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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Meu pior tombo e a importância de usar equipamentos de proteção

Bom, agora a parte que todo mundo estava esperando, o tombão.

Felizmente uma câmera no local flagrou o momento em que fui ao chão:

Na hora em que a roda desgarrou, não deu tempo de pensar em mais nada, e enquanto eu via as pedrinhas rolando na viseira do capacete, meus pensamentos foram apenas dois.

Felizmente, um gravador no local registrou meus pensamentos:

NÃO!!!! NÃO!!!!.... que legal, o capacete está funcionando!

O local do acidente foi este aqui, na Serra do Ribeira:
Essa estrada corta o parque até a cidade de Apiaí, onde começa o Rastro da Serpente.

O estrago na Jezebel foi este:

Para-lama quebrado (agora o dianteiro, o traseiro já tinha sido remendado com arame na mesma viagem), os dois espelhos, os dois piscas do lado direito ficaram pendurados e acabaram caindo pelo caminho, os alforjes rasgaram na emenda, o cabo do velocímetro se soltou na pancada com a placa... 

E falando na placa, ela foi a grande heroína do dia:
Não dá para ver direito na foto, mas depois dela tem um abismo.

Se não fosse a placa, Jezebel teria deslizado para o abismo, um tombo de uns 100 metros, pelo menos.

Com a escapada da roda, ela desviou para a direita e bateu contra a placa, enquanto eu deslizei junto, mas do lado da estrada — o maior risco que corri foi ser atropelado por uma onça, porque na estrada não passava ninguém.

Não passava ninguém e eu preso embaixo da moto, sem conseguir sair.

Quase quebrei as costelas, a primeira coisa que fiz foi avaliar se tinha quebrado ou não — a segunda foi desligar o corta-corrente com o pé livre, o outro preso embaixo da moto.

Cabeça fria nessa hora: 

Se eu me levantasse afobado, uma costela quebrada poderia se deslocar e perfurar o pulmão, e aí eu estaria no mato sem cachorro. Só onças.

Depois de apalpar e ter certeza de que as costelas não estavam quebradas, mas poderiam estar trincadas (porque a dor era muito forte), começou a luta para sair de debaixo da moto vazando combustível... tudo era urgente e eu não conseguia fazer nada com rapidez.

E por que eu não conseguia me levantar?

Porque o pé livre não conseguia fazer força... eu estava usando botinas desse tipo aí embaixo (não eram da mesma marca, mas o modelo é parecido):
Bonitinhas e baratinhas, mas com um sério problema se você for viajar em uma estrada com onças:

No tombo, a bota deslizou no pé e ficou no meio do caminho, não entrava nem saía do pé.

Deitado eu não conseguia calçar de novo porque ela entra muito justa, nem tinha como tirar de vez porque não tinha ponto de apoio e a dor nas costelas impedia de me sentar ou fazer força.

Felizmente os outros equipamentos funcionaram bem.

O capacete robocop aguentou a pancada e protegeu muito bem o meu rosto. 

Eu sempre achei que a queixeira seria arrancada no caso de um tombo — e também sempre achei que nunca iria cair — mas de moto, nunca pense em nunca acontecer um acidente, use sempre os equipamentos de proteção.
E a queixeira realmente quase foi arrancada durante a queda. 

Ela quebrou na articulação — se eu estivesse uns 10 km/h mais rápido, a outra articulação sozinha não teria aguentado, a queixeira seria arrancada e eu certamente teria me machucado.

Moral da história: 

Capacete robocop nunca mais, o conforto não compensa o risco.

Quem também se portou muito bem foi a jaqueta de couro, fez o trabalho dela com perfeição e ganhamos estes registros de batalha que nos enchem de orgulho:
E o que causou tudo isso?

Acredite se puder, aquelas pedrinhas ridículas que resolveram se soltar na nossa frente — e o uso de medicação contra dores que prejudica nossa capacidade de julgamento e reação.

