
Um abraço,
Jeff
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terça-feira, 3 de março de 2020
sexta-feira, 28 de julho de 2017
O que esses engenheiros têm na cabeça?
O que esses engenheiros têm na cabeça?
Bom senso é que não é.
O motivo da minha revolta foi ter passado por três situações tensas, muito tensas, em meros 120 km.
Situações tensas que poderiam ter nos quebrado inteiros, senão coisa pior, e tudo por conta de engenheiros que não fazem jus ao diploma e nem ao salário.
Saí para testar Jezebel depois de uns reparos elétricos, e o primeiro susto aconteceu aqui:
É o pedágio da Via Anchieta logo depois do Riacho Grande.
Na maioria das rodovias estaduais paulistas, motos não pagam pedágio.
Em compensação, são obrigadas a passar por um corredorzinho estreito junto do muro à direita com um labirinto ridículo para te obrigar a reduzir ainda mais a velocidade.
Esse corredorzinho fica no que seria o acostamento, e para voltar para a pista, sabe o que tem do lado?
As cabines de passagem automática para caminhões.
Eles não param e nem mesmo reduzem a velocidade.
Aí você, obrigado a passar a 30 km/h no corredorzinho, não ganha velocidade suficiente porque não existe para onde ir:
Olha o estreitamento, a faixa acaba na sua frente, te obrigando a se encaixar na faixa à sua esquerda, porque sempre tem alguém parado no acostamento.
Acostamento onde é proibido parar e estacionar, mas ninguém faz nada.
Se você não ficar ligado no acionamento automático da cancela indicando que um caminhão vem vindo em alta velocidade, pode acabar entrando na frente dele.
Palmas para o engenheiro que projetou essa solução brilhante, é capaz de reduzir o número de acidentes de moto no trânsito reduzindo permanentemente a quantidade de motociclistas em circulação.
O segundo susto foi logo depois do pedágio, antes da interligação com a Imigrantes, e foi maior ainda.
O caminhão à minha frente deu seta para a esquerda e inesperadamente foi para o acostamento...
Estava lá na nossa frente no meio da pista a metade de um para-lama librelato caído de uma carreta.
Imagem: http://www.librelato.com.br/implementos/pecas
librelato é a marca, fiquei sabendo porque vi bem de perto.
Se não fosse a preocupação do caminhoneiro herói de sinalizar o perigo à frente, Jezebel e eu teríamos nos ralado bonitamente.
Se ele tivesse atropelado o para-lama em vez de desviar, a gente ia dar de cara com esse trambolho, tombo certo.
Fruta que faliu, metade dessa piñoña é grande pra динозаврa, caída ela ocupa 1/3 da faixa.
Tenha uma ideia:
Imagem: http://www.librelato.com.br/implementos/pecas
É uma dessas coisas pretas em cima dos rodeiros duplosda carreta do semirreboque e do cavalo mecânico.
É o caso de se perguntar, удар астероида, esses engenheiros que fabricam essa гуайява, esses engenheiros não sabem que essas фрикадельки não aguentam o trabalho?
Os engenheiros da librelato e dos outros fabricantes que colocam essas coisas nos caminhões não se tocam que essas peças de prástico se quebram com a vibração, o vento e o impacto de pedras? É prástico mesmo, porque plástico teria melhor qualidade e não se quebraria desse jeito.
Não sabem que esses para-lamas do insucesso são desproporcionalmente mais frágeis do que todas as outras peças de uma carreta?
Não sabem que ao cair essas peças viram lixo e esse lixo criado por eles coloca a vida dos motociclistas e mesmo dos motoristas em perigo?
Санта Виктория Лопырева, custava fabricar um negócio que fosse suficientemente resistente ou que não caísse quando quebrasse por fadiga?
Porque todos esses para-lamas se rompem por fadiga.
Custava fabricar algo que não colocasse a vida dos outros — especialmente a minha e da Jezebel — em perigo?
E o terceiro e pior de todos os sustos foi em outro pedágio.
Olha só o шведский стол que fizeram no novo pedágio do rodoanel na saída para Mauá:
10 ou 11 faixas viram 2 em um espaço de500 150 metros.
Você é obrigado a pagar o pedágio em uma das cabines centrais indicadas pela seta amarela e de repente à sua frente a pista se afunila.
Sem ter tempo de nada, você está no meio do fluxo dos carros que passaram em alta velocidade pelas cabines de cobrança automática à sua esquerda e do fluxo dos caminhões que também passaram em alta velocidade pelas cabines de cobrança automática à sua direita.
Essas quatro faixas monopolizam as duas únicas faixas, e todos os outros carros e motos das outras 6 faixas que ainda estão pegando embalo não têm onde se encaixar.
Ninguém espera um afunilamento tão intenso em um espaço tão curto — e em uma curva acentuada.
Ou seja, sobra para você — que está de moto — se livrar de ser atropelado.
Olha, dá raiva de ver a incompetência de quem faz um projeto desses.
Eles eliminaram as cabines de pedágio antigas (antigas com pouco mais de um ano de uso) só por economia, para ficar mais fácil recolher o dinheiro em um único local.
E criaram esse monstro rodoviário que chamaram de pedágio.
É uma das piores (ou seria melhores?) armadilhas de trânsito que já vi, e somos obrigados a pagar por um lixo de projeto como esse.
Ora, vão todo mundo que projetou esse lixo сбор кокосов.
Hoje não tem abraço, tô muito puto.
Jefferson
Bom senso é que não é.
O motivo da minha revolta foi ter passado por três situações tensas, muito tensas, em meros 120 km.
Situações tensas que poderiam ter nos quebrado inteiros, senão coisa pior, e tudo por conta de engenheiros que não fazem jus ao diploma e nem ao salário.
Saí para testar Jezebel depois de uns reparos elétricos, e o primeiro susto aconteceu aqui:
É o pedágio da Via Anchieta logo depois do Riacho Grande.
