sábado, 31 de outubro de 2015

Molecada fazendo sdRuvyrNyaRtz com motonetas

Vídeo só com a molecada aprontando todas com motonetas, scooters e afins, e provando definitivamente que essas coisas não deveriam estar nas mãos de adolescentes sem habilitação e sem vivência no trânsito.

Falta noção de perigo, falta noção das regras de trânsito...

Falta noção, e ninguém nasce sabendo.

Mas se não aprender muito rápido, já era. 

A molecada entra no matadouro do trânsito pensando que está no quintal de casa, e muitos descobrem que neste videogame do mundo real você só tem disponível uma única vida quando é tarde demais.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O que você faria?

Duas situações onde o piloto pergunta o que você faria, que decisão você tomaria ao se deparar com o trânsito parado na sua frente?

Aguardaria, ou aproveitaria a agilidade da moto para passar pelo espaço livre?

Assista o vídeo e aprenda mais essas armadilhas do trânsito.

Na primeira situação, passar muito próximo a carros estacionados sempre traz o risco de alguém abrir a porta.

Muita gente boa, inocente e sem malícia já caiu por causa disso:


Na segunda situação, a atitude impulsiva do motorista jogando o carro contra a sarjeta é um indicativo de que ele poderá aprontar uma dessas.

Percebeu que o motociclista se livrou de acidentes porque estava em uma velocidade compatível com a via? 


Essa pilotagem é bem diferente daquilo que a gente costuma ver aqui no Brasil, com os motoqueiros correndo para tirar o pai da forca.

Há pequenos detalhes que somente olhos treinados no trânsito são capazes de perceber — a
 maneira geral como um motorista dirige pode indicar que ele é um cara capaz de atitudes impulsivas e inconsequentes.

Com a experiência, e sabendo interpretar, você passa a perceber a atitude dos motoristas se preparando para esterçar e se protege antes de correr risco.

Com a vivência, você passa a interpretar que uma diminuição de velocidade denuncia a intenção de uma parada ou manobra; um motorista hesitante em baixa velocidade indica alguém procurando um endereço ou uma vaga para estacionar e, portanto, um cara capaz de estancar o carro na sua frente.


Do mesmo modo, carros estacionados que se preparam para sair da vaga podem ser detectados pelo início do esterçamento das rodas.


O melhor indicativo que um carro possa sair de uma vaga é ver a cabeça do motorista olhando o retrovisor (e não vendo a moto).

Mas não pense que um carro aparentemente vazio não possa sair rodando — motoristas baixinhos desaparecem atrás do encosto de cabeça...


O melhor mesmo é não passar perto de carros parados.

Acrescento parte do comentário feito pelo leitor José Carlos Aires:


Apenas complementando o assunto, aqui no Brasil quem provoca acidente abrindo a porta do veículo é responsabilizado legalmente pelos danos causados ao terceiro, pois é obrigação do dono do veículo verificar se é possível abrir a porta com segurança. Eu trabalho com seguro e já vivenciei essa responsabilização em uma indenização. 


Fica registrada a informação, obrigado!


Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Quando a estrada é um tapete que dá gosto...

Quando a estrada é um tapete que dá gosto...

... nem assim você pode se descuidar.

Por mais perfeito que seja o asfalto, sempre pode aparecer um buraco em uma curva.


Foi essa cratera aqui que fez a garota perder a trajetória:

Note que ela não estava em uma velocidade excessiva, e mesmo assim houve o acidente.

O painel da moto indica a velocidade em milhas por hora, então 45 mph correspondem a 72 km/h.

Bastou um único buraco para tirar a estabilidade da moto e jogar a garota na contramão.

Provavelmente se ela estivesse pilotando com mais firmeza dos pés nas pedaleiras e joelhos contra o tanque o acidente não teria acontecido.


E quando a estrada não é um tapete, ela fornece indicações de que grandes buracos estão a caminho.

Fique atento a esses indícios e não caia na armadilha das crateras no asfalto.

Buracos geralmente se formam nas trilhas das rodas dos carros e dos rodeiros dos caminhões.

