Você está passeando por uma estrada super tranquila quando encontra uma moto caída no meio da pista.
Assista, porque você não imagina o que acontece em seguida:
Se você disse que o pessoal errou em remover a vítima, o errado é você.
O fogo ia se alastrar rapidamente pela mata, e se não fosse a ação do socorrista, o piloto acidentado poderia ter morrido queimado.
Em uma situação como essa, a vítima certamente está com fraturas que podem se complicar com a movimentação.
Mas entre morrer queimado e sobreviver com sequelas, certamente ele escolheria a segunda.
Os próprios socorristas estavam correndo o risco de ficarem presos na mata em chamas...
A fumaça e o gás carbônico resultante da queima limitam o oxigênio para respirar e podem fazer o pessoal desmaiar rapidamente.
Tudo é questão de pensar rápido e agir da melhor maneira possível, considerando os riscos à vítima e, fundamentalmente, a você mesmo.
Afinal, você não pode se tornar outra vítima necessitando de socorro.
O que causou o acidente?
Excesso de velocidade de alguém.
As duas motos se chocaram porque alguém desgarrou na curva.
Um passeio tranquilo por uma estrada tranquila pode virar o seu maior pesadelo por conta de uma bobagem de alguém.
Não seja você a cometer essa bobagem.
Um abraço,
Jeff
PS: Encontrei este vídeo no final de uma coletânea, então acho justo mencioná-la.
Além deste acidente mostrado no final da coletânea, são outros 20 casos bem ilustrativos de coisas para não se fazer em cima de uma moto:
Bom aprendizado,
Eu de novo
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segunda-feira, 11 de setembro de 2017
quarta-feira, 19 de abril de 2017
Moto saindo pela tangente no alto do morro e primeiros socorros
Lembra daquela postagem de setembro do ano passado?
Aquela onde eu falo que motos em alta velocidade perdem o contato com o solo e saem em linha reta em uma curva no alto de uma elevação?
Esta postagem aqui, ó:
Postagem: http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2016/09/moto-morro-abaixo-e-moto-morro-acima.html
Apareceu um vídeo ótimo que mostra isso acontecendo com uma Hayabusa — uma moto pesada — e o drama de se acidentar no meio do nada.
Essa fogueira foi tudo que restou da moto — ainda bem que o piloto sobreviveu em condições de ser hospitalizado:
Imagem: https://www.youtube.com/watch?v=iXSvQxiQYOY
Infelizmente, o autor não permite embutir o vídeo aqui no blog. Deve ser mais um que não sabe que reproduções do vídeo aqui contariam como visualizações para ele...
Então você terá que ir até o youtube neste link para assistir o vídeo.
Note logo aos 0:40 a subida intensa e a curva no alto dela — e como a moto seguiu em linha reta porque o piloto perdeu totalmente o controle.
"A mudança de trajetória mais a diminuição da aderência por causa da mudança de inclinação da pista fazem a moto em alta velocidade perder o contato com o solo."
Para saber mais detalhes sobre esse tipo de acidente muito comum com motos esportivas, mas que também pode surpreender o piloto em motos menores, leia a postagem Moto morro abaixo e moto morro acima quando quer sair de banda ninguém segura.
E quanto ao socorro ao piloto acidentado?
Vítimas de acidente não devem ser movidas, EXCETO quando expostas ao risco de queimaduras, sufocamento, intoxicação, afogamento ou outro risco maior no local do acidente.
Fraturas agravadas pela necessidade de remoção eventualmente podem se recuperar, desde que não causem uma hemorragia intensa — mas queimaduras graves tendem a ser fatais.
Então é questão de avaliar a situação e agir de imediato diante da escala de gravidade dos ferimentos.
Afaste uma vítima com traumatismos do local de um incêndio somente pela distância mínima necessária.
Considere que o calor também causa queimaduras à distância por radiação térmica, e não só por contato direto com as chamas.
E como você viu no filme, o fogo pode ficar mais intenso e se alastrar rapidamente.
Na hora de mover a vítima, faça isso imobilizando o pescoço e cabeça da melhor maneira possível e puxando pelos ombros / sovacos em linha reta na direção da coluna.
Uma pessoa desmaiada não segurará o peso da cabeça, evite que a cabeça se movimente durante o transporte.
Esta foto mostra uma técnica usada pelos bombeiros que ajuda a não movimentar muito o pescoço:
Passar uma cinta pelos ombros (na verdade, sovacos) da vítima para puxá-la...
Imagem e treinamento de bombeiros (em inglês, use o tradutor do google): http://www.fireengineering.com/articles/print/volume-164/issue-9/features/techniques-for-removing-victims-from-the-fire-building.html
Outra técnica para esse transporte:
Imagem e treinamento de bombeiros (em inglês, use o tradutor do google): http://www.fireengineering.com/articles/print/volume-164/issue-9/features/techniques-for-removing-victims-from-the-fire-building.html
Dificilmente você terá uma cinta numa emergência dessas, mas as fotos servem para mostrar como a tração pelos ombros / sovacos ajuda a manter cabeça e pescoço relativamente imóveis, evitando agravar uma lesão que pode causar uma paralisia permanente ou morte.
Puxar a vítima pelos antebraços poderia agravar uma fratura ali existente. Você correria o risco de ficar com os braços dela pendurados nas mãos e sangue esguichando para todos os lados, cena de filme de horror. Você não quer isso.
Puxar a vítima alinhada com o eixo do corpo minimiza a chance de agravar fraturas e causar novas lesões.
É sempre preferível aplicar esforços no sentido de alongar a vítima do que dobrar qualquer parte de seu corpo.
Nunca tente carregar nos braços uma vítima de politraumatismo — todo movimento com tendência de fazer o corpo dela se dobrar irá agravar as lesões.
Imagem: https://br.pinterest.com/wredants/batman-and-superman/
Você só faz isso quando tem certeza de que não há nenhum osso quebrado, tipo uma pessoa que desmaiou pela fumaça em um incêndio em uma casa* — mas nunca um acidentado de trânsito.
*E ainda assim, somente depois de se certificar de que ela não bateu a cabeça ao cair, porque isso é suficiente para lesionar o pescoço.
Remoção do capacete, somente se estiver atrapalhando a respiração da vítima — e com o máximo cuidado para não movimentar o pescoço.
Aliás, a primeira coisa a fazer depois de afastar a vítima das chamas é se certificar de que ela está conseguindo respirar.
Não adianta salvar alguém de um incêndio para deixá-lo morrer com o capacete ou a dentadura tampando sua respiração.
Não dê água para a vítima — ela poderá se engasgar e a água nos pulmões irá complicar muito a situação no hospital.
É uma cortesia que pode resultar em uma pneumonia fatal — melhor esperar que o pessoal do resgate aplique soro na veia.
