Mostrando postagens com marcador Espírito motociclista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Espírito motociclista. Mostrar todas as postagens

sábado, 7 de janeiro de 2017

Para quem está sentindo falta do blog....

Você anda com saudade do blog?

Chegou aqui e ficou entusiasmado de ver que a postagem mudou?

Pensou que ia encontrar alguma coisa pra ler?


Imagem: Amazon.com
Sinto muito, te enganei!

Eu continuo de férias por mais alguns dias...

Tem coisa que não dá para fazer em certas épocas do ano.

Mas não quero deixar o amigo leitor triste neste comecinho de 2017.

Se você estiver com toda essa sofrência de leitura, recomendo conferir a postagem de hoje lá no Old Dog Cycles... (e não só a postagem de hoje)

O que o Bayer escreveu passa bem a ideia de como estou me sentindo neste começo de ano.

Você lê a(s) postagem(ns), fica feliz, eu poupo meu cérebro (se achar) e continuo na vagabundagem... hehehe...

Um abraço, e logo estaremos de volta maybe,

Jeff e companhia

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Adianta ter motão e não saber usar?



O pessoal rodando de boa, quase sem fazer arte, aí do nada aparecem dois manés com motos mais potentes se achando os tais e fazem uma baita лазанья dessas...

E nos comentários ainda tem gente que vem falar mal do pessoal das motonetas...

Ô, pessoalzinho tarado incapaz de fazer autocrítica e enxergar que quem está errado, está errado...

Só porque têm motos caras — que muitas vezes não sabem pilotar direito, nem tão mais potentes — a yamaha R15 que caiu é uma 150 carenada, são bons de reta — e se borram nas curvas, alguns se acham donos do mundo com direito de passar por cima das leis e até do bom senso.

Mas na hora em que vão para o chão por mérito próprio, o pessoal das motos menos potentes que eles tanto menosprezam é quem para pra ajudar.

O pessoal das motinhos não abusou tanto, não aprontou muito e teve condição de voltar para casa por conta própria...

Já os caras das "motonas" se acharam no direito de ultrapassar todo mundo na contramão em local proibido, sem visão, o (  *  ) fechou no meio da curva, pagaram o maior micão, saíram no prejuízo, e é capaz de um deles ter de voltar de carona na caminhonete de alguém...

Uma lição de vida dessas devia levar esse pessoal a repensar algumas atitudes na sua relação com os outros motociclistas e motoristas...

Ter uma moto mais potente capaz de rodar significativamente mais rápido que outras não lhes dá o direito de se achar superior a ninguém.

Que tal aproveitar para deixar apenas boas lembranças de nossa breve passagem por este nosso mundo onde podemos pilotar por tão pouco tempo?

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Aniversário de 5 anos da viagem a Foz do Iguaçu...

Há exatos cinco anos, em 15 de setembro de 2011, os amigos WD±40 Betho, Edifrans, Igor e eu saíamos com nossas Kansas 150 para nossa grande jornada Easy Rider...

Edi e eu saímos na véspera de Santo André e fomos até Campinas onde encontramos o Betho e o Igor.

De lá cortamos o sudoeste de São Paulo e o noroeste do Paraná até chegarmos a Foz do Iguaçu, de onde esticamos até as vizinhas Puerto Iguazu na Argentina e Ciudad del Este no Paraguai...

Mais de 2.300 km de uma aventura inesquecível de quatro amigos que se conheceram graças a nossas queridas Kansas companheiras de estrada. 

E só fomos e voltamos porque não caímos no conto do vigário de colocar só um litro de óleo no motor.



Impossível esquecer a pancada do vento deslocado pelos caminhões em sentido contrário, a ventania nos desertos de soja que nos obrigava a pilotar inclinados para manter a linha reta, os pedágios abusivos no Paraná não, isso eu prefiro esquecer, as paradas nos raros postos na beira da estrada, os perrengues resolvidos com improviso no caminho, a cara de "não acredito que vocês vieram de São Paulo de Kansas" do pessoal da concessionária dafra de Foz do Iguaçu onde passamos para repor a mola do pedal do freio da Jezebel que caiu antes de chegarmos em Itaí...não, não tinha.

E a emoção de chegar a um destino que só atingimos quando nos livramos daquelas amarras que são jogadas sobre nós pelas burocracias da vida.


