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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Motos e motonetas na chuva

A reportagem demonstra no vídeo a fragilidade das motonetas para enfrentar enxurradas:

Imagem, vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2017/03/motociclista-e-arrastado-por-enxurrada-durante-chuva-no-veja-video.html

O piloto se arriscou e a moto deu sorte de passar, mas poderia ter sido arrastada, faltou muito pouco.

Já a motoneta mais leve foi derrubada e arrastada pela correnteza forte.

É uma situação muito perigosa, potencialmente fatal que deve ser evitada sobre duas rodas. 

Não é porque uma moto mais pesada deu sorte de passar que sua motoneta conseguirá fazer o mesmo.

Motonetas são os veículos mais vulneráveis do trânsito. E bicicletas são veículos de lazer, não deveriam circular em avenidas. Pronto, falei. Quem vai ser o primeiro a atirar a primeira pedra virtual? Por via das dúvidas, espere um pouquinho que vou colocar meu capacete bem afivelado com a viseira fechada.

E as chuvas trazem outro risco para as motos e motonetas, que comentei outro dia...

Os buracos encobertos pela água que as pequenas rodas das motonetas têm enorme dificuldade para enfrentar.

Infelizmente, com um exemplo para ilustrar:
Imagem e reportagem: http://www.emaisgoias.com.br/motociclista-morre-apos-ser-atropelada-por-caminhao-no-setor-cidade-jardim/

Chuva, motos e motonetas não combinam.

Ainda mais à noite, com seus faróis e iluminação traseira limitados.

Buracos ocultos pela água suja são impossíveis de ver, ainda mais com a fraqueza do farol das motos e a viseira do capacete embaçada e coberta de gotas refratando e refletindo as luzes da rua e dos carros.

Motos e motonetas já são mais difíceis de se ver no trânsito normal durante o dia — e à noite com chuva praticamente desaparecem no mar de luzes do trânsito.

Principalmente as motonetas que têm lanternas, faróis e setas mais baixos que as motos, portanto ainda menos visíveis.
Imagem: http://yanjin.deviantart.com/art/On-the-scooter-at-night-201382470

Agora imagine essa cena com chuva...

Aliás, não precisa nem chover nem ser motoneta nem ser de noite...
Imagem, vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/videos/t/todos-os-videos/v/motocicleta-cai-em-cratera-aberta-no-meio-da-rua-em-arandu-sp/3268652/

Basta um buraco aberto por vazamento da rede de água para estragar o dia de um motociclista...

Motocicletas, motonetas e água — por cima, por baixo ou pelos lados — não combinam.

Ainda mais à noite.

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Asfalto molhado escorrega que é uma maravilha

Se você tem uma moto potente, lembre-se de que dias molhados exigem mão leve no acelerador.

Assista este vídeo e nunca mais se esquecerá disso.


Motos modernas (bem modernas) de alta cilindrada já são equipadas com controle de tração.

Controle de tração é como um freio ABS ao contrário — o freio ABS alivia momentaneamente a força da frenagem para evitar travar as rodas, certo?

O controle de tração alivia de maneira automática e momentânea a potência do motor para evitar que a roda traseira patine durante uma aceleração intensa.

Ele monitora a rotação da roda traseira e atua no caso de ela começar a girar mais rápido do que seria normal em relação à rotação determinada pelo motor.

Assim, por mais que você acelere, a moto com controle de tração entrega somente o suficiente para você arrancar sem cair devido ao giro em falso da roda traseira.

No futuro, tombos como esse do vídeo não ocorrerão, a eletrônica embarcada eliminará definitivamente o problema.

A menos que o piloto não leia o manual do proprietário.

Ou leia, mas se esqueça como ativar o modo Chuva.

Ou saiba como ativar, mas se esqueça de apertar o botão do modo Chuva.

Ou que o sistema falhe na hora H por uma pane qualquer.

Quer saber?

Melhor não confiar...

Mão leve na hora de enrolar o cabo faz um bem danado e evita pagar micos.

