domingo, 19 de novembro de 2017

Vídeo com as quatro maiores causas de acidentes fatais de moto

O acidente deste vídeo publicado pelo canal Wolf Biker Motovlog é chocante mas não tem sangue.

O piloto provavelmente morreu ao bater a cabeça no solo e/ou quebrar o pescoço — a gente sempre torce pelo melhor, o corpo humano é capaz de coisas surpreendentes, mas não tenho mais informações.

No entanto, o vídeo é um exemplo fantástico dos principais erros que todo mundo comete e não percebe ao pilotar uma moto na cidade.

Primeira coisa, o piloto não foi prudente.

A velocidade em que ele veio era maior do que os 20 a 40 km/h recomendados para vias estreitas de bairros.

O pessoal pensa que o perigo está somente quando você roda na velocidade máxima, ou pelo menos acima dos 80 km/h.

Mas acidentes podem ser fatais a partir de 50 km/h, memorize este número.

Mesmo que a moto estivesse dentro do limite urbano de 60 km/h, já seria demais para rodar naquela rua.

Segunda coisa, faltou cautela ao chegar na intersecção.

A preferencial ali é difícil de identificar.

Provavelmente a moto estava na preferencial, o mesmo caminho do ônibus, mas a separação do asfalto deixa margem para dúvidas.

Você nunca chega em uma velocidade que te impeça de impedir um acidente porque alguém desrespeitou a preferencial em uma intersecção ou cruzamento.

Carros ou motos poderiam vir nos dois sentidos e o motociclista não conseguiria parar, como não parou.

Os outros sempre poderão errar, mas o motociclista não pode errar nunca, senão o resultado é esse do vídeo.

Terceira coisa, ele não previu que um veículo poderia estar atrás do ônibus e cruzar a frente dele.

Veículos opacos sempre ocultam outros veículos menores e você só descobre quando não dá mais tempo de fazer nada.

A única saída é prever que isso possa acontecer e rodar em velocidade que te permita evitar o acidente.

E finalmente, mas não menos importante:

Ele perdeu todas as chances de sair dessa apenas com um susto quando não afivelou o capacete corretamente. 

Um capacete frouxo é a primeira coisa que voa longe em uma batida.

Se estivesse bem afivelado, permaneceria na cabeça e amorteceria o impacto contra o solo.

Talvez até mudasse a trajetória contra a parede.

Sinceramente, torço para que o rapaz tenha sobrevivido e aprendido essa lição dolorosa.

Mas se a lição não serviu para ele, que sirva para você não cometer os mesmos erros tão comuns.

Erros básicos e facilmente evitáveis que estão matando muita gente dessa maneira triste. 

Um abraço, especialmente ao meu amigo Daniel que me enviou o vídeo,

Jeff
PS: Como observado pelo leitor Patrick Lemos, ele estava pilotando de chinelos. 

É nessas horas em que se precisa frear desesperadamente que o chinelo costuma escorregar da pedaleira. Principalmente se estiver molhada.

sábado, 18 de novembro de 2017

Novas motos da royal enfield confirmadas para o Brasil

Se entusiasmou com as novas motos Interceptor 650 e Continental GT 650 da royal enfield?

Está confirmado, a fábrica indiana planeja trazer as novas bicilíndricas para o Brasil:
Imagem: Vídeo abaixo aos 4:32.

É o que é dito neste vídeo:


Assistindo, fiquei sabendo que as motos têm embreagem hidráulica — melhor dizendo, assistência hidráulica, ela é acionada por cabo, mas recebe uma ajudinha. É um recurso disponível em poucas motos.

E o pessoal por lá está plenamente consciente de que o motor é fraquinho manso bem comportado...

Acho que é isso que me fez gostar tanto dessas máquinas:

É moto pra quem não precisa provar nada pra ninguém.

Você compra a moto porque gosta dela — o que te move é a paixão, não a neurose de não ser passado pra trás. Maldita lei de Gérson...

Você não compra a moto porque se sente obrigado a ter a máquina top top top speed igual à que todo mundo compra somente para mostrar para os outros.

Não compra a moto já pensando o quanto irá perder na hora da revenda. Quem se preocupa com isso, que compre um vw, não uma moto.

Você compra a moto para rodar e se divertir. 

Faz isso por você, não por causa dos vizinhos.

Não é moto para ir todo domingo somente até o Serra Azul e voltar...

Não é moto para ir de avião aos encontros oficiais despachando a moto em um engradado dentro de uma van...

É moto para você cismar de ir para outro(s) Estado(s) na hora em que te dá na telha.

Simplesmente botar o capacete e se mandar, sem destino.

Você será ultrapassado por várias motos no caminho?

Tudo bem, e daí?

Melhor do que ultrapassar todo mundo é poder ver e curtir as belas cachoeiras e paisagens da estrada.

Fazer as curvas com um sorriso, e não travando os dentes para o coração não sair pela boca.

Os jovens não entenderão isto agora. 

Com o tempo a gente passa a ver a vida com olhos mais serenos, a serenidade e a tranquilidade que a vida nos ensina.