Rodar alinhado com essas trilhas é certeza de encontrar buracos, veja abaixo os buracos e os consertos nas trilhas dos rodeiros
. Até o motorista daquele caminhão está usando a faixa central livre de buracos...
Imagem: http://blogs.diariodonordeste.com.br/centrosul/tag/buracos/

Se o motociclista acima tivesse ficado no centro da faixa, ou se tivesse prestado atenção nas condições cada vez piores do asfalto, não teria sido pego de surpresa como foi.

O leitor C. Junior fez um comentário interessante:

Quando estiver de moto em uma rodovia e atrás de um outro veículo, (por exemplo, prestes a fazer uma ultrapassagem) se tu estiver no trilho do pneu dos carros e caminhões, corre o risco de passar em buraco provocado por eles, ou de buracos como esses da última imagem, que nitidamente são por falta de manutenção.

Mas se andar no meio da "pista" (no centro da faixa da direita), corre o risco de bater em algum animal morto ou qualquer outra coisa como pedras, sujeira, areia, pneu dechapado, etc. É complicado. O piloto da moto precisa avaliar muito bem a situação, mas nunca vai estar livre dessas encrencas...

Por isso, o melhor é andar em velocidade compatível com a via e manter aquela distância de segurança para o carro ou caminhão da frente para que, caso apareça algum destes imprevistos, dê tempo de desviar ou tomar outra atitude.

No caso da ultrapassagem, acho que o melhor é ser feita de uma vez (com precaução, é claro), sem ficar muito tempo atrás de um carro ou caminhão que tiram a sua "visão além do alcance".

Valeu pelo comentário, Junior! Boa contribuição!

Uma pilotagem relaxada impede reações rápidas essenciais para um momento como esse.

Não se descuide mesmo nos momentos de maior tranquilidade em que nada parece que vai dar errado. 


É aí que mora o perigo, naquele momento em que baixamos a guarda e somos pegos e surpreendidos pelo acaso.


Um abraço,


Jeff

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A yamaha se inspirando na honda

A yamaha se inspirou na honda em matéria de jogar dinheiro fora fazendo coisas inúteis e trouxe sua grande novidade para o Salão de Tóquio:
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2015/10/yamaha-aposta-em-robo-motoqueiro-e-carro-esportivo-no-salao-de-toquio.html

Um robô capaz de pilotar uma moto em alta velocidade.

Da mesma forma que várias empresas estão desenvolvendo carros autônomos capazes de saírem por aí sem motorista, a yamaha desenvolveu um robô que pode se adaptar a uma moto e arrepiar por aí.

Olha só que bacana:

Ops, vídeo errado... 

Não é o melhor exemplo de carros dirigindo no automático. Tô fora dessa coisa de automação. Só espero não encontrar um desses pelo caminho.


Mas pense nas vantagens:

Com esse robô motoqueiro da yamaha, agora você não precisará mais ter todo aquele trabalho de pilotar sua própria moto.


Você aciona o robô, ele sobe na sua moto e vai embora pilotando para onde quiser que ele vá, enquanto você fica em casa curtindo a vida.
Imagem: http://www.theandrewblog.net/2013/01/14/can-greatness-just-be-funny-the-simpsons-and-marge-on-the-lam/

Epa, péraí...

Fala sério, qual a utilidade disso?

Acabar com o meio de vida dos motoboys? 

Não, robôs são muito caros, e humanos são descartáveis. Pelo menos aqui no Brasil.

Eu só vejo uma utilidade para essa coisa, servir como substituto de pilotos de prova durante testes de rodagem de longa duração.


Ou seja, é um dispositivo interno de alta tecnologia que só tem mercado dentro de empresas fabricantes de motos: a yamaha e suas concorrentes. Humm, acho que não rola.

Fica a dúvida se o robô também desenvolverá a capacidade de percepção de um piloto humano para perceber que o pneu está perdendo aderência. Mas pelo menos ele cai e não se machuca.

Nesses testes de rodagem de longa duração a yamaha poderia usar esse robô para descobrir o que acontece com os motores das motos quando eles são abastecidos com óleo insuficiente nas revisões de concessionária.