Na maioria das rodovias estaduais paulistas, motos não pagam pedágio.
Em compensação, são obrigadas a passar por um corredorzinho estreito junto do muro à direita com um labirinto ridículo para te obrigar a reduzir ainda mais a velocidade.
Esse corredorzinho fica no que seria o acostamento, e para voltar para a pista, sabe o que tem do lado?
As cabines de passagem automática para caminhões.
Eles não param e nem mesmo reduzem a velocidade.
Aí você, obrigado a passar a 30 km/h no corredorzinho, não ganha velocidade suficiente porque não existe para onde ir:
Olha o estreitamento, a faixa acaba na sua frente, te obrigando a se encaixar na faixa à sua esquerda, porque sempre tem alguém parado no acostamento.
Acostamento onde é proibido parar e estacionar, mas ninguém faz nada.
Se você não ficar ligado no acionamento automático da cancela indicando que um caminhão vem vindo em alta velocidade, pode acabar entrando na frente dele.
Palmas para o engenheiro que projetou essa solução brilhante, é capaz de reduzir o número de acidentes de moto no trânsito reduzindo permanentemente a quantidade de motociclistas em circulação.
O segundo susto foi logo depois do pedágio, antes da interligação com a Imigrantes, e foi maior ainda.
O caminhão à minha frente deu seta para a esquerda e inesperadamente foi para o acostamento...
Estava lá na nossa frente no meio da pista a metade de um para-lama librelato caído de uma carreta.
Imagem: http://www.librelato.com.br/implementos/pecas
librelato é a marca, fiquei sabendo porque vi bem de perto.
Se não fosse a preocupação do caminhoneiro herói de sinalizar o perigo à frente, Jezebel e eu teríamos nos ralado bonitamente.
Se ele tivesse atropelado o para-lama em vez de desviar, a gente ia dar de cara com esse trambolho, tombo certo.
Fruta que faliu, metade dessa piñoña é grande pra динозаврa, caída ela ocupa 1/3 da faixa.
Tenha uma ideia:
Imagem: http://www.librelato.com.br/implementos/pecas
É uma dessas coisas pretas em cima dos rodeiros duplos
É o caso de se perguntar, удар астероида, esses engenheiros que fabricam essa гуайява, esses engenheiros não sabem que essas фрикадельки não aguentam o trabalho?
Os engenheiros da librelato e dos outros fabricantes que colocam essas coisas nos caminhões não se tocam que essas peças de prástico se quebram com a vibração, o vento e o impacto de pedras? É prástico mesmo, porque plástico teria melhor qualidade e não se quebraria desse jeito.
Não sabem que esses para-lamas do insucesso são desproporcionalmente mais frágeis do que todas as outras peças de uma carreta?
Não sabem que ao cair essas peças viram lixo e esse lixo criado por eles coloca a vida dos motociclistas e mesmo dos motoristas em perigo?
Санта Виктория Лопырева, custava fabricar um negócio que fosse suficientemente resistente ou que não caísse quando quebrasse por fadiga?
Porque todos esses para-lamas se rompem por fadiga.
Custava fabricar algo que não colocasse a vida dos outros — especialmente a minha e da Jezebel — em perigo?
E o terceiro e pior de todos os sustos foi em outro pedágio.
Olha só o шведский стол que fizeram no novo pedágio do rodoanel na saída para Mauá:
10 ou 11 faixas viram 2 em um espaço de
Você é obrigado a pagar o pedágio em uma das cabines centrais indicadas pela seta amarela e de repente à sua frente a pista se afunila.
Sem ter tempo de nada, você está no meio do fluxo dos carros que passaram em alta velocidade pelas cabines de cobrança automática à sua esquerda e do fluxo dos caminhões que também passaram em alta velocidade pelas cabines de cobrança automática à sua direita.
Essas quatro faixas monopolizam as duas únicas faixas, e todos os outros carros e motos das outras 6 faixas que ainda estão pegando embalo não têm onde se encaixar.
Ninguém espera um afunilamento tão intenso em um espaço tão curto — e em uma curva acentuada.
Ou seja, sobra para você — que está de moto — se livrar de ser atropelado.
Olha, dá raiva de ver a incompetência de quem faz um projeto desses.
Eles eliminaram as cabines de pedágio antigas (antigas com pouco mais de um ano de uso) só por economia, para ficar mais fácil recolher o dinheiro em um único local.
E criaram esse monstro rodoviário que chamaram de pedágio.
É uma das piores (ou seria melhores?) armadilhas de trânsito que já vi, e somos obrigados a pagar por um lixo de projeto como esse.
Ora, vão todo mundo que projetou esse lixo сбор кокосов.
Hoje não tem abraço, tô muito puto.
Jefferson
quarta-feira, 19 de julho de 2017
Um acidente bem típico
Repare nesta imagem e me diga o principal fator que causou este acidente:
Imagem e reportagem: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/17/interna_cidadesdf,610189/acidente-deixa-motociclista-gravemente-ferido-na-br-020.shtml
Não vale dizer que o carro entrou na frente da moto!
Também não vale dizer que o motorista não viu a moto, porque a resposta estará somente 50% correta.
Quero saber se você percebe a causa fundamental, o motivo de o carro ter entrado na frente da moto... há várias dicas na imagem acima.
Ainda não matou a charada?
Aí vai a dica definitiva:
Imagem e reportagem: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/17/interna_cidadesdf,610189/acidente-deixa-motociclista-gravemente-ferido-na-br-020.shtml
Agora ficou fácil, né?
Olhe o tamanho das sombras no asfalto...
O motorista não viu a moto porque o sol estava brilhando forte por trás dela logo ao amanhecer.
O acidente ocorreu à 07:20 da manhã, e as fotos provavelmente foram feitas por volta das 8:00...
Na hora do acidente, o sol estava ainda mais baixo no horizonte, as sombras estavam ainda mais longas do que as das fotos.