Desviando de um buraco, ficamos muito perto da lateral suja da estrada, e não deu tempo de fazer mais nada, só ir pro chão colecionar mais uma história.

Aquelas pedrinhas ridículas no canto direito da foto — Jezebel está na contramão, virada em direção da subida para não cair do cavalete, a serra é íngreme e em descida nesse trecho.
Depois que consegui sair e me levantar, e com dificuldade e muita dor calçar novamente a bota, aí do nada apareceram dois carros e em seguida mais um.

O pessoal dos dois carros me ajudou a colocar a moto em pé e o pessoal do mais um se mandou.

Foram os primeiros que bateram estas fotos, menos a do tombo e a vista da serra, e me ajudaram a prender os alforjes caídos em cima da moto com os elásticos que eu sempre carrego.

Eles que perceberam que eu e a Jezebel quase tínhamos caído no abismo.

Duas semanas antes, um motociclista e sua moto caíram em outra barroca da mesma estrada e só foi resgatado porque ficou horas chacoalhando uma árvorezinha comprida e um motorista desconfiou que aquilo não era coisa de macaco.

Depois de ter certeza de que eu conseguiria subir de novo na moto e ligar o motor, e eu dizer que estava tudo bem, eles foram embora, gente boa — até endireitaram a placa para que ela continuasse avisando o pessoal sobre a curva logo à frente. E quem sabe segurar alguma outra moto...

Depois de alguns dias me enviaram as fotos porque eu havia passado meu email atual ainda não hackeado e já estava pensando na postagem que iria estrear de novo o blog...

Eu disse que estava tudo bem, mas não estava não.

A dor era muita, agora na coluna e também nas costelas. Costelas dóem pacas.

Subi na moto e percebi que não havia removido o cabo do velocímetro que estava arrastando no chão.

Descer e subir de novo com a dor que eu estava? Nã nã nã. 

Pisei no cabo e acelerei a moto, ele ficou por lá mesmo, consciência pesada de poluir a natureza, mas era questão de sobrevivência.

Agora eu iria mesmo chegar a Apiaiaiai com a noite caindo, não tinha como ir ligeiro, cada buraquinho e pedregulhozinho da estrada eram motivo de dor intensa... eu não podia escorregar nas poças de lama, eu tinha de chegar rápido até o hospital e bater uma radiografia naquelas costelas.

Mas nessas horas tudo ajuda, e do nada no meio de lugar nenhum surgiu uma onça um filho de cadela que começou a me seguir e avançar contra o pé que eu não podia dar uma bicuda por causa da dor. Espaço reservado para protestos de defensores de animais que não pilotam motocicleta.

O totó não desistia e eu não tinha como fugir dele, até que tive a ideia de acionar a embreagem e acelerar ao máximo. Jezebel não é veloz, mas sabe como fazer um barulhinho bom.

Cheguei no hospital e uma enfermeira percebeu que eu não estava visitando um parente, então me ajudou a descer da moto. 

Atendimento preferencial para idosos estropiados, radiografias tiradas, costelas inteiras, pensei que ia receber um colete de gesso ou pelo menos um enfaixamento para diminuir as dores.

Costela não pode enfaixar. Pelo menos, não no meu caso. Ia ter de conviver com a dor. Um mês inteiro de dor, acordando a toda hora por causa da dor.

E aí, medicado contra dores de novo, vem a questão: o quequeu faço?

Eu TINHA de ir até Floripa para receber meu pagamento, ou não teria como voltar para casa.

A noite de quinta-feira eu passei no hotel emendando as duas metades dos alforjes com laça-gatos, felizmente eu tinha levado uma dúzia deles. Furava o couro corvim com a chave de fenda e suturava com os laça-gatos.

O conserto ficou tão bom que eles estão lá até hoje. Emendados e remendados pela segunda vez. 

Chegou a madrugada, hora de dormir, hora dos caminhões que levam madeira para as padarias e pizzarias começarem a subir a ladeira em frente ao hotel. Noite inteira sem dormir, e com dor.

