domingo, 22 de dezembro de 2013

Fim de ano, bebida e carona

Olá meus amigos! 

De carona na postagem do Jeff e numa imagem compartilhada no facebook do nosso amigo Igor do WD±40, falarei do fim de ano também. 

Fim de ano é aquela época que quase todo mundo esquece das brigas, se empanturram de comida e faz planos para o ano que vem: 

Ano que vem vou pegar firme nos estudos.

Ano que vem vou reeducar minha alimentação. 

Ano que vem vou ser mais controlado com grana. 

Ano que vem eu aprendo a dirigir/pilotar. 

É uma época não só de promessas, mas de esperança. 

Nada contra as esperanças das pessoas, e justamente por isso venho aqui dar um toque pra galera que curte "tomar umas":

Tá em promoção no mercad... ops...

Bebida e volante/guidon é bicho feio, se o cansaço já prejudica sua noção de espaço, imagine a bebida. 

Por isso, se for beber, encoste num cantinho por aí, salve a sua vida e a dos demais ;-) 

Segue uma campanha da FIAT, simples e direta: 

Mesmo que você seja prudente e não conduza seu veículo alcoolizado, sempre haverá um que o fará: Quando precisar ultrapassar alguém que visivelmente não está em condições de manter o carro em linha reta, faça de uma vez e o mais longe possível, se não tiver condição, não faça. Procure um ponto em que ele não poderá te fechar e que você não será atropelado pelos demais, avalie onde é mais seguro pra você antes de decidir ultrapassar ou não.

Se decidir passar, simplesmente passe, não xingue, não brigue e não acene, bêbados costumam ter muita coragem e a honra hiper valorizada.

Abraço

Vinícius Melo

sábado, 21 de dezembro de 2013

Natal, Ano Novo e Amigush Secretush

Feliz Natal, Ano Novo, Dia do Peru, Festinha da Empresa, etc. para todo mundo!

Mas não se esqueça que depois tem o caminho de volta...
Imagem: http://beernexus.com/beermyway19.html

Muito cuidado com o pessoal animado que sai rodando por aí, no caminho para cá um cara não viu o caminhão na preferencial, perdeu o para-choque de bobeira.

Ainda ontem conseguiram tombar um caminhão aqui no trevo com o trânsito a 20 por hora... o cara foi mágico.

Nos dias de festas, aumenta a incidência dos acidentes bobos, muitos deles causados por alcoolizados ao volante/guidão.


Fonte: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/

Pode ser bobo para o motorista, mas pode cobrar um alto preço para nós, motociclistas.

Então, cuidado redobrado, olhos atentos e boas festas/boas férias!

Um forte abraço a todos os leitores do blog, eu e Jezebel voltamos só em janeiro!

Jeff

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Brough Superior SS 100, Lawrence da Arábia, Peter O'Toole e você

Esta postagem começou para falar do relançamento da marca inglesa Brough Superior, um fabricante pioneiro dos tempos heróicos.


O desenho parece estranho, mas a "Rolls-Royce das motos" ditou o rumo de todas as motos desenvolvidas nos anos 1930. 

E a Brough volta com um modelo totalmente novo, mas inspirado nas máquinas clássicas dos anos 1920, como a SS100 Alpine Grand Sport, e também fazendo réplicas:


Mas não adiantaria falar da Brough Superior sem falar do cara mais famoso que pilotou essa máquina clássica, T. E. Lawrence, mais conhecido como Lawrence da Arábia.


Lawrence era um sujeito e tanto, viveu aventuras como poucos. No começo do século passado, era um arqueólogo que adorava motocicletas. Indiana Jones deve muito a ele.

Sua grande alegria era sair pilotando uma de suas Brough Superior SS80 e SS100 (teve sete delas e já tinha encomendado a oitava), voando baixo por centenas de quilômetros a cada fim de semana pelas pacatas estradas inglesas.

Esta postagem nasceu para falar sobre a Brough, o Lawrence e o motivo que só falarei lá no final, mas eu não podia deixar de fora minha homenagem ao Peter O’Toole, que morreu esta semana. 

