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segunda-feira, 2 de março de 2020

Péssima campanha, dona royal enfield

Ao longo da semana passada, e até a data de hoje, pipocaram vários anúncios na mídia sobre o lançamento de umas tais Twins 650cc, sem qualquer informação de fabricante e modelo.

Só a foto, uma frasezinha de marketing para aguçar a curiosidade e o link para você clicar.

Como eu já sabia que a royal estava lançando dois modelos 650 aqui no Brasil, saquei de cara que os anúncios eram sobre as novas motos deles, passei a semana sem prestar atenção.


Mas depois de alguns dias sendo martelado com tanta propaganda eu notei uma coisa, a imagem do anúncio mostrava uma moto esportiva — e as motos lançadas pela royal não são esportivas...

A imagem do anúncio no g1 não é de nenhum modelo da royal enfield.

Eu tinha certeza que os anúncios eram sobre a Interceptor e a Continental, mas não queria acreditar que a royal enfield recorreria a um expediente tão ruim péssimo para a imagem deles.

Cliquei já me preparando para a decepção e não deu outra, olha só a página que abriu: 
Imagem: Link aberto ao clicar no anúncio do g1

Notou que o endereço do link não menciona a royal? Por que será, né? Curioso. 

Seria uma maneira de se desvincularem, atribuindo a iniciativa somente à agência de publicidade? Bizarro... propagandas precisam ser aprovadas pelos clientes antes do lançamento.

Em outro anúncio das twins 650 no g1, mais uma esportiva, de novo a foto não é das motos da royal enfield:
A imagem do anúncio no g1 não é de nenhum modelo da royal enfield. A royal não fabrica nenhuma moto esportiva.

"Suspensão finamente ajustada e com amortecedores duplos a gás."

Moto esportiva com amortecedores duplos? Que papagaiada é essa?

Nem a Roadwin 250, a "esportiva" da dafra lançada no final de 2011, usava amortecedores duplos... 

A única "esportiva" com amortecedores duplos que eu lembre foi a green Sport 150 — "esportiva" carenada chinesa com o mesmo motor da Kansas...

Amortecedor duplo em moto esportiva é coisa anterior aos anos 70 do milênio passado.

Ou seja, usaram uma foto que não é das 650 falando de amortecedores que não são da moto da foto.

E de novo outro anúncio, agora tentando apelar para quem gosta de custom:
A imagem do anúncio no g1 não é de nenhum modelo da royal enfield. Eu chutaria uma harley. Eu chutaria uma Softail. Eu chutaria o balde.

As únicas bicilíndricas da royal têm dois escapamentos, mas um de cada lado — e não do mesmo lado, como na foto do anúncio:
Imagem: Interceptor laranja e Continental GT, as 650 twins da royal.

Notou que não aparece nenhum amortecedor na moto custom da foto do anúncio ali de cima?

Será que é porque ela tem um único amortecedor tipo monoshock como todas as harley Softail?

Pois é, a mentira tem pernas curtas, amortecedores duplos e escapamento de V2.

Pensa que acabou? Acabou não... o melhor vem agora:
Sim, a imagem é essa mesma — mas a royal enfield não fabrica sofás. Nem almofadas sorridentes, é outro anúncio de outra empresa, mas a coincidência era boa demais...

Que sofazão almofadado é esse, dona royal?

"Silhueta clássica e despojada que remete à cultura das Café Racers." 

Nada é mais oposto à ideia de uma moto café racer que um sofazão almofadado...
Concordo com o cara do anúncio ao lado do da royal: WTF???

"Guidões clip-on de estilo retrô, assento bump-stop garantindo um maior estilo."

Realmente, sair por aí pilotando um sofazão seria muito estiloso — ainda mais com semiguidões e assento corcunda. Clip-on e bump-stop minha тапиока!

Nos dois casos, a moto que deveria estar ali no lugar do sofá seria a Continental GT, que não é nenhum divã.

As frases foram retiradas do site oficial da royal:
Frases e imagem: https://www.royalenfield.com/br/pt/motorcycles/continental-gt/ E café racer tem acento, mesmo em Inglês, porque é uma palavra importada do Francês. A França introduziu na Europa o conceito de barzinhos de café nos anos 1700.

Colocar um sofá no lugar da moto seria por acaso uma desculpa preconcebida para a royal poder dizer que a empresa contratada para fazer os anúncios era incompetente e eles não têm nada a ver com isso? Aham Claudia, senta lá.

Seria uma estratégia de clickbait, postar algo estranho para induzir os curiosos a clicarem para ver do que se trata? Tipo pendurar uma jaca no pescoço para aparecer no instagram?

Seria uma artimanha para algum blogueiro cair como um pato... oops...

Bom, só se for para fazer propaganda negativa.

Seria uma estratégia "falem mal, mas falem de mim"?