Sexta-feira pela manhã, éramos os primeiros na loja/oficina de motos de Apiaiaiai.

Peripécias para conseguir que minha filha fizesse o pagamento do conserto sem poder falar diretamente com ela, tipo email sem fio via balconista da loja.

No final da história, consertos realizados, Jezebel ganhou um para-lama amarelo que odeio até hoje e tive de comprar o único capacete que entrou muito apertado na minha cabeçona gorda.

Fomos os primeiros a entrar na oficina e só saímos quando perdi a paciência às três da tarde e fui buscar a moto lá dentro da oficina, eu precisava chegar até Floripa ainda naquela noite porque tinha o compromisso de me encontrar com minha amiga e fonte pagadora no dia seguinte.

Estavam esquentando o motor para lavar a moto. Pois é, não pergunte. Não tem explicação.

Chegamos em Curitiba já estava anoitecendo e ainda tínhamos 300 km pela frente, com dores, cansado e com problemas para digerir aquela maldita coxinha de beira de estrada.

O cansaço era tanto que diminuí o ritmo para poder ficar atrás de um caminhão cheio de luzes sem ter de decidir o que fazer, apenas não perder as luzinhas de vista.

Depois de uns 50 km o motorista desconfiou da moto que o seguia e parou no acostamento, acabei parando junto, foi uma luta conseguir sair dali.

Chegando em Palhoça, rodei a cidade inteira várias vezes procurando o hotel que eu conhecia o caminho de cor.

Mas de noite e tão cansado, eu não sabia mais para que lado estava a serra e para que lado estava o mar, e de madrugada não tinha para quem perguntar.

E ainda por cima, sob os efeitos desesperadores da coxinha de Curitiba.

Acabamos morrendo em um motel na BR-116 ops, BR-101 lá pelas 6 da manhã onde pude tomar um banho. E lavar as roupas — coxinha em Curitiba, nunca mais. 

Jezebel ficou na garagem (não passava pela porta da suíte) e o motel tinha um degrau daqueles que você não vê e fui para o chão, onde fiquei me perguntando why, God, why?

Mas no final final deu tudo certo, até recuperei o blog um ano depois, e estamos aqui para contar a história.

É como diz a camiseta que eu usei na viagem:
Continue rodando, nunca desista

"Ué, falou tanto, mas cadê a jaqueta?"

Motivos religiosos.

Minha religião não permite usar jaqueta em trajetos inferiores a 5 km. Se eu cair de casa até a padoca, eu fiz por merecer.

Aproveito para mandar um forte abraço aos meus amigos Daniel e Meri que bateram as fotos e me deram sustança enquanto estive por lá, e agradeço aos leitores pela paciência de ouvir até aqui,

Jeff & Jezebel

terça-feira, 21 de março de 2017

Um acidente difícil de entender

Taí um acidente difícil de entender...
Imagem e reportagem: https://www.portalveneza.com.br/jovens-ficam-feridos-acidente-moto-nva-150/

Veja nas imagens que a moto bateu bem antes de o carro chegar no cruzamento... como isso foi possível?
Imagem e reportagem: https://www.portalveneza.com.br/jovens-ficam-feridos-acidente-moto-nva-150/

O carro está amassado pela moto de maneira tal que mostra que ele não bateu na traseira da moto.

Foi como se a moto estivesse indo em linha reta na direção daquela placa de anúncio... 

Quer dizer, é um acidente difícil de entender apenas à primeira vista...

Você já percebeu a causa do acidente?

Ela aparece em destaque na imagem acima...

Mas é algo que passa despercebido para todo novato até que chega o dia do primeiro tombo:

Imagem e reportagem: https://www.portalveneza.com.br/jovens-ficam-feridos-acidente-moto-nva-150/


Cascalho na pista...

A moto estava virando à direita e na hora em que passou em cima do cascalho, saiu pela tangente como se estivesse escorregando no gelo...


Ursos e mais ursos: http://flatrock.org.nz/topics/animals/life_is_so_tiring.htm

Cascalho na pista em uma curva ou conversão derrubam mesmo.