Será muito bacana ver essas motos rodando por aqui.

Só espero chegar até lá.

Um abraço,
Jeff

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

royal enfield surpreendendo todo mundo com motorzão de dois cilindros

Eu havia programado para hoje mais uma postagem sobre a Chopper Road, mas não pude me conter...

Esta semana foi lançada a mais moderna moto antiga de todos os tempos.

Olha que coisa mais linda:
Imagem: https://indianautosblog.com/2017/11/royal-enfield-interceptor-650-twin-royal-enfield-continental-gt-650-twin-2017-eicma-289789/royal-enfield-interceptor-650-twin-orange-press-shot-front-left-quarter

Parece a Jezebel depois de malhar na academia...

A velharada A moçada experiente se empolgou com o lançamento do novo motor 650 bicilíndrico e duas novas motos da royal enfield no salão de Milão!

Vai de bônus um vídeo com a história da royal.

Não se espante com o tamanho, a parte boa é do início até os 03:45, e depois a partir dos 11:45 para ver as motos...


Apesar do jeitão de motor antigão, por dentro ele é moderno, com 4 válvulas por cilindro e comando no cabeçote.

E para quem gosta de motores sem complicação, arrefecimento a ar e óleo, em vez de água. Infelizmente, vem com injeção eletrônica... bom, nada é perfeito...



O sincronismo do motor é a 270 graus, ou seja, as faíscas ocorrem em cada cilindro a cada 3/4 de volta do virabrequim, e não a 180 ou a 360 graus como no motor da CB 400/450. 

Paradoxalmente, com essa configuração e um eixo balanceiro, é possível obter a mínima vibração total de um motor bicilíndrico.

E ainda preservar aquele ronco clássico de moto antiga... melhor dos mundos.

No press release que o pessoal publicou, enfatizaram a resistência e os testes do chassi... por que será, né?

Se for mesmo verdade, em 2019 mais tardar 2020 teremos essas motos muito interessantes rodando em nossas ruas, a Interceptor e a Continental GT.

Apesar de grandalhão, o motor é pacato, gera no máximo 47 cavalos. Uma kawasaki Ninja com a mesma cilindrada gera 72 cavalos.

Então o motor é fraco?

Beeem... digamos que isso tem vantagens e desvantagens...

Uma Ninja gera toda essa cavalaria em rotações elevadas, 8.500 rpm, e o torque máximo acontece com o motor girando a 7.000 rpm.

O motor 650 da royal gera 47 cavalos a 7.100 rpm, mas o maior torque acontece em baixíssimas 4.000 rpm.

O que isso implica?

Torque é o que faz a moto acelerar, e potência é o que permite atingir altas velocidades.

Rodando na faixa de torque máximo, o motor está na zona de conforto, rodando tranquilo e podendo fazer muita força se precisar.

A velocidade máxima da Continental GT e da Inteceptor será de apenas 160 km/h, a Ninja passa dos 200 km/h.

Para mim, 160 km/h é mais do que suficiente, não preciso chegar a isso... 

Fazendo uma regra de três simples (aquela aula chata de má temática enfim serviu para alguma coisa), calculo que o motor estará a ridículas 5.000 rpm para rodar a 110 km/h — o limite para não tomar multas.

É uma moto para rodar com conforto e viajar tranquilo — com reserva para acelerar forte nas ultrapassagens, se necessário.

Um motor que roda sem ser muito exigido tem vida mais longa e menor custo de manutenção.  Sem falar que a baixa rotação economiza combustível.

Para muita gente, uma moto como essa é mais empolgante do que uma esportiva magrela e desconfortável.

Ah, e sabe o preço na Índia?

O equivalente a 16 mil reais dos nossos.

Então é isso, não pude conter a empolgação... 

A tendência de motos retrô está ganhando terreno para a alegria da galera... (alguém ainda fala galera?)

Um abraço,
Jeff

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

haojue, a tabela mutante e outras espertezas com o óleo

Hoje volto a falar sobre meu assunto predileto, as espertezas com o óleo — neste caso, da haojue Chopper Road 150...

Por que eu insisto tanto com isso?

Porque um motor com pouco óleo pode travar e até quebrar a biela, resultando em um grande vazamento na frente da roda traseira.

Muito pior que o enorme prejuízo, isso derruba — e pode matar — qualquer um.

Você já passou pela experiência de cair de repente em uma rodovia movimentada na frente dos carros?

Eu já, no acesso à via Anchieta e no meio da rodovia Índio Tibiriçá, à noite e com chuva.

Nenhuma das vezes foi por falta de óleo, mas garanto que a experiência de cair no meio do trânsito não é legal, e não desejo pra ninguém. Tive muita sorte de a kombi conseguir parar sem me atropelar. 

O travamento do motor por falta de óleo pode ser evitado se as empresas fornecerem informações corretas e fizerem seu trabalho da maneira certa.

Por isso eu fico indignado quando vejo as empresas fabricantes orientando seus clientes a colocarem muito menos óleo do que o necessário para garantir o bom funcionamento do motor...