Se bem que para isso não precisavam gastar tanto dinheiro em pesquisa e desenvolvimento...


Tivessem conversado com os próprios clientes, como eu faço, e descobririam casos como o da yamaha Crypton que fundiu o motor com 3 mil km.


Cliente lá da padoca. Descobri isso esta semana, e sem precisar de um cérebro positrônico.


Ele se livrou da yamaha Crypton amargando um prejuízo enorme e hoje comprou uma honda Fan.

Felizmente pude fazer o alerta e ele não vai ser lesado novamente por essa prática nefasta que todos os fabricantes se omitem de coibir.

Dona yamaha, saia por aí conversando com as pessoas que a senhora vai descobrir coisas incríveis.

E pavorosas.

A senhora descobrirá que clientes insatisfeitos com essa péssima experiência pulam da frigideira para o fogo migram para a concorrência falando mal da sua empresa. Até descobrirem o mesmo problema com a concorrência.

É muito melhor falar diretamente com os clientes do que torrar dinheiro mandando um robô fazer as coisas no seu lugar.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quando a honda ainda era Honda

Saca só esse carro-conceito criado pela engenharia da honda e apresentado no Salão de Frankfurt:
Ibagem e reportagem: http://edition.cnn.com/2015/09/10/autos/honda-half-motorcycle-half-race-car/index.html

Bas que berda é essa?

Não está faltando um pedaço, a obra é essa mesma que você está vendo.


Parece que construíram o carro e só lembraram depois que precisava de um lugar para o piloto, aí fizeram um puxadinho ali do lado. 
Imagem e reportagem: http://edition.cnn.com/2015/09/10/autos/honda-half-motorcycle-half-race-car/index.html

Veja a reportagem da CNN neste linkE tente encontrar uma palavrinhazinha só de crítica...

Sabe o que é isso aí?

Os criadores dizem que é um carro de corrida híbrido que dá ao condutor "a sensação de pilotar uma motocicleta".


E pelo visto, também dá a mesma segurança. Nenhuma.

Ainda bem que coisas como estas não acontecem em corridas:

Ops...

Fala sério, a honda já fez coisa muito melhor que isso.

Tá certo que carro-conceito é criado apenas para chamar atenção e atrair a imprensa, não tem obrigação de ser fabricado.

Mas faz favor, né?


Busquem atenção por alguma coisa que surpreenda e encante, e não que seja motivo de chacota por conta da idiotice do projeto.


Voltem a fazer coisas como a Honda era capaz de fazer antigamente...

Breve história da Honda antes de ser honda


No tempo do seu Soichiro Honda, que conduzia as coisas ele mesmo com a mão na massa, a Honda (naquela época, com H) escreveu uma história verdadeiramente admirável.

A empresa nasceu em 1937 fabricando autopeças de má qualidade (seu Soichiro mesmo que contou), atravessou a guerra, reconstruiu tudo depois de um bombardeio e dois terremotos, faliu e renasceu das cinzas fabricando bicicletas motorizadas — e só construiu a primeira motocicleta de verdade em 1947.

De verdade, mas por precaução e por causa da escassez do pós-guerra, ainda com pedais... Às vezes fazem uma falta... 
Imagem: http://world.honda.com/history/limitlessdreams/atype/

O seu Soichiro sonhava alto e não perdeu tempo — sempre aprimorando seus produtos, inscreveu suas motos em competições internacionais, a primeira delas aqui no Brasil, em Interlagos, apenas 6 anos depois. 
Imagem: http://www.honda-museum.com/racing-bikes/

E não se passaram 16 anos da primeira moto, ele já estava construindo carros — e naquela época Honda ainda não era Honda.

O primeiro automóvel da Honda foi este aqui, o T-360 com motor 4 cilindros de 30 hp, lançado em 1963:
Imagem e histórico: https://en.wikipedia.org/wiki/Honda_T360

E apenas dois anos depois dessa coisiquinha a Honda já estava disputando e ganhando corridas na Fórmula 1 (tá certo que naquela época a Fórmula 1 estava mais para Corrida Maluca do que hoje).

