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sexta-feira, 5 de maio de 2017

O preconceito burro do brasileiro contra motos chinesas e indianas

Hoje encontrei por acaso o site de um "fabricante" inglês de motos, a lexmoto.

E aí dei de cara com este modelo nosso velho conhecido:
Imagem: http://www.lexmoto.co.uk/

Reconheceu?

É a nossa dafra Horizon 150 (com motor 125), que apesar de a dafra dizer aos quatro ventos que é fabricada pela sul coreana daelim, na verdade é fabricada pela chinesa zongshen, a mesma que fabricou a Kansas. Para conhecer a salada toda, leia a postagem A dafra e seu marketing criativo pelos motivos errados — a história da Kansas chinesa chamada Horizon 150 no Brasil.

O que me chamou a atenção foi o destaque:

"Oferecendo qualidade de construção superior de um fabricante associado com a Harley-Davidson"...

Que papagaiada é essa?, pensei.

Desde quando a zongshen é associada com a H-D?

Bom, para minha surpresa, desde 2009...
Reportagem: http://www.motorcyclecruiser.com/harley-davidson-takes-aim-at-chinese-motorcycle-market

Parceria desde 2009.

Mas o preconceituoso mercado brasileiro rejeitou a zongshen por estas bandas.

Evitou comprar as motos deles quando se instalaram por aqui em 2009 comprando a kasinski.

Não compraram motos da zongshen kasinski porque "honda é honda"...

E nós perdemos a chance de contar diretamente com um fabricante desse gabarito devido à ideia preconcebida de que "moto chinesa não presta".

Azar nosso, porque para os americanos da harley-davidson, presta a ponto de eles colocarem o nome deles na parceria.

Outro fabricante de gabarito mundial que poderia estar atuando diretamente aqui no Brasil é a indiana tvs, fabricante da dafra Apache.

Quem não teve preconceito de se associar com eles foi a alemã bmw:
Imagem e reportagem: https://www.indiacarnews.com/news/the-k03-300cc-will-be-the-1st-tvs-bmw-bike-in-india-8037/

Mas o brasileiro esnobou a "moto feita na Índia", a Apache vendeu pouco apesar de suas inúmeras qualidades, e os indianos não vieram diretamente para cá.

Perdemos a chance de ter no Brasil motos como a Apache 250:
Imagem e reportagem: http://www.upcomingbikesindia.com/2016/tvs-apache-250-rtr/


Por não conhecer nada do mundo lá fora, o Brasil esnoba fabricantes e fica fiel às mesmas empresas que sempre o apunhalaram pelas costas.

Vamos ver qual será a reação do mercado brasileiro para as novas clássicas royal enfield sendo lançadas agora.
Imagem: https://royalenfield.com/br/images/data/motorcycles/slider1/Bullet500-right-green-600x463.png

Já conferi o manual do proprietário em inglês na internet e ele é direto quanto ao procedimento de medição e troca do óleo.

Resta saber se o manual brasileiro respeitará isso.

Problemas como a vibração excessiva muito comentada provavelmente poderão ser eliminados ou pelo menos reduzidos por meio do ajuste fino da moto, tipo otimizando a relação de transmissão secundária.

A Kansas original de fábrica vibra um pouquinho, mas a colocação de um pinhão com um dente a mais resolve o problema sem prejuízo para o desempenho da moto.

Espero que os proprietários encontrem soluções como essa antes de queimarem o filme de mais uma fabricante que tenta se instalar por aqui.

Certamente aparecerá muita gente querendo queimar o filme da royal enfield.

Os mesmos que queimaram o filme das Apache e da zongshen.

Quem faz o que faz com os próprios clientes, não se acanha na hora de passar a perna na concorrência.

Um abraço,

Jeff

sábado, 19 de novembro de 2016

Um mecânico competente falando sobre o nível de óleo da moto

Até que enfim um mecânico profissional de verdade falando de maneira competente sobre o nível de óleo da moto!

