quinta-feira, 30 de junho de 2016

Chegar muito perto dá nisso — parte 1

Preste atenção neste vídeo.

Dois motoristas discutindo acabaram causando um acidente com um motociclista que não estava na briga. 

A fechada em cima da moto não foi intencional, o motorista da frente deu um toque no freio para assustar quem estava atrás e esse cara foi obrigado a frear e desviar, acertando o motociclista que não tinha nada a ver com o babado.

Reportagem: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/06/video-mostra-queda-de-motociclista-da-ponte-da-joatinga-no-rio.html

Mas envolvido em briga ou não, esse tipo de acidente é muito comum — cansei de ver fechadas como essa acontecendo com outros motoqueiros.

O que dá para ver claramente no vídeo é que o motociclista ficou colado no carro à frente.

Na hora em que o motorista freou, a moto precisou desviar para a direita, aí o motorista também desviou e bateu na moto.

Isso mostra a importância de manter uma distância de segurança em relação ao carro na sua frente.

Não adianta o velho mimimi "o motorista não deu seta" — quem está em uma briga de trânsito não dá seta.

E mesmo que desse, o piloto não veria seta nenhuma, nem daria tempo de fazer nada.

Mudar de faixa erraticamente era algo que o motorista já estava fazendo — portanto, era previsível que podia dar зебра.

O motociclista se colocou sozinho na boca de um lobo raivoso — ele se quebrou todo ao cair de um viaduto de 15 metros de altura, agora é torcer e rezar para que ele escape bem dessa.

Que pelo menos este acidente sirva de alerta para o pessoal quanto a duas coisas:

– Nunca fique colado no carro da frente, ele pode parar ou desviar de repente e você não vai ter tempo de fazer nada.

– O motorista nunca espera que alguém ultrapasse pelo lado direito — ele vai desviar para esse lado sem nem sequer olhar no espelho.

E mesmo que ele olhe no espelho (coisa que quase ninguém faz), sua moto estará invisível naquela posição.

É interessante notar que o motociclista experiente (o motoboy) não se meteu nessa fria.

Foi justamente um motociclista que usa a moto a lazer ou na ida para o trabalho / escola quem se acidentou.

Estou chutando que seja a primeira moto do piloto acidentado — se for, isso confirmaria que a falta de vivência no trânsito com uma moto pode ser muito perigosa.

Sobrevivendo e aprendendo.

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O que este acidente nos ensina?

É um acidente impressionante e felizmente piloto e garupa sobreviveram; estão hospitalizados, mas já não correm riscos.

Reportagem: http://odia.ig.com.br/brasil/2016-06-27/video-jovens-sao-arremessados-em-batida-entre-moto-e-carro.html

Não há dúvidas de que o acidente foi culpa do motorista em excesso de velocidade.

Mas o motociclista poderia ter evitado essa batida?

Talvez sim.

Observe que a rua é estreita e há um carro estacionado do outro lado.

Esse carro parado representa um obstáculo para quem vem no sentido contrário.

Um carro que viesse em sentido contrário ao da moto teria de parar para dar a vez ao motociclista e só então invadir metade da contramão para seguir em frente.

Difícil encontrar alguém que respeite essa regra, seja motorista, motociclista ou ciclista.

O piloto não atentou para isso e seguiu tranquilo mantendo o meio de sua faixa — e foi colhido em cheio.

O que o motociclista não fez, e deveria ter feito, era perceber que não haveria espaço para o carro em sentido contrário passar.

Era certo que ele ia invadir a pista contrária bem onde estava a moto.

A preferência era total do motociclista, mas na velocidade em que o carro vinha, não ia conseguir frear nem que tentasse.

Se o motociclista tivesse percebido isso, poderia ter saído do meio da faixa e se posicionar bem próximo da calçada. 

Ou até sobre a calçada, se não tiver um poste ou árvore — a guia em frente aos portões sempre é rebaixada.

O carro iria passar "raspando" pela moto — possivelmente ele não teria se acidentado e ainda teria uma história incrível para contar para os amigos. Mas não ia ter vídeo.

Ao pilotar, você precisa estar atento a tudo que acontece, inclusive reduções de faixa do outro lado da rua.

Se a rua é estreita, tenha certeza de que alguém do lado de lá irá desviar dos carros parados, obras, buracos, pedestre, qualquer coisa, e jogar a encrenca para cima de você, caro motociclista.