Como esquecer a beleza das cataratas, a austeridade opressora de Itaipu, a enorme Aripuca, destino não programado cuja dica foi dada pelo pessoal simpático lá do restaurante em Puerto Iguazu?

E a volta com nevoeiro e chuva, os erros no caminho — sagrada tradição WD±40 —, os desencontros e o incrível reencontro ao acaso no meio da estrada?

Como esquecer a amizade que proporcionou essa jornada da minha vida — e acredito que a jornada da vida de cada um de nós?

Como esquecer os relatos dos amigos WD±40 que não puderam ir e ficaram torcendo pela gente o tempo todo?

Passados esses cinco anos, só posso agradecer a Deus por ter colocado tanta gente boa em meu caminho.

Obrigado, galera, por todos esses anos de bons momentos inesquecíveis vividos nessas estradas pelo Brasil!

Não fosse por vocês, Jezebel e eu teríamos uma vida muito sem graça...

Forte abraço, e espero repetir uma aventura dessas qualquer dia destes!

Jeff

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Motoqueiros de lá e de cá

Será que este filme a gente veria aqui no Brasil?

A sequência do acidente começa a partir de 2:10.

Eu penso que aqui seria mais fácil ver o seguinte:

Os caras das esportivas passariam duas vezes acima da velocidade máxima permitida e ainda tirariam fina do cara da custom, só para zoar.

O cara da custom não ia cair por dar passagem, mas por tentar sair da frente deles e levar um esbarrão ao ser ultrapassado a 200 por hora.

Nenhum speedeiro ia parar para sinalizar o acidente e nem ajudar o cara caído.

Caso os caras das esportivas e os caras das customs se encontrassem novamente, era capaz de rolar aquela briga ridícula — capacetadas pra todo lado, coquinho voando, soco no ar e chute na canela.

E o vídeo ainda seria postado com comentários huashuashuash, kkkkkkkkkkk e ki zuera, manu!!!.

Ah, bons tempos aqueles em que os motoqueiros no Brasil ainda eram solidários, e agiam como no vídeo, cordial e civilizadamente...

Hoje esse tipo de comportamento e amizade entre motociclistas é cada vez mais raro. 

Não que não exista, está cheio de gente boa por aí.

Mas o que tem de cara se achando melhor do que os outros só porque a moto dele anda mais do que as outras...

Caras iludidos de que são capazes de evitar um acidente a 200 km/h... até descobrirem a dura realidade da vida aos 06:00.

A alegria do passeio acaba num piscar de olhos, e aí não tem volta não.

Triste Brasil.

Motocicleta tratada como brinquedo é uma arma mortal para você e para quem estiver por perto.

Pense nisso.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Belas atitudes

São pequenas atitudes como essas que enchem o coração de alegria.

Nestes tempos repletos de ódio e intolerância, elas provam que sempre existe uma oportunidade para a gentileza e humanidade, basta estar atento.

Parabéns a todos que realizaram esses atos, e também a quem compilou todos em um único vídeo.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mais dicas do Roberto Agresti

http://g1.globo.com/carros/dicas-de-motos/noticia/2014/06/como-resolver-5-problemas-que-dao-dor-de-cabeca-ao-motociclista.html

Cinco dicas úteis do Roberto Agresti sobre desgaste dos cabos de comando, pneu furado e perda da chave da moto, sem esquecer da regulagem da corrente.

Um aspecto importante que ele aponta e que eu nunca havia comentado é a possibilidade de quebra da carcaça do motor por rompimento da corrente. 

Dá uma conferida lá e não deixe para trocar a corrente apenas quando ela estiver no osso. 

Indicação do amigo e companheiro de viagens Edifrans, lá do torrão andreense. 

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 2 de maio de 2014

A Anatomia de Uma Curva

Tradução da postagem de Bob Kuhn – The Anatomy of a Corner http://positivelyparkinsons.blogspot.com.br/2011/07/anatomy-of-corner.html 
datada de 3 de julho de 2011 


A vida no seu melhor nunca é uma estrada reta. Vivida em todo seu potencial, é uma aventura cheia de curvas, algumas difíceis, algumas fechadas, algumas longas e algumas traiçoeiras e perigosas. Na minha experiência, é como pilotar uma moto; cada curva pode ser um arco-íris de experiências. Deixe-me compartilhar contigo um vídeo verbal de 30 segundos.