A moto simplesmente desapareceu ofuscada pelo sol, e o motorista entrou na frente dela.
Um carro, ônibus ou caminhão seriam percebidos muito mais facilmente. Entretanto, dependendo da intensidade solar e da falta de nuvens, eles também poderiam desaparecer ofuscados pelo Sol.
Pense nisso quando estiver pilotando logo de manhã cedo e também ao cair da tarde.
Se o sol estiver baixo no horizonte, se vocêver vir enxergar sua sombra bem longa diretamente à sua frente, ou se ela estiver apontando na direção de um carro pensando em atravessar a pista — quase certamente o motorista não estará te vendo.
Então redobre triplique aumente muito sua atenção e já se prepare para uma possível fechada.
Saber que não está sendo visto, imaginar que você e sua moto são invisíveis o tempo todo, é um dos fundamentos da pilotagem defensiva.
Estar atento a detalhes como esse evita situações bem perigosas.
Um abraço,
Jeff
Imagem e reportagem: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/17/interna_cidadesdf,610189/acidente-deixa-motociclista-gravemente-ferido-na-br-020.shtml
Não vale dizer que o carro entrou na frente da moto!
Também não vale dizer que o motorista não viu a moto, porque a resposta estará somente 50% correta.
Quero saber se você percebe a causa fundamental, o motivo de o carro ter entrado na frente da moto... há várias dicas na imagem acima.
Ainda não matou a charada?
Aí vai a dica definitiva:
Imagem e reportagem: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/17/interna_cidadesdf,610189/acidente-deixa-motociclista-gravemente-ferido-na-br-020.shtml
Agora ficou fácil, né?
Olhe o tamanho das sombras no asfalto...
O motorista não viu a moto porque o sol estava brilhando forte por trás dela logo ao amanhecer.
O acidente ocorreu à 07:20 da manhã, e as fotos provavelmente foram feitas por volta das 8:00...
Na hora do acidente, o sol estava ainda mais baixo no horizonte, as sombras estavam ainda mais longas do que as das fotos.
A moto simplesmente desapareceu ofuscada pelo sol, e o motorista entrou na frente dela.
Um carro, ônibus ou caminhão seriam percebidos muito mais facilmente. Entretanto, dependendo da intensidade solar e da falta de nuvens, eles também poderiam desaparecer ofuscados pelo Sol.
Pense nisso quando estiver pilotando logo de manhã cedo e também ao cair da tarde.
Se o sol estiver baixo no horizonte, se você
Então redobre triplique aumente muito sua atenção e já se prepare para uma possível fechada.
Saber que não está sendo visto, imaginar que você e sua moto são invisíveis o tempo todo, é um dos fundamentos da pilotagem defensiva.
Estar atento a detalhes como esse evita situações bem perigosas.
Um abraço,
Jeff
terça-feira, 9 de maio de 2017
Vídeos de motores estourando na estrada por falta de óleo
Dois vídeos de dois pilotos estourando seus motores por falta de óleo.
O primeiro sabe que o motor estourou, mas não associa isso com o nível baixo do óleo:
O segundo diz que a moto parou porque a corrente arrebentou...
Corrente?
Só se for a corrente de comando dentro do motor:
Porque o que este vídeo mostra é o motor travando, o conta-giros vai para o zero instantaneamente.
Uma corrente de transmissão arrebentando, o sintoma é totalmente diferente, veja abaixo.
Ouça com o volume alto:
Quando a corrente da moto estoura, a rotação do motor vai lá em cima porque ele gira livre, sem fazer força.
Nos dois primeiros vídeos você ouve os motores sofrendo e pedindo óleo, só faltam implorar pelo amor de Deus.
Mas os dois pilotos continuam a acelerar as motos até os motores travarem.
Os dois tiveram sorte.
O óleo na roda do primeiro vídeo poderia ter derrubado a moto fácil, fácil — era só ele estar um pouco inclinado fazendo uma curva ou ultrapassagem.
Se algum pedaço de peça quebrada tivesse calçado as engrenagens do câmbio, a roda traseira travaria e o tombo seria inevitável.
A segunda moto deu sorte de travar o motor em baixa velocidade logo depois de passar pelo posto da PRF.
Se o motor tivesse travado ou estourado logo depois de forçar para ultrapassar um caminhão, não tinha vídeo.
Se tivesse travado na faixa da esquerda, seria muito mais difícil jogar a moto para o acostamento sem ser atropelado.
Esse desconhecimento de mecânica básica e da importância do nível correto de óleo para as motocicletas pode custar a vida dos ocupantes.
A situação é agravada pela prática condenável das montadoras que recomendam uma quantidade insuficiente de óleo.
Todo mundo roda sempre no nível mínimo, abaixo do recomendado — e isso aumenta muito as chances de superaquecimento e travamento do motor.
Essa prática condenável é agravada pela desonestidade e/ou incompetência e/ou ignorância de muitas concessionárias que fazem uma revisão porca:
A moto sai da concessionária apenas com a quantidade insuficiente de óleo recomendada pelas montadoras — e não com o nível correto determinado por elas.
A documentação com o procedimento correto é de pleno conhecimento das concessionárias.
Além do manual do proprietário, existe o manual de serviços e os treinamentos de mecânicos pelas montadoras.
Esses manuais sempre mandam medir do jeito certo e completar o nível de óleo até o nível máximo depois da troca — e sempre precisa completar.
Que eu saiba, os únicos (mas pode ter outros) manuais que ensinam do jeito errado são os das dafra Kansas, Speed, Horizon e Apache (esta última por mérito da fabricante original indiana tvs).
E além de não fazerem a coisa certa, orientam os proprietários a medir o nível de óleo pela manhã sem ligar o motor.
Não existe desculpa nem justificativa para as concessionárias não fazerem a coisa certa.
Elas têm — ou deveriam ter — profissionais qualificados encarregados de fazer serviços com perfeição.