Prever que isso possa acontecer e desviar sua moto para dar espaço para os malucos em sentido contrário pode salvar sua vida.

Então não se esqueça disso e desenvolva sua visão além do alcance

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 28 de junho de 2016

Você só usa o freio traseiro para parar a moto?

Veja este vídeo e entenda porque frear usando apenas o freio traseiro é um péssimo negócio:



Com pista seca, o certo é usar ambos os freios, dosando mais força no dianteiro do que no traseiro.

Em toda frenagem, quando a moto reduz a velocidade, a frente da moto mergulha e a traseira fica leve.

O resultado é que a roda traseira trava com facilidade. 

E roda traseira travada joga a moto para o lado, o resultado é o que você viu no vídeo.

Todo novato tem medo de usar o freio dianteiro com medo de travar a roda dianteira.

O "segredo" é simplesmente dosar a força sobre o manete do freio.

O manete e o pedal do freio não são alavancas de duas posições — eles permitem dosar a intensidade da frenagem conforme a força que você faz.

Com treino, você aprende a graduar e aplicar a força correta para obter a frenagem que deseja, sem perigo de cair.

Aplicando pressão gradualmente sobre os dois controles dos freios, você verá a moto parando com muito mais eficiência do que usando apenas o freio traseiro.

Aprendendo a aplicar os dois freios ao mesmo tempo, dosando individualmente cada um deles, você conseguirá parar a moto em distâncias muito menores e sem risco de cair.

Mas como toda técnica, você precisa treinar e praticar até ficar bom nisso — não deixe para aprender em uma emergência do pior jeito possível.

Invista em você, aprenda a obter o melhor desempenho de frenagem de sua moto.

Assim você não correrá o risco de cair fazendo algo tão elementar quanto parar a motocicleta.

Um abraço,

Jeff

domingo, 26 de junho de 2016

Zika, microcefalia e veneno na água de beber

Não tem nada a ver com motos, mas tem a ver com vidas, então achei importante e resolvi publicar aqui.
Reportagem: https://www.sciencedaily.com/releases/2016/06/160624150813.htm

Tradução: Novas dúvidas sobre Zika como causa de microcefalia
A epidemia de microcefalia do Brasil continua a representar um mistério - se Zika é o culpado, por que é que não há epidemias similares em outros países também duramente atingidos pelo vírus? No Brasil, a taxa de microcefalia subiu com mais de 1.500 casos confirmados. Mas, na Colômbia, um estudo recente de cerca de 12.000 mulheres grávidas infectadas com Zika não encontrou nenhum caso de microcefalia. Se o Zika é o culpado pela microcefalia, onde estão os casos em falta?

Resumindo a história do Science Daily, o vírus zika ataca em muitos países, mas é só no Brasil que causa microcefalia em bebês — estranho, né? 

No mundo todo, o número de casos de microcefalia está dentro da normalidade estatística, mesmo com a presença de zika na gravidez.
Reportagem: https://www.sciencedaily.com/releases/2016/06/160624150813.htm

Tradução: À luz desta evidência, o NECSI diz que a causa da microcefalia no Brasil deveria ser reconsiderada. Uma possibilidade que foi levantada é o pesticida piriproxifeno, que é aplicado à água potável em algumas partes do Brasil para matar as larvas dos mosquitos que transmitem Zika. Piriproxifeno é um análogo de hormônio juvenil de inseto, que é reativo cruzado com o ácido retinoico, o qual é conhecido por causar microcefalia.

Um grupo de cientistas considera que a causa da epidemia de microcefalia pode estar no pesticida piriproxifeno aplicado em algumas regiões do Brasil para extinguir larvas do mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya.

Foi somente depois da aplicação do piriproxifeno em reservatórios de água potável que os casos de microcefalia supostamente associada à zika começaram a aparecer.

Olha só que interessante o caso de Rondônia:
Reportagem: http://www.rondonianoar.com.br/individual.php?idd=3702#.V3AggPkrLq8

Rondônia começou a aplicar esse larvicida no final de 2014 e agora está registrando casos de microcefalia que não estão relacionados com o vírus zika...
Reportagem: http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2016/02/ro-tem-10-casos-de-microcefalia-mas-sem-ligacao-com-o-zika-diz-governo.html

Uma associação direta entre o larvicida aplicado em fontes de água potável e o surgimento de casos de microcefalia não relacionados ao vírus zika... isso dá o que pensar.