Nunca tente sentar a vítima, nem tente fazê-la ficar de pé ou andar — ossos trincados poderão se quebrar totalmente e cortar artérias ou perfurar pulmões e outros órgãos.
Se houver uma hemorragia grave, trate de contê-la senão a vítima morrerá antes da chegada do socorro.
O resgate na cidade não leva menos de 10 minutos, e no meio do nada pode levar horas.
Há outras postagens falando sobre este assunto nas abas "Como agir em acidente" e "Como agir em emergências".
O índice de abas só fica visível na lateral direita da tela quando o blog é aberto em um computador desktop.
Um abraço,
Jeff
Aquela onde eu falo que motos em alta velocidade perdem o contato com o solo e saem em linha reta em uma curva no alto de uma elevação?
Esta postagem aqui, ó:
Apareceu um vídeo ótimo que mostra isso acontecendo com uma Hayabusa — uma moto pesada — e o drama de se acidentar no meio do nada.
Essa fogueira foi tudo que restou da moto — ainda bem que o piloto sobreviveu em condições de ser hospitalizado:
Imagem: https://www.youtube.com/watch?v=iXSvQxiQYOY
Infelizmente, o autor não permite embutir o vídeo aqui no blog. Deve ser mais um que não sabe que reproduções do vídeo aqui contariam como visualizações para ele...
Então você terá que ir até o youtube neste link para assistir o vídeo.
Note logo aos 0:40 a subida intensa e a curva no alto dela — e como a moto seguiu em linha reta porque o piloto perdeu totalmente o controle.
"A mudança de trajetória mais a diminuição da aderência por causa da mudança de inclinação da pista fazem a moto em alta velocidade perder o contato com o solo."
Para saber mais detalhes sobre esse tipo de acidente muito comum com motos esportivas, mas que também pode surpreender o piloto em motos menores, leia a postagem Moto morro abaixo e moto morro acima quando quer sair de banda ninguém segura.
E quanto ao socorro ao piloto acidentado?
Vítimas de acidente não devem ser movidas, EXCETO quando expostas ao risco de queimaduras, sufocamento, intoxicação, afogamento ou outro risco maior no local do acidente.
Fraturas agravadas pela necessidade de remoção eventualmente podem se recuperar, desde que não causem uma hemorragia intensa — mas queimaduras graves tendem a ser fatais.
Então é questão de avaliar a situação e agir de imediato diante da escala de gravidade dos ferimentos.
Afaste uma vítima com traumatismos do local de um incêndio somente pela distância mínima necessária.
Considere que o calor também causa queimaduras à distância por radiação térmica, e não só por contato direto com as chamas.
E como você viu no filme, o fogo pode ficar mais intenso e se alastrar rapidamente.
Na hora de mover a vítima, faça isso imobilizando o pescoço e cabeça da melhor maneira possível e puxando pelos ombros / sovacos em linha reta na direção da coluna.
Uma pessoa desmaiada não segurará o peso da cabeça, evite que a cabeça se movimente durante o transporte.
Esta foto mostra uma técnica usada pelos bombeiros que ajuda a não movimentar muito o pescoço:
Passar uma cinta pelos ombros (na verdade, sovacos) da vítima para puxá-la...
Imagem e treinamento de bombeiros (em inglês, use o tradutor do google): http://www.fireengineering.com/articles/print/volume-164/issue-9/features/techniques-for-removing-victims-from-the-fire-building.html
Outra técnica para esse transporte:
Imagem e treinamento de bombeiros (em inglês, use o tradutor do google): http://www.fireengineering.com/articles/print/volume-164/issue-9/features/techniques-for-removing-victims-from-the-fire-building.html
Dificilmente você terá uma cinta numa emergência dessas, mas as fotos servem para mostrar como a tração pelos ombros / sovacos ajuda a manter cabeça e pescoço relativamente imóveis, evitando agravar uma lesão que pode causar uma paralisia permanente ou morte.
Puxar a vítima pelos antebraços poderia agravar uma fratura ali existente. Você correria o risco de ficar com os braços dela pendurados nas mãos e sangue esguichando para todos os lados, cena de filme de horror. Você não quer isso.
Puxar a vítima alinhada com o eixo do corpo minimiza a chance de agravar fraturas e causar novas lesões.
É sempre preferível aplicar esforços no sentido de alongar a vítima do que dobrar qualquer parte de seu corpo.
Nunca tente carregar nos braços uma vítima de politraumatismo — todo movimento com tendência de fazer o corpo dela se dobrar irá agravar as lesões.
Imagem: https://br.pinterest.com/wredants/batman-and-superman/
Você só faz isso quando tem certeza de que não há nenhum osso quebrado, tipo uma pessoa que desmaiou pela fumaça em um incêndio em uma casa* — mas nunca um acidentado de trânsito.
*E ainda assim, somente depois de se certificar de que ela não bateu a cabeça ao cair, porque isso é suficiente para lesionar o pescoço.
Remoção do capacete, somente se estiver atrapalhando a respiração da vítima — e com o máximo cuidado para não movimentar o pescoço.
Aliás, a primeira coisa a fazer depois de afastar a vítima das chamas é se certificar de que ela está conseguindo respirar.
Não adianta salvar alguém de um incêndio para deixá-lo morrer com o capacete ou a dentadura tampando sua respiração.
Não dê água para a vítima — ela poderá se engasgar e a água nos pulmões irá complicar muito a situação no hospital.
É uma cortesia que pode resultar em uma pneumonia fatal — melhor esperar que o pessoal do resgate aplique soro na veia.
Nunca tente sentar a vítima, nem tente fazê-la ficar de pé ou andar — ossos trincados poderão se quebrar totalmente e cortar artérias ou perfurar pulmões e outros órgãos.
Se houver uma hemorragia grave, trate de contê-la senão a vítima morrerá antes da chegada do socorro.
O resgate na cidade não leva menos de 10 minutos, e no meio do nada pode levar horas.
Há outras postagens falando sobre este assunto nas abas "Como agir em acidente" e "Como agir em emergências".
O índice de abas só fica visível na lateral direita da tela quando o blog é aberto em um computador desktop.
Um abraço,
Jeff
sábado, 1 de abril de 2017
Peguei fogo... e agora?
Vídeo da reportagem da globo mostra acidente onde motociclista cai, a moto pega fogo e ele sai correndo desesperado com as roupas em chamas:
Imagem, vídeo e reportagem: http://oglobo.globo.com/rio/video-mostra-homem-tomado-por-fogo-apos-cair-de-moto-no-tunel-reboucas-21143750
As imagens mostram a reação instintiva de todo mundo:
Sair correndo para se livrar do fogo que dá a impressão de estar em toda parte — quando na verdade está apenas nas próprias roupas.