Obrigado, Deivisson, por enviar este vídeo!

É assim que se faz, quero dizer, é quase exatamente assim que se faz!

Coloca a quantidade, liga o motor, mede conforme o manual e completa o óleo...

Sempre é necessário um adicional que não é dito no manual por conveniência e interesse exclusivos dos fabricantes — vendem mais peças e mais motos mais rápido...

É muito bom ver um mecânico competente e que entende do assunto comentando e esclarecendo essa questão do nível de óleo das motos.

Só não fiquei 100% feliz porque ele entrou em contradição...

Aos 02:05 ele fala que vai deixar o nível de óleo no máximo, e aos 03:40 diz que vai deixar no mínimo...

Quero acreditar que ele se enganou aos 03:40 e falou mínimo querendo falar máximo...

Quero acreditar, preciso acreditar... porque deixar o óleo no mínimo é totalmente contrário ao que ele mesmo argumenta — e contrário ao manual que manda deixar no nível máximo.

Curiosidade:

A ktm sem óleo é montada e distribuída no Brasil pela dafra...

A mesma dafra que deixou faltar óleo nas Kansas e Speed, que deixa faltar óleo nas Apache e que deixa faltar óleo nas Horizon.

Mas esse macete de recomendar óleo insuficiente não é praticado apenas pela dafra.

honda, yamaha, suzuki, kawasaki, bmw, triumph, mvk... todas andam juntas de mãos dadas nessa prática.


Seja esperto, leia e faça o que está no manual do proprietário sem se deixar enrolar pela conversa de mecânicos desonestos e/ou ignorantes que não sabem ler e interpretar o que está escrito ali.

Não confie na quantidade de óleo colocada nas revisões das concessionárias...

Não se deixe enganar nem mesmo pelas mentiras contadas pelas próprias fabricantes...

Verifique o nível com o motor frio (a menos que seu manual determine a medição a quente) e complete conforme necessário.


A única pessoa que pode salvar o motor da sua moto é você mesmo.


Um abraço,

Jeff

domingo, 6 de novembro de 2016

Apache, a moto mais injustiçada do Brasil...ops, da Índia

A postagem de hoje é sobre a moto possivelmente mais injustiçada que já foi vendida no Brasil — a indiana dafra tvs Apache 150.


A Apache foi a primeira moto lançada pela dafra depois do fracasso colhido com as primeiras Speed, Kansas, Laser e Super 100 com que a empresa foi criada.

Acabou sendo envolvida pelo auge do escândalo dos motores dessas motos estourando.

A principal causa do problema das primeiras motos era a dafra insistir em não fazer aquilo que seu manual do proprietário mandava fazer nas trocas de óleo.

Ao abastecer seus motores com quase 30% menos óleo que o correto (ou faltar 40%, se você considerar em relação ao recomendado) e não rever essa situação mesmo alertada sobre o fato, a dafra selou o destino de sua imagem. Aliás, até hoje não aprendeu a lição.

Infelizmente, a má fama da montadora nacional sobrou para uma das melhores motos lançadas no Brasil na década passada... 

Uma moto que vendeu dois milhões de unidades no mundo todo não encontrou boa representação no Brasil.

Quando começaram a surgir notícias de que a Apache também apresentava câmbio duro (mas em menor proporção que Kansas e Speed) e a dafra começou a fechar concessionárias e piorar ainda mais o fornecimento de peças e assistência técnica, o povo caiu fora.

Uma pena, porque a moto não recebeu o mérito que devia — de todas as parceiras da dafra, a tvs era de longe a mais gabaritada:
Imagens e reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2016/01/nova-apache-rtr-200-e-lancada-na-india-dafra-nao-confirma-para-o-brasil.html

O motor de pequena cilindrada da nova moto da bmw nasceu na Engenharia da tvs lá na Índia.

E nasceu mesmo, não é uma daquelas enrolações que a dafra gosta de divulgar.