A vida de T. E. Lawrence foi contada neste filme aqui, interpretada por Peter O'Toole:


Filme Lawrence da Arábia, de David Lean

Mas como Lawrence foi parar na Arábia, e o que ele tem a ver com um blog sobre motos, além de ter colecionado Broughs?

Lawrence ficou famoso porque durante a Primeira Guerra Mundial ele atuou como agente secreto do governo inglês no Oriente Médio.

Naquela época, Inglaterra e França estavam em guerra com a Alemanha, Império Austro-húngaro e Império Turco, que dominava aquela região.

Apesar da mesma cultura islâmica, turcos não são árabes, e por ordem do governo britânico, Lawrence batalhou para que diversos povos árabes se unissem numa rebelião contra a dominação turca, com a promessa do governo britânico de que conquistariam a liberdade com as bênçãos dos países bons mocinhos vencedores da guerra.

Se hoje existem Arábia Saudita, Síria, Iraque e outros menos votados como estados autônomos, foi consequência direta das ações desse arqueólogo motociclista.

Mas sucede que acabou a guerra e, apesar das promessas solenes, Inglaterra, França e EUA deram foi uma bela de uma banana para os árabes, porque o que eles queriam mesmo era só o petróleo barato. 

Deu no que deu, e hoje em dia a coisa está cada vez mais feia por lá, e nós vemos todas as noites na TV como até hoje Inglaterra, França e EUA continuam garantindo a liberdade dos povos árabes com fuzileiros, Hummers Humvees, helicópteros e drones, muitos drones.

Lawrence ficou tão decepcionado por ter sido usado para essas jogadas políticas que jogou fora a carreira; ele era coronel (quase general) do exército britânico, pediu baixa e se alistou como recruta na RAF, a Real Força Aérea.

Ele recusou todas as promoções e terminou a vida como cabo, se dedicando unicamente à sua maior alegria, pilotar sua moto incansavelmente todos os finais de semana.

Até aquele dia em 1935 em que encontrou dois garotos de bicicleta no meio da rodovia e, para não matá-los, se jogou com a moto para fora da estrada.

A moto sobreviveu quase intacta, mas o pobre Lawrence morreu depois de seis dias por causa dos ferimentos na cabeça; ele provavelmente teria sobrevivido se estivesse usando um capacete, algo que naquela época ninguém fazia.

E foi porque esse herói nacional (deles) morreu que o médico neurologista que acompanhou seus momentos finais tomou a iniciativa de apresentar um projeto de lei tornando obrigatório o uso de capacete para motociclistas; e hoje todos nós somos beneficiários desse equipamento de segurança. 

É incrível como as coisas se encadeiam e fatos não relacionados têm influência sobre nós.

Não usaríamos capacete se não fosse pelo Lawrence, e talvez este blog não existisse e nós não estaríamos nos comunicando se eu não tivesse assistido o filme sobre a vida dele, que começa pelo fim, pelo acidente.

A sequência da abertura do filme em que Peter O'Toole pilota uma Brough Superior como Lawrence da Arábia contribuiu para que este ex-adolescente se tornasse motociclista.

Que não abre mão do capacete. 

Neste pequeno mundo em que vivemos, estamos todos relacionados por maneiras que nem imaginamos.

O Natal está aí, comemoremos estas relações misteriosas que dão graça ao Universo!

Um abraço, 

Jeff

domingo, 15 de dezembro de 2013

honda é honda e nós somos todos trouxas

Quando comprei minha primeira moto, uma CG 125 zero km em 1979, paguei a metade do valor de um fusca (o carro popular da época) num punhado de canos com motor e rodas. 

Meu pai me dizia que uma moto nunca poderia custar a metade de um carro, mas na sabedoria dos meus 18 anos, meu pai não entendia nada de nada.


Hoje vejo o quanto eu estava errado...


Esta semana saiu uma matéria no g1, a honda lançou uma moto CG 110 na Nigéria, país no centro da África, pelo equivalente a 1500 reais:




Ah, mas é fraquinha, uma velharia, projeto antiquado, farol quadrado, vende barato porque é ultrapassada.