O que fazer nessa situação?
Primeira coisa, não saia correndo!
Sair correndo só aviva as chamas.
Tenha consciência de que são apenas a poça de gasolina e as suas roupas pegando fogo.
Saia do incêndio da moto, se jogue no chão imediatamente depois de sair da poça de gasolina e comece a rolar para um lado e outro sem parar.
Rolar o corpo rapidamente para um lado e outro no mesmo lugar é suficiente para apagar o fogo das roupas.
Não desista, não pare.
Tentar arrancar as roupas não irá funcionar porque elas ficarão presas nas botas / sapatos.
E você queimará mãos e braços na tentativa inutil de tirá-las, piorando ainda mais a situação.
O tamanho e a profundidade da área de pele queimada são os fatores fundamentais para determinar a gravidade do caso, não piore as coisas queimando mãos e braços.
O procedimento de rolar para apagar demora um pouco, mas é a maneira mais eficiente e rápida para lidar com a emergência sem ter um extintor.
Funciona muito melhor do que sair correndo...
Além disso, ficar no mesmo local facilita ser ajudado por alguém que chegue com um extintor.
Apagado o fogo, remova as roupas queimadas antes que grudem na pele.
E procure ajuda médica imediatamente — a vítima vai precisar receber soro o mais rápido possível para tentar evitar o comprometimento irreversível dos rins.
Grandes queimaduras como essas são coisa muito séria.
Para mais informações, leia a postagem O que eu faço se a minha moto pegar fogo?
Um abraço,
Jeff
Imagem, vídeo e reportagem: http://oglobo.globo.com/rio/video-mostra-homem-tomado-por-fogo-apos-cair-de-moto-no-tunel-reboucas-21143750
As imagens mostram a reação instintiva de todo mundo:
Sair correndo para se livrar do fogo que dá a impressão de estar em toda parte — quando na verdade está apenas nas próprias roupas.
O que fazer nessa situação?
Primeira coisa, não saia correndo!
Sair correndo só aviva as chamas.
Tenha consciência de que são apenas a poça de gasolina e as suas roupas pegando fogo.
Saia do incêndio da moto, se jogue no chão imediatamente depois de sair da poça de gasolina e comece a rolar para um lado e outro sem parar.
Rolar o corpo rapidamente para um lado e outro no mesmo lugar é suficiente para apagar o fogo das roupas.
Não desista, não pare.
Tentar arrancar as roupas não irá funcionar porque elas ficarão presas nas botas / sapatos.
E você queimará mãos e braços na tentativa inutil de tirá-las, piorando ainda mais a situação.
O tamanho e a profundidade da área de pele queimada são os fatores fundamentais para determinar a gravidade do caso, não piore as coisas queimando mãos e braços.
O procedimento de rolar para apagar demora um pouco, mas é a maneira mais eficiente e rápida para lidar com a emergência sem ter um extintor.
Funciona muito melhor do que sair correndo...
Além disso, ficar no mesmo local facilita ser ajudado por alguém que chegue com um extintor.
Apagado o fogo, remova as roupas queimadas antes que grudem na pele.
E procure ajuda médica imediatamente — a vítima vai precisar receber soro o mais rápido possível para tentar evitar o comprometimento irreversível dos rins.
Grandes queimaduras como essas são coisa muito séria.
Para mais informações, leia a postagem O que eu faço se a minha moto pegar fogo?
Um abraço,
Jeff
terça-feira, 28 de março de 2017
Precisa descer na hora de botar gasolina na moto?
Você conhece essa lei paulista idiota que trata todo mundo como bandido até prova em contrário, violando a Constituição?
Imagem e reportagem: http://www.dnoticias.com.br/lei-que-proibe-uso-de-capacete-em-posto-de-combustiveis-passa-a-valer-no-estado/
Os legisladores só perdem tempo e gastam nosso dinheiro com tolices como essas — bandido que é bandido não vai tirar o capacete por causa de uma lei idiota.
O pessoal deveria estar preocupado era em conscientizar os motociclistas da importância de sair de cima da moto durante o abastecimento:
Imagem e reportagem:
http://s2.glbimg.com/TxewalvxYMT_2KWwMYFpF5nd3sQ=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/05/29/estrago1.jpg
O fogo durante o abastecimento pode começar muito rápido, e estar fora da moto aumenta suas chances de sair correndo sem se queimar. Muito.
Em dias quentes em regiões secas o vapor da gasolina já é suficiente para a moto pegar fogo:
Outra vantagem de sair da moto é que, em caso de fogo, ela não cairá porque estará no cavalete.
Com a moto caída, a gasolina vazando do tanque aumenta o incêndio rapidamente, e o que poderia ser a perda de um tanque vira a perda da moto inteira.
A causa principal de fogo durante o abastecimento é o descuido de deixar o tanque transbordar jogando gasolina sobre o motor quente.
Transbordar o tanque durante o abastecimento tem outro inconveniente muito grave:
A gasolina tende a escorrer pelo tanque, o que causa um foco de incêndio concentrado no parquinho de diversões.
E um amigo meu que não vou citar o nome porque não quero passar vergonha conta que não precisa nem pegar fogo para o dano ao parquinho ser considerável...
O tanque muito cheio começou a transbordar em uma subida e tieve de parar correndo numa padaria para despejar 5 litros de água mineral no barco viking e adjacências. Principalmente nas adjacências.
Imagem: http://fatimarobots.blogspot.com.br/2012/05/barco-viking.html
Esse meu amigo vive apagando mico...
Incêndios em postos de gasolina também podem ocorrer quando um caminhão tanque faz o abastecimento do posto, já falei sobre isso:
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/05/policia-investiga-causas-de-incendio-em-posto-de-gasolina-no-recife.html
Taí mais um caso.
Esse é mais um motivo para não ficar sentado na moto...
Fora dela você pode correr ligeiro para longe da encrenca.
Por isso não fique irritado quando te pedirem para sair de cima da moto.
Aqui no Brasil o pessoal não leva isso a sério, mas ninguém abastece sua moto na Argentina se você não apear da moto.
Lá a gasolina é de verdade e pega fogo fácil.
Basta o frentista fora do Brasil se esquecer dessa precaução e se descuidar no abastecimento que dá nisso:
Começado o churrasco, tentar salvar a moto sofrendo queimaduras é um alto risco de vida.
Queimaduras são instantâneas — e queimaduras em toda a extensão de braços ou pernas são o limite da sobrevivência.
Passou disso, as chances de morrer são grandes porque a grande extensão de pele queimada causa a falência dos rins.
Eles não dão conta de excretar o excesso de sal normalmente eliminado pela pele via suor.
A pele queimada deixa de fazer esse trabalho e aí a coisa fica muito séria.