Outra coisa que costuma ser o primeiro tombo do novato é a areia na pista.
Imagem: Local de um acidente por causa de areia na pista.

A areia da obra nessa rua derrubou uma motociclista em uma scooter e o leitor Rafael Machado de Souza, a quem agradeço, enviou a foto.

Coisas que não representam problema nenhum para os carros são grandes encrencas para nós sobre duas rodas.

Não freie em cima da areia ou cascalho, ou você cairá.

Freie antes e alivie o freio na hora de passar sobre a areia ou cascalho.

Não deixe para aprender isso na prática.

Fique de olho nessa praga e não freie nem faça manobras bruscas em cima de pedrinhas soltas e areia.

Mesmo quantidades pequenas como esta:
Imagem: Tirada de um vídeo de tombo que demorei demais para fazer a postagem e nunca mais encontrei.

Até um pouco de areia como esse é suficiente para derrubar uma moto.

Então aprenda a ler o terreno à sua frente e não entre em pânico:

Freie antes da areia ou cascalho, não freie nem um pouco em cima da areia ou cascalho, e não mude a trajetória da moto em cima da areia ou cascalho — se possível.

Sua moto, joelho e cotovelo agradecem.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 3 de março de 2017

Como identificar óleo na pista

Óleo na pista é uma coisa muito traiçoeira, mas olhos atentos não caem nessa. Pelo menos, nem sempre.

O acidente acontece aos 04:50, mas os comentários que o autor do vídeo faz antes do acidente são bastante interessantes.



Notou o rastro brilhante bem no meio da faixa logo que começa a curva?

Você precisa ficar de olho nesses rastros para evitá-los.

É mais fácil encontrar óleo na faixa da direita porque quem vaza óleo geralmente são os caminhões e algumas vezes os ônibus.
Imagem: Vídeo acima em https://www.youtube.com/watch?v=hJGkN7dGHJY aos 04:58

O óleo costuma aparecer mais frequentemente nas curvas e subidas de serras.

Curvas são inclinadas, permitem que o diesel do tanque cheio do caminhão / ônibus vaze pelo gargalo.

O diesel (e mais raramente o óleo lubrificante em falhas mecânicas) vão deixando esse rastro brilhante, o negócio é fugir dele. 

Aí você me pergunta:

O filmador também passou por cima do óleo, por que ele não caiu?

Por causa da velocidade em que ele estava.

Quanto maior a velocidade, mais você inclina a moto para fazer a curva. 

E quanto maior a inclinação, maior a força de atrito aplicada pelo asfalto sobre o pneu para impedir que a moto derrape.

Exagerando para ficar bem claro (ops, acho que ficou meio fora de centro...):
Coloque óleo nessa equação da alta velocidade e a força de atrito do asfalto desaparece, só resta a grande força tangente, é tombo certo.

Você precisa ficar de olho não apenas nos rastros de óleo que aparecem do vazamento do tanque dos caminhões e ônibus.

Acidentes de moto em curvas deixam suas marcas e você pode ser surpreendido por uma delas:


Olha lá o rastro de óleo que derrubou a Ninja:
Imagem: Vídeo acima em https://www.youtube.com/watch?time_continue=5&v=g94zzA7Nl9c

Desconfio que uma moto em sentido contrário desgarrou na curva, entrou na contramão, acertou aquele poste e atravessou a pista deixando um rastro de óleo... 

Levaram ela embora, mas esse rastro acabou derrubando mais uma moto.

Quais os locais para ficar especialmente atento a vazamentos de óleo?

– Proximidades de garagens de ônibus ou transportadoras

 Proximidades de pontos finais e iniciais de rotas de ônibus urbanos

 Saídas e proximidades de postos de combustíveis frequentados por caminhoneiros

– Subidas íngremes nas proximidades de postos de combustíveis na estrada

Em vias de três pistas, procure permanecer na faixa do meio. 

