segunda-feira, 31 de julho de 2017

Um vídeo sobre contra-esterço que até eu que sou burro quase entendi

Ontem parte da galera WD±40 se reuniu e no meio da conversa surgiu o assunto contra-esterço.

O consenso geral foi que ninguém entendia como aquela coisa funcionava, se é que funcionava.

E eu confessei que sabia que a coisa funcionava, mas não entendia a bruxaria por trás da coisa.

E o google, por uma daquelas coincidências que só quem acredita que ele fica monitorando nossas conversas até mesmo com o celular desligado, hoje me recomendou o melhor vídeo que encontrei até agora sobre o assunto. 

Paranoia da minha parte, porque foi coincidência, claro. OK, google?

O vídeo é este aqui:


O vídeo está em inglês, mas a explicação visual é suficiente para esclarecer muito bem.

Resumindo, uma moto vertical fazendo uma curva tende a desgarrar para fora da curva, certo? [0:05]

Para ela não desgarrar, você inclina a moto — as rodas inclinadas naturalmente conduzem a moto ao longo da curva. [0:20 e 1:00]

Existe um limite de velocidade em que a inclinação resolve o problema, mas se você ultrapassar esse limite, ou não se inclinar suficientemente para aquela velocidade, a moto se desgarrará do mesmo jeito. [0:40]

E aí está a grande sacada do vídeo: [1:31]

A resposta da moto quando você a inclina é mais lenta do que praticando o contra-esterço. [1:45]

O contra-esterço é a maneira mais rápida de você desviar de um buraco ou objeto à sua frente porque você aproveita a tendência de a moto desgarrar a seu favor.

Com a moto vertical, mover o guidão para uma direção fará com que ela se desgarre para o outro lado porque ela ficará instável... [2:10]

A moto estará desgarrando em uma curva virtual que surgiu por causa da mudança da direção da roda dianteira.

Na prática, é como se você estivesse inclinando a moto na direção oposta da roda. [2:28]

Agora você entendeu como a coisa funciona?

Se o vídeo ainda não foi suficiente para entender, faça como eu:

Continue a botar a culpa nas motos, afinal elas são bruxas que gostam de fazer coisas que ninguém entende. Como pedir reserva inesperadamente no meio do rodoanel te obrigando a sair no primeiro trevo para chegar no posto e descobrir que ela ainda está com meio tanque — motos gostam de brincar com seus donos.

Só não chame sua moto de bruxa na frente dela, motos são vingativas.

Que Jezebel não nos ouça. Nem leia esta postagem...

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 28 de julho de 2017

O que esses engenheiros têm na cabeça?

O que esses engenheiros têm na cabeça?

Bom senso é que não é.

motivo da minha revolta foi ter passado por três situações tensas, muito tensas, em meros 120 km.

Situações tensas que poderiam ter nos quebrado inteiros, senão coisa pior, e tudo por conta de engenheiros que não fazem jus ao diploma e nem ao salário.

Saí para testar Jezebel depois de uns reparos elétricos, e o primeiro susto aconteceu aqui:

É o pedágio da Via Anchieta logo depois do Riacho Grande.

Na maioria das rodovias estaduais paulistas, motos não pagam pedágio.

Em compensação, são obrigadas a passar por um corredorzinho estreito junto do muro à direita com um labirinto ridículo para te obrigar a reduzir ainda mais a velocidade.

Esse corredorzinho fica no que seria o acostamento, e para voltar para a pista, sabe o que tem do lado?

As cabines de passagem automática para caminhões.

Eles não param e nem mesmo reduzem a velocidade.

Aí você, obrigado a passar a 30 km/h no corredorzinho, não ganha velocidade suficiente porque não existe para onde ir:
Olha o estreitamento, a faixa acaba na sua frente, te obrigando a se encaixar na faixa à sua esquerda, porque sempre tem alguém parado no acostamento.

Acostamento onde é proibido parar e estacionar, mas ninguém faz nada.

Se você não ficar ligado no acionamento automático da cancela indicando que um caminhão vem vindo em alta velocidade, pode acabar entrando na frente dele.

Palmas para o engenheiro que projetou essa solução brilhante, é capaz de reduzir o número de acidentes de moto no trânsito reduzindo permanentemente a quantidade de motociclistas em circulação.

segundo susto foi logo depois do pedágio, antes da interligação com a Imigrantes, e foi maior ainda.

