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domingo, 5 de junho de 2016

O recall da yamaha Crosser 150

Assim que voltei à internet, recebi a notícia do recall da yamaha Crosser 150, agradeço ao leitor que indicou o assunto, mas não localizei mais a mensagem.
 
Reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2016/05/yamaha-xtz-150-crosser-tem-recall-por-possivel-quebra-do-chassi.html 
  
Um recall para troca do quadro completo da moto é muito sério, ninguém merece ter a moto se desintegrando no meio do trânsito...

O que faz com que um quadro se rompa aparentemente sem motivo?

Problemas de qualidade do aço, da execução das soldas, subdimensionamento do projeto ou uma combinação de tudo isso.

Motos que não quebram lá fora acabam se partindo ao meio aqui no Brasil por causa das condições de nossas ruas e estradas, e da ingenuidade dos pilotos que pensam que elas foram projetadas para rodar nas condições brasileiras.

Projetos modernos feitos no Japão, China, Itália, Alemanha ou Inglaterra são feitos por engenheiros em salinhas com ar condicionado que não imaginam as condições carroçáveis das ruas deste fundão de quintal chamado Brasil.

Motos projetadas para rodar apenas metade do ano (porque no resto cai neve e as motos ficam na garagem) em estradas bem conservadas do primeiro mundo não aguentam o tranco por aqui se o projeto não for reforçado.

Lombadas são algo desconhecido no exterior. São redutores de velocidade, mas os alegres motociclistas brasileiros usam como rampinha de salto... a moto não foi projetada para isso e acaba quebrando.

Essas características do Brasil eram conhecidas dos engenheiros brasileiros da velha geração... o antigo presidente da honda declarou em uma entrevista que as CG — aquelas que ficaram famosas pela durabilidade
, não as atuais — tiveram de ser reforçadas para aguentar as estradas e os pilotos brasileiros.

Infelizmente, hoje os novos executivos dessas montadoras apenas trazem os projetos / quadros / motores lá de fora sem fazer as devidas e necessárias adaptações e reforços, e a yamaha agora está pagando o preço dessa perda de conhecimento da nova geração.


Aliás, parece que os novos engenheiros não estão conseguindo projetar nem mesmo motos para rodar poucas voltas em condições ideais de pista, veja o caso da kalex do piloto Luís Salom...
Reportagem: http://grandepremio.uol.com.br/motogp/noticias/testemunha-do-acidente-fatal-de-salom-oliveira-relata-momento-assustador-vi-que-perdeu-a-roda-dianteira

Como o pessoal da yamaha vai resolver definitivamente esse problema das Crosser?


Se for simples falta de qualidade do aço, vão trocar seis por meia dúzia, a menos que o aço sofra um rigoroso controle de qualidade metalúrgica.

Se o projeto estiver subdimensionado, o único jeito será fabricar quadros reforçados com aço mais espesso, o que quer dizer aumento de custo.

Insignificante para os fabricantes, mas eles adoram choramingar caraminguás...

Vale lembrar que essa troca obriga a numerar novamente o chassi.

Resta saber se o chassi novo já virá com a mesma numeração ou se sobrará para o cliente correr atrás da renovação da documentação...

Recall para troca de chassi completo não é novidade, a honda fez a mesma coisa com as Biz em fevereiro de 2008, e até hoje provavelmente tem motinhos por aí que nunca fizeram a troca por desconhecimento dos proprietários. 

Recall convocado em 2008
Reportagem: http://carros.uol.com.br/motos/noticias/redacao/2008/02/12/honda-chama-275-mil-biz-125-no-maior-recall-de-sua-historia.htm 

Também teve o caso das dafra Kansas, que até hoje ficam se partindo ao meio e eles nunca tiveram a hombridade de convocar o recall.

Não adie fazer essa
troca convocada pela yamaha.

Um quadro partido provocará perda de controle da moto, e se piloto / garupa caírem na frente de um veículo, o resultado pode ser o pior possível.

Felizmente, as empresas um pouco mais sérias não se negam a fazer recalls diante da possibilidade de novas ocorrências (alguém deve ter caído e sobrevivido para que o problema fosse notado).

Já as empresas sem a menor seriedade adiam o recall por 8 anos e dizem para o Ministério Público que as motos não apresentam problema algum...


Só para não deixar esquecer...

Infelizmente, a ganância e a pressa em lançar novos produtos sem os devidos testes de resistência de longa duração tem colocado nossas vidas em risco, nós compradores de motos recém lançadas fomos transformados em cobaias dos fabricantes.

Qualquer que seja a marca, fique atento às condições de sua moto

Caso ela apresente instabilidade por motivo desconhecido, inspecione o quadro para ter certeza de que não está rachado.

Um abraço,Jeff
PS: Agradeço a colaboração do leitor Robson Souza, que deu o seguinte depoimento nos comentários.

Como estes ficam visíveis apenas para quem entra na postagem, republico abaixo estas informações valiosas para os proprietários:


Boa tarde Jeff,

Li seu blog inteiro mas esse é meu primeiro comentário. Parabéns pelo seu trabalho de informação e meus sinceros sentimentos de melhoras a você.



[Valeu, Robson!]

Vamos lá, eu sou um dos contemplados com o recall da Crosser 150. Anunciaram o mesmo tinham umas duas semanas que havia adquirido a minha. Mas antes de chegar ao recall, gostaria de fazer uma observação. 