Se não tiver jeito e você precisar ficar na faixa mais suja da direita, fuja do trilho de óleo que geralmente aparece no meio ou mais à direita da faixa.

E se tiver que passar por cima do óleo?

Nunca freie nem incline nem acelere a moto sobre o óleo. 

Mantenha a moto o mais neutra possível pelo máximo de tempo, os pneus continuarão sujos e escorregadios por várias voltas.

Faça tudo com muito cuidado e suavidade para evitar perder o controle enquanto os pneus estiverem oleados.

E se cair, tente escapar do tráfego o mais rápido possível... 

Aquele lance da Kombi me trouxe lembranças da minha primeira moto... bons tempos aqueles....

Abração,

Jeff

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

BOOM e uma quase tragédia

Dia lindo. Estrada maneira. Motão. Curvinhas.

Cascalho.

BOOM.

 
Legendas:

Eu caí.

Um erro de avaliação.

O inimigo oculto.

Eu mesmo.

Frenagem em pânico sobre cascalho.

Lição aprendida.

Não pilote rápido demais para as condições. Por exemplo, cascalho escondido.

Todo o equipamento de proteção todo o tempo. (Eu não tive ferimentos.)

Viva para pilotar outro dia.

O autor do vídeo conta na descrição o motivo da frenagem em pânico:

Entrou na curva e viu a placa de PARE quando já estava sobre o cascalho.

Tentou endireitar a moto para frear, mas o cascalho derrubou a moto.

Ao precisar frear durante uma curva, você precisa endireitar a moto para evitar que ela derrape.

Mas se houver areia, cascalho, lama, água, qualquer coisa que prejudique a aderência dos pneus, já era, a moto vai para onde ela quiser.

E até para onde não quiser, levando você junto.

Este outro vídeo mostra o mesmo acidente pela visão do terceiro piloto.

Quase não dá para ver o acidente, mas mostra os danos na moto que foram pequenos.

Como se vê pelas imagens, eles não estavam tão rápido quanto o primeiro vídeo dá a impressão.

Em alta velocidade, o impacto do piloto contra um dos suportes do guard-rail seria suficiente para acabar de uma vez com o histórico de pilotagem do rapaz.
A campanha pela extinção dos guard-rails fatiadores de motociclistas é antiga na Espanha e Europa.

Aqui no Brasil o pessoal ainda não tem consciência disso.

Só descobre o drama quando vê um amigo passar por isso.


Perder um amigo nessas condições deve ser uma das piores experiências da vida.


A campanha contra guard-rails assassinos também existe no Brasil, mas cadê a força do movimento?

Não existe classe mais desunida que a dos motociclistas.

Só os motoboys se unem por uma causa, mas os bloqueios de avenida em protestos logo acabam e não resultam em nenhuma mudança.

Jogar a conta das tragédias exclusivamente nas costas dos mortos livra um monte de autoridades de passar por processos na Justiça.

Acidentes de motos não acontecem apenas por imprudência dos pilotos.

Fechadas por motoristas inábeis, quedas por falhas mecânicas, falhas na manutenção de ruas e rodovias e falhas no projeto e segurança das vias também ocorrem.

Falta conscientização e conhecimento de seus direitos como cidadão.

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Asfalto molhado escorrega que é uma maravilha

Se você tem uma moto potente, lembre-se de que dias molhados exigem mão leve no acelerador.

Assista este vídeo e nunca mais se esquecerá disso.


Motos modernas (bem modernas) de alta cilindrada já são equipadas com controle de tração.

Controle de tração é como um freio ABS ao contrário — o freio ABS alivia momentaneamente a força da frenagem para evitar travar as rodas, certo?

O controle de tração alivia de maneira automática e momentânea a potência do motor para evitar que a roda traseira patine durante uma aceleração intensa.

Ele monitora a rotação da roda traseira e atua no caso de ela começar a girar mais rápido do que seria normal em relação à rotação determinada pelo motor.