O caminhão à minha frente deu seta para a esquerda e inesperadamente foi para o acostamento...

Estava lá na nossa frente no meio da pista a metade de um para-lama librelato caído de uma carreta.

Imagem: http://www.librelato.com.br/implementos/pecas

librelato é a marca, fiquei sabendo porque vi bem de perto.

Se não fosse a preocupação do caminhoneiro herói de sinalizar o perigo à frente, Jezebel e eu teríamos nos ralado bonitamente.

Se ele tivesse atropelado o para-lama em vez de desviar, a gente ia dar de cara com esse trambolho, tombo certo.

Fruta que faliu, metade dessa piñoña é grande pra динозаврa, caída ela ocupa 1/3 da faixa. 

Tenha uma ideia:
Imagem: http://www.librelato.com.br/implementos/pecas

É uma dessas coisas pretas em cima dos rodeiros duplos da carreta do semirreboque e do cavalo mecânico.

É o caso de se perguntar, удар астероида, esses engenheiros que fabricam essa гуайява, esses engenheiros não sabem que essas фрикадельки não aguentam o trabalho?

Os engenheiros da librelato e dos outros fabricantes que colocam essas coisas nos caminhões não se tocam que essas peças de prástico se quebram com a vibração, o vento e o impacto de pedras? É prástico mesmo, porque plástico teria melhor qualidade e não se quebraria desse jeito.

Não sabem que esses para-lamas do insucesso são desproporcionalmente mais frágeis do que todas as outras peças de uma carreta?

Não sabem que ao cair essas peças viram lixo e esse lixo criado por eles coloca a vida dos motociclistas e mesmo dos motoristas em perigo?

Санта Виктория Лопырева, custava fabricar um negócio que fosse suficientemente resistente ou que não caísse quando quebrasse por fadiga?

Porque todos esses para-lamas se rompem por fadiga.

Custava fabricar algo que não colocasse a vida dos outros — especialmente a minha e da Jezebel — em perigo?

E o terceiro e pior de todos os sustos foi em outro pedágio.

Olha só o шведский стол que fizeram no novo pedágio do rodoanel na saída para Mauá:
10 ou 11 faixas viram 2 em um espaço de 500 150 metros.

Você é obrigado a pagar o pedágio em uma das cabines centrais indicadas pela seta amarela e de repente à sua frente a pista se afunila.

Sem ter tempo de nada, você está no meio do fluxo dos carros que passaram em alta velocidade pelas cabines de cobrança automática à sua esquerda e do fluxo dos caminhões que também passaram em alta velocidade pelas cabines de cobrança automática à sua direita.

Essas quatro faixas monopolizam as duas únicas faixas, e todos os outros carros e motos das outras 6 faixas que ainda estão pegando embalo não têm onde se encaixar.

Ninguém espera um afunilamento tão intenso em um espaço tão curto — e em uma curva acentuada.

Ou seja, sobra para você — que está de moto — se livrar de ser atropelado.

Olha, dá raiva de ver a incompetência de quem faz um projeto desses.

Eles eliminaram as cabines de pedágio antigas (antigas com pouco mais de um ano de uso) só por economia, para ficar mais fácil recolher o dinheiro em um único local.

E criaram esse monstro rodoviário que chamaram de pedágio.

É uma das piores (ou seria melhores?) armadilhas de trânsito que já vi, e somos obrigados a pagar por um lixo de projeto como esse.

Ora, vão todo mundo que projetou esse lixo сбор кокосов.

Hoje não tem abraço, tô muito puto.

Jefferson

sábado, 22 de julho de 2017

royal enfield, qual a sua desculpa para ir pelo mesmo caminho errado de todas as outras fabricantes?

Tenho acompanhado as notícias sobre as motos da royal enfield aqui no Brasil, e estou vendo cenas bem conhecidas das quais não gosto nada, nada...

Fica aqui o alerta para os proprietários.

Neste vídeo o autor fala sobre ter dificuldade de encontrar o neutro, e estamos cansados de saber que isso é sintoma de falta de óleo suficiente no motor.