Esse aí debaixo é o carro que deu "inspiração" para aquela monstruosidade híbrida lá de cima — a empresa que começou motorizando bicicletas ainda não era maior de idade e já em 1965 tinha um Fórmula 1 com motorzão V12 de 230 cavalos, tudo de projeto próprio:
Imagem: https://en.wikipedia.org/wiki/Honda_RA272

Foi o primeiro carro da Honda a ganhar uma corrida de Fórmula 1 já faz meio século. Putz, tô clássico. E lembrei agora, a primeira vez que vi um F1 foi quando meus pais me levaram para assistir Grand Prix no cinema... estória inspirada em parte na Honda (Yamura). Será que é por isso que eu... Uh, preciso falar urgente com os meus psiquiatras.

A Honda mal tinha começado a fabricar automóveis e o RA272 já estava alinhado com o que de melhor havia há 50 anos, ainda na época dos F1 charutinhos... olha lá na frente o Honda 22 na primeira fila enquanto o Dick Vigarista queima a largada.
Imagem: http://www.f1fanatic.co.uk/2009/06/29/when-did-f1-cars-look-their-best-poll/hill_clar_gint_zand_1965/

No tempo em que o seu Soichiro esteve vivo, a Honda continuou fazendo coisas incríveis que davam muito orgulho a todos, só quem viveu é que viu.
Imagem: http://www.f1fanatic.co.uk/2015/05/20/rosberg-could-score-first-monaco-hat-trick-since-senna/mp4-5b-mcla-senna-06-1990/

Com o aval do seu Soichiro, a Honda foi pioneira no desenvolvimento da tecnologia de robôs humanoides com o Asimo...
Imagem e reportagem: http://akihabaranews.com/2013/10/16/article-en/japanese-robots-asimos-nemesis-grows-stronger-will-honda-respond-video

E sob sua liderança se lançou no desenvolvimento de um avião a jato, o HA-420, que começa a ser comercializado agora.
Imagem e ficha técnica: https://en.wikipedia.org/wiki/Honda_HA-420_HondaJet

Naquele tempo, Honda era Honda.

Será que o seu Soichiro ia compactuar com esta outra... ahn... criação da honda exposta no Salão de Tóquio?

Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/10/salao-de-toquio-tenta-antecipar-o-futuro-dos-carros.html

Será que se o seu Soichiro ainda estivesse vivo, ia deixar essa nova geração de engenheiros ficar jogando dinheiro fora com essas coisas ridículas que não são nem carro, nem moto e que não servem nem para demonstrar tecnologia porque são máquinas inúteis ou temerárias? Hummm... falaram a mesma coisa das carruagens sem cavalos... mas divago.

O irmão do seu Soichiro morreu em uma corrida de carros ainda antes de a Honda nascer, e por isso ele sempre cobrava de seus engenheiros a preocupação com a segurança...


Esses carros-conceito monstruosos são prova de que os novos engenheiros esqueceram os fundamentos que nortearam a empresa.

O piloto de provas correria risco de vida do lado de fora daquela banheira lá de cima — não precisa ser nenhum géneo para ver que em uma colisão lateral com qualquer coisa, até a barreira de pneus, o coitado do piloto não teria proteção adequada... 

O Senna morreu apesar de estar muito mais protegido. O nível de exposição do piloto oferecido por aquela coisa está quase no nível dos carros de corrida dos anos 30 que mataram o irmão do seu Soichiro.

Com os engenheiros da nova geração fazendo coisas como essas aberrações, não é à toa que a McLaren-Honda está disputando as últimas posições no campeonato deste ano.
Reportagem: http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2015/09/com-paciencia-no-fim-mclaren-pede-cabeca-de-diretor-da-honda-na-f-1.html


Outra coisa:

Será que o seu Soichiro ia permitir que a filial brasileira colecionasse tantos casos de motores de motocicletas abrindo o bico fundindo ainda em garantia por causa desse escândalo do óleo, tendo que jogar fora projetos recém lançados e mesmo assim não conseguindo resolver o problema


A honda perdeu o rumo, e já tem um tempinho.