Micos, manetes, espelhos e carenagens.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Prazeres que só uma moto te dá

Mais um vídeo da série "Prazeres que só uma moto te dá"...

No episódio de hoje: GRANIZO


Nota: Não sou eu pilotando essa moto.

Granizo realmente é uma метель.

Ainda mais se for uma tarde bonita de verão e você estiver só de camiseta... gota de água já dói que nem pedra, e um amigom eu falou que pedra de gelo dói que nem surra merecida de pai e mãe.

Fora o vento gelado no peito... me contaram.

Nem jaqueta de couro resolve. Imagino, porque meu amigo estava sem e me arrepio até hoje. Eu não, meu amigo. Ele diz.

Pilotar nessa condição pode ser divertido, mas fique preparado para os motoristas que se assustarão e buscarão o acostamento em pânico porque o gelo está estragando a pintura do carro.

Ou frearão na sua frente porque não estão enxergando um palmo diante do nariz, apesar de terem limpador de para-brisa e o limpador ter duas velocidades. A maioria não sabe usar a velocidade alta.

também muitos motociclistas estarão desesperados buscando abrigo.

Nessa hora não vai ter ninguém lembrando de procurar uma moto no retrovisor, é cada um por si.

Ninguém imagina que possa vir um doido numa moto tomando chuva de gelo. E só de camiseta que nem esse cara do vídeo e esse meu amigo.

Então fique ligado porque na hora que começa o granizo, a coisa fica tensa.

E depois piora.

Um abraço,

Jeff

domingo, 17 de julho de 2016

Noites chuvosas

Três notícias sobre dois acidentes em sequência na mesma rodovia na mesma cidade nas mesmas condições:

Você percebeu o fator comum entre eles?

Ambos os pilotos perderam o controle da moto à noite em uma rodovia com pista molhada.

Eles não se chocaram contra outros veículos ou obstáculos, simplesmente caíram e foram arremessados contra a lateral da pista.

Um deles bateu a cabeça depois que o capacete voou longe, e isso aconteceu porque estava mal afivelado, frouxo, folgado no pescoço.

E o motivo de terem caído sozinhos?

Não foi só a pista molhada.

Dezenas de outros motociclistas passaram por ali nas mesmas condições e não se acidentaram.

Arrisco dizer que eles caíram porque estavam em uma velocidade acima da recomendável para rodar em pista molhada, surgiu uma condição inesperada e eles perderam o controle da moto.

Pegaram um pouco de água na pista, ou um filete de lama invadiu a pista, eles precisaram desviar ou frear a moto, o pneu deslizou na pista e chão.

No que eu me baseio para dizer que eles estavam acima da velocidade recomendável para pista molhada?

Simples:

Tombos em baixa velocidade raramente são fatais, a menos que o piloto seja atropelado por outro veículo.

Com a pista molhada, é fundamental diminuir significativamente a velocidade da moto.

Tentar parar ou desviar desesperadamente uma moto em pista molhada a 80 km/h é tombo certo.

À noite, com água batendo na viseira, a visibilidade fica muito prejudicada. 

A viseira embaça, você já não vê direito o que está à sua frente, e as luzes dos faróis em sentido contrário causam ofuscamento — quando você percebe, já está em cima da curva ou dos carros que diminuíram a velocidade na sua frente. 

Ou da rotatória mal sinalizada que aparece de repente. Ou de uma obra que começaram naquele dia.

O acionamento dos freios com pista molhada exige uma técnica diferente daquela usada todos os dias.

Se com pista seca você precisa dosar mais força no dianteiro que no traseiro, com chuva você precisa dosar ainda mais proporcionalmente os dois freios, dosando gradativamente ambos para que nenhum deles trave.

Ou seja, não é hora de calcar os comandos no susto.

As manobras com pista molhada precisam ser feitas com suavidade, muita suavidade. E a distância do carro à frente precisa ser maior.

Invista em uma capa de chuva e alguns comprimidos contra resfriado, e aproveite aquela manhãzona de domingo chuvoso para ir com sua moto até um local seguro e sem trânsito.