Se você já é leitor do blog, já conhece essas manhas usadas por todas as montadoras para desinformar seus clientes — mas a haojue inovou em um quesito, a pegadinha nº 9.

Se você está chegando agora, não deixe de ler toda a postagem — tudo o que é dito aqui poderá ser usado em sua Chopper Road e em todas as suas futuras motos.

A maior esperteza praticada pela haojue eu comentei em uma postagem anterior a esta, não deixe de ler.

Mas não fica só naquilo não, a coisa começa leve e depois piora:

Tropeço nº 6: o sumiço da vareta medidora do nível de óleo...

O manual da haojue Chopper Road 150 CBS / RC apresenta uma bizarricezinha na seção "Familiarize-se com sua moto":

O item de manutenção mais importante a cargo do proprietário, conferir o nível de óleo — que se você descuidar de verificar levará a um grande prejuízo, fundindo o motor — é feito usando a vareta medidora.

E no manual essa vareta medidora  é indicada pelo item D na figura:
Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

Não achou o item D na figura? 

Não achou letra nenhuma na figura?

Nem você, nem eu, nem ninguém. 

Mas descobri que a Chopper Road tem alavanca de câmbio. Naquela posição um pedal seria mais prático.

Ué, eles não querem que você se familiarize com a medição do nível do óleo?

Ou eu que vejo malícia onde o problema é somente a incompetência de quem fez o manual?

Bem, é que faz parte da tradição das montadoras sempre cometerem descuidos e enganos quando falam de medir / trocar o óleo da moto, vimos isso em muitos manuais de muitas montadoras. 

Ainda não achou a vareta? 

É que a letra D na verdade é o item 14 na figura.

A editoração usou uma sequência numérica e a tradução usou uma sequência alfanumérica, e um departamento não conversou com o outro, e ninguém revisou antes de publicar. Coisa feia.

Mas esse é um pecadinho menor. O grave vem agora:

Tropeço nº 7: as clássicas desinformações sobre o óleo do motor...

Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

Não preciso comentar a terceira coluna porque é sobre uso de óleo com aditivos usados nos carros. 

Usando óleo para motos de classificação JASO MA, você não precisa se preocupar com isso.

Vamos lá:

"A qualidade do óleo é a maior contribuinte para a duração e desempenho do motor."


SÓ A QUALIDADE, dona haojue?

Ora, qual o principal fator que define a "qualidade" de um óleo?

Sua viscosidade, certo?

Depois vem a resistência à oxidação, etc., mas o fundamental é a viscosidade. 

É ela quem determinará se o óleo aguenta o serviço protegendo adequadamente o motor, ou se irá evaporar e sumir do cárter num piscar de olhos, surpreendendo o proprietário menos atento.

Ou aquele que acredita em conversa típica de vendedor "você não precisa se preocupar com o óleo, é só trazer para as revisões"

Não acredite nisso, você precisa se preocupar com o óleo todos os dias.

Basta o motor rodar com pouco óleo ou com óleo muito contaminado uma única vez e o estrago está feito.

O bizarro é dizerem o quanto isso é importante e se descuidarem de adaptar a viscosidade em função de nossa temperatura, mencionando sempre o óleo de viscosidade 10W-40 em primeiro lugar.

"10W-40 é um óleo semissintético que proporciona maior proteção contra o desgaste"...


Ora, ao ler isso sobre o óleo 10W-40 você é levado a pensar que a fábrica prefere que você use o óleo 10W-40...

— "Deus me livre usar 15W-50, só quero o melhor pra minha moto..."

E a fabricante prefere mesmo que você e seus clientes usem 10W-40, o autor chinês do manual está sendo honesto e não mentiu para seus clientes chineses.

O óleo de viscosidade 10W-40 é realmente o melhor óleo — para se usar na maior parte da China.

Mas como sempre ocorre, o manual foi traduzido ao pé da letra sem preocupação com a devida adequação para as condições brasileiras — o que acaba sendo muito conveniente para os importadores.

O fato é que o óleo 10W-40 irá apressar o desgaste e a primeira retífica do motor, porque na média o Brasil é um país mais quente do que a China.
Imagem: http://brasilescola.uol.com.br/geografia/tropicos-terra.htm

A maior parte da China está fora da zona tropical, ao contrário do Brasil.

Neste planeta, as temperaturas mais quentes geralmente ficam na zona tropical — nas Américas, essa zona (no bom sentido) fica entre a latitude da cidade de São Paulo e a fronteira do México com os EUA. A exceção são os desertos no interior de continentes onde as montanhas barram os ventos e as chuvas.

Mas não é só o relevo e a geografia que definem os limites da zona tropical.

Essa fronteira não é rígida, a temperatura não muda instantaneamente se você cruza a divisa de uma cidade para outra.

E quanto mais perto dos trópicos, mais instáveis os limites de temperatura da zona tropical, porque o ar não respeita fronteiras imaginárias.

Por isso, não é raro fazer tanto calor em Porto Alegre quanto em Cuiabá.