A moto foi entregue com óleo 20w50 e pasmem, com nível do óleo correto (fiz a medição exatamente como você explicou aqui, e também é explicado no manual).

Sobre o recall, funcionará da seguinte maneira. Você leva sua moto até a concessionaria, eles fotografam toda ela, inclusive a numeração do chassi, enviam a fabrica e o prazo para retorno é de 15 dias. 


A numeração do chassi continuará a mesma, ou seja, não ocorre alteração no documento, o lacre da placa, como é preso ao chassi, a própria Yamaha fará a relacração, nas cidade onde o Detran não oferecer o serviço "delivery", esse procedimento ficará a cargo do propriotário, digo, proprietário, porém com o custo pago pela Yamaha.

Existem também relatos em fóruns sobre a troca da caixa de direção e do amortecedor traseiro nesse mesmo procedimento mais buchas e parafusos pois estão ligados ao chassi (a confirmar quando eu fizer o procedimento na minha).


Obs.: A minha está com 50KM rodados só, pois ainda não utilizo a moto pois estou terminando de tirar minha habilitação. Assim que tiver ela em mãos, vou providenciar o recall e volto aqui para relatar a experiência.

Obs 2.: Segundo informações também em foruns, ocorreram casos de trincas nos quadros em casos específicos no Nordeste (não ditos quantos), devido ao uso mais "severo" em estradas de terra / esburacadas, e dessa forma a fabricante optou por chamar todos os chassis para troca e o problema é realmente na espessura das soldas.


Um adendo, após o retorno do chassi, o prazo de execução do serviço é de 2 dias.

Assim ficam esclarecidas minhas dúvidas e também as de muitos leitores quanto a este recall.

Forte abraço,

Jeff

terça-feira, 5 de maio de 2015

Afogador, registro de combustível e problemas da Biz e outras motonetas

Dizem que nada acontece por acaso...

Hoje pela manhã eu acordei tarde de bode comprei coisas para comer em casa porque não pretendia sair à tarde para o café habitual.

Sucede que acabei saindo, e à tarde fui à padoca quando, no meio do caminho, Edith me aplicou um 171 — pediu reserva com apenas 171 km rodados.

Como sei que a reserva é pequena, fui ao posto e, quando me preparava para sair, chegou uma garota empurrando uma Biz. 

Meu troco demorou, deu tempo de a garota abastecer, mas ela não conseguia ligar a moto, falou sobre a coitadinha algo que não vou citar aqui, e pediu ajuda do frentista porque não sabia a posição normal do afogador.


O frentista se abaixou e mostrou que sabia menos ainda, aí lá fui eu dar meu pitaco.


Sucede que aquilo que todo mundo estava chamando de afogador na verdade era o registro, a torneirinha de combustível...

O problema todo é que demora um minutinho até o carburador se encher de gasolina depois que você abre o registro, e na afobação, ela acabou fechando pensando que estava abrindo.

Mas afinal, qual a diferença entre afogador e registro, e porque tanta gente confunde um com o outro? (Ela não foi a primeira pessoa que eu vi chamando a torneirinha de afogador...)

Vamos lá:

Na Biz carburada, o registro de combustível fica neste local:

A nova Biz com injeção eletrônica não usa registro de combustível nem afogador, porque a bomba de combustível e a programação da injeção fazem todo o trabalho.

Como saber se a reserva da Biz / Neo / Pop / motoneta em geral está aberta?

Ao contrário das motos, o registro da Biz carburada e outras motonetas do tipo só tem duas posições, aberto (alavanca vertical para cima) e fechado (alavanca deitada na horizontal).

Esse tipo de motoneta não tem reserva e já socorri vários donos empurrando moto na BR porque pensavam que poderiam abrir a reserva... Você tem que manter o tanque sempre abastecido com base na quilometragem rodada.

Aí você fala ah, eu sempre pensei que essa grande alavanca era o afogador... então onde fica o afogador?


O afogador fica aqui, ó:



Ué, mas o afogador não fica no carburador?

Sim, o atuador do afogador fica no carburador, mas o botão de acionamento fica no guidão. Um cabo de arame faz a ligação entre eles.

Nas manhãs frias você usa o polegar para afastar o botão do guidão e, depois que o motor esquenta, você o retorna para a posição normal, essa que aparece na foto.

O carburador da Biz é este aqui, e é por isso que existe essa confusão entre afogador e torneirinha:
  
O atuador do afogador fica bem perto do registro, mas eles fazem coisas bem diferentes — o afogador restringe o fluxo de ar que vai para o motor, facilitando partidas em dias frios, enquanto o registro bloqueia ou libera a entrada de combustível para o carburador.

E com isso está explicado o mistério de uma Biz que eu parei para socorrer e não consegui identificar o problema relatado pelo proprietário:

Cada vez que ele abria o "afogador", começava a vazar gasolina da moto.

Como ele disse que havia desmontado o carburador antes de aparecer o problema, imaginei que ele tivesse cometido um erro grave de montagem e não pude ajudá-lo sem ferramentas. E também não pude conferir o que ele fazia por causa da dor nas costas.

Na verdade, ele estava abrindo o registro, o problema era simplesmente a boia da cuba encantada. 

Umas pancadinhas leves na parte reforçada da cuba talvez resolvessem o problema...

Conhecer sua moto para saber dar o nome certo aos componentes pode fazer a diferença entre sair rodando feliz da vida ou ficar esperando uma picape para o resgate.

Ou empurrar a moto xingando por 10 km.

Um abraço,

Jeff