Passe a manhã praticando a frenagem em condições molhadas.

Conheça as reações diferentes de sua moto e vá experimentando diferentes condições de aplicação dos freios dianteiro, traseiro e motor (sim, a desaceleração do motor em marchas mais baixas é uma ótima aliada na chuva).

Você encontrará a melhor combinação para você e sua moto, o que será muito útil na hora em que você estiver pilotando em baixa velocidade na chuva e precisar frear de repente.

E nunca deixe de afivelar e ajustar corretamente a cinta do seu capacete.

Se tudo der errado, ela será sua última chance de sair contando uma boa história para seus amigos.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 8 de julho de 2015

É difícil pilotar na chuva?

Eu não diria que é difícil, apenas que envolve muito cuidado.

O grande erro do pessoal é pensar que pode andar na chuva com a mesma velocidade com a qual está acostumado.


Em velocidade normal, mesmo com a pista seca os freios da moto mal e mal dão conta de parar a moto.

Com chuva, a facilidade com que as rodas travarão aumenta muito, e qualquer roda travada pode te jogar no chão — se a roda dianteira travar, certamente fará isso.


Ao seguir em frente como se a pista não tivesse se tornado escorregadia, qualquer imprevisto que te obrigue a acionar os freios com intensidade poderá causar um acidente grave, e sua avaliação e seu bom senso são suas únicas ferramentas para evitar que isso aconteça.

Você precisa rodar em uma velocidade mais baixa do que em pista seca, porque na hora em que precisar frear você terá de fazer isso de maneira progressiva e cuidadosa para evitar o travamento e a derrapagem.

Sob chuva, evite uma pilotagem agressiva para não passar sustos como este:



A sorte dele é que essa moto não tem tendência de rabear quando as rodas travam, mas ele conta no youtube que virou passageiro e foi deslizando em direção à lateral da pista na hora em que quase bateu no carro.

Debaixo de chuva ou com a pista molhada, pilotar com suavidade e boa distância do veículo à frente é fundamental.

A proporção da intensidade de uso do freio dianteiro (70% em pista seca) precisará ser ligeiramente reduzida e compensada por um pouco mais de intensidade no freio traseiro... 

Você troca intensidade da frenagem por tempo de frenagem — se em pista seca você consegue parar em 10 metros, vai precisar de no mínimo 15 a 20 metros para frear mais fraco, mas por mais tempo. 


Essas noções de tempo, distância, intensidade e proporcionalidade são adquiridas com a vivência, então muito cuidado nas primeiras chuvas da sua carreira de motociclista.

Outra coisa:


Motos potentes exigem tato na hora de acelerar porque o pneu traseiro irá derrapar com muito mais facilidade no asfalto molhado:


Se você virar uma esquina ou entrar em uma curva com a mesma velocidade com que está acostumado, seu pneu dianteiro poderá derrapar, tombo certo. 

Manter distância maior do carro à frente é essencial: 

Com pista molhada e provavelmente ABS, um carro consegue parar muito mais rápido que uma moto com o chão molhado. 

Aí ele estanca na sua frente, você trava os freios porque não terá tempo de frenar progressivamente — então sua moto ou rabeia e te derruba, ou trava a roda dianteira e te derruba, ou trava as duas rodas e você vira passageiro... e ela derruba o passageiro.

A chuva traz perigo para todo mundo, e você precisa estar atento a alguém que perca o controle do veículo em suas proximidades:


Uma coisa muito chata que acontece é a viseira embaçar. Se você usa óculos, as lentes e a viseira ficarão embaçados, o que pode ser muito perigoso porque as tentativas de limpar distrairão sua atenção do trânsito.

Dependendo da chuva e do seu grau de miopia, pode ser mais prudente pilotar sem os óculos, uma coisa a menos para embaçar.


Imagem: https://www.youtube.com/watch?v=btOSCY1hp0U

Manter uma fresta aberta na viseira ajuda a evitar o embaçamento, mas lembre-se de que água suja entrará por ela, portanto boca fechada.