De modo geral, em todo o Brasil o certo é usar óleo 20W-50, mais adequado para as temperaturas predominantes nas terras de Pindaíba — como a própria tabela da página 18 do manual da Chopper Road recomend...

EITA PLEURA!!!  Плоды Артокарпус гетерофилла!!!

A tabela da página 18 parou de recomendar!!!!


O que nos leva ao...

Tropeço (ou pegadinha?) nº 8: a mentira pura e simples sobre a tabela de viscosidade x temperatura ambiente...

Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

A tabela que sempre serviu para indicar a "viscosidade mais adequada em função da temperatura ambiente" agora virou "tabela de alternativas para o caso de não encontrar o óleo 10W-40".

Coisa feia falar inverdades para os consumidores, dona haojue... 

Feia e ilegal, segundo o Código de Defesa do Consumidor — "o vendedor é responsável pela exatidão das informações fornecidas aos consumidores".

O que a tabela mostra é que o óleo 10W-40 vai bem em temperaturas ambientes mais baixas — para altas temperaturas, o óleo certo é o 10W-50, 15W-50 ou 20W-50.

Por que é errado distorcer essa informação sobre a finalidade da tabela de viscosidade x temperatura ambiente?

Porque você sempre encontrará o óleo 10W-40.

É um óleo super hiper comum, e você NUNCA precisará procurar alternativas para ele.

Você nem sequer olhará para a tabela.

Como resultado, você NUNCA perceberá que pode e deve adaptar a viscosidade em função da temperatura porque a haojue distorceu a finalidade da tabela na tentativa de esconder essa informação de você. Bela trollagem... bela trollagem... ainda bem que você leu a denúncia aqui no blog e não vai cair nessa.

A pegadinha que não aconteceu: 

Teria a Chopper Road a gravação do óleo recomendado 10W-40 na tampa de abastecimento que nem a Intruder? 

Como a Chopper Road / RC 150 é fabricada na mesma fábrica chinesa, eu imaginei que ela também iria trazer gravado 10W-40 na tampa da vareta medidora.

Então segunda-feira de manhã fui conferir na concessionária local... e para minha surpresa, a tampa não tem nada gravado!

Ela não induz a usar um óleo de viscosidade errada como as tampas de óleo das suzuki.

Aliás, a medição do nível é exclusivamente por vareta, a Chopper Road não tem visor de nível de óleo.

Então desse pecado a haojue se livrou — mas o viés para a viscosidade inadequada está escancarado no manual.

De qualquer forma, foi proveitoso ir até a concessionária local para ver a moto de perto.

A Chopper Road é mais bonita ao vivo do que nas fotos, é tão bem acabada quanto a Intruder, e posso dizer que agora tem alguns detalhes superiores (como o freio traseiro a disco combinado, e as mangueiras de freio de malha de aço revestidas)

Em compensação, cortaram o corta-corrente...

Perguntei sobre o óleo recomendado para as motos, e pelo menos naquela concessionária o pessoal está usando exclusivamente o óleo 20W-50, menos mal. Ponto para a concessionária, agora precisa ver se o restante da rede fará a mesma coisa...

Aproveitei para tirar as dúvidas sobre aquela parada jta / jtz — e ambas fazem parte do grupo j. toledo, uma não irá substituir a outra.

Segundo falaram, a suzuki está deixando de comercializar apenas as motos de baixa cilindrada com sua marca, vai ficar só com as grandalhonas.

Então a jtz é o braço que cuida exclusivamente das motos da haojue e motonetas da kymco, enquanto a jta continua cuidando apenas das motocicletas da suzuki.

Parece que a j. toledo está passando por uma grande reestruturação, o que pode explicar (mas nunca justificar) os desarranjos imperdoáveis da literatura técnica denunciados na postagem de ontem.

Se quiserem o respeito do mercado, eles terão de partir para algo mais elevado do que simplesmente cuidar da aparência e padronização das concessionárias (que aliás, foi inaugurada muito recentemente e está impecável, tanto na estrutura quanto no atendimento).

O fundamental para a marca é não cair nos erros do passado, tanto da j. toledo quanto de outras concessionárias de outras marcas.


As motos são bonitas, são boas, as concessionárias estão muito bacanas... 

Mas se as motos continuarem a ser maltratadas com pouco óleo, se os manuais continuarem a dar informações incorretas (e mal escritas), se os seus mecânicos não receberem um treinamento digno do nome — nada mudará daquilo que todos estamos fartos de ver nesse mercado.

Hoje paro por aqui, amanhã finalizo esse assunto com uma hipótese interessante para discussão.

Um abraço a todos, inclusive ao pessoal da concessionária, mas não aos responsáveis por tudo isso que critiquei aqui,

Jefferson

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Os problemas do manual do proprietário que podem colocar seu patrimônio e sua vida em perigo

Continuando com os problemas do manual do proprietário da haojue Chopper Road 150 que podem ter sérias consequências para você:

Tropeço nº 3: a perigosa regulagem da corrente de transmissão...

Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

O procedimento está muito errado, e cria uma situação perigosa.