Assim, por mais que você acelere, a moto com controle de tração entrega somente o suficiente para você arrancar sem cair devido ao giro em falso da roda traseira.

No futuro, tombos como esse do vídeo não ocorrerão, a eletrônica embarcada eliminará definitivamente o problema.

A menos que o piloto não leia o manual do proprietário.

Ou leia, mas se esqueça como ativar o modo Chuva.

Ou saiba como ativar, mas se esqueça de apertar o botão do modo Chuva.

Ou que o sistema falhe na hora H por uma pane qualquer.

Quer saber?

Melhor não confiar...

Mão leve na hora de enrolar o cabo faz um bem danado e evita pagar micos.

Micos, manetes, espelhos e carenagens.

Um abraço,

Jeff

sábado, 1 de outubro de 2016

Óleo na pista e socorro aos feridos

Óleo na pista aparece quando você menos espera.



Nessa hora, uma velocidade 10 km/h menor faz a diferença entre você conseguir controlar a moto ou sofrer um acidente extremamente grave.

Nesse momento, contar com uma margem de segurança é a única coisa que pode salvar sua vida.

A presença de óleo em uma curva fará com que outros veículos se acidentem nesse mesmo local — o que pode ser fatal para quem estiver tentando socorrer o pessoal.

É fundamental que alguém se desloque várias centenas de metros antes do trecho perigoso e sinalize freneticamente para os motoristas e outros motociclistas para que reduzam a velocidade.

A sinalização não pode deixar dúvida quanto à necessidade de redução imediata de velocidade.

Aponte para o chão e agite os braços, use sua jaqueta ou camiseta para ampliar sua visualização à distância.

Essa redução de velocidade tem de ocorrer antes dos veículos atingirem a pista contaminada com óleo, senão não adiantará nada.

Ou seja, o local para sinalizar deve estar no mínimo de 100 a 200 metros antes do local com óleo.

Vá caminhando e sinalizando, porque não há um segundo a perder.

Acostamentos são locais perigosos, tome todo o cuidado para não ser atropelado por um veículo desgovernado.

Não adianta tentar ajudar seu amigo que quebrou o pé se isso resultar em um atropelamento fatal.

O seu.

Outra coisa:

Remover o capacete, somente se ele estiver atrapalhando a respiração da vítima. Nesse caso, apenas abra o fecho e a viseira.

Somente remova o capacete no caso de a vítima estar se engasgando, aí será necessário desobstruir o caminho do ar até os pulmões, caso contrário a vítima não terá chance de esperar o socorro.

Evite ao máximo mover a cabeça do acidentado.

Um pescoço apenas com um osso ligeiramente deslocado, ao ser movimentado, pode resultar em uma lesão permanente do feixe de nervos — e isso resulta em perda definitiva dos movimentos ou mesmo a morte da vítima.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Faixa pintada escorrega que é uma beleza

Sinalização pintada e molhada é uma das coisas mais trapaceiras que você encontrará com sua moto.

Pule logo para os 18:20 da filmagem para ver o risco que é passar sobre a sinalização viária com pista molhada.
Evite ao máximo fazer curvas sobre as faixas pintadas no asfalto com pista molhada. 

Se tiver que cruzá-las, faça isso rapidamente, não permaneça sobre elas.

A moto sai debaixo de você tão rapidamente que não dá tempo de fazer nada.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Trens, bondes, trilhos e tombos

Esta é outra postagem que estava engavetada e esquecida, até ver os acidentes que aconteceram no dia 9 de setembro:
Reportagem: http://cidadeverde.com/noticias/229282/jovem-perde-controle-da-moto-e-morre-na-ponte-metalica




Quem vê a primeira foto pode até pensar que o motoqueiro invadiu uma ponte exclusiva para trens, mas isso não é verdade.

Há muitos anos que o trem não passa mais por essa ferrovia defunta...
Imagem: google view, continuação da avenida Francisco Carlos Jansen, Timon, Maranhão — ponte sobre o rio Parnaíba na divisa com Teresina, a capital do Piauí.