Ele faz os comentários a partir de 06:25, e enfoca a dificuldade aos 06:45:


Investiguei quanto óleo vai nesse motor, e sabe o que descobri?

O manual da Classic 500 manda manter o nível no meio da janela depois de ligar, aquecer por alguns minutos e desligar o motor:
Manual do Proprietário royal enfield Classic 500 (todos os modelos royal enfield 500 usam o mesmo motor básico ampliado em relação ao tradicional 350): https://royalenfield.com/pdfs/motorcycles/brochures/Classic%20500%20owners%20manual%20-%20Feb%202012.pdf

Mas note que a foto mostra o nível de óleo praticamente na marca de mínimo... 

Fabricantes são tão descuidados na hora de falar desse assunto, né?

Mas o melhor vem agora:

Isso é uma total contradição com o que diz o procedimento de troca do óleo, que manda colocar o nível de óleo na marca MAX — MAX de nível MÁXimo:
Manual do Proprietário royal enfield Classic 500: https://royalenfield.com/pdfs/motorcycles/brochures/Classic%20500%20owners%20manual%20-%20Feb%202012.pdf

E quanto óleo a concessionária está colocando a cada troca?

Conforme este outro vídeo do mesmo autor, a concessionária está colocando 2,5 litros de óleo a cada revisão:
Vídeo comentando as despesas de revisão das royal enfield 500: https://www.youtube.com/watch?v=rKcS7WEBtj0

Mas qual é a quantidade recomendada de óleo para as royal enfield 500 no manual do proprietário?
Manual do Proprietário royal enfield Classic 500: https://royalenfield.com/pdfs/motorcycles/brochures/Classic%20500%20owners%20manual%20-%20Feb%202012.pdf

Pois é, 2,75 litros de óleo é a capacidade de óleo do motor das royal enfield 500. 

Qual o motivo de a concessionária estar colocando apenas 2,5 litros de óleo se a capacidade do motor é 10% maior do que essa?

Pelo que já vimos em todos os outros motores de todos os outros fabricantes, a capacidade de óleo é o único valor que permite atingir o nível de óleo correto para o funcionamento do motor.

E há outro bom motivo para suspeitar que esses problemas de dificuldade de achar o neutro estão ocorrendo pelo mesmo motivo que ocorre nas Kansas e nas Horizon, a falta de óleo suficiente:

Sabe a quantidade de óleo das royal enfield 350 (vendidas apenas no exterior e com motor menos potente que as 500, portanto se aquecendo menos e precisando de menos óleo para o arrefecimento)?
Imagem: Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=FcwXwnX-yN8

Algo está cheirando muito mal nessa história, e é um cheiro ruim muito nosso velho conhecido...

Proprietários, fiquem espertos.

Não aceitem desculpas do tipo "motor indiano é assim mesmo", "câmbio de moto indiana é assim mesmo".

Esse motor tem de usar no mínimo 2,75 litros de óleo, é o que diz no manual do proprietário.

Mas a concessionária brasileira não está respeitando nem mesmo o fundamental determinado pelo fabricante no manual do proprietário...

Não seja vítima dessa prática danosa aos proprietários também por parte da royal enfield no Brasil.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Um acidente bem típico

Repare nesta imagem e me diga o principal fator que causou este acidente:
Imagem e reportagem: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/17/interna_cidadesdf,610189/acidente-deixa-motociclista-gravemente-ferido-na-br-020.shtml

Não vale dizer que o carro entrou na frente da moto!

Também não vale dizer que o motorista não viu a moto, porque a resposta estará somente 50% correta.

Quero saber se você percebe a causa fundamental, o motivo de o carro ter entrado na frente da moto... há várias dicas na imagem acima.

Ainda não matou a charada?

Aí vai a dica definitiva:
Imagem e reportagem: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2017/07/17/interna_cidadesdf,610189/acidente-deixa-motociclista-gravemente-ferido-na-br-020.shtml

Agora ficou fácil, né?

Olhe o tamanho das sombras no asfalto...

O motorista não viu a moto porque o sol estava brilhando forte por trás dela logo ao amanhecer.

O acidente ocorreu à 07:20 da manhã, e as fotos provavelmente foram feitas por volta das 8:00...

Na hora do acidente, o sol estava ainda mais baixo no horizonte, as sombras estavam ainda mais longas do que as das fotos.