Você poderá achar (e muita gente está muito empenhada em divulgar) que se trata mesmo de mais uma teoria da conspiração de paranoicos que não entendem nada do assunto, né? 

Então sugiro ler na íntegra o texto de Jean Remy Davée Guimarães, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ — Universidade Federal do Rio de Janeiro: 
 Reportagem: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/2836/n/tranquilo_e_favoravel_para_quem/Post_page/7

Mais um trecho significativo do material, leia na íntegra neste link:
Reportagem: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/2836/n/tranquilo_e_favoravel_para_quem/Post_page/7

Quando o culpado é a mutação misteriosa e inexplicável de um vírus, não há como processar os responsáveis governantes ou fabricantes, não é mesmo?

Não estou dizendo que seja o caso, mas é fato que incompetentes em altos cargos, alguns deles expostos à tentação de ganhar uma grana preta com altas mutretas comerciais, sempre custaram muito caro ao povo brasileiro.

Dede 1500.

E de gente com boas intenções o inferno está cheio, já dizia minha avó.

Um abraço,

Jefferson

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Pequenos alagamentos, grandes surpresas

Nunca subestime a força da água, mesmo em pequenos alagamentos.

Quem imaginaria que um pouquinho de água como esse seria capaz de derrubar motos grandes e pesadas como essas, né? A propósito, não concordo com o título do vídeo — eu chamaria de Pilotos inexperientes no Peru.

Com motos pequenas, a coisa é ainda mais perigosa.

Apesar de serem alagamentos rasos, nos dois casos os pilotos não souberam avaliar a velocidade.

Alta velocidade das motos no primeiro vídeo, alta velocidade da água no segundo vídeo.

Modere a velocidade ao passar por trechos moderadamente alagados e tranquilos como o do primeiro vídeo.

Não se arrisque em alagamentos com fluxo de água ligeiro como o do segundo vídeo, mesmo que pareça raso e fácil de enfrentar. 

E nem mesmo com uma moto pesada — um erro de avaliação pode ser fatal.

Como você viu, nos dois casos a força da água sobre a moto será intensa o suficiente para te desequilibrar ou desviar sua trajetória e eventualmente te arrastar.

Se você ainda não ficou convencido, veja como a coisa é traiçoeira:

Até um alagamento que parece tranquilo pode enganar...

Experiência é uma coisa que a gente aprende com os erros dos outros, ou então ganha na pele.

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 20 de junho de 2016

A ganância das empresas e o abandono das práticas consagradas de Engenharia

Havia um tempo em que as empresas tinham um pouco mais de escrúpulos éticos — era o final dos anos 60, a mesma época em que eu comecei a desconfiar da fada dos dentes e do coelhinho da páscoa, mas ainda escrevia cartinha para o papai noel.

Era um tempo em que novos produtos eram testados exaustivamente antes do lançamento — os projetos usavam margens de segurança ditadas pela segurança, e não pelos custos ou prazos de lançamento estabelecidos pelo marketing.
Reportagem: http://www.autoentusiastas.com.br/2016/05/gordini/

Hoje a data de lançamento do produto é definida com base na suposição ingênua de que as coisas projetadas nos computadores já nascerão perfeitas — só que a vida é real e de viés, como dizia o Caetano.

Há alguns anos um grande amigo meu teve o enorme desprazer de traduzir um documento em que um engenheiro apresentava de maneira imbecil o método de projeto desenvolvido por ele e implementado pela multinacional fabricante de carros.

Era um passo a passo para eliminar os possíveis problemas de um carro ainda na fase de projeto com o objetivo de reduzir custos e diminuir prazos de entrega de novos modelos ao mercado.


Um carro genérico fabricado por uma montadora
qualquer 
antes dessa ideia genial, só para ilustrar.
Na suposição infantil desse engenheiro, todos os problemas possíveis seriam deduzidos e eliminados sem a necessidade de fabricar uma série grande de veículos de teste (pré-série), nem realizar períodos de prova prolongados.

Nessa ilusão de faz de conta, os carros sairiam das workstations direto para a produção e concessionárias — eliminando os salários de alguns engenheiros e pilotos de teste.