Mas a reportagem menciona muito superficialmente outros modelos, como a CB 125-D.


Como o texto diz, a honda também tem outras motos utilitárias por lá.

Deve ser uma tranqueira que nem a CG 110, você pensa.


Quer conhecer melhor essa moto utilitária, a CB 125-D? 


Taí:



Reportagem: http://blog.motorcycle.com/2011/09/29/manufacturers/honda/2012-honda-ace-cb125-and-ace-cb125-d-627-motorcycles-for-african-market/

Desenvolvida para ser de baixo custo, durável, fácil de usar e oferecer boa economia de combustível. 

Em 2011 a CB 125-D era vendida por 627 dólares, o mesmo preço que a ultrapassada quadrada.


Sabe quais as diferenças entre a CB 125-D e a brasileira CG 125 Fan de 2011?


Dá para ver que o motor tem um projeto diferente do usado no Brasil, mas anda do mesmo jeito.


A principal diferença é que lá custa só 1500 reais. 


Aqui no Brasil, jogando os 60% de impostos e mais o blablablá, se dobrasse de preço custaria 3 mil reais.


E a honda não está fazendo caridade na África. 


Vendendo cada moto por 50 mil ienes no mundo todo (os tais 630 dólares), eles estão tendo bom lucro.


É, pessoal.


No mundo todo, honda é honda.


Menos aqui no Brasil.


E nessa onda, todo mundo embarca vendendo moto de 50 mil ienes a peso de ouro.


Por isso que os fabricantes do mundo todo estão vindo para cá e o Brasil é a bola da vez no mercado de motos.


Somos todos trouxas e nos orgulhamos disso.


Um abraço,


Jeff  

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O que quer dizer SAE 10W-30 e SAE 20W-50?

10W-30, 15W-40, 20W-50 são categorias de viscosidade de óleos lubrificantes multiviscosos, definidas por norma específica da SAE (Society of Automotive Engineers) dos EUA.
Imagem: www.automobiliaplanet.com

Objetivamente, um óleo SAE 20W-50 é um óleo de viscosidade SAE 50 (medida em dias normais) que em baixa temperatura se comporta da mesma maneira que um óleo SAE 20 medido no inverno, quando o frio aumenta a viscosidade e os óleos ficam mais densos, difíceis de fluir.

Daí o W, ele vem de Winter, inverno em inglês.

Se quiser entender melhor o que é um óleo multiviscoso e como essa classificação funciona, leia o restante da postagem.


Antigamente Quando eu era um filhote, não existiam óleos multiviscosos, como os 20W-50; cada óleo era de uma única categoria.

Eu cheguei a ver meu pai ajustando a viscosidade no Mercury 1948 dele.
Quase igual a esse, só que verde escuro. Lindão.
Imagem: shannons.com.au

Ou o óleo era SAE 50, ou era SAE 40, ou era SAE 30, etc., e você usava a viscosidade mais adequada para a época do ano.

Como todo mundo sabe, em baixa temperatura o óleo fica mais viscoso, ele 'engrossa'; demora mais para escorrer. E no verão ele 'afina', 'perde' a viscosidade, fica mais fluido, lubrifica com menos eficiência.

Então no verão você usava um óleo SAE 40 ou 50, e no inverno usava um óleo SAE 15 ou 20, e ia variando conforme necessário. 

O avanço da tecnologia criou óleos com viscosidade mais estável, que não variavam tanto em função da temperatura, daí que surgiram esses tipos de faixa de viscosidade ampla, os óleos multiviscosos.

Mas o que significam realmente aqueles números misteriosos? 

Existem vários métodos de medição da viscosidade aplicáveis a diferentes tipos de materiais, mas basicamente, no caso que nos interessa, óleo lubrificante, mede-se o tempo que uma quantidade exata de óleo leva para esvaziar um recipiente com uma saída calibrada.

A coisa não é tão simples, existem inúmeras variáveis com equações que são coisa de maluco cientista, vou simplificar bastante para facilitar a compreensão:

Se o método fosse simples assim, imagine que um desses recipientes cheio de óleo à temperatura normal levasse 50 segundos para se esvaziar, então ele seria classificado como tipo 50. 