Então a melhor coisa é sair de cima da moto e, se o pior acontecer, que aconteça somente com ela.
Ocorrendo o pior, lembre de fazer um bom vídeo — com o celular na horizontal — para postar no youtube.
Usarei para a postagem Perdi a moto, mas salvei o parquinho...
Um abraço,
Jeff
Imagem e reportagem: http://www.dnoticias.com.br/lei-que-proibe-uso-de-capacete-em-posto-de-combustiveis-passa-a-valer-no-estado/
Os legisladores só perdem tempo e gastam nosso dinheiro com tolices como essas — bandido que é bandido não vai tirar o capacete por causa de uma lei idiota.
O pessoal deveria estar preocupado era em conscientizar os motociclistas da importância de sair de cima da moto durante o abastecimento:
Imagem e reportagem:
http://s2.glbimg.com/TxewalvxYMT_2KWwMYFpF5nd3sQ=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/05/29/estrago1.jpg
O fogo durante o abastecimento pode começar muito rápido, e estar fora da moto aumenta suas chances de sair correndo sem se queimar. Muito.
Em dias quentes em regiões secas o vapor da gasolina já é suficiente para a moto pegar fogo:
Outra vantagem de sair da moto é que, em caso de fogo, ela não cairá porque estará no cavalete.
Com a moto caída, a gasolina vazando do tanque aumenta o incêndio rapidamente, e o que poderia ser a perda de um tanque vira a perda da moto inteira.
A causa principal de fogo durante o abastecimento é o descuido de deixar o tanque transbordar jogando gasolina sobre o motor quente.
Transbordar o tanque durante o abastecimento tem outro inconveniente muito grave:
A gasolina tende a escorrer pelo tanque, o que causa um foco de incêndio concentrado no parquinho de diversões.
E um amigo meu que não vou citar o nome porque não quero passar vergonha conta que não precisa nem pegar fogo para o dano ao parquinho ser considerável...
O tanque muito cheio começou a transbordar em uma subida e tieve de parar correndo numa padaria para despejar 5 litros de água mineral no barco viking e adjacências. Principalmente nas adjacências.
Imagem: http://fatimarobots.blogspot.com.br/2012/05/barco-viking.html
Esse meu amigo vive apagando mico...
Incêndios em postos de gasolina também podem ocorrer quando um caminhão tanque faz o abastecimento do posto, já falei sobre isso:
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2014/05/policia-investiga-causas-de-incendio-em-posto-de-gasolina-no-recife.html
Taí mais um caso.
Esse é mais um motivo para não ficar sentado na moto...
Fora dela você pode correr ligeiro para longe da encrenca.
Por isso não fique irritado quando te pedirem para sair de cima da moto.
Aqui no Brasil o pessoal não leva isso a sério, mas ninguém abastece sua moto na Argentina se você não apear da moto.
Lá a gasolina é de verdade e pega fogo fácil.
Basta o frentista fora do Brasil se esquecer dessa precaução e se descuidar no abastecimento que dá nisso:
Começado o churrasco, tentar salvar a moto sofrendo queimaduras é um alto risco de vida.
Queimaduras são instantâneas — e queimaduras em toda a extensão de braços ou pernas são o limite da sobrevivência.
Passou disso, as chances de morrer são grandes porque a grande extensão de pele queimada causa a falência dos rins.
Eles não dão conta de excretar o excesso de sal normalmente eliminado pela pele via suor.
A pele queimada deixa de fazer esse trabalho e aí a coisa fica muito séria.
Então a melhor coisa é sair de cima da moto e, se o pior acontecer, que aconteça somente com ela.
Ocorrendo o pior, lembre de fazer um bom vídeo — com o celular na horizontal — para postar no youtube.
Usarei para a postagem Perdi a moto, mas salvei o parquinho...
Um abraço,
Jeff
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Sabe por que Kombi pega fogo?
Esta postagem foi removida da série sobre recalls porque estava ficando muito longa...
Eu estava falando sobre recalls da vw, e este é um caso clássico de não recall.
Mas não posso deixar de contar esta história das antigas...
Você já viu esta cena?
Imagem e reportagem: https://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2013/08/23/aposentada-kombi-pode-parar-de-brincar-com-fogo.htm
Faz ideia do motivo de tantas vw Kombi pegarem fogo?
A história que só fica sabendo quem é leitor de blog de blogueiro bem informado é assim:
O tanque de gasolina da Kombi fica instalado no chassi, enquanto o bocal de abastecimento é posicionado na carroceria.
O bocal do tanque de gasolina fica na lateral acima e bem perto do motor — nesse local aqui:
Imagem: http://www.regiaoemdestake.com.br/news/exclusivo-kombi-da-prefeitura-pega-fogo-no-centro-de-sao-carlos/ — Não adianta clicar no link, erro 404, a página foi movida ou nunca existiu.
Com o tempo, de tanto a carroceria chacoalhar em relação ao chassi, o tubo metálico do gargalo de abastecimento entre o bocal e o tanque acaba rachando por fadiga.
Esse tubo que racha fica praticamente inacessível e oculto atrás do motor.
O motorista preocupado com o cheiro de gasolina pensa que é no carburador, na bomba de gasolina... no próprio tanque...
E realmente pode ser:
O Daniel me lembrou das peças que costumam se soltar no motor de Fuscas, Brasílias, Variants, TLs, SP2s, Pumas e outros veículos com motor vw a ar — a válvula solenoide e os tubos de combustível se soltando do carburador. (Valeu, Dan!)
O motorista nunca imagina que pode haver um vazamento nesse lugar invisível (seta vermelha) — bem sobre a caixa de relés (seta laranja). Motor removido para maior clareza.
Note que o tubo fica exatamente sobre a caixa de relés...
Com o tanque cheio, a gasolina no gargalo vaza pela rachadura, escorre pelo lado de fora do tubo e goteja sobre o motor ou diretamente sobre a caixa de relés, evaporando.
Relé de partida, relé de seta, relé de luzes que entrando em funcionamento soltam faíscas capazes de incendiar o vapor de gasolina.
E agora você sabe porque tantas kombi pegam fogo sem nem sair do posto de gasolina.
Imagem, reportagem e vídeo: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2016/09/incendio-destroi-perua-kombi-em-posto-de-combustiveis-em-campinas.html
É só dar a partida, ou usar a seta... havendo vapor suficiente, o relé fecha os contatos, solta uma faísca e puf-kabum.
Agora vem a parte interessante:
O que ninguém sai por aí dizendo é que o projeto original da veneranda Kombi alemã — assim me contaram — tinha uma união de borracha no meio do tubo justamente para evitar que isso acontecesse.
Com o tempo o pessoal achou que isso era uma bobagem que só encarecia e dificultava a produção... Não era não.