Esse amigo traduziu esse material com muita raiva, porque é evidente que por melhor que seja o método, ninguém consegue prever tudo — dito e feito.

Esse método idiota está sendo aplicado por todos os fabricantes e está matando muita gente por aí.

Desta vez a vítima foi o ator Anton Yelchin, de apenas 27 anos. 
Reportagem: http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2016/06/20/problema-no-cambio-pode-ter-causado-acidente-que-matou-ator-de-star-trek.htm

Resumindo, o fiat-chrysler Jeep Grand Cherokee modelo 2015 do ator estava estacionado em um local inclinado.

A marcha de estacionamento (posição P da transmissão automática) escapou, permitindo que o carro se movimentasse — algo impensável, porque essa marcha serve justamente para imobilizar o carro.

Anton foi empurrado contra uma parede, ninguém nas proximidades, e morreu por asfixia, não pôde respirar com o carro prensado contra seu peito.

Trata-se de uma falha gravíssima de projeto para o qual a fiat-chrysler convocou recall em abril deste ano.
Reportagem: http://g1.globo.com/carros/noticia/2016/05/jeep-grand-cherokee-e-chrysler-300-sao-chamados-para-recall.html

Falha gravíssima que foi minimizada na reportagem da globo: impedir que o motorista saia sem colocar a transmissão na posição P é uma tremenda besteira, a menos que estejam falando em impedir que o motorista saia do carro, e não com o carro.

De que forma farão isso? Com um alarme que todo mundo vai ignorar? Travando as portas e não deixando ninguém sair, nem que o carro esteja pegando fogo? бред сивой кобылы.

A chamada da reportagem não passa a menor ideia da gravidade da coisa — faltou dizer que o carro pode começar a descer uma ladeira, apesar de travado na marcha P, e atropelar alguém — o próprio motorista abrindo ou fechando a garagem.

Coisa que não deveria fazer mesmo que o freio de estacionamento não esteja aplicado, como foi nos carros de transmissão automática desde sempre. 

Anton Yelchin talvez tenha sido a primeira vítima fatal dessa falha, se é que outras não ocorreram.
Reportagem: https://consumerist.com/2016/02/08/more-than-100-crashes-caused-by-confusing-jeep-chrysler-dodge-gear-shifters/

Mas por que estou falando disso aqui em um blog sobre motos?

Porque essa mesma afobação para lançar novos produtos também é praticada por fabricantes de motos.

A mesma pressa de colocar novos produtos no mercado e poupar tempo e uns trocados miseráveis leva os fabricantes de motos a lançar máquinas que quebram o eixo secundário (eixo do pinhão) por fadiga (suzuki GSR150i — estou devendo a postagem).

Também estão na lista o retificador das suzuki (esportivas, Boulevard e Burgman 400), quebra do chassi (yamaha Crosser 150 e dafra/zongshen Kansas 150 — ah, esquece, a dafra nunca chamou o recall), quebra da coroa da yamaha MT-09, recall da quebra dos parafusos da coroa roda traseira da bmw...

Reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2015/04/bmw-convoca-4558-motos-no-brasil-para-recall.html


Não escapa nem a harley...
Reportagem: http://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2015/07/harley-davidson-chama-2-mil-motos-para-recall-no-brasil.html

Em se tratando de motocicletas, são falhas potencialmente mortais.

Mas o marketing na frente de todos os critérios torna as empresas cegas para o risco de se lançar produtos às pressas e sem os devidos testes.

Ninguém dentro da empresa tem a coragem de dizer "não" porque ninguém quer perder o emprego na salinha com ar condicionado, ninguém levanta o pescoço com medo do facão.


Enquanto isso, os erros vão causando acidentes e ceifando as vidas dos proprietários, sejam eles conhecidos ou não.


Moral da história: Não confie cegamente em marcas renomadas.

Hoje elas não usam mais os mesmos critérios pelos quais se tornaram conhecidas.

A ganância traiu os clientes.

Fique atento a coisas estranhas acontecendo com sua moto e acompanhe as notícias sobre recalls de fabricantes — não adie comparecer à concessionária, sua vida e a de pessoas próximas a você podem depender disso.

Um abraço,

Jeff

domingo, 19 de junho de 2016

Comprando um terreno com uma motocicleta

Sabe como se compra um terreno com uma motocicleta?