A situação fica ruim mesmo é ao anoitecer, quando os faróis dos carros começam a provocar reflexos nas gotas de água. 

Esses problemas ficam bem menores quando as viseiras são novas ou estão bem limpas e sem riscos.

Existe também um problema com o piso molhado: algumas superfícies molhadas ficam mais escorregadias que outras.

Evite ao máximo passar sobre chapas de aço colocadas sobre reparos inacabados, bem como grades metálicas e sinalização pintada no chão, faixas de pedestre e divisórias de faixa e pista ficam muito escorregadias quando molhadas.

Paralelepípedos (macacos, macadame) molhados escorregam que nem quiabo. 


Imagem e reportagem: http://jornal.grupoopiniao.com.br/mulher-perde-o-controle-e-sofre-queda-de-motocicleta-no-centro-de-araras/

em ruas de pouco movimento esse tipo de pavimento tem o inconveniente de permitir o crescimento de um matinho safado nos rejuntes. 

Esse mato molhado lubrifica o sabão, é traiçoeiro. 

Mês passado eu caí com Edith, mas foi um semitombo porque nem chegou a riscar ou estragar nada, foi na grama úmida do acostamento com a moto praticamente parada, só sujou a roupa. Nem sei se merece estar na coleção.

Em compensação, com minha primeira moto eu caí 12 vezes em 2,5 anos, quase 5 tombos por ano, e a maioria deles foi com tempo seco — embora o mais grave tenha sido com pista molhada.

Nos últimos quase 5 anos depois que voltei a pilotar foram apenas 2 tombos com Jezebel, que somados ao tombo com Edith, dá uma média de 0,6 tombo por ano, ou 1 tombo a cada 2 anos, e todos por causa de solo molhado.

Essa estatística mostra duas coisas:

1) Os freios da minha primeira moto não valiam nada.

2) A experiência no trânsito e o juízo que vem com a idade diminuem bastante os acidentes.

3) Chuva realmente aumenta os riscos.

4) Continuo péssimo em estimativas de quantidade.

Deixando os acidentes de lado, e tomando cuidado com quem estiver por perto e pilotando sem agressividade nem pressa, a pilotagem na chuva poderá te dar grandes prazeres, como as duchas de água morna das chuvas de verão...

Imagem: http://www.thehindu.com/news/cities/Coimbatore/welcome-showers/article4649985

Bem, essa duchas são sempre melhores na estrada.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 3 de março de 2015

Lembrete: Vêm aí as águas de março

Você corre o risco de passar por buracos alagados, completamente invisíveis mesmo que o nível da água seja mínimo...



E depois ainda terá de enfrentar as bocas de lobo dos poços de visita e tampas de bueiros com tampas e grades mal encaixadas ou arrancadas.


Vídeo: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2015/02/carro-voa-apos-passar-em-bueiro-sem-tampa-em-avenida-veja-video.html

O acidente acima foi no Brasil, este outro foi na Rússia:



Tudo por causa da falta da tampa de um bueiro.

Mas tampas de bueiro mal encaixadas também podem sair voando quando um carro passa por cima delas, então esteja atento.



O motociclista escapou por muito pouco mesmo.

E para finalizar, abaixo está um vídeo com uma boa sequência de acidentes de moto bizarros e instrutivos, com uma moto sendo derrubada por uma tampa aberta aos 5:23.



Ao encontrar uma dessas aberta e não der tempo de desviar, acelere e pule com a moto, sem tirar os pés das pedaleiras, puxando o guidão para que a roda dianteira não caia lá dentro. 

Explicando melhor: 

Tente empinar a moto para que o impacto ocorra somente sobre a roda traseira. (Valeu, Ygor! Minha explicação não estava mesmo muito clara!)

A roda traseira vai bater forte, mas talvez você ainda consiga controlar a moto para estacionar em segurança. Pelo menos você não vai de cabeça ao chão.


Agradeço o envio do primeiro vídeo da moto sendo engolida, mas infelizmente o nome do leitor não chegou até mim... Vídeo enviado pelo leitor Marinho Neto, a quem agradeço.