Eliminaram a união de borracha, economizaram umas merrecas e esquentaram a cabeça e não só a cabeça dos proprietários.
Mas ficou por isso mesmo, e a fabricante nunca foi e nem será responsabilizada por isso.
![]() |
A polícia investiga até hoje... |
A vw Kombi é ou não é um caso de polícia?
Se você ler o que o pessoal pensa, verá que é senso comum que a culpa dos incêndios está "no projeto ultrapassado e donos desleixados"...
Ora, de quem é o projeto ultrapassado?
Quem é a mãe da criança?
Os incêndios de Kombis acontecem até hoje...
Se fosse nos EUA e Europa, as coisas não seriam tão fáceis para a vokswagen.
Responsabilidade do fabricante é coisa séria e não dá para enrolar por muito tempo não.
Aliás, eu adoro como na internet um assunto puxa outro...
Não deixe de ler aquela primeira reportagem citada lá em cima sobre a Kombi.
Nela há um depoimento do jornalista e proprietário de uma das primeiras motos bmw G 650 GS montadas no Brasil — e que pegou fogo.
Imagem e desabafo do proprietário: http://edicaojornalmoto.blogspot.com.br/2008/02/bmw-r1200-gs-pega-fogo.html
Não foi essa daqui não, esta era uma bmw R 1200 GS — muitas bmw pegaram fogo no ano do lançamento no Brasil.
Olha que interessante, as bmw pegavam fogo absolutamente novas e sem ter dono desleixado...
Se fosse nos EUA e Europa, as coisas não seriam tão fáceis para a bmw...
Mas aqui é Brasil, né?
bmw e vw podem dar as mãos e tomar um chopps. Sou paulista, é um chopps e dois pastel.
Um abraço,
Jeff
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
Os três recalls seguidos da honda Gold Wing 1800 pelo mesmo problema: pegar fogo por falha no projeto do freio
Continuando a conversa sobre o mistério daquela moto pegando fogo na estrada:
Será que aquela Gold Wing que pegou fogo mostrada na postagem da outra terça-feira e na foto abaixo se incendiou por causa daquele problema no relé de partida / chicote elétrico da postagem de ontem?
Como vimos, ela não estava na lista de 33 modelos da honda com suspeita de falha no relé de partida capaz de incendiar o chicote elétrico e a moto.
Seria culpa de algum acessório instalado pós-venda?
Não acredito ser o caso...
Quem instalaria um acessório em uma moto que já vem de fábrica com todos os acessórios possíveis e imagináveis?
Dê uma boa olhada na foto:
Com um pouco de análise podemos chegar a algumas conclusões bem interessantes.
Primeira coisa, essa moto está em pé no cavalete, portanto ela não bateu nem caiu.
Não consigo imaginar alguém conseguir levantar uma moto pesada como essa pegando fogo devido a um tombo.
Nem um tombo sem colisão conseguir botar fogo em uma moto sem causar um grande dano ao chassi e deixar o piloto sem condição de erguer a moto.
Como se entende da notícia de onde foi obtida a foto, o fogo começou espontaneamente.
Imagem: delawareonline.com
As duas faixas da esquerda da [rodovia] I-95 sentido norte na altura da [rodovia estadual?] Del. 141 foram bloqueadas devido a um incêndio em uma motocicleta. Relatório do departamento de trânsito do Estado de Delaware [EUA].
Independente do sentido adotado para CLEARED, a moto aparentemente foi o único veículo envolvido pois não há relatos de colisão, queda ou atendimento a feridos.
Além da foto, essa é toda a informação disponível — mas com base no que sabemos, podemos traçar algumas hipóteses.
Existe esse recall de uma pá de motos da honda devido ao risco de incêndio por problemas no relé de partida que pode incendiar o chicote elétrico.
Mas esse incêndio dessa Gold Wing ter começado no chicote é uma possibilidade remota porque o fogo está muito alastrado na roda dianteira.
Como todo mundo com um mínimo de vivência e infância sabe, a tendência do fogo é subir, e não descer...
Então fica muito difícil explicar tanto fogo na roda e mangueira do freio dianteiro se a origem do incêndio não estiver justamente ali.
Mas rodas e mangueiras de freio podem pegar fogo?
Podem sim — e não é um caso inédito para as honda Gold Wing!
Desde o começo da década choveram reclamações de que as Gold Wing prendiam as pastilhas contra o disco de freio, causando aquecimento excessivo e, em alguns casos, incêndio.
O fluido de freio pega fogo com relativa facilidade porque é um composto à base de etilenoglicol, um tipo de álcool — ele não pode ser oleoso para evitar que um pequeno vazamento roube totalmente a eficácia do freio.
Já no início de 2012 houve um PRIMEIRO recall por problemas no freio traseiro chamando TODOS os modelos da Gold Wing 1800 fabricados desde 2001. Até o modelo 2000 ela era "apenas" uma 1500.
Recall: https://www-odi.nhtsa.dot.gov/acms/cs/jaxrs/download/doc/UCM367567/RCONL-11V567-0123.pdf
No final de 2014 houve o SEGUNDO recall pelo mesmo problema do freio traseiro preso — agora de 126.000 motos somente nos EUA chamando todas as Gold Wing fabricadas a partir de maio de 2001 (linha vermelha).
Divulgação: http://www.motorcycle-usa.com/2014/09/article/honda-issues-recall-on-126000-gold-wings/
Em 2015 o problema ainda não havia sido resolvido e a honda convocou o TERCEIRO recall para tentar consertar a mesma coisa...
Dessa vez foram 145.219 motos Gold Wing por risco de incêndio devido ao problema recorrente do bloqueio do freio traseiro.
Imagem e reportagem: http://blog.motorcycle.com/2015/11/04/manufacturers/honda/honda-rear-brake-recall-affects-145219-gold-wings/
E no início de 2016 ainda chamaram mais de 2.000 motos também nos EUA — e que não estavam na lista acima. Alguém lá achou que outras versões dos modelos usando os mesmos componentes poderiam estar livres do problema...
Imagem e divulgação: http://shifting-gears.com/2016/01/14/honda-goldwing-recalled-over-potentially-faulty-brakes/
No Brasil foram "apenas" 667 unidades da moto menos vendida da honda no país:
Divulgação: http://www.estadao.com.br/jornal-do-carro/noticias/servicos,honda-faz-recall-do-freio-da-gold-wing,26310,0.htm
Imagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2015/10/honda-faz-recall-de-667-unidades-da-moto-gl-gold-wing-no-brasil.html
Curioso não encontrar dados sobre o restante do mundo... quantas Gold Wing existem só na Europa? Austrália? Japão?
Mas afinal, qual era o problema tão difícil de resolver?