Os mais qualificados para falar sobre a moto.
Pelo menos, eles posam como profissionais qualificados na hora de "justificar" os preços de serviços acima da realidade do mercado.
Mas muitos não agem de maneira profissional séria na hora em que entregam e revisam as motos quanto a um detalhe fundamental:
Omitem a necessidade de ligar e desligar o motor antes da medição do nível de óleo.
Omitem a necessidade de verificar e completar periodicamente o nível de óleo nos intervalos entre as trocas.
E não cumprem sequer os procedimentos técnicos determinados pelas fabricantes.
Fabricantes que não estão interessadas em acabar com essa POUCA VERGONHA INDIGNA DE EMPRESAS HONESTAS denunciada aqui há anos.
Porque se estivessem, a gente não continuaria vendo vídeos de donos tirando a moto da revisão e constatando a falta de óleo.
Exemplos não faltam, seguem links:
honda, yamaha, suzuki, kawasaki, bmw, triumph, mvk, dafra...
Tome consciência de uma coisa:
A manutenção correta da moto é vital não só para ela, mas principalmente para você e sua garupa.
Essa prática nefasta que só traz lucros para as montadoras e concessionárias coloca sua vida em perigo.
Não seja enganado.
Faça como os leitores daqui do blog — verifique o nível de óleo de sua moto do jeito correto, reponha com frequência nos intervalos entre trocas.
Nunca rode com o óleo perto do nível mínimo.
Seu motor agradecerá e isso poderá evitar que você morra horrivelmente no meio do trânsito.
A gente só tem acesso aos vídeos de quem sobreviveu para contar a história.
Um abraço,
Jeff
O primeiro sabe que o motor estourou, mas não associa isso com o nível baixo do óleo:
O segundo diz que a moto parou porque a corrente arrebentou...
Corrente?
Só se for a corrente de comando dentro do motor:
Porque o que este vídeo mostra é o motor travando, o conta-giros vai para o zero instantaneamente.
Uma corrente de transmissão arrebentando, o sintoma é totalmente diferente, veja abaixo.
Ouça com o volume alto:
Quando a corrente da moto estoura, a rotação do motor vai lá em cima porque ele gira livre, sem fazer força.
Nos dois primeiros vídeos você ouve os motores sofrendo e pedindo óleo, só faltam implorar pelo amor de Deus.
Mas os dois pilotos continuam a acelerar as motos até os motores travarem.
Os dois tiveram sorte.
O óleo na roda do primeiro vídeo poderia ter derrubado a moto fácil, fácil — era só ele estar um pouco inclinado fazendo uma curva ou ultrapassagem.
Se algum pedaço de peça quebrada tivesse calçado as engrenagens do câmbio, a roda traseira travaria e o tombo seria inevitável.
A segunda moto deu sorte de travar o motor em baixa velocidade logo depois de passar pelo posto da PRF.
Se o motor tivesse travado ou estourado logo depois de forçar para ultrapassar um caminhão, não tinha vídeo.
Se tivesse travado na faixa da esquerda, seria muito mais difícil jogar a moto para o acostamento sem ser atropelado.
Esse desconhecimento de mecânica básica e da importância do nível correto de óleo para as motocicletas pode custar a vida dos ocupantes.
A situação é agravada pela prática condenável das montadoras que recomendam uma quantidade insuficiente de óleo.
Todo mundo roda sempre no nível mínimo, abaixo do recomendado — e isso aumenta muito as chances de superaquecimento e travamento do motor.
Essa prática condenável é agravada pela desonestidade e/ou incompetência e/ou ignorância de muitas concessionárias que fazem uma revisão porca:
A moto sai da concessionária apenas com a quantidade insuficiente de óleo recomendada pelas montadoras — e não com o nível correto determinado por elas.
A documentação com o procedimento correto é de pleno conhecimento das concessionárias.
Além do manual do proprietário, existe o manual de serviços e os treinamentos de mecânicos pelas montadoras.
Esses manuais sempre mandam medir do jeito certo e completar o nível de óleo até o nível máximo depois da troca — e sempre precisa completar.
Que eu saiba, os únicos (mas pode ter outros) manuais que ensinam do jeito errado são os das dafra Kansas, Speed, Horizon e Apache (esta última por mérito da fabricante original indiana tvs).
E além de não fazerem a coisa certa, orientam os proprietários a medir o nível de óleo pela manhã sem ligar o motor.
Não existe desculpa nem justificativa para as concessionárias não fazerem a coisa certa.
Elas têm — ou deveriam ter — profissionais qualificados encarregados de fazer serviços com perfeição.
Os mais qualificados para falar sobre a moto.
Pelo menos, eles posam como profissionais qualificados na hora de "justificar" os preços de serviços acima da realidade do mercado.
Mas muitos não agem de maneira profissional séria na hora em que entregam e revisam as motos quanto a um detalhe fundamental:
Omitem a necessidade de ligar e desligar o motor antes da medição do nível de óleo.
Omitem a necessidade de verificar e completar periodicamente o nível de óleo nos intervalos entre as trocas.
Colocam tinta lacre na tampa de abastecimento / vareta medidora para desestimular o procedimento por parte dos proprietários.
Fabricantes que não estão interessadas em acabar com essa POUCA VERGONHA INDIGNA DE EMPRESAS HONESTAS denunciada aqui há anos.
Porque se estivessem, a gente não continuaria vendo vídeos de donos tirando a moto da revisão e constatando a falta de óleo.
Exemplos não faltam, seguem links:
honda, yamaha, suzuki, kawasaki, bmw, triumph, mvk, dafra...
Tome consciência de uma coisa:
A manutenção correta da moto é vital não só para ela, mas principalmente para você e sua garupa.
Essa prática nefasta que só traz lucros para as montadoras e concessionárias coloca sua vida em perigo.
Não seja enganado.