A royal fez uma campanha de mão pesada mesmo, com mais de um anúncio na primeira página do g1, além de repeti-los em quase todas as páginas de cada região e estado:
Imagem: Primeira página do g1 na manhã de 2 de março de 2020

Mas também na primeira página de outros portais como o terra, com anúncios pra tudo que é lado:
Imagem: Primeira página do site terra.com.br na madrugada de 1º de março de 2020

Como a campanha está no ar há vários dias e em vários sites, não dá para alegar que a responsabilidade seja só da empresa de publicidade — a royal teve todo o tempo do mundo para tomar conhecimento disso e reagir; como não reagiu, é porque a publicidade está do agrado deles.

Do lado de cá, a conclusão é uma só: 

A royal lançou as motos recorrendo a uma estratégia digna de um Odorico Paraguaçu.

Que papelão, royal enfield... usar motos da concorrência para anunciar o seu produto.


É como se a volkswagen usasse imagens de máquinas da ferrari para anunciar o lançamento de um Voyage... um carro meia-b satisfatório, mas com motor de sem cavalos. Nem cavalinho no emblema.

Poxa, dona royal, precisava mesmo disso? 

Suas motos já não são boas o suficiente, precisavam apelar para esse recurso que não ficou barato?

Pessoalmente eu gosto dessas motos, disse isso em duas postagens em novembro de 2017, uma já no lançamento na Índia e outra nanúncio da vinda para o Brasil.

Mas francamente, o desempenho dessas bicilíndricas 650 é apenas suficiente. Não ruim, apenas suficiente:

Apostaram no lado da economia de combustível e suposta durabilidade do motor (ainda por ser verificada), e não em fornecer aquele máximo desnecessário que só serve para aumentar a contagem de pontos e pinos dos Valentino Rossi da Fernão Dias.

Mas os anúncios com fotos de esportivas foram feitos visando esse público:

"Moto dinâmica e de resposta rápida, veloz na cidade, estável no asfalto e ágil nas curvas."

Essa frase também foi retirada do site oficial da royal:
Frase e imagem: https://www.royalenfield.com/br/pt/motorcycles/interceptor/

Ela pode ser veloz na cidade, mas na estrada a velocidade máxima medida por proprietários ficou na casa dos 147 km/h — uma bicilíndrica esportiva da concorrência na mesma configuração passa dos 200 km/h.

A velocidade de cruzeiro das royal é de 110-120 km/h, dentro do limite das rodovias, e ainda tem uma pequena reserva de potência para ultrapassagens — velocidades pouco superiores às de uma moto 250cc e 
consumo não muito diferente.

Então o desempenho é apenas suficiente, dá para encarar estradas numa boa, afinal rodar acima disso em nossas estradas e com o nosso trânsito, nem pensar. 

A única vantagem dessas 650 em relação a uma 250 qualquer é a maior estabilidade por ser uma moto mais pesada.

E talvez a sensação de tiozão pilotando um sofazão estiloso com menor chance de ser roubada. Hummm... hummm... laranja...

Mas usar a imagem de uma esportiva para atrair possíveis consumidores é uma estratégia que poderá decepcionar possíveis interessados — "se estão tentando me enganar já na propaganda, o que mais virá pela frente?"

Isso pode resultar em menor interesse do que o esperado, azar deles.


Interessados que forem até uma das ainda poucas concessionárias não descobrirão essa limitação de desempenho 
ao fazer o test drive em volta do quarteirão. Ops, preciso lembrar de fazer a postagem do meu test drive no ano passado com a Himalayan e a Classic...

Quem comprar pela internet, que é o objetivo principal da campanha, só descobrirá a realidade com a moto emplacada, lacrada e registrada no seu nome.


Na hora em que o proprietário pegar a estrada pra valer, poderá ficar muito decepcionado — poderá ficar com a sensação de ter sido ludibriado. Alguém ainda fala ludibriado?

Não tenho bola de cristal, mas prevejo um monte de gente desiludida rasgando o verbo nas redes sociais — da pior maneira.


Estratégia muito ruim para uma marca que está tentando se consolidar e ganhar a confiança dos clientes, inclusive começando a montar motos aqui no Brasil. 

Pelo menos eu fiquei muito decepcionado com essa atitude da royal enfield.


E você, o que achou?


Diga nos comentários, agora eu tenho acesso (menos no facebook).


Um abraço,


Jeff

sábado, 18 de novembro de 2017

Novas motos da royal enfield confirmadas para o Brasil

Se entusiasmou com as novas motos Interceptor 650 e Continental GT 650 da royal enfield?

Está confirmado, a fábrica indiana planeja trazer as novas bicilíndricas para o Brasil:
Imagem: Vídeo abaixo aos 4:32.

É o que é dito neste vídeo:


Assistindo, fiquei sabendo que as motos têm embreagem hidráulica — melhor dizendo, assistência hidráulica, ela é acionada por cabo, mas recebe uma ajudinha. É um recurso disponível em poucas motos.

E o pessoal por lá está plenamente consciente de que o motor é fraquinho manso bem comportado...

Acho que é isso que me fez gostar tanto dessas máquinas:

É moto pra quem não precisa provar nada pra ninguém.

Você compra a moto porque gosta dela — o que te move é a paixão, não a neurose de não ser passado pra trás. Maldita lei de Gérson...