Sem motivo aparente, o fluido da pinça do freio não retornava para o cilindro mestre traseiro, impedindo a reabertura suficiente da pinça depois que o pedal de freio era liberado.
Rodando com as pastilhas em atrito constante com o disco de freio sem o pedal estar pressionado, o motorzão potente (1,8 litro) não deixava o piloto perceber o problema.
Isso até a hora em que o disco e a pinça se superaqueciam e a mangueira do freio explodia em chamas — e aí era um Deus nos sacuda.
No início a honda quis jogar a responsabilidade pelo problema sobre os proprietários alegando negligência na manutenção. Tá vendo? Não é só no Brasil que a honda bota a culpa no mau uso feito pelos clientes...
Reportagem: http://www.motorcycle-usa.com/2014/09/article/honda-issues-recall-on-126000-gold-wings/
A honda passou anos e anos culpando uma suposta contaminação pela qual a empresa não teria culpa.
Mas em julho de 2014, depois que as motos de proprietários que nunca afastaram as motos das concessionárias tiveram o problema mesmo depois de cumprir o recall, a honda ficou sem argumentos.
E finalmente uma análise mostrou que não havia contaminantes no fluido de freio por culpa dos proprietários — e a honda teve que admitir que o problema era dela sim.
O motivo da epidemia de entupimentos constantes e recorrentes da linha do freio traseiro era uma falha absurda de projeto.
Somente no final de 2015, mais de cinco anos depois do início dos problemas, a honda deu o braço a torcer e fez esse novo recall porque descobriu que o problema ocorria devido ao ataque químico do próprio fluido de freio aprovado e utilizado por ela.
Imagem e reportagem: http://blog.motorcycle.com/2015/10/21/manufacturers/honda/honda-finally-has-a-fix-for-gold-wing-rear-brake-drag-issue/
Conforme a reportagem do Motorcycle.com, a reação química do fluido com os componentes do sistema de freio corroía o metal e soltava pó de zinco — as partículas bloqueavam o retorno do fluido no cilindro mestre do freio traseiro.
Ou seja, o fluido de freio era corrosivo e inadequado para o sistema.
O sistema de freio projetado por ela não aguentava o fluido destinado a ele — o sistema de freio não aguentava as condições normais de trabalho previstas no projeto.
Algum euspírito de porco poderia se atrever a suspeitar que os componentes e / ou o fluido de freio utilizados na produção e revisões nas concessionárias eramvagabundos de qualidade incompatível com os rigorosos padrões de qualidade da fabricante. Mas magina, honda é honda, não ia fazer uma coisa dessas.
O mais correto é concluir que a honda simplesmente não testou os produtos o suficiente antes de colocar as motos no mercado... o que também é muito feio para um fabricante do gabarito da honda.
Para justificar o recall, a honda alegou que somente o cilindro mestre do freio traseiro apresentava o problema, mas fico seriamente em dúvida ao ver essa Gold Wing flambada.
Imagem: Rio. Rio muito. Afinal, a asinha dourada flambada não é minha. Mas tenho dó dos proprietários.
Agora raciocine comigo:
Se o problema era a reação do fluido de freio com os demais componentes, não há motivo para o problema não acontecer também no sistema de freio dianteiro, concorda?
Os componentes tanto do cilindro mestre quanto do cilindro da pinça do freio são os mesmos, basicamente cilindros de liga leve contendo zinco.
Todos com pistões, guarnições de borracha e orifícios pequenos para a passagem de fluido idênticos aos usados no freio traseiro.
E as especificações dos cilindros mestres, pinças e mangueiras tanto do freio dianteiro quanto do traseiro nasceram da mesma equipe de projetistas lá na honda.
Muito provavelmente, todas as mangueiras e componentes foram fornecidos pelos mesmos fabricantes.
Imagem: http://wm1.com.br/motos/honda-gold-wing-seda-de-luxo-sobre-duas-rodas
Em princípio não haveria motivo para a mangueira, o cilindro mestre ou as pinças do freio lá na frente se deteriorarem menos que no freio lá atrás.
O problema pode não ser tão recorrente quanto no caso do freio traseiro devido às diferenças construtivas — já que não haveria acúmulo no cilindro mestre dianteiro que fica em posição elevada enquanto o traseiro fica quase na mesma altura que a pinça.
Mas a posição da mangueira do freio dianteiro é até mais favorável para a descida e acúmulo do pó de zinco lá na pinça do freio...
O problema poderia ocorrer com menor frequência na pinça dianteira e não no cilindro mestre, mas acabaria ocorrendo do mesmo jeito, é só dar tempo ao tempo.
Imagem: delawareonline.com — detalhe ampliado
Vendo essa Gold Wing pegando fogo aparentemente com início na roda e mangueira do freio dianteiro, eu me convenço de que o problema não estava apenas no freio traseiro, como alegado pela fabricante, mas também no sistema do freio dianteiro.
Mas por que a fabricante não teria feito um recall citando também o freio dianteiro?
Bom, tenho uma teoria...
Você viu como pega mal fazer o recall de um modelo com mais de um problema grave que nem ocorreu com a yamaha MT-03?
Pega 50% menos mal para a honda se o motivo do recall de uma moto topo de linha como a Gold Wing for apenas por um e não por dois problemas extremamente graves simultâneos, né?
Para quê falar em público de dois problemas se um único recall vai levar as motos para um reparo na concessionária e ela poderá cuidar dos dois problemas ao mesmo tempo e sem fazer publicidade negativa?
Ninguém ficaria sabendo, a menos que aparecesse uma foto de uma moto com a roda dianteira e sua mangueira do freio pegando fogo...
E alguém achasse essa foto, percebesse que uma coisa leva a outra e publicasse em um blog na internet...
Ops...
Faz sentido, não faz?
Mas neste mundo acontecem mesmo coisas difíceis de entender. Por exemplo, usar óleo 10W-30 no Brasil.
EXTRA! EXTRA! — Notícia de última hora:
Olha só como são as coisas — veja o que eu encontrei depois da postagem pronta, na última revisão na madrugada desta segunda...
Eu estava pesquisando sobre a quantidade de Gold Wings submetidas a recall no restante do mundo — não encontrei a informação — mas encontrei isto:
Fórum: http://goldwingdocs.com/forum/viewtopic.php?t=32952
Simplesmente o relato de um proprietário que teve TODAS as três pinças de freio — duas dianteiras e uma traseira — prendendo e superaquecendo de azular os discos logo depois de atender o recall na concessionária para resolver o problema no freio traseiro...
E o autor diz que a concessionária honda fez uma lavagem interna (flush) também do sistema de freio dianteiro, apesar de não previsto no recall... como imaginei.