Uma empresa que antes se destacava pela inovação, agora se destaca por carros-conceito duvidosos e motores sem confiabilidade, seja na Fórmula 1, seja aqui nas ruas brasileiras. 

Pergunte aos donos de motos honda pequenas de 2011 para cá... Já até virou motivo de piada na internet.

É engraçado, mas é triste, porque no final a conta pesa no bolso dos proprietários.

E todo mundo perde com isso, inclusive a honda a longo prazo.

Um abraço,


Jeff

PS: Resfriado de pribavera é uba berda.

domingo, 25 de outubro de 2015

O que eu faço se minha moto pegar fogo?

O que você faz se a sua moto pegar fogo?
Imagem e reportagem: http://sportv.globo.com/site/eventos/mundial-de-motovelocidade/noticia/2015/10/moto-vira-bola-de-fogo-apos-queda-de-piloto-em-treino-na-malasia-fotos.html

Se a moto pegou fogo, se mande, porque já era... 

Melhor perder a moto do que a vida, grandes queimaduras matam.


Ninguém consegue se queimar "só um pouquinho" — toda queimadura que atinja metade de um braço ou perna já coloca sua vida em risco por falência dos rins.

Uma moto pegar fogo é uma coisa rara, mas de vez em quando acontece — principalmente se você deixar que ela fique vazando gasolina.

Mas pode acontecer, como neste acidente filmado em um dia comum de trânsito normal aqui em Floripa:

Ops, me enganei... era um domingo.

Em caso de incêndio, você pula fora pra longe da moto, mas se as suas roupas estiverem pegando fogo, você não poderá sair correndo.

Quando a roupa pega fogo, dar no pé é a primeira coisa que vem na cabeça. Além da fumaça.

Mas correr com a roupa pegando fogo é o pior erro que você pode cometer.

Correr com a roupa pegando fogo é a mesma coisa que abanar a churrasqueira, você joga mais ar (= mais oxigênio) na fogueira.

Aliás, você tem mais chance de ver suas roupas pegando fogo em um churrasco com a família do que andando de moto, por isso sempre é bom saber como agir numa emergência dessas.

A coisa certa a fazer é manter a cabeça fria (sem trocadilho), não inalar o fogo e a fumaça, proteger os olhos, ficar longe da gasolina vazando do tanque da moto (ou da churrasqueira), se jogar no chão e ficar rolando até apagar o fogo (enquanto ninguém te joga um balde de água, guaraná, coca-cola, cerveja — só não pode jogar cachaça).

Se outra pessoa estiver com as roupas em chamas e sair correndo, não hesite!

Derrube-a com uma rasteira com cuidado para que ela não bata a cabeça ao cair, e faça com que ela role no chão enquanto tenta abafar o fogo com um pano, blusa, cobertor, qualquer coisa que abafe o fogo — só não use tecidos sintéticos para isso.

Não use seu próprio corpo para abafar o fogo das roupas da outra pessoa se as suas roupas forem de nylon ou poliéster, que pegam fogo e derretem com facilidade — se você estiver usando calças jeans, elas oferecerão alguma proteção por pouco tempo, a menos que a vítima esteja encharcada de gasolina. 


Arranque as roupas queimadas antes que elas grudem nas queimaduras, e impeça o contato da pele ferida com sujeira — não passe nem coloque nada sobre queimaduras graves (nunca use álcool, pomada, pasta de dente, gaze, lençol — nada além de água limpa ou soro fisiológico, se estiver à mão).

Apenas lave com muita água, de preferência mineral, senão quando chegar no hospital os médicos terão de raspar as ataduras, pomada, seja o que for a fim de remover, e vai doer muito muito mais. Muito mais mesmo.

E como bem lembrou o leitor José Carlos Aires (obrigado!):


Um detalhe importante em qualquer queimadura recente, é que o local atingido deve ser resfriado (se possível) com água, gelo, o que for, para evitar agravamento, pois a área atingida aumenta, mesmo após a eliminação da causa — o calor que fica na pele continua cozinhando os tecidos sadios e se estende até o resfriamento total.