Se desenvolver um motor adotado pela bmw não é prova de competência técnica, não sei o que é.

Mas a Apache em si, o modelo que foi comercializado no Brasil, tinha algum problema?

O único problema foi a parceria tvs-dafra.

A Apache foi comercializada como 150 pelo marquetingue da dafra para tentar bater de frente com a então recém lançada honda Titan 150.

Perderam a chance de lançar como se deve uma moto que já era uma 160 seis anos antes da honda:
Site: https://www.tvsapache.com/

Notou?

Apache RTR 160, esse sempre foi o nome oficial dessa moto lá fora.

Sua cilindrada sempre foi 160, mas o marquetingue da dafra optou por comercializar a moto como apenas mais uma 150 entre outras no mercado.

Tecnicamente, ela não ficava devendo para ninguém.

Usa o eficiente carburador a vácuo (como as yamaha de então), e mecanicamente seu motor é avançado a ponto de usar balancins de comando roletados — coisa que na época do lançamento só a honda usava nas pequenas cilindradas.

Mas esse argumento nunca foi usado como destaque de vendas pela dafra — isso só foi descoberto em um teste de "longa duração" quando uma revista especializada desmontou o motor. 

"Longa duração" é modo de dizer, porque 25 mil quilômetros é o mínimo do mínimo do mínimo do mínimo que um motor deve durar — um teste a partir de 100 mil km é que mereceria ser chamado de longa duração.

A revista motociclismo desmontou completamente o motor com apenas 25.000 km e descobriu que a Apache do teste — que fez todas as revisões em concessionárias — mostrava um grave problema no virabrequim.

As fotos mostravam sinais claros de falta de lubrificação adequada... um sério comprometimento para um motor tão novo que espantou os mecânicos e jornalistas.

Por sinal, essa reportagem foi removida "misteriosamente" do site da revista motociclismo.

Felizmente o resultado interessantíssimo desse teste não foi eliminado (ainda):
Reportagem: http://www.motorpress.com.br/moto/testes/testes-testes/longa-duracao-dafra-apache

Pois é, a pobre Apache padecia do mesmo problema que até hoje vitima as dafra, a falência prematura do motor por falta de óleo.

Para variar, como no caso das Kansas, Speed e agora as Horizon, a dafra nunca admitiu que estavam sendo incompetentes para definir a lubrificação correta de seus motores.

Responderam contra todas as evidências (inclusive fotográficas) para a revista motociclismo que o comprometimento óbvio do virabrequim por má lubrificação não representava problema algum:
Reportagem: http://www.motorpress.com.br/moto/testes/testes-testes/longa-duracao-dafra-apache

Por que será que o teste de "longa duração" de 25 mil km que denunciava o problema foi eliminado do site da revista?

Será que foi pelo mesmo motivo que as denúncias feitas diretamente à redação dessa revista e de todas as outras revistas "especializadas" em motociclismo nunca foram publicadas? Preciso me lembrar de fazer uma postagem sobre isso qualquer dia desses...

Nem preciso detalhar tudo que está errado na "justificativa" dada pela engenharia da dafra... a vida se encarregou disso.

Como dizia o Caetano a vida é real e de viés, e o mundo aqui fora é diferente dos testes feitos pela dafra no paraíso celestial das motocicletas. Deve ter sido o mesmo local onde estão fazendo até hoje o teste de 10.000 km da Kansas 150 para descobrir qual era o problema..

E o que os proprietários constataram na prática foi aquele problema velho conhecido — motos estourando o motor com menos de 25.000 km:
Imagem: Velocímetro de Apache com motor totalmente destruído por falta de óleo do vídeo da oficina que fez a endoscopia do motor.

Para ser mais exato, 24.867,3 km.

É claro que o descuido desse proprietário contribuiu para a morte desse motor, mas ele foi induzido a isso pelas informações excessivamente otimistas do manual do proprietário.