E mesmo assim em 2016 a moto desse proprietário teve o problema de arrasto dos freios e os técnicos não sabiam a causa, a golduchinha precisou ficar lá na concessionária para análise...honda sendo honda montadora sendo montadora.
Sabe, até eu que sou meio burro mas não dormia nas aulas de Química saquei que nada impedia o problema de acontecer no freio dianteiro...
Desconfiar das coisas e encontrar evidências de estar certo fazem um bem danado ao coração... e ajuda a evitar grandes encrencas ao comprar uma moto...
Estes últimos dias têm sido muito instrutivos e divertidos (para mim).
Mas tudo que é bom dura pouco — os proprietários destes carros e motos que perderam o entusiasmo com o veículo novo por conta dos recalls que o digam...
Então está na hora de finalizar esta série comemorativa de postagens — mas só direi o motivo da comemoração quando ela acabar.
Amanhã eu faço um fecho para este assunto e prometo não falar mais disso.
Pelo menos até o próximo recall por motivo escabroso. Ou seja, logo estarei de volta — e também não esqueci a promessa sobre as montadoras de automóveis lá do outro lado do mundo.
Um abraço,
Jeff
Será que aquela Gold Wing que pegou fogo mostrada na postagem da outra terça-feira e na foto abaixo se incendiou por causa daquele problema no relé de partida / chicote elétrico da postagem de ontem?
Como vimos, ela não estava na lista de 33 modelos da honda com suspeita de falha no relé de partida capaz de incendiar o chicote elétrico e a moto.
Seria culpa de algum acessório instalado pós-venda?
Não acredito ser o caso...
Quem instalaria um acessório em uma moto que já vem de fábrica com todos os acessórios possíveis e imagináveis?
Dê uma boa olhada na foto:
![]() |
Imagem: delawareonline.com |
Primeira coisa, essa moto está em pé no cavalete, portanto ela não bateu nem caiu.
Não consigo imaginar alguém conseguir levantar uma moto pesada como essa pegando fogo devido a um tombo.
Nem um tombo sem colisão conseguir botar fogo em uma moto sem causar um grande dano ao chassi e deixar o piloto sem condição de erguer a moto.
Como se entende da notícia de onde foi obtida a foto, o fogo começou espontaneamente.

CLRD é abreviatura para CLEARED, que pode ser interpretada de duas maneiras: DESIMPEDIDA ou SEM CULPA.
Pode ser uma atualização da notícia para informar que a via já havia sido liberada desde o horário da publicação inicial, ou simplesmente está dizendo que o fogo foi espontâneo e não houve causa aparente para o incêndio, como uma colisão ou ato intencional — pelo menos até haver uma investigação.
Desconheço a intenção dos autores, acredito mais na primeira possibilidade, então fica a ressalva. Vamos ao corpo da notícia:
Tradução:
Incêndio em motocicleta bloqueia faixas na [rodovia] I-95 sentido norte
As duas faixas da esquerda da [rodovia] I-95 sentido norte na altura da [rodovia estadual?] Del. 141 foram bloqueadas devido a um incêndio em uma motocicleta. Relatório do departamento de trânsito do Estado de Delaware [EUA].
Independente do sentido adotado para CLEARED, a moto aparentemente foi o único veículo envolvido pois não há relatos de colisão, queda ou atendimento a feridos.
Além da foto, essa é toda a informação disponível — mas com base no que sabemos, podemos traçar algumas hipóteses.
Existe esse recall de uma pá de motos da honda devido ao risco de incêndio por problemas no relé de partida que pode incendiar o chicote elétrico.
Mas esse incêndio dessa Gold Wing ter começado no chicote é uma possibilidade remota porque o fogo está muito alastrado na roda dianteira.

Então fica muito difícil explicar tanto fogo na roda e mangueira do freio dianteiro se a origem do incêndio não estiver justamente ali.
Mas rodas e mangueiras de freio podem pegar fogo?
Podem sim — e não é um caso inédito para as honda Gold Wing!
Desde o começo da década choveram reclamações de que as Gold Wing prendiam as pastilhas contra o disco de freio, causando aquecimento excessivo e, em alguns casos, incêndio.
O fluido de freio pega fogo com relativa facilidade porque é um composto à base de etilenoglicol, um tipo de álcool — ele não pode ser oleoso para evitar que um pequeno vazamento roube totalmente a eficácia do freio.
Já no início de 2012 houve um PRIMEIRO recall por problemas no freio traseiro chamando TODOS os modelos da Gold Wing 1800 fabricados desde 2001. Até o modelo 2000 ela era "apenas" uma 1500.
Recall: https://www-odi.nhtsa.dot.gov/acms/cs/jaxrs/download/doc/UCM367567/RCONL-11V567-0123.pdf
No final de 2014 houve o SEGUNDO recall pelo mesmo problema do freio traseiro preso — agora de 126.000 motos somente nos EUA chamando todas as Gold Wing fabricadas a partir de maio de 2001 (linha vermelha).
Divulgação: http://www.motorcycle-usa.com/2014/09/article/honda-issues-recall-on-126000-gold-wings/
Em 2015 o problema ainda não havia sido resolvido e a honda convocou o TERCEIRO recall para tentar consertar a mesma coisa...
Dessa vez foram 145.219 motos Gold Wing por risco de incêndio devido ao problema recorrente do bloqueio do freio traseiro.
Imagem e reportagem: http://blog.motorcycle.com/2015/11/04/manufacturers/honda/honda-rear-brake-recall-affects-145219-gold-wings/
E no início de 2016 ainda chamaram mais de 2.000 motos também nos EUA — e que não estavam na lista acima. Alguém lá achou que outras versões dos modelos usando os mesmos componentes poderiam estar livres do problema...
Imagem e divulgação: http://shifting-gears.com/2016/01/14/honda-goldwing-recalled-over-potentially-faulty-brakes/
Divulgação: http://www.estadao.com.br/jornal-do-carro/noticias/servicos,honda-faz-recall-do-freio-da-gold-wing,26310,0.htm
Imagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2015/10/honda-faz-recall-de-667-unidades-da-moto-gl-gold-wing-no-brasil.html
Curioso não encontrar dados sobre o restante do mundo... quantas Gold Wing existem só na Europa? Austrália? Japão?
Mas afinal, qual era o problema tão difícil de resolver?
Sem motivo aparente, o fluido da pinça do freio não retornava para o cilindro mestre traseiro, impedindo a reabertura suficiente da pinça depois que o pedal de freio era liberado.
Rodando com as pastilhas em atrito constante com o disco de freio sem o pedal estar pressionado, o motorzão potente (1,8 litro) não deixava o piloto perceber o problema.
Isso até a hora em que o disco e a pinça se superaqueciam e a mangueira do freio explodia em chamas — e aí era um Deus nos sacuda.