Você não compra a moto porque se sente obrigado a ter a máquina top top top speed igual à que todo mundo compra somente para mostrar para os outros.

Não compra a moto já pensando o quanto irá perder na hora da revenda. Quem se preocupa com isso, que compre um vw, não uma moto.

Você compra a moto para rodar e se divertir. 

Faz isso por você, não por causa dos vizinhos.

Não é moto para ir todo domingo somente até o Serra Azul e voltar...

Não é moto para ir de avião aos encontros oficiais despachando a moto em um engradado dentro de uma van...

É moto para você cismar de ir para outro(s) Estado(s) na hora em que te dá na telha.

Simplesmente botar o capacete e se mandar, sem destino.

Você será ultrapassado por várias motos no caminho?

Tudo bem, e daí?

Melhor do que ultrapassar todo mundo é poder ver e curtir as belas cachoeiras e paisagens da estrada.

Fazer as curvas com um sorriso, e não travando os dentes para o coração não sair pela boca.

Os jovens não entenderão isto agora. 

Com o tempo a gente passa a ver a vida com olhos mais serenos, a serenidade e a tranquilidade que a vida nos ensina.

Será muito bacana ver essas motos rodando por aqui.

Só espero chegar até lá.

Um abraço,
Jeff

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

royal enfield surpreendendo todo mundo com motorzão de dois cilindros

Eu havia programado para hoje mais uma postagem sobre a Chopper Road, mas não pude me conter...

Esta semana foi lançada a mais moderna moto antiga de todos os tempos.

Olha que coisa mais linda:
Imagem: https://indianautosblog.com/2017/11/royal-enfield-interceptor-650-twin-royal-enfield-continental-gt-650-twin-2017-eicma-289789/royal-enfield-interceptor-650-twin-orange-press-shot-front-left-quarter

Parece a Jezebel depois de malhar na academia...

A velharada A moçada experiente se empolgou com o lançamento do novo motor 650 bicilíndrico e duas novas motos da royal enfield no salão de Milão!

Vai de bônus um vídeo com a história da royal.

Não se espante com o tamanho, a parte boa é do início até os 03:45, e depois a partir dos 11:45 para ver as motos...


Apesar do jeitão de motor antigão, por dentro ele é moderno, com 4 válvulas por cilindro e comando no cabeçote.

E para quem gosta de motores sem complicação, arrefecimento a ar e óleo, em vez de água. Infelizmente, vem com injeção eletrônica... bom, nada é perfeito...



O sincronismo do motor é a 270 graus, ou seja, as faíscas ocorrem em cada cilindro a cada 3/4 de volta do virabrequim, e não a 180 ou a 360 graus como no motor da CB 400/450. 

Paradoxalmente, com essa configuração e um eixo balanceiro, é possível obter a mínima vibração total de um motor bicilíndrico.

E ainda preservar aquele ronco clássico de moto antiga... melhor dos mundos.

No press release que o pessoal publicou, enfatizaram a resistência e os testes do chassi... por que será, né?

Se for mesmo verdade, em 2019 mais tardar 2020 teremos essas motos muito interessantes rodando em nossas ruas, a Interceptor e a Continental GT.

Apesar de grandalhão, o motor é pacato, gera no máximo 47 cavalos. Uma kawasaki Ninja com a mesma cilindrada gera 72 cavalos.

Então o motor é fraco?

Beeem... digamos que isso tem vantagens e desvantagens...

Uma Ninja gera toda essa cavalaria em rotações elevadas, 8.500 rpm, e o torque máximo acontece com o motor girando a 7.000 rpm.

O motor 650 da royal gera 47 cavalos a 7.100 rpm, mas o maior torque acontece em baixíssimas 4.000 rpm.

O que isso implica?

Torque é o que faz a moto acelerar, e potência é o que permite atingir altas velocidades.

Rodando na faixa de torque máximo, o motor está na zona de conforto, rodando tranquilo e podendo fazer muita força se precisar.

A velocidade máxima da Continental GT e da Inteceptor será de apenas 160 km/h, a Ninja passa dos 200 km/h.

Para mim, 160 km/h é mais do que suficiente, não preciso chegar a isso... 

Fazendo uma regra de três simples (aquela aula chata de má temática enfim serviu para alguma coisa), calculo que o motor estará a ridículas 5.000 rpm para rodar a 110 km/h — o limite para não tomar multas.

É uma moto para rodar com conforto e viajar tranquilo — com reserva para acelerar forte nas ultrapassagens, se necessário.

Um motor que roda sem ser muito exigido tem vida mais longa e menor custo de manutenção.  Sem falar que a baixa rotação economiza combustível.

Para muita gente, uma moto como essa é mais empolgante do que uma esportiva magrela e desconfortável.

Ah, e sabe o preço na Índia?

O equivalente a 16 mil reais dos nossos.

Então é isso, não pude conter a empolgação... 

A tendência de motos retrô está ganhando terreno para a alegria da galera... (alguém ainda fala galera?)

Um abraço,
Jeff