Recebi informação da mensagem postada no site no facebook, mas não tenho acesso direto, toda vez que tento entrar, o fb cisma comigo e nega permissão. 


Se o responsável pelo envio estiver lendo, muito obrigado!


Um abraço,


Jeff

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Depois do temporal

Chuvas fortes trazem alagamentos e o risco de encontrar buracos submersos, já falamos disso.

Mas depois das chuvas aparecem outros obstáculos e armadilhas e, se você não lembrar que eles certamente estarão em seu caminho, poderá levar um belo tombo, ou coisa pior. 
Reportagem: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2015/02/motoqueiro-atropela-3-criancas-que-sinalizavam-buraco-em-rua-com-sofa.html

A coisa mais comum que você encontrará são os buracos causados pela lavagem do asfalto e do substrato:


Reportagem: http://destaquesarandi.blogspot.com.br/

Além dos buracos criados durante as fortes chuvas, lama e brita são arrastados para a pista; choveu forte aqui na região, e na tarde de domingo passei por essa situação.

Seguíamos Jezebel e eu em direção ao retorno da pista, quando notei à minha esquerda um carro se aproximando na confluência. 

Nós iríamos cruzar trajetórias logo à frente, quando ele tentasse entrar na via em que estávamos, e nós tentássemos sair dela para fazer o retorno.

Como estávamos mais à frente, acelerei para garantir que não trombaríamos com o carro, quando na alça do retorno vejo um mar de pedrinhas trazidas pela chuva, já com pista seca.


A velocidade era adequada para a pista seca, mas não para passar com a moto inclinada em cima disso. Se eu arriscasse e tentasse passar, seria o mesmo que pegar um atalho para o hospital. 

Optei por adiar a manobra por uns 100 metros e fazer o retorno logo adiante. Resumo: Não caímos.

Chuvas derrubam galhos e árvores. Essas são particularmente traiçoeiras à noite, porque absorvem a luz do farol e você só percebe quando já está em cima. 


Reportagem: http://horadesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2014/01/florianopolis-teve-arvores-caidas-e-transito-intenso-apos-chuva-forte-4390772.html

E dependendo da posição em que a árvore cai, os galhos podem ficar na direção de quem se aproxima, dificultando ainda mais a visualização.


Chuvas fortes também podem provocar gretas na pista, terríveis para as rodas se encaixarem e a moto te derrubar.


Essas gretas podem evoluir rapidamente para coisas muito piores.



Muito piores mesmo...
Reportagem: http://noticias.r7.com/cidades/noticias/queda-de-barreira-interdita-rodovia-entre-brasilia-e-goiania-20101229.html


Pontes são vítimas das chuvas torrenciais, e durante uma viagem podem te obrigar a desvios de centenas de quilômetros (não se esqueça de reabastecer antes de pegar o desvio). 


Nunca passe em uma ponte humilde sujeita à forte correnteza, a água está removendo a terra debaixo da cabeceira da ponte há várias horas, você nunca sabe se ela resistirá ou não.

Espere a água baixar para ter certeza de que ela aguentará sua passagem. Ou espere algum maluco tentar passar primeiro, sempre tem alguém que não vê perigo nas coisas.

As chuvas também podem criar uma praça de guerra. Imagine você vindo a quase 100 por hora e encontrando uma situação dessas logo após a curva:


Reportagem: http://www.jaraguaam.com.br/jornalismo/geral/chuva-pomerode-e-jaragua-sem-acesso


Barrancos sem cobertura vegetal adoram criar estas armadilhas depois da curva só para derrubar motociclistas incautos: 


Reportagem: http://www.clmais.com.br/informacao/74304/prf-registra-queda-de-barreira-no-cruzamento-da-282-com-a-116-em-lages


E mesmo depois de removida a barreira, a pista permanecerá escorregadia por muito tempo. Até mesmo depois que o asfalto secar, porque aí a lama virará poeira solta, que escorrega tanto quanto.


