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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Os problemas do manual do proprietário que podem colocar seu patrimônio e sua vida em perigo

Continuando com os problemas do manual do proprietário da haojue Chopper Road 150 que podem ter sérias consequências para você:

Tropeço nº 3: a perigosa regulagem da corrente de transmissão...

Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

O procedimento está muito errado, e cria uma situação perigosa.

O ajuste correto da folga da corrente de qualquer motocicleta é feito com alguém do mesmo peso que você sobre a moto ou, se a garupa for companhia frequente, você e sua garupa sentados sobre ela.

Só que isso é muito raro de se ver escrito nos manuais de proprietário... por que será?

Se você ajustar a corrente da moto para uma folga de apenas 10 a 20 milímetros sem peso nenhum em cima da moto, conforme o especificado por eles...

... na hora em que você (e sua garupa) se sentar(em), essa pequena folga desaparecerá completamente por causa da mudança da geometria da suspensão.

Para você ter uma ideia do quanto essa folga é insuficiente, motos equivalentes pedem 20 a 30 mm de folga na corrente, e nas mesmas condições sem ninguém em cima — e isso já é pouco... 

A folga da corrente é necessária para a suspensão traseira se movimentar sem retesá-la.

Rodando sem folga, sua corrente sofrerá um esforço muito maior que o normal e será esticada fortemente a cada buraco e lombada.

Isso irá reduzir a vida útil de toda a relação (corrente, coroa e pinhão) a 1/4 de sua vida útil, ou menos.

Você será obrigado a comprar peças novas e originais com intervalo de poucos meses — esse desgaste não é coberto pela garantia, é considerado "normal" pelas fabricantes.

E ainda existe a grande possibilidade disso causar a quebra do eixo do pinhão em curto prazo (um ano) por excesso de esforço repetitivo (fadiga do metal)... 

Esse reparo do eixo também não será feito em garantia — provavelmente ele se quebrará assim que a garantia acabar. 

E mesmo que quebre antes, alegarão mau uso da moto ou passagem por buracos, que você não terá como provar que não ocorreram, e isso não é coberto pela garantia.

Não queira imaginar o custo de trocar o eixo do pinhão, você perderá o sono — envolve remover o motor do chassi e abrir a carcaça inteira.

Pior é o risco de vida:

Perder totalmente a tração da moto na frente de um caminhão pode ser fatal, então esse procedimento de regulagem com folga mínima e insuficiente é... irresponsável.

Tropeço nº 4: as informações desencontradas sobre os freios 

Vale a pena aproveitar a figura da postagem anterior para comentar o procedimento destacado em laranja quanto à inspeção dos freios:
Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

"Acione ambos os freios para ver se estão flexíveis"???

Que пузырь é essa?

É mais um erro grosseiro de tradução.

O que deveria ser dito é para verificar se os freios parecem esponjosos, verificar se ao acionar a alavanca e pedal eles cedem lentamente.

Se você aciona um freio hidráulico e a pegada não é firme, isso indica a presença de ar na linha de freio.

Ar é compressível, fluido não é.

Isso significa que, na hora em que você precisar acionar o freio em uma emergência, a bolha de ar lá dentro da linha do freio diminuirá de tamanho, mas não fará força sobre as pastilhas de freio.

Sua frenagem será muito mais fraca e em vez de parar a moto em 10 metros, só conseguirá parar em 20 metros.

Ou seja, encherá a lata do carro na sua frente.

Do jeito que está, o texto pode ser entendido como uma preocupação com o ressecamento das mangueiras.

O envelhecimento natural causará a perda de sua flexibilidade ao longo de anos.

Não é um assunto para preocupação imediata.

Mas uma falha inesperada por um defeito qualquer, seja por problema de fabricação, erro de montagem, tombo besta ou desgaste natural, pode acontecer até no primeiro dia de uso da moto...

Então verificar a eficácia de atuação dos freios todos os dias faz muito mais sentido do que se preocupar com sua "flexibilidade".

E é isso que deveria ser enfatizado no manual, mas não é.

A necessidade de verificar os freios todos os dias não está sendo explicada para a imensa legião de novatos que terá a Chopper Road como sua primeira moto.

