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domingo, 14 de junho de 2015

Um domingão típico

Todo domingo devia ser como o de hoje:

Café da manhã na padoca faltando 15 minutos para eles fecharem para o almoço...

Voltando para casa com a carne do churrasco da tarde, na esquina de casa encontramos uma Virago 250 que eu nunca tinha visto por lá.

Moto muito bonita com o guidão bem alto, sem ser exagerado, e piscas não custom (ou verdadeiramente custom?) iguais aos que Jezebel usou em sua juventude.

Pedi para ele parar e já emendei: 

Já te falaram do óleo?

Conversa vai, conversa vem, o papo começou com o óleo e a última coisa que lembro de termos falado foi sobre a beleza das Savages...  
... motos com transmissão por correia, maneiras de aumentar a autonomia da moto, a experiência de consumir gasolina de verdade na Argentina (aquela mesma que sai do Brasil sem mistura e é vendida lá pela metade do preço),  o motivo de as Harley não terem problema com óleo, como aumentar a eficácia dos freios, e mais uma pá de outras coisas.

Para ter uma ideia de como o papo estava bom, ficamos conversando no meio da rua, os poucos carros desviando da gente, e quando começou a chover forte recolocamos os capacetes e continuamos a conversa.
Imagem: http://www.ridenowgainesville.com/--7-reasons-why-bikers — preciso traduzir e publicar um dia desses...
Contando o macete da necessidade de completar a quantidade de óleo até atingir o nível máximo da vareta, ficou esclarecido porque o cabeçote e o alternador daquela XL 350 que ele teve nos anos 90 foram para o espaço.

E principalmente, ele descobriu porque o virabrequim da XJ6 do sobrinho partiu deste mundo (felizmente sem levar o sobrinho junto) em uma moto tirada da concessionária há apenas 6 meses, motinho ainda não desmamada das trocas de óleo em concessionária...

Uma vítima desse descaso dos fabricantes ficou quase um ano brigando na justiça e queriam entregar a mesma moto com o motor retificado, nova briga na justiça para conseguir uma outra moto zero km.

O que me fez lembrar do comentário do leitor Deivisson Nobre na postagem A quem interessa uma informação incompleta:

Igual um grupo que participo de proprietários da ER-6n e alguns defendem que se deve colocar apenas a quantidade de óleo que fala no manual que são 1,9 litros.

Mas quando eu falo que coloco 2 litros e depois verifico o nível de óleo como manda o manual e sempre dá no mínimo ou abaixo e eu completo com mais óleo em torno de 200 a 300 ml, ficam falando que eu vou estragar o motor, que vai vazar óleo pelas juntas, que a moto esconde o óleo e não pode colocar mais de 1,9 litro... 


Minha moto tem 42 mil km, eu mesmo troco o óleo dela e até hoje não estragou nada...


É assim que a coisa é, na hora em que aparece um usuário que rode mais do que apenas aos fins de semana, o motor abre o bico por falta de óleo e o fabricante / concessionária tenta tirar o * da reta de tudo quanto é jeito.


Pagar adelvolgado para uns muitos casos sai mais barato do que cortar a margem de lucro com as peças de reposição vendidas bem antes da hora.

Ah, foi uma manhã de domingo esclarecedora...

E todo domingo é a mesma coisa — dois dedos de prosa e casos novos para contar aqui no blog.

Experimente fazer o mesmo, tire uma manhã de domingo para trocar ideias com proprietários, você aprenderá muita coisa e descobrirá histórias do arco da velha. 

Para todos você dirá que a maioria dos problemas no motor é causada por falta de óleo, e de todo mundo você ouvirá que não pode colocar mais óleo do que a quantidade recomendada pelo fabricante, "senão vai estourar os retentores".

Mas algumas vezes você encontrará alguém que compreenderá como a coisa funciona e associará causa e efeito, concluindo que contra fatos não há argumentos, e aí pode chover canivete que um assunto puxa outro.


E essas manhãs de domingo valem muito a pena, porque além da consciência tranquila de estar ajudando a salvar vidas, você também faz novos amigos. 

Um abraço,

Jeff

domingo, 24 de novembro de 2013

Alerta aos proprietários de kawasaki [atualizado]

Minha moto kawasaki fica fraca quando esquenta...

Vocês devem ter notado que a kawasaki foi a grande ausente da denúncia quanto ao nível de óleo, e isso ocorreu por dois motivos:

Eu comecei a pesquisa com motos 125/150, e demorei a encontrar um proprietário de uma Ninja 250 — ninjas são difíceis de ver (ainda mais por esse preço).


Ninja 300 2014 0 km com ABS por 5.800 doletas (12.600 reais). 
Mas só se a Luiza trouxer do Canadá.
Um dia ainda faço um comparativo de preços lá e cá.
Argentina e Chile também.

Mas agora consegui falar com um proprietário e ter acesso ao manual de proprietário, e ele fez o teste e comprovou que o macete do óleo denunciado aqui não acontece, a quantidade indicada é suficiente para atingir o nível recomendado.

Menos mau para a kawa

Atualização: 

Ao que parece, a denúncia é válida também para a kawasaki — dê uma olhada como fica o nível após a troca nesta moto do vídeo que encontrei agora em 2015:



Assista o vídeo abaixo e verifique na sua moto se ela volta da revisão com o nível mínimo de óleo quando medido do jeito certo — ligando e desligando o motor como você vê no vídeo (a medição sempre é feita depois de ligar e desligar o motor, leia no seu manual do proprietário):


Então aquele proprietário talvez esteja enganado, ou isso ocorra apenas na Ninjinha... você precisará verificar na sua moto. 