As pessoas tendem a acreditar que 3.000 km é uma quilometragem que poderão rodar despreocupadas com o nível de óleo mineral do motor — e está provado que isso não é verdade.

De qualquer forma, a reclamação de câmbio duro era constante entre os proprietários — denúncia que nunca recebeu atenção da empresa.
Fórum: http://comunidade.motonline.com.br/forum/dafra/278953-finalmente-apache.html?start=630 — O motonline não autoriza a reprodução, mas desculpem, eu preciso denunciar o que precisa ser denunciado e ninguém mais faz.

Os proprietários pensam que têm de se acostumar, quando na verdade a dificuldade de achar o neutro e mudar marchas é apenas o sintoma da falta de óleo...

Como sempre, para quem reclama as concessionárias alegam que "a moto é assim mesmo", e os extremamente competentes engenheiros da dafra nunca solucionaram o problema.

Eles padecem de cegueira seletiva para problemas de má lubrificação... ou então eu que enxergo muito bem. E olha que sou míope...

Este é o manual original da Apache no Brasil: 

A velha pegadinha de completar o óleo somente se ele estiver abaixo do nível mínimo... essa é clássica.

Achei estranho eles mandarem rosquear a vareta para a medição, isso não é usual na maioria das motos vendidas no Brasil.

O manual também não menciona a necessidade de medir com o motor frio, nem de ligar o motor antes da medição.
E recomenda o uso de óleo mineral 20W-50 trocado a cada 3.000 km e a troca do filtro de óleo tipo cartucho a cada 3 mil km, mais a limpeza do filtro de tela não descartável a cada 6 mil km.

O óleo recomendado era o nosso velho conhecido mobil supermoto 4T, aquele que sempre foi o queridinho da honda e sempre teve o costume de desaparecer do cárter mais rápido que os outros:
Desconfiado de que nenhuma palavra sobre medição a frio ou sobre ligar o motor antes da medição pudesse ser mais um dos expedientes da dafra, pesquisei o manual original da Apache lá na Índia:

Note que o fabricante original determinava o uso de óleo puramente sintético (TVS TRU4 Synthetic) ou semissintético (TVS TRU4 Premium), e não mineral...

Nunca pensei que diria isso algum dia, mas a dafra introduziu duas modificações para o bem:

1) Ao contrário do manual original, recomendou completar o óleo até atingir a marca superior da vareta medidora, ao contrário do manual original que se contenta com o óleo em qualquer lugar.

O que não adianta nada porque nenhum proprietário faz isso, muito menos as concessionárias — simplesmente colocam a quantidade recomendada sem imaginar que é insuficiente.

2) Adaptou a viscosidade do óleo sintético 10W-30 original para a mais adequada para o Brasil, 20W-50...

Em compensação, trocou o óleo sintético pelo mineral, o que causou problemas que logo foram relatados nos fóruns de proprietários...
Fórum: http://comunidadertr.net/forum/index.php?topic=138.0 — Interessante notar como as melhores opiniões são massacradas pelo pessoal que defende cegamente o que é dito pelas empresas... mistura de fé, falta de conhecimento e, em alguns casos, interesse das empresas...

para minha surpresa, o manual original manda mesmo parafusar a vareta na hora da medição (thread in = rosqueie para dentro)... a dafra não pode ser acusada de ter marmotado isso.

Mas há outro problema grave no manual original da tvs:
"Verifique o nível de óleo conforme a tabela de manutenção para evitar danos de alto custo."

Essa recomendação é totalmente furada porque o "intervalo de verificação" para óleo sintético recomendado lá na Índia conforme a tabela é de 3.000 km!

E a cada 6.000 km após o fim do amaciamento aos 12.000 km!

Ora, dizer para conferir e completar o nível de óleo somente a cada 3.000 km ou 6.000 km é muito exagerado — se o motor estiver consumindo por desgaste normal, a quilometragem rodada antes da verificação terá sacrificado o motor.

Se fizer isso com óleo mineral, 3.000 km já será o dobro da hora de ter trocado... 