A informação fundamental omitida no manual é:

O que você tem de conferir, seja qual for sua versão da moto, seja com freio hidráulico ou a tambor, é se os freios estão agindo com eficiência na hora de parar a moto


Tropeço nº 5: a trollada em cima dos primeiros proprietários...

Por que a Chopper Road fala em mangueiraS de freio, se usa o freio traseiro a tambor e só tem uma única mangueira de freio?

Porque existem duas versões da moto, uma com freio traseiro a tambor e outra com freio traseiro hidráulico, e a maneira como a segunda versão foi lançada pegou muito mal.

Meses (ou você prefere contar em semanas?) depois de lançar a Chopper Road com freio a traseiro a tambor, a haojue passou a vender a moto com freios a disco dianteiro e traseiro de acionamento hidráulico de ação combinada, a tal Chopper Road CBS.

O que deixou os compradores iniciais revoltados:
 

Para quem comprou a moto na versão inicial, verificar se "os freios estão flexíveis" não faz sentido. 

Já quem teve a sorte de pegar o modelo novo, não tem do que reclamar.

Freios hidráulicos são infinitamente superiores aos freios a tambor, e com a versão combinada, acredito que eliminaram a tradicional "rabeada que leva para o chão" das obsoletas motos com freio traseiro a tambor.

Amanhã vou abordar a questão do óleo do motor e porque as informações passadas no manual sobre esse assunto podem colocar a vida dos ocupantes em perigo.

Até lá e um abraço, menos ao pessoal envolvido nessa literatura técnica,

Jefferson

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Jezebel na sala de espera do consultório médico

Certa noite, uns três dias depois de resolver o problema de carga da bateria explicado na postagem anterior, Jezebel perdeu totalmente a tração.

Motor acelerando normalmente, marchas mudando normalmente, mas nada de a moto rodar.

Pensei que a corrente tinha pulado fora ou arrebentado, mas ela estava lá.

Apenas sua posição não me pareceu normal — ela estava totalmente apoiada na balança:
E ficou assim até agora, porque tive muito trabalho, nenhum tempo e nem como comprar as ferramentas que preciso para desmontar. As minhas foram roubadas quando fiquei no hospital ano passado.

E também eu queria documentar o processo para gerar algumas postagens, mas a câmera sem memória interna que comprei adiou o projeto. 

Ao ver a corrente naquele estado, a primeira coisa que pensei foi que o pinhão tivesse se soltado e caído lá dentro.

Também imaginei que o eixo de saída do câmbio, esse mesmo do pinhão, tivesse se quebrado do lado de fora da carcaça.

Se fosse isso, seria obrigado a desmontar o motor, complicaria bastante a situação. 

Mas por que o pinhão se soltaria ou o eixo se quebraria?

Bem... sentimento de culpa...

Lembra dos trancos para fazer o motor funcionar?

Não é a condição normal de trabalho, e todo improviso usado além da conta cobra seu preço...

Agora que estou com uma câmera funcional e ferramentas, abri a tampa do pinhão para conferir.

Parece coisa complicada, mas é só soltar os dois parafusos que prendem a tampa com uma chave canhão, aquelas compridas.
O pinhão está normal, mas a corrente está raspando na balança por falta da guia de borracha.

Esse descuido poderia danificar componentes bem caros...

- Lembrete: comprar guia da corrente.

Graças a minha lógica obtusa, nem me passou pela cabeça que o problema poderia não estar no pinhão... Que burro, dá zero pra mim.

Tirei o cadeado da roda e encontrei o problema:


A coroa está girando independente da roda... pois é, não deveria.

Mas por que a coroa ficou louca no eixo?

Lembra das partidas no tranco?

Resultado: 

Os prisioneiros do flange da coroa foram trincando com o uso normal e não aguentaram levar tranco.

E foram para o espaço quando rodávamos normalmente uns três dias depois de eu ter consertado a partida elétrica...

Prisioneiros e buchas da coroa já são itens bastante solicitados em condições normais... levando tranco então...