A moto simplesmente desapareceu ofuscada pelo sol, e o motorista entrou na frente dela.

Um carro, ônibus ou caminhão seriam percebidos muito mais facilmente. Entretanto, dependendo da intensidade solar e da falta de nuvens, eles também poderiam desaparecer ofuscados pelo Sol.

Pense nisso quando estiver pilotando logo de manhã cedo e também ao cair da tarde.

Se o sol estiver baixo no horizonte, se você ver vir enxergar sua sombra bem longa diretamente à sua frente, ou se ela estiver apontando na direção de um carro pensando em atravessar a pista — quase certamente o motorista não estará te vendo.

Então redobre triplique aumente muito sua atenção e já se prepare para uma possível fechada.

Saber que não está sendo visto, imaginar que você e sua moto são invisíveis o tempo todo, é um dos fundamentos da pilotagem defensiva.

Estar atento a detalhes como esse evita situações bem perigosas.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 13 de julho de 2017

bmw 1200 e seu histórico de falhas potencialmente fatais

Ontem foi noticiado o recall da bmw para todos os modelos R1200 fabricados até hoje:
Reportagem e recall: https://infomoto.blogosfera.uol.com.br/2017/07/12/problema-na-suspensao-obriga-bmw-a-fazer-recall-das-r-1200-gs-gs-adventure/

Resumidamente, as bengalas podem se afrouxar da suspensão dianteira — junto com a roda.

Só isso.

E o Blog da Infomoto (leia!) dá a notícia de que o recall pela fabricante deve muito à iniciativa de um proprietário e blogueiro sul africano que vem denunciando o problema há tempos.

Ele até criou um site denunciando o problema:
Site com a denúncia (em inglês): http://bmwfatalflaw.com/ 

Não é o primeiro caso de falha grave a atormentar esse modelo específico da bmw.

Nem o primeiro recall por motivo absurdo.

Talvez você não tenha ficado sabendo, porque na divulgação curiosamente usaram a foto do modelo menos vendido no Brasil:
Recall: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2015/04/bmw-convoca-4558-motos-no-brasil-para-recall.html

Já no lançamento desse modelo R1200 GS para a imprensa ocorreu a morte de um repórter especializado experiente por motivos que alguns atribuíram à falta de um amortecedor de direção.

Essa história foi contada entre outras aqui no blog na postagem Acidente de moto por falha mecânica? Não mesmo! Sua moto pode fazer o mesmo correndo menos que essa...
Reportagem: https://idratherberiding.com/2013/01/24/kevin-ash-dies-in-accident-at-the-2013-bmw-r1200gs-press-launch/
Postagem: http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2017/05/acidente-de-moto-por-falha-mecanica-nao.html

A bmw nunca admitiu que a falta do amortecedor de direção pudesse ser a causa do acidente fatal, mas incorporou essa peça no ano seguinte.

Amortecedor de direção esse que já no primeiro semestre de uso deu problemas, sendo objeto de recall por parte do próprio fabricante:
Recall: https://www-odi.nhtsa.dot.gov/acms/cs/jaxrs/download/doc/UCM441718/RCMN-13E034-3459.pdf

Motivo do recall alegado pelo fabricante de amortecedores Öhlins?

O suporte do amortecedor teria sido "usinado em uma direção desfavorável em combinação com provável defeito do material e a liga de alumínio sendo sensível a fissuras por corrosão sob tensão".

Uma combinação de fatores e tanto, né?

Um macaco velho também poderia interpretar assim:

"O suporte foi subdimensionado para resistir aos esforços a que é submetido."

Ou seja, o componente era fraco, sem fator de segurança para aguentar o tranco.

E o fabricante muito possivelmente teve que assumir a culpa para não perder contratos com esse cliente — é assim que é no mundo dos negócios.

O suporte do amortecedor era fraco e não foi testado extensivamente antes de ser colocado no mercado.

A Öhlins assumiu o problema e livrou a cara da bmw.

Resta saber se o amortecedor foi projetado pela Öhlins ou se foi fabricado conforme as especificações da montadora bmw...

E se as especificações continham um fator de segurança adequado para a peça.