Faça como os leitores daqui do blog — verifique o nível de óleo de sua moto do jeito correto, reponha com frequência nos intervalos entre trocas.
Nunca rode com o óleo perto do nível mínimo.
Seu motor agradecerá e isso poderá evitar que você morra horrivelmente no meio do trânsito.
A gente só tem acesso aos vídeos de quem sobreviveu para contar a história.
Um abraço,
Jeff
quarta-feira, 19 de abril de 2017
Moto saindo pela tangente no alto do morro e primeiros socorros
Lembra daquela postagem de setembro do ano passado?
Aquela onde eu falo que motos em alta velocidade perdem o contato com o solo e saem em linha reta em uma curva no alto de uma elevação?
Esta postagem aqui, ó:
Postagem: http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2016/09/moto-morro-abaixo-e-moto-morro-acima.html
Apareceu um vídeo ótimo que mostra isso acontecendo com uma Hayabusa — uma moto pesada — e o drama de se acidentar no meio do nada.
Essa fogueira foi tudo que restou da moto — ainda bem que o piloto sobreviveu em condições de ser hospitalizado:
Imagem: https://www.youtube.com/watch?v=iXSvQxiQYOY
Infelizmente, o autor não permite embutir o vídeo aqui no blog. Deve ser mais um que não sabe que reproduções do vídeo aqui contariam como visualizações para ele...
Então você terá que ir até o youtube neste link para assistir o vídeo.
Note logo aos 0:40 a subida intensa e a curva no alto dela — e como a moto seguiu em linha reta porque o piloto perdeu totalmente o controle.
"A mudança de trajetória mais a diminuição da aderência por causa da mudança de inclinação da pista fazem a moto em alta velocidade perder o contato com o solo."
Para saber mais detalhes sobre esse tipo de acidente muito comum com motos esportivas, mas que também pode surpreender o piloto em motos menores, leia a postagem Moto morro abaixo e moto morro acima quando quer sair de banda ninguém segura.
E quanto ao socorro ao piloto acidentado?
Vítimas de acidente não devem ser movidas, EXCETO quando expostas ao risco de queimaduras, sufocamento, intoxicação, afogamento ou outro risco maior no local do acidente.
Fraturas agravadas pela necessidade de remoção eventualmente podem se recuperar, desde que não causem uma hemorragia intensa — mas queimaduras graves tendem a ser fatais.
Então é questão de avaliar a situação e agir de imediato diante da escala de gravidade dos ferimentos.
Afaste uma vítima com traumatismos do local de um incêndio somente pela distância mínima necessária.
Considere que o calor também causa queimaduras à distância por radiação térmica, e não só por contato direto com as chamas.
E como você viu no filme, o fogo pode ficar mais intenso e se alastrar rapidamente.
Na hora de mover a vítima, faça isso imobilizando o pescoço e cabeça da melhor maneira possível e puxando pelos ombros / sovacos em linha reta na direção da coluna.
Uma pessoa desmaiada não segurará o peso da cabeça, evite que a cabeça se movimente durante o transporte.
Esta foto mostra uma técnica usada pelos bombeiros que ajuda a não movimentar muito o pescoço:
Passar uma cinta pelos ombros (na verdade, sovacos) da vítima para puxá-la...
Imagem e treinamento de bombeiros (em inglês, use o tradutor do google): http://www.fireengineering.com/articles/print/volume-164/issue-9/features/techniques-for-removing-victims-from-the-fire-building.html
Outra técnica para esse transporte:
Imagem e treinamento de bombeiros (em inglês, use o tradutor do google): http://www.fireengineering.com/articles/print/volume-164/issue-9/features/techniques-for-removing-victims-from-the-fire-building.html
Dificilmente você terá uma cinta numa emergência dessas, mas as fotos servem para mostrar como a tração pelos ombros / sovacos ajuda a manter cabeça e pescoço relativamente imóveis, evitando agravar uma lesão que pode causar uma paralisia permanente ou morte.
Puxar a vítima pelos antebraços poderia agravar uma fratura ali existente. Você correria o risco de ficar com os braços dela pendurados nas mãos e sangue esguichando para todos os lados, cena de filme de horror. Você não quer isso.
Puxar a vítima alinhada com o eixo do corpo minimiza a chance de agravar fraturas e causar novas lesões.
É sempre preferível aplicar esforços no sentido de alongar a vítima do que dobrar qualquer parte de seu corpo.
Nunca tente carregar nos braços uma vítima de politraumatismo — todo movimento com tendência de fazer o corpo dela se dobrar irá agravar as lesões.
Imagem: https://br.pinterest.com/wredants/batman-and-superman/
Você só faz isso quando tem certeza de que não há nenhum osso quebrado, tipo uma pessoa que desmaiou pela fumaça em um incêndio em uma casa* — mas nunca um acidentado de trânsito.
*E ainda assim, somente depois de se certificar de que ela não bateu a cabeça ao cair, porque isso é suficiente para lesionar o pescoço.
Remoção do capacete, somente se estiver atrapalhando a respiração da vítima — e com o máximo cuidado para não movimentar o pescoço.
Aliás, a primeira coisa a fazer depois de afastar a vítima das chamas é se certificar de que ela está conseguindo respirar.
Não adianta salvar alguém de um incêndio para deixá-lo morrer com o capacete ou a dentadura tampando sua respiração.
Não dê água para a vítima — ela poderá se engasgar e a água nos pulmões irá complicar muito a situação no hospital.
É uma cortesia que pode resultar em uma pneumonia fatal — melhor esperar que o pessoal do resgate aplique soro na veia.
Nunca tente sentar a vítima, nem tente fazê-la ficar de pé ou andar — ossos trincados poderão se quebrar totalmente e cortar artérias ou perfurar pulmões e outros órgãos.
Se houver uma hemorragia grave, trate de contê-la senão a vítima morrerá antes da chegada do socorro.
O resgate na cidade não leva menos de 10 minutos, e no meio do nada pode levar horas.