A mesma quantidade de um óleo menos viscoso à mesma temperatura levando 30 segundos classificaria esse óleo como tipo 30.

Um óleo ainda menos viscoso levando 10 segundos seria o tipo 10.

Não é exatamente assim que é feito, mas esse é o espírito da coisa. 

Na verdade, os valores são definidos em condições de laboratório — a temperatura "normal" é medida a 100 graus Celsius, quando a água ferve, e a categoria de viscosidade de inverno é medida em temperaturas entre –15°C e –40°C.

Para facilitar as contas, e sem compromisso com dados reais, vamos imaginar que numa dada temperatura bem fria, escolhida para ser o padrão da norma norte-americana, todos os óleos demorassem 3 vezes mais para esvaziar aqueles recipientes falados lá em cima.

Na vida real, cada um se comporta de um jeito ligeiramente diferente, não existem números redondos e entram diversas outras variáveis, mas isso interessa só aos que lidam profissionalmente com isso, não é o caso aqui. 

Nessa situação hipotética de baixa temperatura, o óleo 10 demoraria (3 x 10) = 30 segundos, o óleo 15 demoraria 45 segundos e o óleo 20 demoraria 60 segundos, correto?

Mas saber isso não tem muita aplicação prática, porque assim que o motor esquenta, o óleo ‘afina’. 

O importante é saber como o mesmo óleo vai se comportar em temperaturas diferentes, e é para isso que serve a classificação SAE.

Com base naquele exemplo numérico, a coisa ficaria mais ou menos assim:

Se esse cenário fictício acima fosse realidade, um óleo 10W-30 apresentaria praticamente a mesma viscosidade tanto no verão quanto no inverno (desconsiderando a temperatura, seria equivalente a um 30-30).

Um óleo 15W-40 ficaria um pouco mais viscoso (desconsiderando a temperatura, seria equivalente a um 45-40).

Um óleo 20W-50 ficaria ainda mais viscoso (desconsiderando a temperatura, seria equivalente a um 60-50).

Lembrando que estes exemplos numéricos não se baseiam em dados reais, não têm nenhum compromisso com a exatidão, é basicamente isso que aquela fórmula misteriosa quer dizer.

Não é nada do outro mundo, é apenas uma maneira de dar uma ideia aproximada de como um óleo irá se comportar no verão ou no inverno.

O que isso influencia em nossas motos?

Assunto para outra postagem, que esta aqui ficou loooonga.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Dica para ultrapassagens urbanas

Ao se preparar para uma ultrapassagem, não basta ver que o trânsito na pista oposta está livre.

Você precisa ver se lá na frente não existe algum carro estacionado ou obstáculo que irá obrigar o motorista que você está ultrapassando a desviar.

Porque na hora que ele precisar desviar, o motorista não olhará pelo espelho, ele simplesmente verá a pista oposta livre e jogará o carro para o outro lado.



Ele vai desviar do caminhão sem olhar se tem moto ultrapassando, quer apostar?

Os motoristas ainda não aprenderam a procurar por motocicletas no espelho. Acho que nunca vão aprender.

Na cabeça deles, existe o fluxo que vai e o fluxo que vem em sentido oposto.

Na hora que ele vê um obstáculo à frente, não imagina que uma moto (a sua) possa estar trafegando pela contramão (afinal, é isso que você está fazendo no momento da ultrapassagem, não é?)

Motoristas não percebem motos pelo espelho; estão sempre mal regulados, a maioria ajusta o espelho para ver a traseira do próprio carro na hora de estacionar.

Essa regulagem é totalmente errada porque cria um ponto cego enorme onde as motos desaparecem.

E se o carro estiver com os vidros fechados, com o rádio ligado, ele não ouvirá sua aproximação. Se for meio surdo, nem com o vidro aberto. Que nem eu.

Então, na hora de ultrapassar, tenha certeza de que o motorista acabará te fechando, e você sabe quem é que vai se ferrar...