Seja quem for o pai ou a mãe da criança, o fato incontestável é que esse modelo de moto não foi testado adequadamente pela bmw antes de ser colocado no mercado.
Imagem e reportagem de lançamento: http://canadamotoguide.com/2013/01/28/launch-bmw-r1200gs/

A moto não foi testada adequadamente pela bmw antes de seu lançamento sem o amortecedor de direção.

A moto não foi testada adequadamente pela bmw quanto à resistência do amortecedor de direção incorporado.

A moto não foi testada adequadamente pela bmw quanto ao aperto da porca da roda traseira especificado e aplicado pela bmw.

A moto não foi testada adequadamente pela bmw quanto à resistência da suspensão dianteira projetada pela bmw.

Os fatos estão aí para provar.

Note que é exatamente o mesmo problema do amortecedor de direção, só que em uma escala maior:

Os amortecedores de suspensão (bengalas) não aguentam os esforços para os quais foram projetados:

"Tal folga decorre de impactos severos em grandes obstáculos e buracos em alta velocidade, por exemplo, a depender do modo de condução e tipo de terreno."

Mais uma mostra da pressa com que novos modelos são lançados com cálculos de resistência feitos por computador com base em tabelas de cálculos feitas por computador.

Pena que a vida real não é uma simulação de computador.

E o salário dos pilotos de teste das fábricas foi economizado, já que os testes de longa duração são feitos por voluntários que pagam para fazer o serviço.

Sim, você é o voluntário inocentão que está pagando para fazer os testes de rodagem de longa duração que as fábricas economizam.

A responsabilidade pela moto é deles, mas a vida é sua.

Cuidado com o que você compra.

Marca famosa hoje em dia não quer dizer mais nada, quem está no projeto é a gurizada com os computadores.

Se der problema, eles fazem um recall.

O problema é se a encrenca acontecer primeiro com você.

Um abraço, menos a essa garotada inexperiente que projeta motos hoje em dia,

Jefferson

terça-feira, 11 de julho de 2017

Muita gente se ferra fazendo isso

Vídeo do g1 mostrando porque você nunca deve fazer ultrapassagens em um trevo ou cruzamento:
Imagem, reportagem e vídeo: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/motorista-de-land-rover-foge-apos-atingir-motociclista-no-trevo-da-mg-167-em-varginha-mg.ghtml

Independente de a conversão que a range rover fez ser proibida:

Durante uma ultrapassagem, você e sua moto estão ocultos pelo carro da frente.

Um motorista que pretenda entrar na via ou cruzá-la fará seu cálculo considerando apenas o carro — sem ver você.
Enquanto você estiver encoberto no campo de visão do outro motorista, ele não fará ideia de que você está se aproximando.

Se ele achar que consegue atravessar na frente do carro lento que você está ultrapassando, ele avançará e acertará você em cheio.

Fazer uma ultrapassagem nesse momento resulta no que o vídeo mostra.

Respeitar a regra de trânsito básica de não fazer ultrapassagens em cruzamentos (e similares) evitaria muitos motociclistas passeando de ambulância por aí.

Um abraço,

Jeff

sábado, 8 de julho de 2017

Desconfiômetro ligado, acidente com caminhão evitado

Sempre desconfie de caminhões.

Um caminhão pesado e lento é uma das coisas mais difíceis de dirigir, o que o torna propenso a se envolver em acidentes com motocicletas leves e ligeiras.

Olha só este vídeo da reportagem do g1:
Imagem, vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/motociclista-sobrevive-apos-parar-debaixo-de-caminhao-no-es-veja-video.ghtml 

O vídeo da reportagem mostra um acidente bem típico envolvendo caminhão e motocicleta:

Ele faz a conversão inesperada e corta a frente da moto — felizmente, o piloto escapa ileso.

Então ligue seu desconfiômetro ao ver um caminhão à sua frente.

Um caminhão parado pode estar aguardando para fazer uma conversão.

Caminhão parado no acostamento sempre pode estar querendo cruzar a pista.
Imagem e reportagem: http://www.diariodoscampos.com.br/policia/2017/03/motociclista-escapa-com-vida-de-acidente-na-rodovia-para-palmeira/2348761/

Um fato comum entre todos estes acidentes:

Nem passou pela cabeça dos motociclistas que o caminhão pudesse fazer uma manobra inesperada bem na frente deles.