Mais uma:

O proprietário de uma ER-6n também encontrou falta de óleo, leia ao final desta postagem.

Conferindo o manual da kawasaki Ninja 250, constatei que ele não tem a armadilha de dizer uma coisa aqui e outra lá na frente.

No entanto... nada é perfeito.

O manual recomenda genericamente o uso do óleo 10W-40.

Não caia nessa!

Não é porque está escrito um número mágico que você está liberado de ler e interpretar o restante das informações!

O manual também diz que podem ser usadas outras viscosidades de acordo com a necessidade de temperatura de cada país ou região.



Ele até mesmo publica uma tabela de viscosidades aceitáveis em função do clima, e até quem não é um técnico interpreta e conclui que um óleo 20W-50 é o mais apropriado para rodar na Terra dos Papagaios.

Menos RS e SC nas manhãs de inverno — depois do meio-dia, tudo bem ;)

O texto é claro ao dizer que a opção é sua, e aí é que está a pegadinha.

Temos a propensão natural de recear mudar as coisas por conta própria, temendo que essa mudança possa ser prejudicial ao motor.

Nos agarramos à ilusão de que permanecer usando a viscosidade recomendada não trará prejuízo ao motor, apesar de o texto dizer claramente que essa mudança DEVE ser feita pelo proprietário.

Portanto, aqui no Brasil, se o fabricante recomenda 10W-40, o cliente continuará a usar 10W-40, apesar da clareza da recomendação para a adaptação do uso de um óleo adequado à temperatura do local de utilização.

Ao deixar essa adequação da viscosidade em função da temperatura local para o usuário, o fabricante mais uma vez está jogando a responsabilidade pela durabilidade do motor da moto nas costas do proprietário.

Bom para eles, ruim para você. 

Com a viscosidade inadequada, seu motor vai esquentar mais do que o normal e se desgastar muito mais rápido. Superaquecido, o sintoma é o motor "ficar fraco".

Finalmente, o período de troca recomendado é de 3 mil km, que eu particularmente considero muito longo, ainda mais para uma moto rodando com óleo de viscosidade abaixo da ideal para nossas temperaturas.

Com a viscosidade adequada do óleo 20W-50 isso talvez não fosse excessivo, já que a moto é arrefecida a líquido — mas isso teria que ser testado para se ter certeza.

Proprietários de Ninja, ao perceber motor barulhento, tendência de superaquecimento, dificuldade de passar marchas e encontrar o neutro (sintomas de lubrificação deficiente por óleo de viscosidade inadequada — “muito fino”), mudem para um bom óleo mineral 20W-50 que tudo isso deve desaparecer.


Sim, o manual do proprietário permite isso. 

Motor bem lubrificado é motor silencioso. Sempre mantenha o nível de óleo no máximo do visor/vareta, essa recomendação está no seu manual do proprietário:



E se alguém na concessionária disser o mantra que o motor kawasaki é barulhento assim mesmo e que usar um óleo 20W-50 anulará a garantia, bote um advogado em cima deles que é causa ganha, estão tentando te fazer de trouxa.

Está tudo registrado por escrito no documento com validade legal que eles te deram, chamado Manual do Proprietário.

  • Caso opte por mudar de mineral para sintético, ou vice-versa, não se esqueça de lavar o cárter para evitar a formação de borra capaz de fundir o motor devido à reação química entre tipos de óleo diferentes — mais informações na postagem Qual o melhor óleo, mineral ou sintético?


Atualização:

O leitor Deivisson Nobre, dono de uma kawasaki, fez um comentário importante na postagem A quem interessa uma informação incompleta:

Igual um grupo que participo de proprietários da ER-6n e alguns defendem que se deve colocar apenas a quantidade de óleo que fala no manual, 1,9 litro.

Mas quando eu falo que coloco 2 litros e depois verifico o nível de óleo como manda o manual e sempre dá no mínimo ou abaixo e eu completo com mais óleo em torno de 200 a 300 ml, ficam falando que eu vou estragar o motor, que vai vazar óleo pelas juntas, que a moto esconde o óleo e não pode colocar mais de 1,9 litro... 

Minha moto tem 42 mil km, eu mesmo troco o óleo dela e até hoje não estragou nada...

Então faça o teste e comprove você mesmo na sua moto se a quantidade recomendada é suficiente ou não para atingir o nível máximo da vareta, e não se descuide de sempre manter o óleo no máximo.

Um motor com pouco óleo pode travar e causar perda de controle, te jogando embaixo de um caminhão, e aí a notícia nos jornais será apenas: 

Motociclista morre ao perder o controle da moto. 

PS: Encontrei algumas postagens na internet dizendo que a kawasaki recomenda o uso de Motul 3000 ou Motul 5100. Não encontrei essa informação no manual do proprietário que tive em mãos. 

Um abraço,


Jeff
ATENÇÃO:
Conferir o óleo apenas tirando a vareta ou olhando o visor é errado e está destruindo seu motor! Os fabricantes divulgam informações contraditórias e o prejudicado é você. Veja a denúncia neste link.