Antecipe essa situação e seja ninja. Não se trata de tentar adivinhar o que o motorista irá fazer; se trata de saber como o trânsito funciona e se adaptar a ele.

É mais uma variante da visão além do alcance.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Motos custom, Harleys e nada a ver com nada

O blog passou por mudanças, alcançou um maior volume de visitações (obrigado!!!), passou a ser significativo para o adsense, e como você notou, começaram a aparecer anúncios na barra lateral.

Fiquei curioso com um deles de uma revendedora harley (não que eu esteja interessado...), e achei essas duas perolitas:

Há quase um século, em 1901...

Ô, pessoal...

2014 2013 – 1901 = 112, portanto mais de um século... escorregaram na conta, ou então já passou da hora de atualizar o site...


A segunda perolita é a descrição de como a harley só veio à luz porque um projetista alemão não creditado sabia como fabricar motos similares às europeias, e assim nasceu a primeira Harley-Davidson. 


Imagem: http://www.hdhistory.com/the-birth-of-harley-davidson/

Será que essas motos teriam o mesmo charme com o nome Harley-Davidson-Schuffenhausen?

Só brincando, porque na internet a gente encontra quase tudo, e o site da própria HD cita o nome do homem, um tal de Ole Evinrude, já ouviu falar?


Imagem: http://www.evinrude.com/en-us

Parece que motor de moto não era bem a praia dele.

E a terceira perolita (que eu só descobri depois que a postagem estava pronta) é que o alemão na verdade era norueguês. Mas o norueguês vai continuar sendo alemão, senão a postagem vai para o saco.

Não deixa de ser irônico que o motor da marca-ícone dos EUA tenha nascido graças a um alemão nascido na Noruega, assim como o único motor harley realmente moderno, que equipa a V-Rod Muscle, também tenha sido desenvolvido pelos alemães nascidos na Alemanha via parceria com a bmw Porsche (essa perolita foi minha mesmo)


imagem: http://www.totalmotorcycle.com/photos

Acho algumas Harleys bonitas, mas não gosto da insistência deles em fabricar motos de desenho e mecânica, digamos, 'clássicos' demais.


Sem contar as características que todo mundo reclama: muita vibração, muito calor, suspensão ineficiente, peso enorme, incapacidade de inclinar nas curvas, freios insuficientes, charmosos vazamentos de óleo e incômodos assentos originais ejetores de garupa. 


Se bem que essa última até pode ter suas vantagens...


"Ué, mas você não gosta de moto custom?"


Gosto, da mesma forma que gosto de esportivas ducatis, kawasakis, algumas triumphs, yamahas, nortons, suzukis, gileras e algumas hondas.



Imagem: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Gold_Triumph_Daytona_675_front.jpg#filelinks

Eu gosto é de moto, ponto. 

harley não é sinônimo de custom, e custom não é sinônimo de harley.


Custom quer dizer personalização.


Desde o segundo dia que inventaram a primeira moto, já tinha gente fazendo a sua própria moto "custom".


Imagem: http://www.lordofmotors.com/
Essa é a Bofete 1910. Uma chopper muito à frente do seu tempo.

Você pode pegar qualquer moto, até uma Indian, e transformá-la numa custom, basta fazer as modificações que você quiser dentro dos limites da segurança.
Imagem: http://highoctantokyo.blogspot.com.br/

Uma moto no estilo europeu Café Racer até poderia ser chamada de custom. Um tipo de.


Imagem: http://www.cycleworld.com/norton/

Mas com o tempo, a palavra custom passou a ser associada àquele estilo de personalização típico dos EUA, e a H-D começou a fazer modelos cada vez mais parecidos ao que o pessoal fazia nas ruas, e hoje as pessoas não conhecem mais a origem da palavra e não sabem distinguir custom de harley e vice-versa. 

O mesmo fenômeno aconteceu com as café racers, a norton acima é original de fábrica, mas remete ao que os proprietários faziam nos anos 60/70/80; o
s departamentos de marketing tiveram enorme participação nisso. 