O ajuste correto da folga da corrente de qualquer motocicleta é feito com alguém do mesmo peso que você sobre a moto ou, se a garupa for companhia frequente, você e sua garupa sentados sobre ela.

Só que isso é muito raro de se ver escrito nos manuais de proprietário... por que será?

Se você ajustar a corrente da moto para uma folga de apenas 10 a 20 milímetros sem peso nenhum em cima da moto, conforme o especificado por eles...

... na hora em que você (e sua garupa) se sentar(em), essa pequena folga desaparecerá completamente por causa da mudança da geometria da suspensão.

Para você ter uma ideia do quanto essa folga é insuficiente, motos equivalentes pedem 20 a 30 mm de folga na corrente, e nas mesmas condições sem ninguém em cima — e isso já é pouco... 

A folga da corrente é necessária para a suspensão traseira se movimentar sem retesá-la.

Rodando sem folga, sua corrente sofrerá um esforço muito maior que o normal e será esticada fortemente a cada buraco e lombada.

Isso irá reduzir a vida útil de toda a relação (corrente, coroa e pinhão) a 1/4 de sua vida útil, ou menos.

Você será obrigado a comprar peças novas e originais com intervalo de poucos meses — esse desgaste não é coberto pela garantia, é considerado "normal" pelas fabricantes.

E ainda existe a grande possibilidade disso causar a quebra do eixo do pinhão em curto prazo (um ano) por excesso de esforço repetitivo (fadiga do metal)... 

Esse reparo do eixo também não será feito em garantia — provavelmente ele se quebrará assim que a garantia acabar. 

E mesmo que quebre antes, alegarão mau uso da moto ou passagem por buracos, que você não terá como provar que não ocorreram, e isso não é coberto pela garantia.

Não queira imaginar o custo de trocar o eixo do pinhão, você perderá o sono — envolve remover o motor do chassi e abrir a carcaça inteira.

Pior é o risco de vida:

Perder totalmente a tração da moto na frente de um caminhão pode ser fatal, então esse procedimento de regulagem com folga mínima e insuficiente é... irresponsável.

Tropeço nº 4: as informações desencontradas sobre os freios 

Vale a pena aproveitar a figura da postagem anterior para comentar o procedimento destacado em laranja quanto à inspeção dos freios:
Imagem: Manual da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

"Acione ambos os freios para ver se estão flexíveis"???

Que пузырь é essa?

É mais um erro grosseiro de tradução.

O que deveria ser dito é para verificar se os freios parecem esponjosos, verificar se ao acionar a alavanca e pedal eles cedem lentamente.

Se você aciona um freio hidráulico e a pegada não é firme, isso indica a presença de ar na linha de freio.

Ar é compressível, fluido não é.

Isso significa que, na hora em que você precisar acionar o freio em uma emergência, a bolha de ar lá dentro da linha do freio diminuirá de tamanho, mas não fará força sobre as pastilhas de freio.

Sua frenagem será muito mais fraca e em vez de parar a moto em 10 metros, só conseguirá parar em 20 metros.

Ou seja, encherá a lata do carro na sua frente.

Do jeito que está, o texto pode ser entendido como uma preocupação com o ressecamento das mangueiras.

O envelhecimento natural causará a perda de sua flexibilidade ao longo de anos.

Não é um assunto para preocupação imediata.

Mas uma falha inesperada por um defeito qualquer, seja por problema de fabricação, erro de montagem, tombo besta ou desgaste natural, pode acontecer até no primeiro dia de uso da moto...

Então verificar a eficácia de atuação dos freios todos os dias faz muito mais sentido do que se preocupar com sua "flexibilidade".

E é isso que deveria ser enfatizado no manual, mas não é.

A necessidade de verificar os freios todos os dias não está sendo explicada para a imensa legião de novatos que terá a Chopper Road como sua primeira moto.

A informação fundamental omitida no manual é:

O que você tem de conferir, seja qual for sua versão da moto, seja com freio hidráulico ou a tambor, é se os freios estão agindo com eficiência na hora de parar a moto


Tropeço nº 5: a trollada em cima dos primeiros proprietários...

Por que a Chopper Road fala em mangueiraS de freio, se usa o freio traseiro a tambor e só tem uma única mangueira de freio?

Porque existem duas versões da moto, uma com freio traseiro a tambor e outra com freio traseiro hidráulico, e a maneira como a segunda versão foi lançada pegou muito mal.

Meses (ou você prefere contar em semanas?) depois de lançar a Chopper Road com freio a traseiro a tambor, a haojue passou a vender a moto com freios a disco dianteiro e traseiro de acionamento hidráulico de ação combinada, a tal Chopper Road CBS.

O que deixou os compradores iniciais revoltados:
 

Para quem comprou a moto na versão inicial, verificar se "os freios estão flexíveis" não faz sentido. 

Já quem teve a sorte de pegar o modelo novo, não tem do que reclamar.

Freios hidráulicos são infinitamente superiores aos freios a tambor, e com a versão combinada, acredito que eliminaram a tradicional "rabeada que leva para o chão" das obsoletas motos com freio traseiro a tambor.