Motocicletas em alta velocidade nunca são percebidas e não conseguem parar a tempo de evitar a colisão com caminhões lentos.
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/motociclista-morre-apos-ser-atingido-por-veiculo-em-rodovia-de-salto-de-pirapora.ghtml

E essa alta velocidade nem precisa estar acima do limite, ela pode ser a normal da rodovia:
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/noticia/motociclista-morre-apos-parar-embaixo-de-caminhao-durante-batida-em-rodovia.ghtml

Note que a foto mostra que o caminhão não "colidiu com a lateral da motocicleta" como diz a reportagem.

Ele cortou a frente dela que foi parar lá embaixo do eixo traseiro.

Então sempre que observar um caminhão em atitude suspeita, ou nas proximidades de uma saída lateral, redobre sua atenção.

Fique atento a pátios de carga de caminhões, depósitos de materiais de construção, pátios de indústrias, etc. — se prepare para escapar de uma fechada.

Sinalize, buzine, altere a trajetória para chamar a atenção, mas não confie cegamente na eficácia de nada disso.

Sua melhor proteção é rodar dentro dos limites de velocidade, nunca se aproximando para ultrapassagens sem uma boa margem de segurança.

Você nunca sabe o que um motorista de caminhão pode precisar fazer para dobrar uma esquina, então não tente adivinhar.



Ao avistar um caminhão parado, sempre trace rotas alternativas pensando "e se ele cruzar minha frente"?

E antes de ultrapassar um caminhão, sempre buzine e tenha certeza de que ele não está se preparando para fazer uma conversão.

Se um caminhão está quase parado do lado esquerdo da faixa, é porque vai fazer uma conversão à direita.

E se um caminhão está quase parado do lado direito da faixa, pode ser que pretenda fazer uma conversão à esquerda.


Caminhões precisam desse espaço para virar, e uma coisa que eles não precisam é você enfiando sua moto embaixo dele.

NUNCA ultrapasse um caminhão lento pela direita.
Imagem e reportagem: http://www.patosagora.net/noticia/motoneta-vai-parar-debaixo-de-carreta-em-acidente-na-rua-dona-luiza

NUNCA ultrapasse um caminhão durante uma curva ou conversão, mesmo que seja pelo lado correto.

Mantenha seu desconfiômetro ligado em nível máximo perto de caminhões.

Para nós motociclistas, caminhões e seus parentes ônibus sempre são grandes encrencas.

Raramente alguém tem uma segunda chance como o piloto do vídeo.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 4 de julho de 2017

Vida real e capacetes não recomendáveis das propagandas

Propaganda:



Vida real:
Imagem, vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/mulher-fica-com-o-rosto-desfigurado-apos-passar-de-moto-sobre-buraco-e-cair-em-sp-vou-processar.ghtml — A moto é uma honda PCX modelo DLX.

Será que o pessoal lá na honda e lá na agência de propaganda não fica com remorso quando vê alguém que acreditou no que eles disseram passando por uma situação dessas?

Falo das propagandas de scooters mostrando usuários e usuárias usando capacetes abertos como se fossem os mais seguros do mundo.

Não são não, honda, yamaha e demais fabricantes, e vocês sabem disso.

Mas as propagandas venderiam menos motos se mostrassem os usuários usando capacetes integrais fechados e abafados, não é?

Questão de não querer diminuir o "market share".

Mas capacetes fechados não deixariam essa moça com o rosto machucado — por pouco ela quase precisou de cirurgia plástica.

Outras pessoas não têm tanta sorte. Não pesquise no google, você vai encontrar cenas horríveis.

Horríveis e muitas delas seriam evitáveis com um capacete integral.

Mas todas as fabricantes gostam de fazer propagandas fofinhas com segurança no trânsito.

E continuam anunciando motonetas com o pessoal usando o pior capacete possível para motociclistas.
Vocês aí na honda, yamaha e demais fabricantes de scooters...

Vocês não têm remorso não?

Não pinta um sentimentozinho de culpa ao saber que lesões como essa seriam evitadas se vocês não colocassem na cabeça das pessoas a ideia de usar o capacete aberto? (desculpe, trocadilho não intencional)

Custava alguma coisa conscientizar as pessoas de que o capacete aberto não é a melhor opção, que na verdade é um erro optar por um capacete que não protege o rosto?