Mas chega de filosofivagação, voltemos aos motores alemães da harley...


Até ontem, o único motor realmente moderno da harley era o Revolution, que equipa a V-Rod, de arrefecimento líquido, e para mim a boa notícia é que ele serviu de base para os novos lançamentos de "baixa" cilindrada, as Street 500 e 750.


Imagem: http://www.autoevolution.com/news/2013-eicma-harley-davidson-street-500-and-750-revealed-video-70317.html

Uma "custom" de cilindrada civilizada, com motor de alto rendimento, proporcionando desempenho muito bom e economia de combustível, com menores custos de manutenção, passa a ser uma opção muito interessante.

Não sou dos que acham que moto tem que ter motorzão; eu chego nos mesmos lugares que uma Electra Glide com minha 150 e ainda gasto muito menos com combustível e manutenção.


Se uma moto consome a mesma coisa que um carro e fica presa no trânsito do mesmo jeito, ela deixa de ser vantajosa para mim.


Uma moto 500 (ou 750, no máximo máximo forçando a barra uma 883, vá lá...) representa o limite do que eu considero uma cilindrada prática; mais do que isso, é desperdício e inconveniência.


Com esses lançamentos de motos mais amigáveis para o dia a dia, como toda moto devia ser, e não somente para exibir nos fins de semana sem ameaça de chuva, talvez eu possa voltar a chamá-los de Harley com H.


Ah, mas esquece...


É bem capaz de esses modelos não vingarem.


A maioria dos proprietários de Harleys as rejeitarão como "moto de menina", "moto de aprendiz", "imitação da honda VT 500 1985" e as concessionárias brasileiras continuarão praticando custos irreais de vendas, frete, peças, manutenção e acessórios.



Imagem: http://www.bikez.com/motorcycles
A VT 500 não foi sucesso de vendas nos EUA em 1985... 
Será que chegou a hora de uma moto de certa forma equivalente?

E pra piorar, no Brasil, Harley ainda é vista como sinônimo de moto pra ricaço, e o marquetingue capenga e a gulodice empresarial tupiniquim se aproveitam disso, o que é uma pena.

Uma 883 lá nos States tem preço de tabela de 8.099 dólares. Mais 360 dólares de frete para qualquer estado dos USA e 7% de imposto, total de 9.051 dólares.

Se você morasse lá, essa moto seria sua pela bagatela equivalente a 21 mil reais, isso com o dólar disparadão de hoje.


Ainda um investimento alto no Brasil, mas acessível para assalariados de primeiro mundo. 

Na terra do Tio Sam, um carteiro ganha 2.638 dólares trabalhando 160 horas por mês. Um professor ganha 4.055 dólares, trabalhando 36,6 horas por semana. Tudo já descontados os impostos.*
Fonte: http://www.worldsalaries.org

Imagem: http://sozinhonaestrada.blogspot.com.br/2012/03/harley-davidson-883-r-uma-moto-vibrante.html

Aqui no Brasil ela não sai por menos de 30 mil reais, sem contar o frete, que não é de ridículos 360 dólares, não mesmo... aposto em quase 10 vezes mais do que isso, estarei errado? 

Então acho que vou continuar usando por muito tempo o h para a empresa e o H para as motos, infelizmente.

Para conhecer mais sobre choppers e bobbers, e sobre café racers, e muita coisa interessante sobre a história da harley, das Harleys e de motos em geral, visite o blog do Bayer, o Old Dog Cycles.


Um abraço,


Jeff

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Baú de surpresas

Vamos ver se você adivinha qual a surpresa que vai acontecer neste vídeo.

Vídeo: Vinícius de Melo, o autor dos tutoriais para postagem de vídeos mais maneiros que você possa imaginar.

Acertou?

Não dava para imaginar, né?

Tá bom, até dava, tava escrito na abertura do vídeo.

Mas até eu me surpreendi com aquele carro saindo dali da frente do caminhão nesse vídeo feito pelo Vinícius. 

Veículos opacos são sempre um problema, quando não ocultam um carro, ocultam pedestres, outras motos, obras à frente...