Amanhã vou abordar a questão do óleo do motor e porque as informações passadas no manual sobre esse assunto podem colocar a vida dos ocupantes em perigo.

Até lá e um abraço, menos ao pessoal envolvido nessa literatura técnica,

Jefferson

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Os erros absurdos da literatura técnica da Chopper Road (e também alguns pontos positivos sobre a moto)

Prosseguindo com a série de postagens sobre a nova haojue Chopper Road 150, vou falar das coisas francamente erradas publicadas pela haojue em seu manual do proprietário e também no catálogo de peças.

Alguns desses tropeços são graves e podem colocar os ocupantes da moto em risco como a recomendação de colocar 800 ml de óleo em um motor com capacidade para 1.200 ml abordada na postagem anterior, e outros que serão apontados nas próximas postagens.

Se a haojue pretende ganhar mercado em relação à dafra Horizon 150, sua única concorrente 'custom' no mercado, não pode cometer a mesma pegadinha de indicar menos óleo do que o mínimo necessário.

Um ponto positivo é que tanto o manual do proprietário quanto o catálogo de peças estão facilmente acessíveis em links no site da haojue, uma atitude elogiável da empresa.
Imagem: Site da haojue Chopper Road 150 no link site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/ 

Geralmente o pessoal dificulta encontrar o link para o manual e disponibiliza os catálogos de peças somente para os concessionários.

Vou começar com os tropeços do catálogo de peças, que são novidade, para depois comentar o manual do proprietário...

Se prepare que aí vêm coisas muito, muito bizarras...

Antes de tudo, um ponto positivo: a disponibilização do catálogo de peças...

Para quem não conhece, o catálogo de peças é a informação passada pelas fabricantes aos concessionários para facilitar a identificação dos componentes da moto na hora de vender peças de reposição.
Imagem: Catálogo de peças com link no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

Esse catálogo é muito útil para o vendedor localizar para você as peças necessárias para um reparo.

Ele também permite saber coisas interessantes, por exemplo:

Apesar de o conjunto carburador ser mostrado com diversos componentes, nenhum deles pode ser comprado avulso.

Não existe o chamado kit de reparo do carburador. Irão lançar no futuro?

Não há nenhum giclê, nenhum anel de vedação, mola, agulha, boia, válvula, junta, nada para venda avulsa — apenas componentes universais ou que nunca se gastam.

Ao longo dos anos o carburador terá algum desgaste normal de componentes como giclês, válvulas ou boia, e você terá de trocar o conjunto inteiro — a menos que encontre peças compatíveis no mercado. 

Isso pode até ser preferível dependendo da capacitação técnica de quem estiver mexendo na sua moto, mas se você quiser economizar comprando as peças avulsas, terá de procurar fora da concessionária — ou então pagar a fatura do carburador completo. 

Por outro lado, um carburador trocado a cada 5 anos também não é o fim do mundo. Jezebel já está no seu segundo carburador, e também no segundo cilindro mestre do freio dianteiro. Em breve estará com o terceiro cilindro mestre, mas isso é assunto para outra postagem.

Tropeço nº 1: a tradução do catálogo de peças...

O catálogo de peças é um documento da mais alta responsabilidade, mas infelizmente não recebeu o respeito merecido.

O desconhecimento abismal de quem "traduziu" a literatura técnica dessa moto é assustador...

Não é um problema apenas de tradução. 

Se fosse, seria até compreensível, dada a dificuldade de traduzir os nomes das peças do Chinês para o Português usando o tradutor do google.

Quem fez o material não tem a menor ideia de como funciona um motor de moto, nem conhece o nome e a função de cada componente.

E o material não foi revisado por alguém com conhecimento técnico, o que deixa esse catálogo bem abaixo dos padrões mínimos da indústria.

Compare a vista dos componentes "pescador de óleo, mola da bomba de óleo e tampa da bomba de óleo" da figura 3 (no destaque vermelho) com a vista do conjunto da "pomba de óleo" (sic) da figura 14: (fiz uma montagem destacando os dois para facilitar.)
Imagem: Catálogo de peças com link no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

Essas peças atribuídas à pomba bomba de óleo não têm relação alguma com ela... 

Os itens 14 a 17 constituem o filtro de tela do óleo do motor, aquele que você mesmo abre e limpa a cada troca de óleo.

O "pescador de óleo" é a tela — basicamente, o próprio filtro. 

A "mola da bomba" é a mola do filtro. A "tampa da bomba" é a tampa do filtro de tela do óleo.

Não tem bomba nessa parada...

Imagens: Vista lateral externa esquerda e vista lateral interna direita de motores com componentes similares. 
http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2017/02/o-dia-em-que-honda-deu-um-tiro-no-pe.html e http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2017/10/o-que-tem-dentro-do-motor-da-sua-moto.html

O filtro de tela do óleo instalado externamente na tampa esquerda do motor não faz parte do conjunto da "pomba de óleo" instalada na carcaça direita do motor, debaixo da tampa da embreagem... Aliás, um verdadeiro crime ecológico colocar a pobrezinha espremida ali dentro. Coitadinho do bichinho

O filtro de tela do óleo é um dos componentes mais básicos do motor — um item de inspeção frequente em todas as revisões.