Reportagem: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/verao/conteudo.phtml?id=1104816


Não é só terra que desce a encosta. Estradas recortadas em encostas rochosas volta e meia deixam cair pequenos pedaços da paisagem no meio da rodovia:


Reportagem: http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/geral/cidades/noticia/2013/08/queda-de-barreira-provocou-interrupcao-no-transito-na-br-116-em-nova-petropolis-4232879.html

E grandes pedaços também.



E aí, achou que eu estava exagerando, né?

Tô não...

Agora que você já sabe o que pode estar te esperando após uma chuva forte e o fim dos alagamentos, tenha cautela, principalmente se estiver no meio de uma viagem. 

Um abraço, e boa viagem (ou boa chegada em casa),

Jeff

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Água na altura do joelho te derruba da moto

Não se iluda, a água tem muita força.

Água na altura do joelho já tem força suficiente para derrubar sua moto. 

Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/12/chuva-faz-corregos-transbordarem-e-alaga-vias-arvore-cai-e-deixa-1-morto.html

Cair em uma enxurrada dessas pode te levar para uma boca de lobo, onde você corre o risco de ficar preso até o fim da enchente.

Enchentes levam horas para escoar, e você não consegue prender a respiração por mais de 30 segundos... muita gente se afoga presa em galerias. 


Lugares baixos podem alagar muito rápido, fuja deles sem se descuidar do trânsito.


Se a sua moto cair na enxurrada, não tente ligar o motor!


A água entrando no motor pelo filtro de ar e escapamento poderão causar um calço hidráulico, ou seja, na hora que o pistão subir vai encontrar uma parede de água que não se comprime — e o motor tentará comprimir...


O resultado é a biela empenando, pistão quebrando, o prejuízo é igual ao de fundir o motor, terá de trocar todas as peças.


Somente depois de remover a(s) vela(s) de ignição, retirar toda a água de todo o circuito de admissão de ar, verificar se entrou água no cárter (e aí trocar o óleo), verificar se entrou água no tanque de gasolina (e aí trocar todo combustível), e depois de secar os componentes elétricos da ignição é que você poderá acionar o motor de preferência com o pedal de partida sem grande risco — repita isso várias vezes para expulsar a água de dentro da câmara de combustão — o prudente é levar a moto a um mecânico para uma desmontagem e inspeção para só então reinstalar as velas e dar partida de verdade no motor.  


Na hora do aperto, tentando fugir da chuva, todo mundo dirige e pilota de modo imprudente, não se torne uma vítima desse caos


Mesmo águas calmas têm perigos ocultos como tampas de bueiros arrancadas, veja a postagem Buracos alagados.


Então, encontrando águas calmas ou turbulentas, não se arrisque.


E tenha boas férias de verão!


Um abraço,


Jeff

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A moto morre depois de 100 metros

Respondendo ao leitor Marcus Vinicius:

Bom dia !!! Minha Falcon quando fica parada na chuva até liga normal, mas quando ando 100 metros ela começa a falhar somente quando acelero (na lenta ela funciona normal). Já troquei cachimbo e ainda continua ... o que pode ser ???? Se alguém puder ajudar, fico grato.

Atualização:
Descobri um macete novo, verifique antes de tudo se o seu miolo da chave da tampa do tanque de combustível não está obstruído! Explicações na postagem Minha moto anda 1 km e para de funcionar sem motivo, ou não dá partida pela manhã.

Se não resolver, volte para esta postagem.

Trocamos algumas ideias e isso está parecendo duas coisas:


Ou é uma infiltração de água no tanque de combustível, ou é encantamento da boia do carburador (se ela for carburada) — que por coincidência ocorreu em dias de chuva. 

Se fosse umidade no cachimbo, ficaria ruim de ligar também.

Rodando 100 metros, a moto está rodando apenas com a gasolina da cuba, aí esse combustível acaba e começa a entrar a gasolina supostamente contaminada com água do tanque...

Para solucionar essa hipótese, abra o parafuso de drenagem da cuba e o registro de combustível e retire um pouco de gasolina. 