As buchas de nylon duram mais do que as de borracha originais:
Imagem: http://www.foxmotoshop.com.br/kit-prisioneiro-parafuso-com-porca-e-bucha-nylon-da-coroa-dafra-speed-150-p1529

Nas Kansas as buchas e os prisioneiros costumam quebrar com certa frequência, se não me engano já os troquei duas vezes... esta será a terceira.

Ou seja, eles duram uma média de 2 anos, porque este último ano ela rodou muito pouco.

Um bom item para entrar em uma lista de manutenção preventiva:

Trocar os prisioneiros a cada 2 anos para não sair com uma moto e voltar com uma draisiana gorducha.

Agora é desmontar essa roda e ver o que precisará ser trocado.

Os prisioneiros quebrados precisarão ser extraídos, é uma operação meio chata que envolve fazer fendas nos cotocos e soltá-los com uma chave de fenda.

Sabe a dificuldade de tirar um parafuso bem preso com uma fenda ruim na cabeça?

Pois é, prisioneiro nem cabeça tem...

Vai ficar para outro capítulo.

E acho que vou delegar para alguém porque tenho mais o que fazer do que ficar xingando parafuso...

Eu não tenho a mesma paciência que o amigo Vinícius...

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 9 de maio de 2017

Vídeos de motores estourando na estrada por falta de óleo

Dois vídeos de dois pilotos estourando seus motores por falta de óleo.

O primeiro sabe que o motor estourou, mas não associa isso com o nível baixo do óleo:


O segundo diz que a moto parou porque a corrente arrebentou... 

Corrente? 

Só se for a corrente de comando dentro do motor:


Porque o que este vídeo mostra é o motor travando, o conta-giros vai para o zero instantaneamente. 

Uma corrente de transmissão arrebentando, o sintoma é totalmente diferente, veja abaixo. 

Ouça com o volume alto:


Quando a corrente da moto estoura, a rotação do motor vai lá em cima porque ele gira livre, sem fazer força.

Nos dois primeiros vídeos você ouve os motores sofrendo e pedindo óleo, só faltam implorar pelo amor de Deus.

Mas os dois pilotos continuam a acelerar as motos até os motores travarem.

Os dois tiveram sorte.

O óleo na roda do primeiro vídeo poderia ter derrubado a moto fácil, fácil — era só ele estar um pouco inclinado fazendo uma curva ou ultrapassagem.

Se algum pedaço de peça quebrada tivesse calçado as engrenagens do câmbio, a roda traseira travaria e o tombo seria inevitável.

A segunda moto deu sorte de travar o motor em baixa velocidade logo depois de passar pelo posto da PRF.

Se o motor tivesse travado ou estourado logo depois de forçar para ultrapassar um caminhão, não tinha vídeo.

Se tivesse travado na faixa da esquerda, seria muito mais difícil jogar a moto para o acostamento sem ser atropelado.

Esse desconhecimento de mecânica básica e da importância do nível correto de óleo para as motocicletas pode custar a vida dos ocupantes.

A situação é agravada pela prática condenável das montadoras que recomendam uma quantidade insuficiente de óleo.

Todo mundo roda sempre no nível mínimo, abaixo do recomendado — e isso aumenta muito as chances de superaquecimento e travamento do motor.

Essa prática condenável é agravada pela desonestidade e/ou incompetência e/ou ignorância de muitas concessionárias que fazem uma revisão porca:

A moto sai da concessionária apenas com a quantidade insuficiente de óleo recomendada pelas montadoras — e não com o nível correto determinado por elas.


A documentação com o procedimento correto é de pleno conhecimento das concessionárias. 

Além do manual do proprietário, existe o manual de serviços e os treinamentos de mecânicos pelas montadoras.

Esses manuais sempre mandam medir do jeito certo e completar o nível de óleo até o nível máximo depois da troca — e sempre precisa completar.

Que eu saiba, os únicos (mas pode ter outros) manuais que ensinam do jeito errado são os das dafra Kansas, Speed, Horizon e Apache (esta última por mérito da fabricante original indiana tvs).

E além de não fazerem a coisa certa, orientam os proprietários a medir o nível de óleo pela manhã sem ligar o motor. 

Não existe desculpa nem justificativa para as concessionárias não fazerem a coisa certa.