Há outras postagens falando sobre este assunto nas abas "Como agir em acidente" e "Como agir em emergências".
O índice de abas só fica visível na lateral direita da tela quando o blog é aberto em um computador desktop.
Um abraço,
Jeff
Aquela onde eu falo que motos em alta velocidade perdem o contato com o solo e saem em linha reta em uma curva no alto de uma elevação?
Esta postagem aqui, ó:
Apareceu um vídeo ótimo que mostra isso acontecendo com uma Hayabusa — uma moto pesada — e o drama de se acidentar no meio do nada.
Essa fogueira foi tudo que restou da moto — ainda bem que o piloto sobreviveu em condições de ser hospitalizado:
Imagem: https://www.youtube.com/watch?v=iXSvQxiQYOY
Infelizmente, o autor não permite embutir o vídeo aqui no blog. Deve ser mais um que não sabe que reproduções do vídeo aqui contariam como visualizações para ele...
Então você terá que ir até o youtube neste link para assistir o vídeo.
Note logo aos 0:40 a subida intensa e a curva no alto dela — e como a moto seguiu em linha reta porque o piloto perdeu totalmente o controle.
"A mudança de trajetória mais a diminuição da aderência por causa da mudança de inclinação da pista fazem a moto em alta velocidade perder o contato com o solo."
Para saber mais detalhes sobre esse tipo de acidente muito comum com motos esportivas, mas que também pode surpreender o piloto em motos menores, leia a postagem Moto morro abaixo e moto morro acima quando quer sair de banda ninguém segura.
E quanto ao socorro ao piloto acidentado?
Vítimas de acidente não devem ser movidas, EXCETO quando expostas ao risco de queimaduras, sufocamento, intoxicação, afogamento ou outro risco maior no local do acidente.
Fraturas agravadas pela necessidade de remoção eventualmente podem se recuperar, desde que não causem uma hemorragia intensa — mas queimaduras graves tendem a ser fatais.
Então é questão de avaliar a situação e agir de imediato diante da escala de gravidade dos ferimentos.
Afaste uma vítima com traumatismos do local de um incêndio somente pela distância mínima necessária.
Considere que o calor também causa queimaduras à distância por radiação térmica, e não só por contato direto com as chamas.
E como você viu no filme, o fogo pode ficar mais intenso e se alastrar rapidamente.
Na hora de mover a vítima, faça isso imobilizando o pescoço e cabeça da melhor maneira possível e puxando pelos ombros / sovacos em linha reta na direção da coluna.
Uma pessoa desmaiada não segurará o peso da cabeça, evite que a cabeça se movimente durante o transporte.
Esta foto mostra uma técnica usada pelos bombeiros que ajuda a não movimentar muito o pescoço:
Passar uma cinta pelos ombros (na verdade, sovacos) da vítima para puxá-la...
Imagem e treinamento de bombeiros (em inglês, use o tradutor do google): http://www.fireengineering.com/articles/print/volume-164/issue-9/features/techniques-for-removing-victims-from-the-fire-building.html
Outra técnica para esse transporte:
Imagem e treinamento de bombeiros (em inglês, use o tradutor do google): http://www.fireengineering.com/articles/print/volume-164/issue-9/features/techniques-for-removing-victims-from-the-fire-building.html
Dificilmente você terá uma cinta numa emergência dessas, mas as fotos servem para mostrar como a tração pelos ombros / sovacos ajuda a manter cabeça e pescoço relativamente imóveis, evitando agravar uma lesão que pode causar uma paralisia permanente ou morte.
Puxar a vítima pelos antebraços poderia agravar uma fratura ali existente. Você correria o risco de ficar com os braços dela pendurados nas mãos e sangue esguichando para todos os lados, cena de filme de horror. Você não quer isso.
Puxar a vítima alinhada com o eixo do corpo minimiza a chance de agravar fraturas e causar novas lesões.
É sempre preferível aplicar esforços no sentido de alongar a vítima do que dobrar qualquer parte de seu corpo.
Nunca tente carregar nos braços uma vítima de politraumatismo — todo movimento com tendência de fazer o corpo dela se dobrar irá agravar as lesões.
Imagem: https://br.pinterest.com/wredants/batman-and-superman/
Você só faz isso quando tem certeza de que não há nenhum osso quebrado, tipo uma pessoa que desmaiou pela fumaça em um incêndio em uma casa* — mas nunca um acidentado de trânsito.
*E ainda assim, somente depois de se certificar de que ela não bateu a cabeça ao cair, porque isso é suficiente para lesionar o pescoço.
Remoção do capacete, somente se estiver atrapalhando a respiração da vítima — e com o máximo cuidado para não movimentar o pescoço.
Aliás, a primeira coisa a fazer depois de afastar a vítima das chamas é se certificar de que ela está conseguindo respirar.
Não adianta salvar alguém de um incêndio para deixá-lo morrer com o capacete ou a dentadura tampando sua respiração.
Não dê água para a vítima — ela poderá se engasgar e a água nos pulmões irá complicar muito a situação no hospital.
É uma cortesia que pode resultar em uma pneumonia fatal — melhor esperar que o pessoal do resgate aplique soro na veia.
Nunca tente sentar a vítima, nem tente fazê-la ficar de pé ou andar — ossos trincados poderão se quebrar totalmente e cortar artérias ou perfurar pulmões e outros órgãos.
Se houver uma hemorragia grave, trate de contê-la senão a vítima morrerá antes da chegada do socorro.
O resgate na cidade não leva menos de 10 minutos, e no meio do nada pode levar horas.
Há outras postagens falando sobre este assunto nas abas "Como agir em acidente" e "Como agir em emergências".
O índice de abas só fica visível na lateral direita da tela quando o blog é aberto em um computador desktop.