Então o negócio é ficar sempre o mais distante possível desse tipo de veículo. 

Caminhões e ônibus são sempre um baú de surpresas, você nunca sabe o que vai pela frente

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Desconfie das promoções


"(...) queremos preservar e valorizar o patrimônio de nosso cliente (...)"

Ué, mas moto honda não foi sempre considerada justamente por preservar e valorizar o patrimônio dos clientes?

Por que isso agora?

Será que aconteceu alguma coisa em tempos recentes que abalou essa imagem e agora eles estão tentando consertar oferecendo garantia de três anos e, coisa inédita, sete trocas de óleo...

Curioso, logo o óleo, né?

De onde será que veio essa preocupação com o óleo e a garantia?

Será que eles não estão fazendo isso por causa da epidemia de motores honda indo para o brejo antes do fim da garantia com a adoção do novo óleo 10W-30 no lugar do antigo 20W-50? 

Será que estão preocupados em fazer as trocas na casa deles para assegurar a quantidade certa de óleo a fim de evitar que os motores abram o bico ainda durante a garantia, e depois, baubau, o proprietário que se vire?

Uma coisa eu sei:

Essa desculpa de que é para comemorar os 10 milhões de unidades vendidas não cola nem aqui, nem na China. 


Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O google emburreceu?

Venho reparando que de uns tempos para cá as pesquisas no google apresentam resultados cada vez piores.

Antigamente era muito fácil encontrar exatamente aquilo que você procurava. Bastavam três palavras, e na primeira página aparecia exatamente o que você buscava.


Mas agora, parece que alteraram os algoritmos por lá, e uma busca por gargalo tanque moto resulta nisto:



Todas as imagens: google.com

Uma página repleta de gargalos de tanques, nenhum deles de moto, mas todos ofertas de manjadíssimos sites de vendas pela internet.

A busca em inglês se sai um pouco melhor, mas acrescenta coisas que não têm nada a ver, sabe lá que critério estão usando:



Na medida em que você avança, a coisa fica muito pior:




Uma busca por preço harley 500 (não que eu esteja interessado...) apresenta metade dos resultados para HD (disco rígido) de 500 GB, todos propagandas dos mesmos manjadíssimos sites de vendas.

O grande mal dos gringos é quererem ser espertos demais, aí acabam fazendo burradas como essa, permitindo que o algoritmo interprete Harley como HD e priorizando as propagandas nas buscas


Se o google continuar introduzindo erros nas buscas e se vendendo para quem paga as propagandas em detrimento dos usuários da ferramenta de busca, vão conseguir matar algo que já foi excelente, e nós seremos os maiores prejudicados.


Mas como protestar contra isso, se eles não respondem nem as reclamações diretas de problemas na ferramenta de publicação de blogs?


O abraço de hoje fico devendo,


Jefferson

Momento Pai e Filha

Nada como receber uma boa surpresa no meio de uma tarde vazia.

Tá aqui uma das grandes alegrias que só uma moto proporciona...



Levar a filhota paulista para conhecer as belezas de Floripa (ignore o feioso atrás dela, estou falando da Lagoa da Conceição).

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

imprença, ética e Vendas

Talvez você tenha visto esta reportagem sobre a morte trágica do ator Paul Walker, de Velozes e Furiosos, diretamente no site sensacionalista TMZ ou mais provavelmente no fantástico da globo:


Com o estardalhaço habitual, a imprensa noticiou que em 2004, antes de colocar o modelo Carrera GT à venda, a matriz norte-americana da Porsche enviou uma orientação para seus revendedores:

NÃO PONHA 'CARRO DE CORRIDA' NAS MÃOS ERRADAS

Ele era "difícil de dirigir" e apresentava as "desvantagens de um carro de corrida", como a hipersensibilidade às condições da pista e necessitar conhecimento do tipo e irregularidades da superfície de rodagem.

A reportagem dá a entender que a Porsche teria alertado que o carro seria perigoso por si, não deveria ser vendido para pessoas inexperientes e, de certa maneira, insinua que isso teria alguma relação com a morte do ator e seu sócio.