Faça as curvas na velocidade máxima que puder, acelere forte no meio da curva, dê uma pequena entrada, olhe o terreno bem de pertinho e pronto, você compra um belo lote de terra na beira da estrada.



A compra é facilitada com motos potentes sem controle de tração.

Comprar terreno acontece muito com quem compra sua primeira moto potente.

O cara pensa que é igual a pilotar uma CG, entra pelo cano. Ou canavial.

O novato com motos grandes não conhece técnicas de pilotagem para alta velocidade — alta velocidade mesmo, não aquilo que se atinge com motinhos — e tenta fazer as curvas plantado no banco como se estivesse na poltrona da casa dele.

Na segunda filmagem, dá para ver o velocímetro indicando 60 milhas por hora, o que dá quase 100 km/h — é muito para uma estrada sinuosa como essa.

Curvas em alta velocidade exigem que o piloto desloque seu corpo para fora da moto, em direção ao centro da curva, abaixando o centro de gravidade do conjunto moto + piloto.

Se não abaixar o centro de gravidade, a moto desgarra mesmo. É o equivalente a capotar um carro.

A técnica para evitar isso minimizar a chance disso se chama "pêndulo".

O pêndulo permite fazer a curva inclinando menos a moto, evitando que a pedaleira raspe no chão e cause perda de controle.


O cara que não sabe disso descobre da pior maneira, como no vídeo acima.

A técnica do pêndulo é meio complicada de explicar com palavras, melhor é ver o pessoal fazendo curvas em alta velocidade como se deve, e não como um pato.


Ou um palhaço, no bom sentido.

Não pense que eles estão fazendo isso pela primeira vez, leva um tempo para aprender e praticar.

Fazer curvas realmente no limite é como andar na corda bamba. Ou funambular, como se diz em Portugal. Ou praticar táiterrôpi tightrope, como se diz no Brasil.


Se você quer fazer uma curva em alta velocidade com sua moto potente recém comprada, aprenda primeiro a pilotar de verdade.


Não deixe para descobrir os macetes na primeira curva fechada que aparecer.

Se estiver mesmo a fim de descobrir seus limites e os da motocicleta — coisa que não aconselho porque é uma brincadeira mortal — procure uma escola de pilotagem onde você possa treinar e treinar essas técnicas sem grande risco de se machucar.


Porque se você deixar para aprender sozinho na estrada, se algo der errado, você irá comprar um terreno.



Com sorte, na beira da estrada; sem sorte, bem mais abaixo.

Um abraço,

Jeff


PS: O blogger do google continua escolhendo formatações malucas para o texto. A correção só é possível recortando um bloco de texto, abrindo em outro programa, copiando e colando de novo a fim de matar a formatação maluca. Cansei de fazer isso N vezes, para depois ver que a coisa embolou e ter de recomeçar do zero. Então acho que a solução é migrar para outro gerador de blogs, porque este aqui é uma Цветная капуста...

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Rotatórias, preferenciais e mentiras

Acidente acontecido em 16/06/2016 em Campo Grande, MS:
Reportagem: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2016/06/motociclista-morre-apos-invadir-sinal-e-parar-embaixo-de-caminhao-em-ms.html

O motociclista não furou sinal coisa nenhuma — essa é mais uma daquelas manchetes típicas da imprensa sensacionalista da linha de pensamento "o motociclista é sempre o culpado".

Jornalismo burro que não investiga os fatos, que é incapaz de somar 1 + 1.

Mas o motociclista morreu, não pode contestar a versão do motorista e do manchetista do G1.

O motorista do caminhão conta que a moto estava na rotatória e alega que ela invadiu a preferencial, atingindo o caminhão.

Será que foi isso mesmo?

A rotatória próxima ao Lago do Amor é esta aqui:
Mapa do google Maps: Av.Senador Filinto Muller Vila Ipiranga, Campo Grande MS

O caminhão vinha pela Avenida Senador Filinto Muller, a "preferencial".

Dizer que a moto invadiu a preferencial ou furou sinal é mentira — a menos que tenham instalado semáforo nesse local depois de outubro de 2015, data da captura dessas imagens.

Quem está na preferencial é sempre quem está na rotatória, salvo se existir sinalização em contrário — é o que diz o Código de Trânsito.