Imagine que em uma tarde ensolarada você está pilotando sua moto ao lado de um pequeno 
rio, mas com corredeiras, ao longo de uma rodovia de mão dupla lisa como um tapete. Você está subindo uma montanha. Não há veículos por perto. É difícil manter a velocidade no limite de 100 km/h. O poderoso motor ronrona a seus pés. Controlada pelo piloto automático, sua potranca estradeira implora impaciente que você domine seus músculos mecânicos. 


Cedendo aos seus anseios, você agarra o acelerador e o torce, enrolando o cabo. Então você vê se aproximar uma curva a 200 metros. Seu coração começa a bater mais rápido e os seus sentidos ganham vida.


Com a acuidade visual de uma águia avistando sua presa de muito longe, você vê que a estrada à frente se estreita e se desvia à direita. O rio, correndo ladeira abaixo em pânico digno de um salto mortal, de um lado parece espremer a faixa de asfalto contra a face de uma rocha vertical elevada ao céu por ombros pré-históricos. 


Instantaneamente você examina tudo de uma vez. Seu corpo torna-se um receptor de incrível capacidade, simultaneamente coletando e enviando toneladas de dados sensoriais para seu cérebro. Você tira os pés dos apoios de viagem e os apoia firmemente sobre as pedaleiras sob seus quadris para o equilíbrio máximo. Seus joelhos, agora dobrados a 90 graus, pressionam o tanque de gasolina. Uma lista de verificação mental da condição de sua moto segue sua pergunta: "Será que minha moto está pronta?"

A 100 metros, a sinalização da estrada antecipada indica: 70 km/h. Para um motociclista experiente isso significa que em boas condições será seguro fazer a curva a 100 km/h. Primeiro você faz uma verificação mental, física e emocional, e então se pergunta: "Estou pronto para encarar?" 


Em uma fração de segundo segue-se uma varredura da estrada à frente: o arco e a inclinação da curva, a ausência de guard-rails, o pavimento livre de cascalho, faixas de piche, pedras caídas, poças de óleo ou água, e nenhum veículo em qualquer lugar dentro sua visão periférica. 


Com base nessas informações, você calibra mentalmente sua velocidade para uma curva segura e presta atenção ao motor para coincidir com a velocidade desejada. Essa velocidade é sentida, e não calculada olhando-se o velocímetro.




Mentalmente você desenha uma linha em arco ao redor da curva com a precisão de um raio laser; idealmente, ela corre paralela à linha central da rodovia. Se tudo correr bem, essa trajetória fará você e sua motocicleta passarem pela curva e saírem do outro lado com segurança. 


Você se inclina levemente para frente,  segurando o acelerador com firmeza, deixando um dedo estendido por cima do manete do freio dianteiro como precaução. Agora você antecipa o elemento mais crítico para fazer a curva: a inclinação da moto. Uma motocicleta não é esterçada ao longo de uma curva, ela a ataca como se fosse um avião. 


Na verdade, você está empurrando o guidão para baixo e para a esquerda, efetivamente esterçando para fora da direção da curva à direita que você faria naturalmente. Isso é necessário para equilibrar a moto entre as forças opostas em jogo, a gravidade e a força centrífuga. Inclinar demais em direção à curva ou ir muito devagar irá resultar em ser jogado contra a rocha pela gravidade. Não se inclinar o suficiente em direção à curva ou ir rápido demais poderá jogá-lo para fora da linha traçada contra o tráfego em sentido contrário ou, pior, para dentro do rio.

No meio da curva você está no ponto sem retorno. Seja o que for que estiver à frente em seu caminho poderá muito bem ser inevitável: uma pedra do tamanho de uma bola de futebol, cascalho solto da encosta espalhado sobre a estrada, um veículo parado ou um animal insistindo em pular na frente de sua moto em alta velocidade são apenas algumas das possibilidades. Essa curva, como qualquer outra, exige hipersensibilidade e deve ocupar 100% de sua atenção focada. 


Apesar dos perigos potenciais, você acelera levemente para contornar a curva a fim de manter o equilíbrio entre as forças que se alteram. Isso tem o efeito de catapultar você para frente como na brincadeira de roda, onde a última pessoa da fila é lançada para fora, ou uma pedra sendo arremessada de um estilingue. Seu corpo se sente plenamente vivo, com calafrios de alegria, como se toda sua vida você tivesse se preparado para esses últimos 30 segundos.