Se você tiver certeza absoluta de que o único problema da vítima é a queimadura, ela não tem nenhuma fratura ou lesão interna, leve-a imediatamente ao hospital — se o problema for apenas de queimadura, não há sentido em chamar e aguardar o resgate dos bombeiros.

O transporte não irá agravar os ferimentos se eles não ficarem em contato com o banco do carro, mas a demora no atendimento sim.

Duvida que apenas rolar no chão funcione para apagar o fogo?


Essa molecada desmiolada corajosa já testou isso por você:

MAS ATENÇÃO: 

Não tente fazer a mesma coisa que esses garotos fizeram — isso pode dar muito errado.


O vídeo serviu para mostrar que a técnica funciona, mas o garoto poderia ter morrido nessa brincadeira.

Ele se queimou, mesmo usando roupas protetoras por baixo das calças. 

Queimaduras em uma grande área do corpo são mortais — a pele precisa eliminar o suor, e deixa de fazer isso quando queimada. 

Além disso, todas as terminações nervosas não param de doer terrivelmente o tempo todo, sem descanso — é insuportável.

Se a pele for queimada mesmo que superficialmente por uma grande área, os rins trabalharão com sobrecarga, deixarão de funcionar e a vítima morrerá em poucas horas ou dias, dependendo da extensão e gravidade dos ferimentos.


Com dores indescritíveis.

Agora que você aprendeu a técnica, assista este vídeo dos bombeiros de Trinidad e Tobago com dicas de como evitar incêndios, como se proteger em um incêndio, e uma dancinha para você nunca mais esquecer a técnica de parar, cair e rolar (stop, drop, roll).

É do Caribe!

Então... você está curioso e quer saber tudo sobre incêndios

Não brinque com fogo, não brinque com fogo, não brinque com fogo, você se queimará com fogo!

Em um incêndio não se esconda, todo mundo caia fora, na fumaça apenas caia e rasteje

Não volte para dentro porque você pode perder a vida, todo mundo foi contado?

PARE, CAIA, E ROLE se o fogo queimar sua roupa

Não brinque com fósforos, não brinque com velas, não brinque com isqueiros, você vai se queimar...

Não brinque com fogo, não brinque com fogo, não brinque com fogo, você se queimará com fogo!

Em todo o País tem um corpo de bombeiros, você só precisa chamar

Estamos aqui para ajudar! Sua vida e propriedade também, te levantar quando você cair

PARE, CAIA, E ROLE se o fogo queimar sua roupa, mantenha o fogo sob controle e ligue 193 

Não brinque com fósforos, não brinque com velas, não brinque com isqueiros, você vai se queimar...

Não brinque com aquecedores, não brinque com tomadas, não brinque com fogo, você vai se queimar!
*****
De brinde, você também nunca mais vai esquecer a musiquinha, ela vai grudar na sua cabeça e você só irá esquecer quando ficar velhinho / velhinha. E então seus netinhos irão cantar para você.

Nem precisa me agradecer por isso (hehehe)

Um abraço,

Jeff

sábado, 24 de outubro de 2015

O vazamento do retentor da honda Lead e outras motos

Transcrevo comentário feito pelo leitor Ygor Pessoa na postagem honda desiste da CB 300 e cria uma moto Frankenstein — essa nova moto vai fracassar como as Bros e Titans 160:

Jeff, bom dia

Você deve saber que também sou proprietário de uma honda Lead, e tem uma coisa que ninguém fala, que é o problema crônico de estouro do retentor do motor levando a moto a ficar vazando óleo.

Já tive dois [retentores] estourados, o primeiro com menos de 200 km (coberto pela garantia) e o segundo já com mais de 20 mil km, o que acontece é que fica vazando óleo que escorre por baixo do CVT (ninguém vê) pois só vaza com ela em movimento e na garagem só fica o pouco que sobra, ou seja, muito pouco para se desconfiar.

A minha já está com 37 mil km ainda com retentor estourado, só que fico de olho e vou repondo (200 ml a cada mil km), já está chegando ao ponto de que gastar 160,00 e mandar arrumar ao invés de repor óleo sairá mais vantajoso.