A avenida Senador Filinto Muller deixa de ser a preferencial quando chega na rotatória.

E não falta sinalização para dizer que a preferencial é mesmo de quem está na rotatória — esta é a visão de quem vem pela Filinto Muller no local do acidente:
Imagem do google Street View: Av.Senador Filinto Muller Vila Ipiranga, Campo Grande MS

Não basta a sinalização pintada no asfalto, também existe a placa sinalizando a preferência de quem já está na rotatória.

E para finalizar, a faixa de pedestres é elevada, funcionando como uma lombada redutora de velocidade.

Quem não respeitou a preferencial foi o caminhão, e ponto final.

Mesmo que a sinalização de solo estivesse apagada ou placa não estivesse por lá no momento do acidente, a lombada continuou indicando a obrigatoriedade de reduzir a velocidade para entrar na rotatória.

E mesmo que não houvesse nem essa lombada, a preferencial sempre continuaria sendo de quem já está na rotatória.

A cena flagrada pelo google Street View neste outro local da mesma avenida é praticamente a mesma do acidentea moto estava na preferencial fazendo o contorno, e a visão do motorista do caminhão seria algo bem parecido.
Imagem do google Street View: Av.Senador Filinto Muller Vila Ipiranga, Campo Grande MS


Mas os mortos não podem dar sua versão — no caso, a versão verdadeira dos fatos.

Só nos resta torcer para que as autoridades encarregadas da investigação não deixem de apontar esses fatos para o juiz.

No entanto, nada trará de volta a vida desse motociclista de 38 anos, possivelmente um pai de família.

Que seu caso sirva de alerta para todos nós, nunca podemos confiar cegamente que os outros irão respeitar nossa preferencial.

Apenas quem tem isso sempre em mente sobrevive para contar sua versão do quase acidente que poderia ter custado sua vida.

Já escapei tantas vezes de situações como essa... e pretendo continuar a escapar por muito tempo usando essa regrinha básica de não confiar nos outros. 

No trânsito, procuro ser o único responsável pela minha própria segurança.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 14 de junho de 2016

Alforjes e bom senso

É nessas horas que a gente lamenta não ter uma câmera filmando.

Um amigo e a moto dele se mudaram recentemente para a casa do pa...rente, e ainda estão se adaptando.

O portão para a entrada não se abre no meio, é lateral e permite apenas a passagem de pedestres.

Pedestres e motos magrinhas. Até meio gordinhas, se entrar com cuidado. 

O irmão desse meu amigo até entra e sai com uma Shadow, é só esterçar no ângulo certo e girar o guidão na hora exata que a moto passa certinha naquele espaço apertado.

Mas esse tonto desse amigo meu tem uma moto com alforjes laterais muito bonitos que ele não tira por nada — são muito úteis para ir ao supermercado e carregar óleo, ferramentas e panos, diz ele...

O problema é que se não fizer a manobra direitinho, o alforje fica no portão. Pelo menos um deles.

Pois é, hoje ficou.

É nessas horas que a gente lamenta não ter uma câmera filmando.

Felizmente esse meu amigo é descolado, sabe que é só fazer uma emenda. Ou remendo. Em todo caso, não vai ser o primeiro. Lavou, tá novo. Pensei besteira.

Mas fica o lembrete, tantas vezes passa o alforje pelo portão que um dia ele fica no caminho. Melhor parar de ser vagabundo e começar a abrir os dois lados do portão.

Pelo menos o alforje dele é do tipo convencional, envelope.

Já pensou o prejuízo se ele tivesse feito uma осел пронзительный dessas?



Pelo amor de Deus, ninguém faça isso, é uma péssima ideia.

Ser possível fazer uma coisa não quer dizer que ela deva ser feita — antes é necessário considerar coisinhas bobas como a segurança, por exemplo.

Se encontrarem esse cara rodando por Belzonte ou qualquer lugar do país, avisa ele que ele pode morrer com isso.

Ou ser parado pela primeira viatura de polícia, porque isso é francamente contra a lei.

Sério, nenhum acessório pode ultrapassar a largura da moto, ou seja, a largura dos espelhos.

Cada uma que a gente vê por aí...

Um abraço,

Jeff

domingo, 12 de junho de 2016

O resgate de Jezebel

Eu enrolei esta postagem o quanto pude.