Elas têm — ou deveriam ter — profissionais qualificados encarregados de fazer serviços com perfeição.

Os mais qualificados para falar sobre a moto.

Pelo menos, eles posam como profissionais qualificados na hora de "justificar" os preços de serviços acima da realidade do mercado.

Mas muitos não agem de maneira profissional séria na hora em que entregam e revisam as motos quanto a um detalhe fundamental:

Omitem a necessidade de ligar e desligar o motor antes da medição do nível de óleo.

Omitem a necessidade de verificar e completar periodicamente o nível de óleo nos intervalos entre as trocas.

Colocam tinta lacre na tampa de abastecimento / vareta medidora para desestimular o procedimento por parte dos proprietários.

E não cumprem sequer os procedimentos técnicos determinados pelas fabricantes.

Fabricantes que não estão interessadas em acabar com essa POUCA VERGONHA INDIGNA DE EMPRESAS HONESTAS denunciada aqui há anos.

Porque se estivessem, a gente não continuaria vendo vídeos de donos tirando a moto da revisão e constatando a falta de óleo

Exemplos não faltam, seguem links:

hondayamahasuzukikawasakibmwtriumphmvkdafra...

Tome consciência de uma coisa:

A manutenção correta da moto é vital não só para ela, mas principalmente para você e sua garupa.

Essa prática nefasta que só traz lucros para as montadoras e concessionárias coloca sua vida em perigo.

Não seja enganado.

Faça como os leitores daqui do blog — verifique o nível de óleo de sua moto do jeito correto, reponha com frequência nos intervalos entre trocas.

Nunca rode com o óleo perto do nível mínimo.

Seu motor agradecerá e isso poderá evitar que você morra horrivelmente no meio do trânsito.

A gente só tem acesso aos vídeos de quem sobreviveu para contar a história.

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 6 de março de 2017

O depoimento do dono da Lead

É com muita felicidade que transcrevo o depoimento do leitor James Locke, atuação destacada em Lost e grande filósofo iluminista: 

Falae Jeff, blz?

Bem, comigo não... minha brava gorduchinha (Lead 110 2012) com TODAS as revisões feitas na mesma CC está "cansada" e não é de pegar a marginal pinheiros inteira todo dia, graças a vc eu sei como e porque!

Imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Honda_Lead_110

Vou te contar o que aconteceu na esperança de que outras pessoas não sejam levadas ao erro.


Quando comprei minha scooter estava decidido que cuidaria muito bem dela para que durasse muito (não ligo em não ter a scooter mais moderna ou mais nova).


O plano era simples, seguir a recomendação do fabricante! Sem ler o manual atentamente é claro!


E foi executado com maestria por mim e minha parceira CC, até o dia que a levei para a revisão de 40.000 km... 


Me ligaram informando que seria necessário trocar um retentor do motor e que custaria R$ 21,08. Troca autorizada.


No dia de buscá-la fui informado pelo mecânico que executou a revisão que sou um cara de muita sorte, ele tirou cerca de um copo de café de óleo do motor!!! 

Imagem: http://www.mexidodeideias.com.br/cultura/quadrinhos-no-copo-de-cafe/

A minha sorte era que o motor não havia travado.


Indaguei sobre o vazamento e fui informado que não vi poças de óleo em razão do óleo ter vazado para o câmbio...


Na revisão seguinte (44.000 km) informei que a moto estava "manca" quando fria, sem força... disseram que como padrão regularam as válvulas... a moto melhorou um pouco...


Chegamos a revisão de 48.000 km, novamente a moto "manca" quando fria, sem força para vencer o menor aclive... 


Novamente um copo de café de óleo retirado, a ladainha sobre um homem de sorte e as válvulas reguladas... 

Imagem: http://www.mexidodeideias.com.br/cultura/quadrinhos-no-copo-de-cafe/

Mas desta vez veio a notícia, se isto não resolvesse teria de trocar o cabeçote!!!

A esta altura esbarrei no seu ótimo blog e comecei a me informar... 


E vc deve ter imaginado que é óbvio que eu NUNCA havia medido o óleo entre as trocas... sequer sabia o procedimento correto...