Fazer o proprietário confiar nessas quilometragens exageradas é a mesma coisa que dizer para o proprietário não conferir o nível!

Incrível como os fabricantes nunca percebem esses detalhes em seus manuais, né?

Quem cai nessa pegadinha destrói o motor aos 24.867,3 km...

Então a conclusão é que a dafra não foi a única responsável pelos problemas de lubrificação da Apache — a tvs indiana teve boa parte da responsabilidade.

O problema maior está aqui:

Esse procedimento de medição atarraxando a vareta não é muito comum na indústria de motocicletas que estamos acostumados, mas é usual na Europa — a inglesa triumph e a alemã bmw o adotam.

Como nação invadida pelos britânicos e que só conquistou a independência em 1947, a Índia herdou a praxe de medição da escola de engenharia de seus conquistadores — e na minha opinião aí está a raiz dos problemas de lubrificação e desgaste prematuro do motor da Apache.

Sua construção é muito parecida com a dos motores suzuki, o que é compreensível porque durante 19 anos a tvs montou motocicletas da suzuki na Índia. Fica a dica, não encontrando peças na dafra, comecem a procurar peças alternativas na linha da suzuki.

E como sabemos que os motores suzuki 125 e 150 usam mais óleo do que a fábrica fala...

A soma dos fatores:

a) a adoção de um óleo mineral — que não aguenta a mesma quilometragem porque não resiste a altas temperaturas tão bem quanto o sintético;

b) um procedimento de medição recomendado pela tvs parafusando a vareta medidora e que estabelece um nível mais baixo do que o ideal para a boa lubrificação do motor;

c) a não recomendação de fazer a medição com o motor frio, levando os proprietários a medir logo após a troca com o motor ainda quente;

d) a não recomendação para ligar por alguns minutos e desligar o motor frio antes da medição;

Considero a soma destes quatro elementos como a causa das dificuldades enfrentadas pelos proprietários.

E que infelizmente resultaram na rejeição da moto pelo mercado... uma grande injustiça.

Esta postagem nasceu de uma troca de correspondências com o proprietário de uma Apache, o Vyvern, a quem agradeço imensamente pelas imagens e relatos que possibilitaram esta postagem.

E nada melhor que o depoimento de quem convive com a moto:

Desde que a comprei ela nunca entra no neutro direito... na verdade depois que vi suas dicas no blog eu comecei a achar que era o óleo... 

Daí pensei em colocar esse motul [5100 sintético]... nesse momento... ela até está de boa... não demora tanto para entrar no neutro... 

Mas são só duas semanas de óleo novo... então é cedo pra dizer... porque realmente... ela sempre teve esse problema de dificuldade do neutro e outros donos de Apache já reclamaram disso na net...

Vyvern fez a medição do jeito tradicional após a troca de óleo com a quantidade recomendada, e o resultado que ele encontrou foi a vareta medidora seca:

Com base em tudo que conversamos, chegamos à conclusão que o melhor para esse motor seria medir o nível sem parafusar a vareta, o que resultaria em uma quantidade adicional de óleo em relação ao recomendado:

[Medir o nível do jeito] tradicional você diz do jeito de ligar o motor pela manhã, né? 

Então foi isso mesmo! Enfim sua afirmação faz sentido... eu vou comprar outro litro do Motul 5100 e fazer esta complementação... 

Realmente estava pensando em por esta quantidade de 1,1 ou 1,2 litro mesmo depois de ler as informações aê...

Aproveito para acrescentar o comentário que o leitor Carlos Silva fez no facebook sobre esta postagem:

Tenho uma Apache 150 e nunca tive problemas com o neutro que tanto ouço alguns proprietários dizerem e realmente ela usa 1.250 ml de óleo para atingir a marca máxima da vareta. Desde quando comprei uso esta quantidade e estou nos 40 mil km sem problemas.

Obrigado pelo depoimento, Carlos!