A água é mais pesada, se acumula no fundo do tanque e da cuba, e será a primeira coisa a ir embora.

Como lembrado pelo leitor Rogerio Kozima (veja abaixo), essa gasolina não terá aparência de gasolina, mas parecerá uma água contaminada com gasolina. Para mais informações, leia a postagem Água na gasolina falsa.

Ou então, se a gasolina estiver boa, pode ser que não esteja entrando no carburador, ou esteja entrando muito pouca, porque a boia está 'encantada' na posição fechada, e ela está encantando por algum motivo relacionado à chuva.

Por coincidência, ontem resolvi um problema parecido.

Deixei uma das motos (Edith) parada por uns dias e choveu bastante nos primeiros dias. Ela não fica exposta à chuva direta, somente a poucos respingos. (E agora nem isso, que ela ganhou uma capa)

Aí o motor se recusou a dar partida. 

Quer dizer, ela até pegava com facilidade na primeira tentativa e mantinha a marcha lenta, mas morria assim que eu acelerava, Depois disso, ela nem ameaçava pegar.

Esse é um sintoma que um mecânico diria que é giclê entupido e te cobraria uma desmontagem e limpeza desnecessárias.

Resulta que ela acabou ficando parada por mais alguns dias até eu ter paciência de pegar as ferramentas e mexer, e ela voltou a funcionar assim que desencantei as boias dos carburadores — Edith tem carburação dupla.

Bastou colocar a moto vertical e dar umas pancadinhas leves com o cabo de um martelo na aba reforçada de ambos os carburadores (flange da cuba) e as boias voltaram a funcionar normalmente.

Como estava com ferramentas, também aproveitei para abrir os dois parafusos de drenagem das cubas para escoar a gasolina eventualmente contaminada e garantir que o motor funcionasse de primeira, porque a bateria já não estava totalmente carregada depois de tantos dias e tentativas.

Interessante que inicialmente bati apenas em um carburador e ela funcionou com apenas um cilindro. Assim que bati no segundo carburador, o motor deu partida e funcionou normalmente.

Motos que usam cavalete lateral estão mais sujeitas ao encantamento da boia, e talvez as condições climáticas tenham influência nisso.

Penso que nos dias de chuva o carburador esfrie muito rápido, fazendo o metal se contrair e deixando a boia em uma posição forçada, facilitando seu travamento por estar apoiada na lateral do mancal dentro da cuba... 

A outra moto (Jezebel) possui cavalete central e sempre a deixo vertical, e ela nunca me deu esse tipo de problema.

É uma teoria.

PS: Veja as dicas do leitor Rogerio Kozima, também proprietário de Falcon:

Isso parece ter mais a ver com parte elétrica mesmo. Eu sei porque tenho uma Falcon e ela teima em ter alguns problemas na parte elétrica. 

Recomendo verificar se o cabo da bobina de faísca e os conectores do sensor de ignição estão livres de oxidação. 

Também é necessário dizer que algumas Falcons têm o costume de morrer quando aceleradas porque estão com algum furo no diafragma. 

Existe também a probabilidade de ter entrado um pouco de água no tanque da moto, daí ela só funciona com o afogador puxado e sem acelerar. 

Isso ocorre quando sua moto fica com o bocal do tanque perto de uma goteira. É bem mais comum do que aparenta. 

Até a gasolina contaminada descer para a cuba se vão alguns metros a serem percorridos, aí o problema aparece. 

Não adianta esgotar a gasolina da cuba, deve tirar grande parte da gasolina, já que a água é mais densa que a gasolina e vai se acumular no fundo do tanque da moto, lembrando que ela não vai parecer gasolina, já que estará combinada com o álcool da gasolina. 

Espero ter ajudado.

Ajudou sim, Rogerio, tanto que transcrevi seu comentário para cá para que fique sempre visível (nem todo mundo consegue visualizar os comentários na mesma página da postagem). Muito obrigado!

Boa sorte,

Jeff e Daniel