Um abraço,
Jeff
sexta-feira, 3 de março de 2017
Como identificar óleo na pista
Óleo na pista é uma coisa muito traiçoeira, mas olhos atentos não caem nessa. Pelo menos, nem sempre.
O acidente acontece aos 04:50, mas os comentários que o autor do vídeo faz antes do acidente são bastante interessantes.
Notou o rastro brilhante bem no meio da faixa logo que começa a curva?
Você precisa ficar de olho nesses rastros para evitá-los.
É mais fácil encontrar óleo na faixa da direita porque quem vaza óleo geralmente são os caminhões e algumas vezes os ônibus.
Imagem: Vídeo acima em https://www.youtube.com/watch?v=hJGkN7dGHJY aos 04:58
O óleo costuma aparecer mais frequentemente nas curvas e subidas de serras.
Curvas são inclinadas, permitem que o diesel do tanque cheio do caminhão / ônibus vaze pelo gargalo.
O diesel (e mais raramente o óleo lubrificante em falhas mecânicas) vão deixando esse rastro brilhante, o negócio é fugir dele.
Aí você me pergunta:
O filmador também passou por cima do óleo, por que ele não caiu?
Por causa da velocidade em que ele estava.
Quanto maior a velocidade, mais você inclina a moto para fazer a curva.
E quanto maior a inclinação, maior a força de atrito aplicada pelo asfalto sobre o pneu para impedir que a moto derrape.
Exagerando para ficar bem claro (ops, acho que ficou meio fora de centro...):
Coloque óleo nessa equação da alta velocidade e a força de atrito do asfalto desaparece, só resta a grande força tangente, é tombo certo.
Você precisa ficar de olho não apenas nos rastros de óleo que aparecem do vazamento do tanque dos caminhões e ônibus.
Acidentes de moto em curvas deixam suas marcas e você pode ser surpreendido por uma delas:
Olha lá o rastro de óleo que derrubou a Ninja:
Imagem: Vídeo acima em https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=g94zzA7Nl9c
Desconfio que uma moto em sentido contrário desgarrou na curva, entrou na contramão, acertou aquele poste e atravessou a pista deixando um rastro de óleo...
Levaram ela embora, mas esse rastro acabou derrubando mais uma moto.
Quais os locais para ficar especialmente atento a vazamentos de óleo?
– Proximidades de garagens de ônibus ou transportadoras
– Proximidades de pontos finais e iniciais de rotas de ônibus urbanos
– Saídas e proximidades de postos de combustíveis frequentados por caminhoneiros
– Subidas íngremes nas proximidades de postos de combustíveis na estrada
Em vias de três pistas, procure permanecer na faixa do meio.
Se não tiver jeito e você precisar ficar na faixa mais suja da direita, fuja do trilho de óleo que geralmente aparece no meio ou mais à direita da faixa.
E se tiver que passar por cima do óleo?
Nunca freie nem incline nem acelere a moto sobre o óleo.
Mantenha a moto o mais neutra possível pelo máximo de tempo, os pneus continuarão sujos e escorregadios por várias voltas.
Faça tudo com muito cuidado e suavidade para evitar perder o controle enquanto os pneus estiverem oleados.
E se cair, tente escapar do tráfego o mais rápido possível...
Aquele lance da Kombi me trouxe lembranças da minha primeira moto... bons tempos aqueles....
Abração,
Jeff
O acidente acontece aos 04:50, mas os comentários que o autor do vídeo faz antes do acidente são bastante interessantes.
Notou o rastro brilhante bem no meio da faixa logo que começa a curva?
Você precisa ficar de olho nesses rastros para evitá-los.
É mais fácil encontrar óleo na faixa da direita porque quem vaza óleo geralmente são os caminhões e algumas vezes os ônibus.
Imagem: Vídeo acima em https://www.youtube.com/watch?v=hJGkN7dGHJY aos 04:58
O óleo costuma aparecer mais frequentemente nas curvas e subidas de serras.
Curvas são inclinadas, permitem que o diesel do tanque cheio do caminhão / ônibus vaze pelo gargalo.
O diesel (e mais raramente o óleo lubrificante em falhas mecânicas) vão deixando esse rastro brilhante, o negócio é fugir dele.
Aí você me pergunta:
O filmador também passou por cima do óleo, por que ele não caiu?
Por causa da velocidade em que ele estava.
Quanto maior a velocidade, mais você inclina a moto para fazer a curva.
E quanto maior a inclinação, maior a força de atrito aplicada pelo asfalto sobre o pneu para impedir que a moto derrape.
Exagerando para ficar bem claro (ops, acho que ficou meio fora de centro...):
Coloque óleo nessa equação da alta velocidade e a força de atrito do asfalto desaparece, só resta a grande força tangente, é tombo certo.
Você precisa ficar de olho não apenas nos rastros de óleo que aparecem do vazamento do tanque dos caminhões e ônibus.
Acidentes de moto em curvas deixam suas marcas e você pode ser surpreendido por uma delas:
Olha lá o rastro de óleo que derrubou a Ninja:
Imagem: Vídeo acima em https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=g94zzA7Nl9c
Desconfio que uma moto em sentido contrário desgarrou na curva, entrou na contramão, acertou aquele poste e atravessou a pista deixando um rastro de óleo...
Levaram ela embora, mas esse rastro acabou derrubando mais uma moto.
Quais os locais para ficar especialmente atento a vazamentos de óleo?
– Proximidades de garagens de ônibus ou transportadoras
– Proximidades de pontos finais e iniciais de rotas de ônibus urbanos
– Saídas e proximidades de postos de combustíveis frequentados por caminhoneiros
– Subidas íngremes nas proximidades de postos de combustíveis na estrada
Em vias de três pistas, procure permanecer na faixa do meio.
Se não tiver jeito e você precisar ficar na faixa mais suja da direita, fuja do trilho de óleo que geralmente aparece no meio ou mais à direita da faixa.
E se tiver que passar por cima do óleo?