Se tiver duvida, dê uma olhada no fórum Leadclube e verá a inúmera quantidade de proprietários com o mesmo problema.


No caso do colega [da postagem da UFSC], se estava com retentor estourado e não viu (troca a cada 4000 km do semissintético = 800 ml a menos), cabem apenas 750 ml de óleo no cárter.


Olá, Ygor


Obrigado por informar, desse problema específico da Lead eu ainda não tinha havia ouvido falar.


Muito importante esse seu depoimento, servirá para informar proprietários que cheguem até este blog.


Esse tipo de vazamento invisível também ocorre em motos sem CVT, falei sobre isso nesta postagem aqui


Nas motos tradicionais, o óleo que vaza do motor acaba confundido com aquele usado na lubrificação da corrente, e é por isso que é fundamental verificar o nível de óleo com frequência.

É triste ver uma empresa como a honda tendo problemas de fabricação patéticos como esse.


Esse retentor de óleo começar a vazar em motos muito rodadas é algo normal, as peças se desgastam e precisam ser trocadas com o tempo.

Mas um retentor apresentar problema logo aos 200 km é indício de erro de montagem ou falta de controle de qualidade adequado.

Um abraço,


Jeff

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Sorte que eu tinha um capacete

e ele não era um coquinho
senão eu tinha quebrado o coco 
caindo que nem uma jaca 
bem na pedra no meio do caminho.

Carlos Drummond de Andrade e Jeff

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Dar tranco na moto estraga o motor de partida? Como funciona a partida elétrica das motos?

Transcrevo a dúvida do leitor gbs na postagem Como fazer a moto funcionar no tranco: 

Minha moto pifou o motor de partida, o mecânico não recomendou o tranco dizendo que era arriscado, porque 'não sei o que' é em X, é uma Virago. 

Ele disse que a escovinha foi 'detonada' pelos poucos trancos que tive que dar. 

Isso procede? 

Alguma dica para instalação caseira de um motor de partida novo?

Bom, vamos lá:

Primeiro, vamos entender de maneira resumida como funciona o motor de partida dos carros:

Quando você aciona o interruptor de ignição, o relé de partida envia corrente para energizar o motor de partida para que ele gire.

Simultaneamente, o bêndix (um atuador com bobina eletromagnética e mola de retorno) empurra uma alavanca que desloca o pinhão para fora do alojamento e ele se engrena com a enorme coroa do volante do motor, fazendo girar o virabrequim.

Quando o interruptor de ignição retorna para a posição normal de funcionamento, o motor de partida para de girar e o atuador se recolhe automaticamente porque, se continuasse engrenado, a rotação do motor faria o motor de partida girar arrastado e suas escovinhas de carvão seriam detonadas. 

Ah, então o que o mecânico falou era verdade?


Até onde eu sei, não.

O sistema de partida da moto funciona de um jeito diferente — ele não tem bêndix.

O pinhão permanece acoplado com a engrenagem louca de partida o tempo todo.

Então como é que as escovinhas não são detonadas?

Porque a engrenagem louca de partida é acoplada a um dispositivo tipo catraca, também chamada de embreagem unidirecional.

Por que ela é chamada de louca?

Porque ela só gira quando está sendo acionada pelo motor de partida.

A embreagem unidirecional é de um desses dois tipos aqui embaixo:

E como o nome diz, ela só permite o giro em uma direção.

Quando você aciona o motor de partida da moto, o pinhão de partida faz girar uma série de engrenagens até chegar à engrenagem louca de partida acoplada à embreagem unidirecional. 
Imagem: https://www.youtube.com/watch?v=2CGfStxPaF8 — Não usei o vídeo porque só mostra o funcionamento de um conjunto defeituoso.

A embreagem unidirecional se acopla ao volante do motor e faz girar o virabrequim até que o pistão comece a trabalhar.

Assim que o motor da moto entra em funcionamento, a velocidade de giro do virabrequim é maior, bem maior do que a velocidade de giro do motor de partida.