Tomando estas precauções, começando com o nível máximo e não deixando de inspecionar e eventualmente repor o óleo semanalmente conforme necessário — ou durante viagens longas a cada 300 a no máximo 500 km (na estrada o consumo é rápido), seu motor deverá durar o que se espera que ele dure.

Aliás, como em todas as motos.

Então está dito, considero a Apache uma moto excelente — assim que foi lançada eu pilotei a moto do meu amigo Wagnão lá do fórum e dos WD±40.

Aliás, foi graças ao Wagnão que pilotei pela primeira vez uma Kansas um ano antes de comprar a minha... grande Wagner!

Durante nossa viagem a Penedo em 2015, a Apache do Wagner conseguiu acompanhar o ritmo intenso das 250 que eram maioria no passeio.

Mantivemos 110 km/h a maior parte do tempo, o que é velocidade de cruzeiro para uma Mirage ou Fenix Gold, mas perto do limite de velocidade máxima para uma Apache.

É uma moto valente e que mereceria ter tido um destino melhor no Brasil.

Quem sabe a tvs um dia venha para cá e faça um trabalho melhor do que foi feito pela dafra até agora...

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Minha moto é nova e vive morrendo...

1) Se a sua moto é zero km e vive morrendo, isso pode ser causado pelo óleo protetivo aplicado no tanque pelo fabricante. 

A solução para isso é encher completamente o primeiro tanque, e sempre mantê-lo cheio, pelo menos nos primeiros 500 km. 


Depois disso o óleo protetivo desapareceu, mas é recomendável sempre andar com a moto com tanque cheio, reabastecendo quando chegar à metade ou no mínimo um terço da capacidade.


Não deixe chegar à reserva, isso não é necessário.


2) Uma coisa que pode infernizar a vida dos novos proprietários é uma manha que só as motos têm:

Ao ficar estacionada por muito tempo apoiada sobre o cavalete lateral, o mecanismo que controla a entrada de gasolina no carburador (uma boia igual à da caixa d'água da sua casa) pode ficar preso pelo atrito.

A boia "se encanta" na posição fechada e não deixa a gasolina entrar. É o contrário do que acontece quando a gasolina vaza pela mangueira — no caso a boia "se encantou" na posição aberta.

Para fazer a boia voltar a se movimentar, basta dar umas pancadinhas leves na parte reforçada do carburador com o cabo (não a ponta!) de uma chave de fenda. 

Eu costumava usar o cadeado de trava, mas eliminei o problema colocando um calço debaixo do cavalete lateral, a moto fica menos inclinada e a boia não trava fechada.

Agora, se a sua moto já passou dos 300 km:

Você vai arrancar em primeira e a moto apaga?


Está parado no semáforo e o motor da moto morre?


3) Há dois suspeitos nesse caso: a regulagem do cabo de embreagem e a regulagem da marcha lenta.


3a) Os comandos acionados por cabos são componentes que precisam de regulagem frequente durante a fase de amaciamento da moto.

Nas primeiras utilizações eles tendem a aumentar de comprimento, e quando o cabo de embreagem fica mais comprido, os discos de embreagem permanecem em contato mesmo com o manete completamente acionado.


Isso impõe um esforço ao motor que acaba morrendo porque na marcha lenta ele não terá força para vencer esse atrito.




Afrouxe a contraporca (2) do ajustador da embreagem (1) e gire o ajustador para ganhar um pouco mais de folga na embreagem. Não precisa ferramentas para isso.


Se a regulagem estiver boa, ou se esse procedimento não resolver, aumente a rotação de marcha lenta, é fácil.

3b) A marcha lenta é a velocidade de rotação mínima que o motor mantém quando o acelerador não está acionado.

Os fabricantes determinam um valor ideal, geralmente entre 1300 e 1500 rpm, dependendo do projeto do motor.

Essa velocidade de rotação é necessária para garantir um fluxo de ar e combustível suficiente para manter o motor em funcionamento, além de garantir boa lubrificação.