Nunca freie nem incline nem acelere a moto sobre o óleo.
Mantenha a moto o mais neutra possível pelo máximo de tempo, os pneus continuarão sujos e escorregadios por várias voltas.
Faça tudo com muito cuidado e suavidade para evitar perder o controle enquanto os pneus estiverem oleados.
E se cair, tente escapar do tráfego o mais rápido possível...
Aquele lance da Kombi me trouxe lembranças da minha primeira moto... bons tempos aqueles....
Abração,
Jeff
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
O erro de acreditar nos outros
Esta moto está a uma fração de segundo de ser colhida em cheio por um carro em alta velocidade:
Imagem, vídeo e reportagem: http://cgn.uol.com.br/noticia/210216/flagrante-moto-explode-em-acidente-com-morte-na-br-277
O vídeo com o flagrante dramático você assiste neste link. AVISO: Imagens fortes.
Você vê o vídeo e pensa:
O que levou o piloto a se jogar diretamente na frente do motorista?
E eu te respondo...
Foi um erro de avaliação muito comum entre os motociclistas:
Achar que o outro cara tomará as mesmas decisões que você tomaria.
O piloto viu o carro se aproximando na faixa da esquerda e calculou que poderia atravessar em segurança...
O que teria dado certo — se o motorista não tivesse mudado para a faixa da direita a fim de desviar da moto.
Se o motorista não tivesse alterado a trajetória, teria sido apenas uma travessia ousada feita pelo motociclista.
Uma típica decisão tomada por um motociclista que conhece a dificuldade de atravessar uma via expressa nesses matadouros que o pessoal faz de conta que são retornos seguros pagos pelos nossos pedágios nas nossas BR.
O motorista tomou uma decisão estúpida ao mudar de faixa?
Sim, resultou na morte do piloto e em ferimentos muito graves no garupa.
Então porque o motorista tomou essa decisão?
Por causa do grande erro do piloto da moto — não imaginar que o motorista pudesse se assustar com a manobra, e muito menos que poderia estar alcoolizado.
Ver uma moto cruzando sua frente é um grande susto para o motorista não acostumado com a agilidade das motos.
Ele pode ter tomado a decisão de desviar pelo susto de pensar que a moto não teria tamanha capacidade de aceleração.
Mas a conclusão de que possivelmente ele estivesse alcoolizado vem da sua negativa em fazer o teste do bafômetro.
Então aprenda mais esse macete do trânsito:
Não espere que os outros condutores (motoristas, motociclistas) façam aquilo que você espera que eles façam.
Se isso funcionasse, acidentes não aconteceriam nunca.
Teria sido muito mais sábio e prudente perder alguns segundos ou poucos minutos, e ter esperado uma brecha segura em vez de tentar cruzar a via.
A expectativa de que o carro não mudaria de faixa se provou errada, nada mais a fazer.
Motos não perdoam decisões erradas.
No trânsito as decisões são tomadas em frações de segundo, e nem sempre a decisão mais rápida é a mais acertada.
E também não podemos jogar com a sorte de imaginar as decisões dos outros.
Nem sempre eles estão na sua melhor capacidade de julgamento.
Então o mais prudente é não se envolver em situações arriscadas.
É outra malícia que o motociclista novato precisa desenvolver para sobreviver.
Abração,
Jeff
Imagem, vídeo e reportagem: http://cgn.uol.com.br/noticia/210216/flagrante-moto-explode-em-acidente-com-morte-na-br-277
O vídeo com o flagrante dramático você assiste neste link. AVISO: Imagens fortes.
Você vê o vídeo e pensa:
O que levou o piloto a se jogar diretamente na frente do motorista?
E eu te respondo...
Foi um erro de avaliação muito comum entre os motociclistas:
Achar que o outro cara tomará as mesmas decisões que você tomaria.
O piloto viu o carro se aproximando na faixa da esquerda e calculou que poderia atravessar em segurança...
O que teria dado certo — se o motorista não tivesse mudado para a faixa da direita a fim de desviar da moto.
Se o motorista não tivesse alterado a trajetória, teria sido apenas uma travessia ousada feita pelo motociclista.
Uma típica decisão tomada por um motociclista que conhece a dificuldade de atravessar uma via expressa nesses matadouros que o pessoal faz de conta que são retornos seguros pagos pelos nossos pedágios nas nossas BR.
O motorista tomou uma decisão estúpida ao mudar de faixa?
Sim, resultou na morte do piloto e em ferimentos muito graves no garupa.
Então porque o motorista tomou essa decisão?
Por causa do grande erro do piloto da moto — não imaginar que o motorista pudesse se assustar com a manobra, e muito menos que poderia estar alcoolizado.
Ver uma moto cruzando sua frente é um grande susto para o motorista não acostumado com a agilidade das motos.
Ele pode ter tomado a decisão de desviar pelo susto de pensar que a moto não teria tamanha capacidade de aceleração.
Mas a conclusão de que possivelmente ele estivesse alcoolizado vem da sua negativa em fazer o teste do bafômetro.
Então aprenda mais esse macete do trânsito:
Não espere que os outros condutores (motoristas, motociclistas) façam aquilo que você espera que eles façam.
Se isso funcionasse, acidentes não aconteceriam nunca.
Teria sido muito mais sábio e prudente perder alguns segundos ou poucos minutos, e ter esperado uma brecha segura em vez de tentar cruzar a via.
A expectativa de que o carro não mudaria de faixa se provou errada, nada mais a fazer.
Motos não perdoam decisões erradas.
No trânsito as decisões são tomadas em frações de segundo, e nem sempre a decisão mais rápida é a mais acertada.
E também não podemos jogar com a sorte de imaginar as decisões dos outros.
Nem sempre eles estão na sua melhor capacidade de julgamento.
Então o mais prudente é não se envolver em situações arriscadas.
É outra malícia que o motociclista novato precisa desenvolver para sobreviver.
Abração,
Jeff
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