Como a catraca permite o giro independente da engrenagem de partida em relação ao volante do motor, o movimento não é transmitido ao motor de partida e as engrenagens param de girar assim que o motor de partida é desligado.

Veja como a embreagem unidirecional atua neste outro vídeo.

Como existe a catraca, o motor de partida consegue fazer girar o virabrequim da moto, mas o virabrequim da moto nunca é capaz de girar o motor de partida.

Então não tem como um tranco danificar o motor de partida, a menos que alguém tente acionar o interruptor de partida durante o tranco, o que seria um contrassenso, porque o tranco só deve ser usado quando o motor de partida não está funcionando.

Do ponto de vista do motor de partida, ou mais exatamente, do ponto de vista das escovinhas do motor de partida, qual é a diferença entre o motor da moto estar girando por causa de um tranco ou pelo funcionamento normal?

Nenhuma. 

Que diferença faz se o virabrequim está girando por causa de alguém acionando o pedal de partida, a roda traseira girando com a marcha engrenada ou porque o motor da moto está funcionando?

É tudo a mesma coisa, a diferença de velocidade de giro entre uma peça e outra determina o desacoplamento automático do motor de partida.

Ou seja: Durante o tranco, o motor de partida não gira porque a embreagem unidirecional não deixa.

Resumindo:

As escovas do motor de partida se desgastam enquanto sua moto fica fazendo nhenhenhém para pegar, porque durante o tranco elas não são afetadas.

Tranco é um último recurso que você precisa conhecer para usar em uma emergência, sair do meio do mato com os cachorros correndo atrás. 

É um recurso perfeitamente válido para motos cujo único problema seja a bateria descarregada.

Funciona bem em motos carburadas, tem chance de não funcionar em motos com injeção eletrônica e dependendo do sistema elétrico da moto, funciona até com moto sem bateria nenhuma.

Fora isso, é blablablá de mecânico que provavelmente preferiria que você tivesse acionado a oficina para eles poderem cobrar o serviço de resgate.

Ou mostrarem como são bonzinhos não cobrando o resgate e incluindo o custo no preço dos serviços que você irá pagar.

Não existe almoço grátis. 

E sobre dicas para instalar um motor de partida novo:

Antes de tudo tenha certeza que o motor de partida realmente está danificado além de qualquer possibilidade de recuperação — ele é um dos equipamentos mais facilmente recondicionáveis do motor da moto, tem gente que até faz o rebobinamento em caso de espiras queimadas...
Imagem: Copiada na cara dura do vídeo do Vinícius em http://leaoesuamoto.blogspot.com.br/2015/01/remontando-o-motor-de-arranque.html

Um coletor (a pista onde correm as escovinhas) pode ser recuperado com lixa e reconstrução dos entalhes entre os segmentos dos pólos, rolamentos podem ser trocados.

As peças que se desgastam mais rapidamente são as escovas porque elas são de grafite. Mesmo assim Jezebel está com as escovas originais e ela já tem mais de 5 anos — até eu me surpreendo.

Escovas gastas são fáceis de trocar, a parte mais chata é a montagem, mas o Vinícius ensina uma técnica porreta no blog dele neste link aqui.

Não deixe de assistir o vídeo, é uma obra prima!


Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Que país é este?

Que país é este que perpetra barbaridades como esta?

Que país é esse onde vive essa juíza?

Todos acidentes que pessoas habilitadas dificilmente provocariam.

Juro que tento entender como alguém pode achar que não é necessário ter habilitação para pilotar uma cinquentinha, mas não consigo.

Ou melhor, até consigo, mas me dá um desgosto tão grande...

As pessoas que pensam dessa maneira provavelmente moram em um condomínio fechado e as crianças se divertem pilotando suas cinquentinhas pelas ruas internas onde os carros se movimentam a 20 km/h.

É outro mundo, um mundo fora da realidade cabulosa do trânsito aqui fora.

Rezo para que o choque de realidade que algum dia certamente virá para essas pessoas ocorra sem vítimas fatais.

E que o remorso por permitir uma barbaridade dessas nunca seja abrandado.

Tem notícia que é melhor nem ler.

Um abraço,

Jeff