Inventei um monte de desculpas para mim mesmo, protelei, comecei e abandonei a postagem inicial.

Fiquei um bom tempo cabreiro com isso, mas hoje entendo o motivo:

Eu não queria decepcionar meus amigos com uma postagem aquém do que o evento merecia...

E realmente não consegui escrever algo que expressasse toda a alegria, gratidão, emoção que trazer Jezebel de volta para morar comigo me trouxeram. Nossa, essa frase ficou horrível, mas vai assim mesmo...

Então me conformei em escrever este relato aqui para que todos saibam o quão bacana foi, mas você já fique sabendo que não dá para expressar tudo isso em palavras...

Nem vou mencionar que descobri que tudo isso foi tramado pelos meus amigos em conversas no Zapwhatzap, em um plano benigno chamado Operação Não é Mamãe Ops, corrigido pelo Vinícius: O nome era "Projeto Precisa me Amar" (longa história...)

Na mesma semana que os amigos Vinícius e Marlene me trouxeram um PC para que eu pudesse voltar a escrever e me comunicar via internet, o amigo Edifrans me trouxe um celular e aí surgiu a ideia (pensava eu na época, mas já estava tudo tramado por eles) de a gente ir buscar a Bebél e minhas coisas lá em Santa Catarina.

A intenção inicial era aproveitar o feriadão de maio para que nós quatro fôssemos até lá... mas a coisa acabou não saindo como pensado. Pensava eu.

Sucedeu que na inesperada madrugada de terça, antes do feriadão, estávamos eu e meus pensamentos  junto com o Edi e o Wandão a caminho de Floripa!

E tudo aconteceu tão rápido que naquela tarde mesmo Jezebelzinha já embarcava alegremente para a viagem de volta...

Difícil saber quem estava mais contente nessa história toda... Jezebel só não subiu sozinha na caçamba porque a Meri, o Daniel, Edi e Wandão não deixaram... 

Jezebel curtindo o passeio acomodada com os cabelos ao vento, fomos até a casa do Dan para conversar, repor as energias e resgatar as coisas que o meu vizinhozinho não saqueou — consegui recuperar alguma coisa, somente o necessário, porque o extraordinário é... ops, me empolguei.

(Meri fotografou, acabou ficando de fora do retrato da Santa Ceia... uma pena. Deviam inventar uma maneira de todo mundo caber na foto sem precisar dar aquela corridinha que nunca dá certo...)

Acabamos voltando na mesma noite, pernoitando no Tio Doca, velho hábito, com direito a chuleta com polenta, velho hábito do Edi, e outra chuleta com polenta, velho hábito do Edi de manhã cedinho tomamos o rumo de casa.

Edi e Wandão descarregaram todas as minhas coisas em casa, exceto a Jezebel... Os dois me enrolaram direitinho e se mandaram com ela na caçamba, promessa de voltarem no fim de semana para montarmos a moto...

Chega o sábado, visto minha velha roupa de briga (essa o vizinho não roubou) a fim de lavar a moto e fazer a revisão antes de colocá-la para funcionar.

Ilusão.

Jezebel não veio na caçamba, me enrolaram de novo, o Edi e o Vinícius dão umas desculpas sem pé nem cabeça e, quando chego até lá onde ela estava...

Encontro Jezebel montada, revisada, lavada, polida, encerada e tinha até uma festa para comemorar seu retorno!

A galera fundadora dos WD±40 estava lá para me fazer essa surpresa... não são mesmo uma turminha do bem?

Depois descobri que a galera WD±40 que não pôde comparecer também colaborou para essa festa acontecer.

Na foto tirada pelo Betho, estão o Wandão, Zé, Edi, Marlene, Gi, Vinícius e nossas meninas...
Estendo meus agradecimentos a todo mundo que torceu por nós, especialmente também aos amigos WD±40 que não puderam comparecer, mas fizeram uma pequenina ruminante bovina para custear essa viagem...

Serei eternamente grato a todos vocês pelo tanto que nos ajudaram (Jezebel também agradece!)

Que a Vida retribua com imensa generosidade tudo que fizeram por mim nesse momento em que mais precisei! É uma maneira de dizer "Deus lhes pague essa dívida, porque eu estou completamente duro."

Um forte abraço carinhoso a todos,

Jeff