Todo ajudante de aprendiz de faxineiro de oficina de motos, por mais fuleira e boca de porco que seja, conhece esse filtro... mas não os responsáveis pela literatura técnica da Chopper Road. Decepcionante. Fizeram uma economia que não valeu a pena.

Além disso, o catálogo de peças causará dificuldades na hora de comprar peças de reposição.
Imagem: Catálogo de peças com link no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

A arruela do filtro centrífugo 24 virou "arruela da bomba de óleo"...

Alguém é capaz de explicar a existência de um suposto "pino da bomba de óleo" dentro do filtro centrífugo?

Bomba e filtro centrífugo são subconjuntos 'fechados' separados, e a única ligação mecânica entre eles não é feita por um pino dentro do filtro — mas por engrenagens externas aos componentes, como informado em azul na foto à direita acima.

E a bomba de óleo nem sequer tem um pino... isso está totalmente fora de lugar, erro de tradução puro e simples, mas que pode causar muita confusão.

Com um catálogo tão problemático, os vendedores terão muita dificuldade para localizar componentes na hora da venda... 

Os responsáveis por cometer essa tradução do catálogo de peças não conhecem as peças nem o funcionamento do motor, e não têm noções básicas de desenho técnico.

A Chopper Road é a única moto do mundo que não tem uma embreagem de partida... 

Pelo menos não com esse nome, porque ela é o subconjunto nº 9 identificado como "engrenagem de partida" na figura 5:
Imagem: Catálogo de peças com link no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

A embreagem de partida não é uma embreagem de atrito, como aquela que você usa para controlar o motor, mas basicamente um tipo de catraca.

Ela gira em uma única direção e serve para isolar o giro mais rápido do virabrequim em relação ao pinhão de partida quando o motor começa a funcionar.

O subconjunto da embreagem de partida possui 8 tipos de peças totalizando 11 componentes mostrados na figura, mas é identificado como apenas mais uma das muitas "engrenagens de partida" desse catálogo... 

No motor há somente três engrenagens de partida — motriz, movida e intermediária — que aparecem mais abaixo na figura 6.

Essa embreagem/catraca é um conjunto totalmente diferente de uma engrenagem de partida, compare:
Imagem: https://motos.mercadolivre.com.br/acessorios-pecas/engrenagem-da-partida-xr-200 - Esta embreagem de partida tem construção um pouco diferente, mas no geral todas têm esse conjunto de 3 ou 4 roletes com molas — coisa que uma engrenagem decididamente não tem.

Não dá para confundir uma com a outra.

A única vez em que a expressão "embreagem de partida" é mencionada em todo o catálogo é na seção "Encrenagem de partida" (sic).
Imagem: Catálogo de peças com link no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

Outra peça que será difícil de encontrar é o "rotor da engranagem" (sic) que na verdade é a carcaça do filtro centrífugo de óleo, o filtro de óleo principal do motor. 

A peça mostrada é a carcaça, não sua engrenagem de acionamento (que foi apontada como engrenagem de partida, item 8).

E essa engrenagem, apesar de aparecer ao lado da outra no desenho, não se engrena com a tal "engrenagem de partida" que na verdade é a embreagem de partida. Bizarro. Caótico.

Outra coisa:

Aquele conjunto de peças alinhadas desde o item 8 até o item 23 na figura lá de cima compõem o filtro centrífugo de óleo, não a bomba de óleo.

E ele é montado e instalado conforme a linha destacada em azul, do outro lado do motor em relação ao filtro de tela de óleo — aquele que foi chamado incorretamente de tampa, mola e pescador de óleo...

Um catálogo de peças com uma salada de erros tão graves dará muita confusão na hora de vender peças no balcão... Se eles não corrigirem isso, prepare-se para passar raiva na hora em que precisar de peças.

Aliás, deveriam ter corrigido antes de publicar, ninguém merece ler aquilo.

Tropeço nº 2: o descuido com a qualidade do manual do proprietário...

Tem coisas nesse manual que fazem parecer que quem fez a tradução só vê motocicleta quando o motoboy chega com as pizza e as coca. Eu sei. É piada de paulista. Posso brincar com erros de concordância aqui no blog, mas nunca em um documento que é a comunicação direta da empresa com os clientes.

O manual do proprietário da haojue Chopper Road é um verdadeiro festival de atentados ao nosso idioma mesmo nas concordâncias mais básicas...

Um descuido tão grande quanto à apresentação visual, um desrespeito aos clientes e até mesmo uma afronta à lógica...
Imagem: Manual de proprietário da haojue Chopper Road 150 com link encontrado no site https://haojuemotos.com.br/models/chopper-road-150/

"Quando o interruptor do indicador de direção é pressionado para a esquerda, vire à esquerda."??? 

O certo não seria "Mova o botão do indicador de direção para a esquerda a fim de sinalizar uma conversão à esquerda."