Entendi a razão da moto melhorar imediatamente após as revisões... vc já adivinhou? 


Era o óleo!!! Eles punham óleo no motor!!! Tente não rir por favor!


Bom, estou caminhando para os 52.000 km (rodo em média 950 km/mês) e a verdade é que a moto não está boa... 


Em pouco mais de 3.000 km completei cerca de 800 ml de óleo e com isso ela está apenas razoável... 


Não conheço mecânicos de moto de confiança e o reparo na CC é caro demais (claro que fui ver, por baixo ficaria R$ 1.500,00)...


Perdi o tesão, entreguei os pontos... 


Vou apenas entregá-la em uma CC a preço de banana (como alguém que devolve um presente) e tentar novamente.

Imagem: http://www.top1price.com/boyan-diy-mug-creative-cup-keep-calm-banana-coffee-cup-stainless-steel-20-cm-14-oz-travel-water-cup-fe1b46258c15435b.html

Meu consolo é que nesta nova empreitada entro mais preparado e com a esperança de alcançar 100.000 km sem ter que abrir o motor... minha nova companheira será uma PCX.


E a propósito, não sei se vc já viu, mas a Honda aperfeiçoou a armadilha do óleo... 


Usando o mesmo óleo e sem mudanças significativas (pelo menos que eu saiba) as revisões da PCX agora são a cada 6.000 km!!!


Se vc leu até aqui, gostaria muito de agradecer a atenção...


E aproveitar para tirar uma dúvida... 


Posso usar óleo 20W50 semissintético por cima do óleo da Honda? (quero dizer que vou fazer a troca por outro óleo) 


Pq é isso que pretendo fazer... Vc conhece algum além do Castrol Actevo Extra 4T 20W50?


Muito obrigado pela atenção, pelo espaço e por compartilhar com todos suas experiências e conhecimento!


[]s


Nem preciso dizer que fiquei muito feliz com esta mensagem, porque já disse lá em cima...

Mas vou dizer de novo, porque a felicidade é muita.

Saber que as pessoas estão descobrindo a realidade (triste realidade) por elas mesmas e aprendendo a se livrar das armadilhas criadas pelas fabricantes e concessionárias...

Isso significa que atingi meu objetivo de conscientizar as pessoas.

Que essas notícias se espalhem cada vez mais para que as empresas lucrem somente com o que é de pleno direito delas, sem recorrer a expedientes lesivos aos consumidores...

Se bem que a honda colocando a quilometragem para a troca aos 6 mil km... nem preciso dizer, né?

E essa estória de que o óleo vazou para o câmbio, sério que tiveram a cara de pau de dizer isso na concessionária?

Porque a Lead não tem propriamente um câmbio, não no sentido tradicional:
Imagem: Motor Lead / PCX com transmissão CVT, divulgação honda

Nas motocicletas de motor tradicional, as engrenagens e eixos do câmbio são integrados ao cárter do motor, lá dentro é tudo uma coisa só, o mesmo óleo circula sem divisão.

Mas o motor da Lead não tem engrenagens nem câmbio!!!

transmissão é do tipo CVT, continuamente variável. 

Ela usa polias expansivas e uma correia de transmissão.

A correia muda a profundidade na polia conforme a velocidade aumenta... o que altera a relação de transmissão sem os degraus chamados "marchas".

Na Lead não existem engrenagens, não existem marchas, não existe câmbio de marchas.

Como não tem câmbio, o óleo simplesmente não pode ter vazado para o câmbio...

E nem poderia ficar preso ali na caixa de proteção da transmissão, porque vazaria e deixaria poças — ou faria a correia patinar impedindo a moto de sair do lugar...

Ou seja, o funcionário da concessionária que disse isso faltou na aula do curso de treinamento obrigatório da honda e falou uma grande bobagem, sabe-se lá com que intenção... 

Por que ele não disse que o que faz o óleo sumir do cárter é o consumo natural por queima e evaporação?

Será que dizer a verdade daria a ideia para os clientes de que esse óleo 10W-30 não vale 10% do que a honda gastou em propaganda para ele?