E em todo esse tempo nenhum governante teve a capacidade de eliminar esses trilhos assassinos.

Quando a moto se encaixa em um trilho de trem ou bonde — ainda mais uma obra criminosa como aquela lá de cima — você vira passageiro da moto e pode ser arremessado à distância.



Cruzamentos de ferrovias e linhas de trens e bondes são perigosos por conta dos trilhos atravessados na pista, que tendem a desequilibrar a moto e guiar as rodas.

Imagem: http://www.thestar.com/yourtoronto/the_fixer/2014/06/05/nashdene_rd_level_rail_crossing_is_hell_on_wheels_fixer.html

Essa aí da foto é a melhor condição para atravessar uma linha férrea. Por maior que seja o tranco, ele não te desequilibrará para os lados.


Mas geralmente as linhas de trem são mais elevadas, o que pode criar uma "rampa de salto" inesperada no meio do caminho.

Esses trilhos conseguem dificultar as coisas até para um ônibus, imagina o que podem fazer com uma moto...
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/goias/transito/noticia/2016/08/onibus-fica-com-rodas-suspensas-ao-tentar-passar-por-linha-ferrea-veja.html

Trilhos de bonde aparecem em ruas de cidades que já abandonaram esse modal há décadas... como não atrapalham os carros, e ninguém está nem aí mesmo com a vida dos motociclistas...
Imagem e artigo: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/mobilidadeurbana/2013/07/viena-reutilizou-trilhos-de-bondes-e-o-recife/

Essa memória é doída quando a gente cai por causa dessas tranqueiras inúteis. As pessoas se preocupam mais com a saudade dos bondes do que com vidas humanas... onde estão os artigos reclamando dos acidentes de moto causados por essas relíquias? Pequenas fraturas e grandes prejuízos para os donos de motos não atraem a imprensa.


O maior problema aparece quando os trilhos estão em ângulo ou no mesmo sentido do seu deslocamento.

Se precisar passar de um lado para outro, o ideal é cruzar sempre na perpendicular aos trilhos para que as rodas não se encaixem.

Se os trilhos estiverem na diagonal, manobre a moto para cruzá-los da maneira mais perpendicular possível.

Dicas de pilotagem de bicicletas úteis para motociclistas (em inglês, use o tradutor do google)

Atravessar linhas de trem não é perigoso apenas por causa dos trilhos, mas também por causa dos trens...


Como são raros, o pessoal se descuida — e eles nem precisam ser rápidos, basta você não esperar que um zumbi desses esteja a caminho...


Normalmente em um cruzamento de carros, você espera ver os veículos a uma certa distância e velocidade.

Mas trens não reduzem a velocidade nas proximidades de cruzamentos, a preferência total é deles porque simplesmente não conseguem parar tamanho peso em curta distância.


Como os motoristas e motociclistas não veem o trem nas proximidades, e não estão considerando que ele pode estar se aproximando em alta velocidade, muita gente acaba sendo pega de surpresa.



Só se arrisca a atravessar na frente de um trem em movimento quem se esquece de que a moto pode engasgar ou a roda da moto pode ficar presa entre os trilhos.



Ou acha que isso nunca vai acontecer com ele, como o garoto de 16 anos que morreu no vídeo.

Não há impacto mais violento do que o de um trem.
Imagem e reportagem: http://www.thehindu.com/news/cities/Coimbatore/train-hits-motorcycle-at-level-crossing/article3290203.ece

A mesma precaução vale para canaletas e faixas exclusivas de troleibus, VLT, BRT e similares.


Não se descuide nas proximidades dessas pistas exclusivas para veículos grandes, eles são muito menos manobráveis e são muito mais difíceis de parar do que uma moto... adivinha quem dança?


Então fique atento à presença de trilhos de bondes em cidades desconhecidas, e principalmente com travessias de ferrovias em estradas secundárias por todo o país.


Nem todo trem é azul


Caminho de ferro, mandaram arrancar.

Um abraço,


Jeff