"lâmpada quebrada"... Lâmpada boa é assim: quebra, mas não queima!

"Indicador reset"... 


Por que "indicador"? 

Por acaso a moto tem uma luzinha que acende na hora em que você gira o botão de reajuste do hodômetro parcial para zerar a contagem? 

Não, não tem — se tivesse, ela poderia ser chamada de indicador.

Por que "reset"?

Por acaso o hodômetro parcial é eletrônico? E se fosse o caso de ser eletrônico, não existe a tradução "reiniciar"? 

"Indicador reset" é simplesmente "botão de reajuste".

"Apertar a vela com as mãos?"

Eu queria ver alguém usar as duas mãos para apertar a vela de ignição naquele espaço onde mal cabem dois dedos.

Decifrando o texto:

"tampa da vela" = "conector da vela de ignição"

"É aconselhável substituir os anéis de vedação quando o óleo do filtro de motor é alterado."...

Como assim, "óleo do filtro de motor alterado"???

Essa "instrução" é uma das coisas mais toscas que já li... 

A Road Chopper não tem filtro substituível, e não fica óleo retido no filtro de tela.

Onde é que entra o "óleo do filtro de motor" nessa estória?

Tentaram dizer para substituir o anel e a arruela de vedação do filtro de tela do óleo e do bujão de drenagem do motor em todas as trocas de óleo?

Por que não disseram isso de maneira inteligível? 

Usaram google translator? Bem feito!

E esse carburador de "evaporação estável" deve ser alguma tecnologia nova que substituiu a 'pulverização' estável do combustível... o correto seria aspersão, já que tecnicamente o combustível não vira pó, mas isso é algo que já desisti de convencer os engenheiros... é uma luta inglória.

O que a haojue chama de "evaporador de combustível" no catálogo de peças é um componente do sistema de controle de emissões poluentes, não tem nada a ver com o funcionamento do carburador em si.

Incrível que essa literatura "técnica" grotesca tenha sido aprovada por engenheiros experientes no mercado como os da jtz – jta – j. toledo... ou não passou pela mão dos engenheiros?

Espero que revisem esses volumes da literatura técnica o mais cedo possível, e não, não estou interessado em pegar o trabalho.

Eu ficaria tentado a me divertir com o assunto...
Em todos esses anos trabalhando nessa indústria vital, eu pensava que já tinha visto de tudo nesse mercado...

Mas esse pessoal continua se superando a cada ano.

Sempre aparecem coisas novas que não deveriam.

Depois de descer a lenha, vou citar alguns pontos positivos:

Minhas críticas não são em relação à moto, que considero um dos pacotes mais interessantes já lançados, mas à atitude descuidada da empresa e ao uso de macetes condenáveis para abreviar a vida útil do motor e de componentes de desgaste caros — trazendo riscos aos ocupantes — coisas que sempre combato aqui no blog.

Nada contra a moto em si e sua mecânica, nenhum preconceito contra motos chinesas (tive duas e sempre me atenderam muito bem).

Vi a moto segunda-feira de manhã na concessionária e essa última versão com freios hidráulicos combinados está oferecendo um item que prezo muito: 

Segurança na frenagem. 

Freios eficientes salvam vidas, e mais eficiente do que freios a disco dianteiro e traseiro combinados, somente o caríssimo (e para mim, sempre passível de falhar na hora H) freio ABS.

O pacote da Road Chopper é mais bem equipado e tem acabamento superior à Kansas, e somente é comparável na categoria dela à Horizon 150 — que não tem freio traseiro a disco.

Considero o motor uma boa solução técnica pelos motivos que já comentei aqui:

O projeto une a boa característica do filtro de tela de óleo externo de fácil manutenção — cujas vantagens comentei em uma postagem anterior — somada à eficiência do filtro centrífugo interno mais o bom rendimento do comando no cabeçote.

São soluções técnicas que podem assegurar uma longa vida útil — desde que o motor não seja tratado com penúria de óleo lubrificante graças a estratagemas 'espertos' do manual do proprietário...

Os freios e o motor de manutenção fácil de ser feita pelo dono são dois fatores que a colocam em um patamar acima da agora clássica Intruder 125.

Além disso, a Chopper Road 150 está sendo vendida pelo preço de 6.290 realetas sem frete.

Esse é praticamente o mesmo valor cobrado no lançamento da dafra Kansas em 2008 — 6.500 reais — com o valor do dólar sendo quase a metade do que é hoje.

Naquela época eu dizia que nossas motos poderiam ser vendidas pela metade do preço que ainda dariam lucro para as empresas, e parece que essa moto confirma isso.

Se essa tendência de preços em queda continuar, finalmente teremos motos a preço justo neste país — desde que os empresários não fiquem tentados a recuperar a margem de lucro apressando a venda das peças de reposição.

A postagem ficou longa, vou parar por aqui e amanhã eu continuo descendo a lenha.

Vou falar das informações do manual do proprietário que podem colocar você, sua garupa, seu patrimônio e o motor de sua moto em sérios riscos.

Um abraço, menos aos responsáveis pelas pataquadas,

Jefferson