Ah, é... o tal "market share"...

Bom, pelo menos eu tento fazer a minha parte alertando as pessoas sobre a porcaria que é o capacete aberto na hora em que ele deveria fazer alguma coisa.

http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2015/11/motonetas-e-capacetes-para-motonetas.html


http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2017/03/dois-capacetes-fazendo-muito-bem-o-seu.html

http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2014/11/entendeu-porque-capacete-aberto-nao.html


http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2017/03/meninas-scooters-propagandas-e-mundo.html

Estaria ao alcance das fabricantes fazer muito mais.

Mas para isso teria de prevalecer algum sentimento pelas pessoas, e não apenas pelo dinheiro delas.

Um abraço, menos aos responsáveis pelas propagandas de motonetas,

Jefferson

Quando é hora de trocar os pneus?

Quando é hora de trocar um pneu?

A regra geral para a segurança é trocar o pneu assim que ele atinge o indicador de desgaste da banda de rodagem, em inglês Thread Wear Indicator (TWI).

Você encontra algumas marcas TWI na lateral do pneu:

Elas servem para dizer que na direção dessa marca lá dentro do sulco central (ou nos sulcos laterais se o pneu não tiver um sulco central) você encontrará ressaltinho(s) de borracha:

A altura do ressaltinho corresponde à profundidade mínima recomendada para o(s) sulco(s) de escoamento de água mais próximo(s) do centro do pneu.

O indicador mostra que esse pneu dianteiro ainda pode ser usado por um bom tempo com segurança nos dias de chuva.

Mas o pneu traseiro da Jezebel já chegou ao limite de desgaste, o ressaltinho de borracha TWI está rente à superfície da banda de rodagem.

O sulco já está raso demais para conseguir escoar e dar vazão à água, esse pneu corre um grande risco de causar uma aquaplanagem.


Além dos riscos de aquaplanagem e de apreensão em uma blitz, há outro bom motivo para condenar esse pneu traseiro:

Rachaduras no flanco da carcaça.

Coisas como essa você só percebe olhando os pneus bem de perto, por exemplo quando você mesmo lava a moto.

Ninguém no lava-rápido vai se preocupar em te avisar que viu rachaduras no pneu.

E aquela olhada básica em pé antes de sair com a moto nem sempre permite ver detalhes como esse até por conta do ângulo de visão, falta de iluminação direta e distância da inspeção.

Rachaduras na borracha costumam aparecer em pneus de motos que ficam muito tempo paradas ou rodam com pressão abaixo da ideal. 

Rachaduras aumentam de tamanho e acabam mordendo a câmara, causando seu estouro repentino.

Estouro da câmara — o popular estouro de pneu — causa perda de controle, é muito difícil evitar uma queda.

Isso gera uma situação potencialmente fatal:
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2016/04/pneu-traseiro-de-moto-estoura-e-mulher-morre-na-queda-em-rodovia.html

Então o pneu traseiro está condenado e o pneu dianteiro está bom, mas eu coloco na lista de compras uma câmara de ar nova e vacinada contra furos para o pneu dianteiro.

Porque apesar de o pneu dianteiro estar aparentemente em bom estado, meia vida, essa câmara está ali dentro já tem uns dois anos e meio.

Minha moto ficou parada muito tempo e pode haver um dano localizado (apodrecimento da borracha) por umidade acumulada no ponto que ficou mais baixo durante meses.

Ou reação química da vacina lá dentro... não sei o que ela é capaz de fazer apodrecendo acumulada em um mesmo ponto. 

O ar sempre tem umidade presente, e o risco de estouro do pneu dianteiro não compensa uma economia de 30 reais.

Esse era um dos motivos que não me animavam a sair rodando com a moto depois que ela foi resgatada de Santa Catarina há um ano.

E ao fazer a troca, um pneu dianteiro novo também poderá entrar na lista.

O que determinará isso é a inspeção por dentro da carcaça para ver se não existem danos internos, ainda mais perigosos que as rachaduras externas.

O pneu é a única coisa que nos impede de cair da moto e não vale a pena economizar com isso.

Um abraço,

Jeff