Isso é necessário porque a pressão do óleo é proporcional à velocidade de rotação da bomba; se a rotação for muito baixa, a lubrificação ficará abaixo do ideal. O motor poderá não ter força para vencer o atrito da embreagem, como vimos acima.

Mas isso aqui é Brasil, e os mexânicos contratados pela concessionária, e mesmo alguns daqueles que se acham profissionais, costumam fazer essa regulagem de ouvido.

E se orgulham de mostrar para o proprietário “olha como a marcha lenta está baixa, agora sua moto está econômica!”

Não caia nessa, quem vai pagar o pato é você, com a moto morrendo a toda hora e criando situações perigosas no trânsito.

4) Outro motivo porque a rotação não deve ficar abaixo do recomendado pelo fabricante ocorre nas motos que possuem descompressor de partida, como a Apache e a Falcon.

Em motos com esse recurso facilitador da partida, o funcionamento abaixo da marcha lenta ideal provoca o acionamento indevido do descompressor, gerando ruído similar ao de válvulas desreguladas.

Aí o proprietário reclama do barulho e o mexânico “regula” as válvulas (o que não era necessário). 

O barulho some, mas o motor passa a trabalhar com as válvulas presas.

Uma hora a conta vai aparecer para você pagar, e não será pequena.

5) Como aumentar a rotação de marcha lenta?

Siga as recomendações do seu manual do proprietário e não o palpite infeliz de quem não entende do assunto, e ajuste você mesmo a marcha lenta.

imagem: achada na internet e adaptada

Basta apertar pouca coisa (no máximo 1/4 a 1/2 volta) esse parafuso de latão visível na lateral do carburador e a rotação do motor subirá imediatamente. 

Não mexa desnecessariamente em nenhum outro, senão sua moto ficará beberrona e poderá engasgar por excesso ou falta de gasolina.

6) Outro motivo para a moto morrer seguidamente é o excesso de temperatura do motor. Se a sua embreagem estiver mal regulada irá gerar calor adicional no motor. 

Nível de óleo baixo e óleo velho também contribuem para deixar a moto apagar com frequência. 

E óleo velho é óleo com mais de 1000 km, não caia no conto do fabricante que diz que o óleo aguenta 3000 km em motos arrefecidas a ar, isso só serve para seu motor durar menos. Leia os tópicos falando de óleo e lubrificação para saber mais.


O consumo de óleo é maior durante a fase de amaciamento e as motos já saem da concessionária com menos óleo do que o necessário, veja a denúncia completa neste link.

Mesmo uma moto zero km pode apresentar nível de óleo baixo já ao sair da concessionária! A quantidade que o fabricante fala é apenas a mínima a ser colocada e que deve ser completada conforme o procedimento do manual do proprietário, mas... 

A concessionária teria a obrigação de colocar a quantidade indicada, verificar o nível e completar (sempre é preciso completar para chegar ao nível máximo da vareta), mas eles não fazem isso na imensa maioria dos casos, deixando a responsabilidade para o proprietário, que não lê o manual do proprietário e não completa, perdendo o motor com metade da vida útil. Bom para o fabricante, péssimo para você.

Para medir o nível do óleo, a melhor coisa é ler o procedimento detalhado lá nas páginas internas do manual. O procedimento da primeira página é incompleto e te induz a erro.

Caso não tenha mais o manual da sua moto, fique sabendo que a quantidade informada pelo dono anterior quase certamente estará errada porque todo mundo confia no fabricante e pensa que a quantidade falada por ele é suficiente. Não é. Aprenda a verificar o nível de óleo do modo certo lendo esta postagem.

Um abraço,

Jeff
ATENÇÃO:
Conferir o óleo apenas tirando a vareta ou olhando o visor pela manhã é errado e está destruindo seu motor! Os fabricantes divulgam informações contraditórias e o prejudicado é você. Veja a denúncia neste link.