Note que a concessionária não cumpriu com a obrigação fundamental de avisar o cliente de que o óleo precisa ser reposto nos intervalos entre todas as revisões até chegar aos 40.000 km — quando o estrago já estava feito.

Se é que falou, né?

Porque o James não comentou sobre isso, é capaz de nem terem falado nada...

Sem contar a política de colocar uma marca de tinta lacre na tampa de abastecimento / vareta medidora...

O único efeito dessa tinta lacre é desestimular os proprietários a fazer a manutenção por conta própria com medo de perder a garantia e deixá-los na ilusão de que o motor durará mais apenas com as revisões da concessionária...

Ou a honda dá um péssimo treinamento aos funcionários de suas concessionárias, ou contratam gente muito incapaz para trabalhar e falar em nome da empresa...

Parece que estão totalmente desinteressados em fazer o melhor pelos seus clientes... essa era a filosofia do sr. Soichiro Honda que, ao que tudo indica, jogaram fora há muito tempo. Acho que nem sabem quem foi...

Já passou muito da hora de arrumar essa casa, e a dona honda continua não fazendo nada...  

Sobre a PCX, estou preparando uma postagem somente sobre ela... já está há algum tempo no mercado, já deu tempo de descobrir coisas bem interessantes.

Sobre o óleo, realmente não há muitos semissintéticos 20W-50 no mercado.

Além do castrol, só encontrei o motul 5100, que é 15W-50 (ou seja, para nós é totalmente equivalente, já que praticamente não temos temperaturas abaixo de zero para que 15W ou 20W façam qualquer diferença). 

Tem também os óleos automotivos, que supostamente as motos não podem usar porque os aditivos comprometeriam irremediavelmente a embreagem...

Digo supostamente, porque uso óleo mineral automotivo na minha moto e não tenho problemas de embreagem...

Mas como não há diferença de preço entre os semis automotivo e para motos, não compensa arriscar.

Um abraço,

Jeff

sábado, 4 de março de 2017

Coisas que as pessoas não sabem sobre a corrente da moto

As pessoas têm alguns conceitos errados sobre a relação e a corrente das motos...

Vou reproduzir o vídeo do Fagner Prioli porque ele demonstra perfeitamente a maneira como a imensa maioria das pessoas encara sua relação com a moto:


Observe algumas coisas que valem a pena comentar:

1) O Fagner atribui o problema à relação gasta — mas essa relação não está tão desgastada assim.

Essa relação está no máximo com meia vida, e olhe lá se não for muito mais.

Uma corrente só chega ao fim da vida útil quando acaba a faixa de regulagem.

2) A relação está na regulagem inicial — ela provavelmente nunca foi regulada depois da instalação e foi por isso que ela escapou da coroa.

3) A corrente não está encaixada na coroa — os elos estão encavalados sobre os dentes e é por esse motivo que a roda está dura de girar, os mancais e os elos estão forçados.
Imagem: Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=tfyfcBr5WX4 aos 01:10

Quando a corrente escapa, não adianta simplesmente recolocá-la no lugar sobre a coroa.

O mais provável de acontecer será isso, ela ficar encavalada sobre os dentes — a moto não pode funcionar assim porque forçará excessivamente o eixo do câmbio.

Mesmo que ela se encaixe direito (não é o caso no vídeo), uma corrente frouxa escapará de novo em minutos...

Você precisa afrouxar o eixo, chutar a roda para a frente, encaixar corretamente a corrente, trazer a roda para trás e regular os ajustadores para deixá-la com a folga correta — e não esquecer de apertar bem a porca do eixo e as contraporcas dos ajustadores.

É um serviço impossível de fazer sem ferramentas.

Outra coisa:

A corrente não pode ficar totalmente esticada, senão ela se romperá ou quebrará o eixo do câmbio.

A corrente precisa ter uma folga mínima na casa dos 3 centímetros no meio da parte de baixo para compensar as flutuações da suspensão traseira.

E esse ajuste precisa ficar por igual dos dois lados, senão a roda ficará torta no quadro.

Se ficar torta, a corrente poderá escapar de novo, ou os rolamentos da roda ou eixo do câmbio serão danificados.

