Reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/blog/dicas-de-motos/post/harley-davidson-lancara-modelo-mais-barato-no-brasil.html
Só que não.
A Street 750 não é o modelo mais acessível da harley-davidson.
Como o próprio autor informa mais abaixo:
A Street 750 não é o modelo mais acessível da h-d.
A Street 500 é que é o modelo mais acessível da h-d. Ponto final.
Existe o modelo Street 500 que não será trazido para o Brasil, apesar do potencial reconhecido por todos, até pelo autor.
Reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/blog/dicas-de-motos/post/harley-davidson-lancara-modelo-mais-barato-no-brasil.html
Dizer que a harley lançará seu modelo mais acessível vai contra os fatos e apenas repercute o que o marketing da h-d que repercutir.
A Street 750 estará custando 5 mil a menos que outra moto de cilindrada quase equivalente, a Iron 883.
Curiosamente, a reportagem se estende mencionando outros modelos de outros fabricantes que disputam a faixa de mercado do nicho entre 25 e 35 mil reais.
A Street 500 chegaria abaixo desse nicho, seria um preço matador, não ia ter pra ninguém. Ia vender mais que coxinha na padaria. (ops!...)
Nem vou entrar na polêmica de que o nicho de motos "acessíveis" fica acima da faixa de preço dos carros "populares" brasileiros... e olha que eles já estão entre os mais caros do mundo.
Reportagem: http://g1.globo.com/carros/noticia/2013/09/chery-anuncia-o-qq-r-19990-como-o-carro-mais-barato-do-pais.html
Esses preços eram em 2013, mas agora ele já entrou na base do "nicho das motos acessíveis". O concorrente mais próximo está no topo do nicho (e olha que são carros, hein? Têm um pouco mais de material e dão um pouco mais de trabalho para fabricar...)
E aí é caso de perguntar, qual o motivo de o modelo realmente "mais acessível" da marca h-d não vir para o Brasil?
Se o mercado é grande e está
A resposta é:
Marketing.
Simplesmente não se mata a galinha dos ovos de ouro.
A harley ganha muito mais dinheiro mantendo a imagem de glamour do que com as motos em si.
Para quê vender um modelo mais acessível (de verdade) se eles podem ter uma margem maior sobre um modelo mais potente, mais caro e de maior "status"?
A política da harley na Índia (onde a moto será lançada) é vender muito ganhando dinheiro; no Brasil, é ganhar muito dinheiro vendendo produtos "top de linha" em um patamar elevado para uma sociedade cabocla que valoriza sobretudo o status.
Não interessa para eles que as Harley (as motos da marca harley) se tornem populares em um mercado tupiniquim acostumado a entregar as riquezas da nação em troca de espelhinhos e bugigangas.
Não falo dos espelhos da moto, nem estou chamando as Harley de bugigangas, pelo contrário. Falo disso aqui, ó:
Imagem: http://abagagemdonavegante.blogspot.com.br/2011/04/22-de-abril-de-1500-dia-do-achamento-do.html
A Street 500 é comercializada lá fora por 6.700 dólares americanos* (com o dólar a R$ 2,24, lá ela custa a bagatela equivalente a R$ 15 mil reais mais impostos americanos de 7%).
* http://www.motorcycle-usa.com/28755/Buyers-Guide-Specifications/2014-Harley-Davidson-Street-500.aspx
E o modelo mais acessível da marca (só no Brasil), a Street 750 custa 7.499 doletas*. Em reais, custaria 16.800 realetas.
* http://www.motorcycle-usa.com/113/18727/Motorcycle-Article/2015-Harley-Street-750-Second-Ride-Review.aspx
Mesmo com impostos de importação draconianos brasileiros, poderia ser vendida aqui por 25.842 reais.
Só que se ela fosse produzida por aqui, não pagaria imposto de importação....
A diferença para os 28 mil (que na hora da venda serão bem mais do que isso) é gordura em caixa que você paga pelo privilégio de andar numa Harley.
Mas essa gordurona você paga em todas as motos comercializadas por aqui — é o custo Brasil. As margens das concessionárias por aqui não são como as do resto do mundo.
Isso vem de muito tempo: as concessionárias de burros e jumentos do Brasil colonial já tinham tabelas com preços irreais e cobravam ágio nos modelos novos. As de cavalos então...
Infelizmente, o "status" vendido caro pela marca não comporta trazer para cá uma moto que teria tudo para se tornar o modelo mais vendido da harley, possivelmente nosso mercado seria líder no mundo inteiro.
É pena.
A Street 500 era um modelo que eu considerava uma opção interessante, uma cilindrada civilizada para os dias de hoje de radares em cada esquina.
Mas quer saber?
Tô nem aí.
Um abraço,
Jeff
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