Mas não é bem assim, o tmz truncou o documento original dando a entender ambiguamente que o Carrera teria facilidade de capotar.

O texto original é este aqui, também publicado por eles:


Imagem pdf: http://tmz.vo.llnwd.net/o28/newsdesk/tmz_documents/1202_carrera_gt_2.pdf

Provavelmente você também havia entendido daquele modo porque globo/fantástico/g1 embarcaram na onda marota do tmz sem pensar nem pesquisar, a tradução ficou porca e patética:


Até o Homer Simpson Bob Esponja Patrick Estrela Gary Plank perceberia que nenhum carro 'deita de lado' por passar em cima de uma lata de cerveja.

Ou que um simples vazamento de fluido da direção hidráulica não poderia ter causado o acidente e o incêndio, como divulgado pela imprensa. 

Quem disse isso simplesmente ignora que o tanque de gasolina de um Porsche Carrera GT fica na frente do carro, como num fusca.

Nem vou comentar as "desavantagens da corrida de carro"...

Têstu: tmz.com    Tradussaum: istagiaru du g1.globo.com 


Essa orientação da Porsche NÃO se destinava a alertar os possíveis compradores quanto aos riscos de conduzir um Carrera GT nas ruas.

A única finalidade da mensagem era evitar que os funcionários das concessionárias e possíveis compradores / interessados inexperientes danificassem os veículos em manobras no pátio da loja/oficina ou durante um test drive antes da venda.

"A embreagem é muito cara, 24 mil dólares. O carro não pode passar sobre uma lombada sem danificar os três painéis inferiores [da carroceria] que somados custam 39.367,97 dólares. A transmissão custa 42.585,57 dólares (...) Acredite, esse veículo não pode passar por cima de uma lata de cerveja Foster deitada. Ele irá esmagar a lata e danificar os painéis inferiores de fibra de carbono." 

"Você precisa conhecer o tipo de superfície de rodagem em que está (desníveis; buracos, emendas do pavimento, etc.)".


Ou seja:

Mero documento interno para os concessionários, orientando-os a preservar o produto antes da venda ou durante as revisões. 


Depois da venda, "ema ema ema, o propriotário terá problema, ter lucro é nosso lema".


Não se iluda!


Nenhum vendedor / empresa do planeta irá se arriscar a perder uma venda falando qualquer coisa em público que vagamente possa sugerir que um veículo fabricado por eles seja perigoso.


Ou afugentar seus compradores informando que ele é frágil e altamente suscetível a danos bem caros.


Essa mesma ética(?) se aplica à indústria / mercado de motocicletas.


O pessoal não sente o menor remorso de vender à vista uma moto de alta cilindrada para um garoto de 16 anos sair pilotando da concessionária e virar estatística depois de 5 km.


Fato real ocorrido aqui em Floripa há alguns anos.


Tem um fabricante que não teve o menor pudor em criar uma categoria de competição para garotos a partir de 10 anos (!!!)

Um bando de crianças pilotando motos 150cc de quase 100 kg a 110 km/h, se embolando nas frenagens e curvas no limite da aderência, o pódio só tem lugar para os três primeiros; ora, o que poderá dar errado, Murphy?

Então, para seu próprio bem, procure conhecer todos os riscos que envolvem a pilotagem de uma moto antes de escolher e sair pilotando sua nova máquina.


Quanto maior a cilindrada, mais arisca e difícil de domar será a moto, e maiores serão as chances de você se arrepender para o resto da vida.


Que poderá ser muito curta.


Sempre comece pela menor moto com tamanho adequado para você.

As informações de riscos inerentes você não ouvirá dos vendedores nas concessionárias, terá de pesquisar em blogs e fóruns do modelo. 


Sempre haverá alguém comentando sobre um susto, uma reação inesperada ou uma pane típica ou defeito crônico daquele modelo de moto em particular.


Converse com proprietários (que não estejam pensando em vender a moto para você).


Se ainda não leu, leia a Apresentação, primeira postagem deste blog. Lá eu comento esse assunto com um pouco mais de profundidade.


Um abraço,


Jeff