4) O tranco sofrido pela coroa quando a corrente escapou alterou a posição de fixação do eixo, deixando a roda torta em relação ao quadro — o Fagner, assim como a imensa maioria dos donos de motos, desconhece o fato.

É algo que pode ser resolvido soltando o eixo e regulando a corrente, sem depender de socorro mecânico — se você estiver com as ferramentas da moto.

5) Essa corrente está totalmente seca, nunca viu óleo na vida depois que foi instalada. A coitadinha não merece isso.

A melhor lição que tiramos deste vídeo é:

Se você não inspeciona e corrige os problemas de sua moto de trabalho, a vítima do acidente será você mesmo.

Você é o maior interessado em rodar com a moto em perfeitas condições.

O Fagner teve muita sorte, outras pessoas não têm uma segunda chance na vida:

A falta de regulagem da corrente mata... mesmo em baixa velocidade.
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2017/03/motociclista-vitima-de-acidente-na-avenida-ana-jacinta-morre-no-hr.html

Olhe na foto, não existe a sombra da corrente.

A corrente frouxa escapou e causou a perda de controle da moto.

O motociclista bateu e foi atropelado ao cair no asfalto.
Reportagem: http://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/2017/03/motociclista-vitima-de-acidente-na-avenida-ana-jacinta-morre-no-hr.html


Outro caso de motociclista que não sobreviveu para contar a história:
Imagem e reportagem: http://www.drd.com.br/news.asp?id=50089800012695010000


Nem precisou ser atropelado, bastou a queda de cabeça no asfalto para matar o motociclista:
Reportagem: http://www.drd.com.br/news.asp?id=50089800012695010000

Então, jovem novato no mundo das motos, não se descuide dessa regulagem (e lubrificação) tão fácil de fazer e que pode salvar sua vida.

É um cuidado de 5 minutos... motos não são como carros.

Carros têm margem de segurança muito grande quanto a descuidos na manutenção.

Motos podem matar por um descuido muito fácil de acontecer...

Você é o maior interessado na sua vida, não é?

Então faça o que deve ser feito, sem vacilar.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Garupas inexperientes e pilotos desligados

Veja o que acontece quando a blusa carregada pela garupa se enrosca na coroa da moto.

Note a blusa pendurada no braço da garupa aos 03:05... 

Aos 06:50, quando eles passam por uma rotatória, a manga enrosca na corrente e a moto estanca sozinha.

É mesma coisa que pisar no freio com força, só que o trânsito em sua volta não está esperando que você pare no meio da pista — e sem acender a luz de freio...



Como o piloto disse, eles tiveram muita sorte.

Se a blusa fosse de um tecido mais grosso, ou eles estivessem em maior velocidade, a roda teria travado totalmente e o tombo seria inevitável.

Agora imagina isso acontecendo no corredor da marginal ou na rodovia...

Ou na hora em que eles estavam a 135 km/h...

Note que foi a primeira vez da menina em uma moto, ela não afivelou o capacete, nem o piloto atentou para isso.

Se eles realmente tivessem caído, ela iria perder o capacete e bater a cabeça no chão, a menina possivelmente teria morrido por esses dois descuidos do piloto.

Muitos acidentes fatais "inexplicáveis" acontecem por pequenos descuidos como esses.

Uma blusa ou peça de roupa enroscando na corrente pode ser fatal, ainda mais com o capacete solto na cabeça.

Sua garupa nem sempre tem essa percepção do perigo, cabe a você piloto/pilota conferir se tudo está em ordem antes de dar uma carona.

Uma garupa inexperiente pode nem saber como usar um capacete...



Se algo ruim acontecer com sua garupa, você será a única pessoa que poderia ter evitado isso, e não fez sua parte... é remorso para toda a vida.

Antes de sair com a moto, dê uma conferida se alguma coisa não irá representar perigo se soltando com o movimento da moto.

Fique atento para as coisas que sua garupa carrega.

Tentar tirar ou vestir uma blusa com a moto em movimento é perigoso demais, oriente sua garupa para não fazer isso.

Suas vidas e a vida da sua moto podem depender desse cuidado básico.

Um abraço,

Jeff
PS: Só lembrando, o uso de viseira fumê à noite é proibido e dá multa...