No início a honda quis jogar a responsabilidade pelo problema sobre os proprietários alegando negligência na manutenção. Tá vendo? Não é só no Brasil que a honda bota a culpa no mau uso feito pelos clientes...
Reportagem: http://www.motorcycle-usa.com/2014/09/article/honda-issues-recall-on-126000-gold-wings/
A honda passou anos e anos culpando uma suposta contaminação pela qual a empresa não teria culpa.
Mas em julho de 2014, depois que as motos de proprietários que nunca afastaram as motos das concessionárias tiveram o problema mesmo depois de cumprir o recall, a honda ficou sem argumentos.
E finalmente uma análise mostrou que não havia contaminantes no fluido de freio por culpa dos proprietários — e a honda teve que admitir que o problema era dela sim.
O motivo da epidemia de entupimentos constantes e recorrentes da linha do freio traseiro era uma falha absurda de projeto.
Somente no final de 2015, mais de cinco anos depois do início dos problemas, a honda deu o braço a torcer e fez esse novo recall porque descobriu que o problema ocorria devido ao ataque químico do próprio fluido de freio aprovado e utilizado por ela.
Imagem e reportagem: http://blog.motorcycle.com/2015/10/21/manufacturers/honda/honda-finally-has-a-fix-for-gold-wing-rear-brake-drag-issue/
Conforme a reportagem do Motorcycle.com, a reação química do fluido com os componentes do sistema de freio corroía o metal e soltava pó de zinco — as partículas bloqueavam o retorno do fluido no cilindro mestre do freio traseiro.
Ou seja, o fluido de freio era corrosivo e inadequado para o sistema.
O sistema de freio projetado por ela não aguentava o fluido destinado a ele — o sistema de freio não aguentava as condições normais de trabalho previstas no projeto.
Algum euspírito de porco poderia se atrever a suspeitar que os componentes e / ou o fluido de freio utilizados na produção e revisões nas concessionárias eram
O mais correto é concluir que a honda simplesmente não testou os produtos o suficiente antes de colocar as motos no mercado... o que também é muito feio para um fabricante do gabarito da honda.
Para justificar o recall, a honda alegou que somente o cilindro mestre do freio traseiro apresentava o problema, mas fico seriamente em dúvida ao ver essa Gold Wing flambada.
Imagem: Rio. Rio muito. Afinal, a asinha dourada flambada não é minha. Mas tenho dó dos proprietários.
Agora raciocine comigo:
Se o problema era a reação do fluido de freio com os demais componentes, não há motivo para o problema não acontecer também no sistema de freio dianteiro, concorda?
Os componentes tanto do cilindro mestre quanto do cilindro da pinça do freio são os mesmos, basicamente cilindros de liga leve contendo zinco.
Todos com pistões, guarnições de borracha e orifícios pequenos para a passagem de fluido idênticos aos usados no freio traseiro.
E as especificações dos cilindros mestres, pinças e mangueiras tanto do freio dianteiro quanto do traseiro nasceram da mesma equipe de projetistas lá na honda.
Muito provavelmente, todas as mangueiras e componentes foram fornecidos pelos mesmos fabricantes.
Imagem: http://wm1.com.br/motos/honda-gold-wing-seda-de-luxo-sobre-duas-rodas
O problema pode não ser tão recorrente quanto no caso do freio traseiro devido às diferenças construtivas — já que não haveria acúmulo no cilindro mestre dianteiro que fica em posição elevada enquanto o traseiro fica quase na mesma altura que a pinça.
Mas a posição da mangueira do freio dianteiro é até mais favorável para a descida e acúmulo do pó de zinco lá na pinça do freio...
O problema poderia ocorrer com menor frequência na pinça dianteira e não no cilindro mestre, mas acabaria ocorrendo do mesmo jeito, é só dar tempo ao tempo.
Vendo essa Gold Wing pegando fogo aparentemente com início na roda e mangueira do freio dianteiro, eu me convenço de que o problema não estava apenas no freio traseiro, como alegado pela fabricante, mas também no sistema do freio dianteiro.
Mas por que a fabricante não teria feito um recall citando também o freio dianteiro?
Bom, tenho uma teoria...
Você viu como pega mal fazer o recall de um modelo com mais de um problema grave que nem ocorreu com a yamaha MT-03?
Pega 50% menos mal para a honda se o motivo do recall de uma moto topo de linha como a Gold Wing for apenas por um e não por dois problemas extremamente graves simultâneos, né?
Para quê falar em público de dois problemas se um único recall vai levar as motos para um reparo na concessionária e ela poderá cuidar dos dois problemas ao mesmo tempo e sem fazer publicidade negativa?
Ninguém ficaria sabendo, a menos que aparecesse uma foto de uma moto com a roda dianteira e sua mangueira do freio pegando fogo...
E alguém achasse essa foto, percebesse que uma coisa leva a outra e publicasse em um blog na internet...
Ops...
Faz sentido, não faz?
Mas neste mundo acontecem mesmo coisas difíceis de entender. Por exemplo, usar óleo 10W-30 no Brasil.
EXTRA! EXTRA! — Notícia de última hora:
Olha só como são as coisas — veja o que eu encontrei depois da postagem pronta, na última revisão na madrugada desta segunda...
Eu estava pesquisando sobre a quantidade de Gold Wings submetidas a recall no restante do mundo — não encontrei a informação — mas encontrei isto:
Fórum: http://goldwingdocs.com/forum/viewtopic.php?t=32952
Simplesmente o relato de um proprietário que teve TODAS as três pinças de freio — duas dianteiras e uma traseira — prendendo e superaquecendo de azular os discos logo depois de atender o recall na concessionária para resolver o problema no freio traseiro...
E o autor diz que a concessionária honda fez uma lavagem interna (flush) também do sistema de freio dianteiro, apesar de não previsto no recall... como imaginei.
E mesmo assim em 2016 a moto desse proprietário teve o problema de arrasto dos freios e os técnicos não sabiam a causa, a golduchinha precisou ficar lá na concessionária para análise...

Desconfiar das coisas e encontrar evidências de estar certo fazem um bem danado ao coração... e ajuda a evitar grandes encrencas ao comprar uma moto...
Estes últimos dias têm sido muito instrutivos e divertidos (para mim).
Mas tudo que é bom dura pouco — os proprietários destes carros e motos que perderam o entusiasmo com o veículo novo por conta dos recalls que o digam...
Então está na hora de finalizar esta série comemorativa de postagens — mas só direi o motivo da comemoração quando ela acabar.
Amanhã eu faço um fecho para este assunto e prometo não falar mais disso.
Pelo menos até o próximo recall por motivo escabroso. Ou seja, logo estarei de volta — e também não esqueci a promessa sobre as montadoras de automóveis lá do outro lado do mundo.
Um abraço,
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