Talvez nós sejamos feitos para as curvas. Em certa medida, em torno de cada curva da estrada encontra-se um mistério, uma história ainda a se desenrolar. São as curvas de sua vida que irão preencher as páginas de sua biografia. Como nós podemos antecipar e nos preparar para cada curva, lidar com as tensões de cada curva e, às vezes, apenas acompanhar as curvas da vida?

Apesar de a doença de Parkinson não ser uma "curva" que eu teria escolhido, há um sentido contraintuitivo de significância para esta mudança na rodovia da minha vida. Minha esperança é que outros enfrentando a doença de Parkinson, ou outras dificuldades, algum dia irão se unir a mim e declarar, "Deixe essas curvas continuarem vindo!"


*****

Bob foi diagnosticado com Parkinson aos 53 anos, e essa é uma doença para a qual ainda não há cura.

Ele nos dá um exemplo de superação, continuando a pilotar e a realizar seus trabalhos, participar de atividades de conscientização sobre a doença, além de manter dois blogs, um sobre Parkinson e outro sobre suas atividades profissionais.

Quando postei Tocando em Frente, o fiz movido por uma sensação de urgência, de dizer o quanto a vida é breve e não deve ser desperdiçada.

"Life is very short and there's no time for fussing and fighting, my friend..."

Temos quase a mesma idade, não tenho Parkinson (que eu saiba), mas minha artrite, artrose e outras ites sempre me lembram que a vida é um tobogã com altos e baixos, e nessa jornada os altos ficam cada vez menos altos e os baixos cada vez mais baixos... temos que aproveitar bem .

Viva intensamente sua vida, viaje, aproveite ao máximo, porque nunca sabemos o que nos espera em cada curva.  

Vamos nessa, e deixem as curvas continuarem vindo!!!

Um abraço, Bob! 

Siga tocando em frente!

Jeff

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Rapagão do balacobaco

Narrativa: http://viagemdemoto.com/viagens-pelas-americas/857-viagem-de-moto-pela-america-latina


Para ler e saborear, a história completa está contada neste link.

Espírito motociclista é isso aí, espero chegar sacudido assim aos 70. 

Mas falta muito... acho eu, perdi a conta.

A postagem é uma lição de vida (e esta frase é um tremendo clichê)

Para quem ficou curioso, ele pagou o equivalente a 1.200 libras esterlinas por uma CG Cargo zero km no México.

Isso é o equivalente hoje a 4.490 reais — aqui no Brasil, sai no mínimo por 5.390 reais base SP.

O detalhe é que a moto é fabricada aqui no Brasil e vendida lá no México pagando frete transcontinental mais impostos mexicanos, e ainda custa menos do que para nós.

Postagem enviada pelo amigo Edifrans lá do torrão andreense, minha terra natal.

Acho que ele está querendo se inspirar para pegar a estrada...

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 22 de abril de 2014

Canção da América

Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves dentro do coração...

Assim falava a canção que na América ouvi...

Mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir...

Mas quem ficou, no pensamento voou com seu canto que o outro lembrou... 

E quem voou, no pensamento ficou com a lembrança que o outro cantou...

Amigo é coisa para se guardar no lado esquerdo do peito...

Mesmo que o tempo e a distância digam "não"...

Mesmo esquecendo a canção... 

O que importa é ouvir a voz que vem do coração...

Pois seja o que vier, venha o que vier...

Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar...

Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar...


Fernando Brant e Milton Nascimento, e eu assino embaixo




Muito obrigado aos amigos que vieram de tão longe e com tanto sacrifício só para alegrar minha Páscoa, e também àqueles que quiseram e não puderam vir, e também àqueles que se torturaram para preparar e não falar algo que entregasse a surpresa (e que não saíram na foto)!

O bom de usar capacete é que ninguém vê as lágrimas quando o grupo de amigos se afasta na curva da estrada lá na frente...

Qualquer dia, amigos, a gente vai se encontrar de novo!

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Tocando em frente

Imagem: http://positivelyparkinsons.blogspot.com.br/2011/07/anatomy-of-corner.html

Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais...

Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe? Só levo a certeza de que muito pouco eu sei... ou nada sei...

Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs...

É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir...

Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente...

Como um velho boiadeiro levando a boiada, eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu vou... Estrada, eu sou...

Todo mundo ama um dia todo mundo chora, um dia a gente chega e no outro vai embora...

Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz...


*****

Almir Sater e Renato Teixeira disseram tudo. 

Inesperadamente algumas postagens ganham um significado todo especial, e esta é uma delas.

Era para ser apenas a transcrição da letra da música.

Mas procurando por uma imagem para ilustrar, encontrei também um texto que reflete bem o meu sentimento quando eu escrevia.

O autor é o motociclista Bob Kuhn, e foi postada no site Positively Parkinson's

Estou providenciando a tradução, e assim que postá-la, você entenderá a associação. 

Um abraço,

Jeff

sábado, 16 de novembro de 2013

Dica de leitura

Sugestão de leitura, encontrada no blog Lord of Motors:

http://www.lordofmotors.com/2012/05/espirito-da-harley.html

Um ótimo texto de Big Chopper de La Frontera (será seu nome verdadeiro?) sobre a relação que nós viajantes desenvolvemos com nossas motos.

As paisagens são muito melhores vistas de uma motocicleta
Imagem: http://motoroz.blogspot.com.br/2012/11/scenic-roads-6-10.html Como ele mesmo diz, apenas um motociclista comum, relatando suas viagens por lugares não muito conhecidos. Ainda bem!

Estradeiras são diferentes das motos urbanas. 

Só quando você passa horas e horas, o dia inteiro curtindo sua moto, vendo paisagens renovadas a cada curva, se surpreendendo com aquela cachoeira que você nunca tinha visto à beira da mesma estrada de tantos anos; aquela montanha que ameaça barrar seu caminho, mas que ao chegar perto abre o manto acolhedor para sua passagem; aquela ponte que te surpreende por ser tão alta, e aquela outra tão rente ao lago; aquela curva que te coloca à beira do rio de pedras caprichosas, o contorno da Serra do Mar que te recebe com gaivotas e o borrifo das ondas...

Apenas você e sua moto confiando um no outro para poder ir mais longe.

Você fica realmente grato por ela te proporcionar esse lado bom da vida.

Só não concordo com a última frase, "Mas é nessas horas que eu sei que as Harley têm espírito, e as outras não têm."

Ter espírito não é exclusividade das Harley.

Tudo depende do quanto você se entrega à sua moto. 

Seja ela qual for, a resposta virá.

Na forma do seu amor e confiança.

Ou ódio e vingança.

Da parte dela.

Cuide bem de sua moto e ame-a como se fosse uma Harley, que ela te retribuirá.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Zen destino

Nos velhos e bons anos 70 foi publicado um livro chamado “Zen e a arte da manutenção de motocicletas”. 

Era de autoria daquele autor que não ficou famoso, ouviu falar dele? Pois é, não ia adiantar falar o nome (essa vai entrar para a categoria de piores desculpas para não lembrar e ter preguiça de procurar).

Mas o essencial é que esse livro narra uma experiência que todo motociclista deveria considerar, se quiser realmente entender o que representa o espírito do motociclismo, sem aquelas doses forçadas de propaganda que os fabricantes de motos te empurram goela abaixo. 


Ainda mais aqueles que acham que a marca que eles marqueteiam representa a verdade, o caminho e a vida, tatuagens inclusas.

O livro é uma viagem de moto (não só de moto) cruzando os Iunáited Istêitis e os paradoxos da vida. 

Mas não é um Sem Destino (Easy Rider), que usa a metáfora da viagem para falar de outras coisas que estavam acontecendo na época. Mas também é muito cabeça.

A viagem de Zen está no oposto entre a visão de mundo do autor, um cara que está nessa para curtir a experiência, a aventura, a jornada com sua moto, e a de um casal de amigos que está nessa para curtir... sei lá, acho que eles não curtem nada, nem a moto deles.

O que deveria ser algo incrível e irrepetível, vivenciado como uma cerimônia do chá (que tem toda uma profundidade e significados não vivenciados e nem sequer imaginados pelos ocidentais), se transforma no conflito entre maneiras opostas de ver uma moto e, por extensão, o mundo:

O autor, sem criar expectativas, enfrenta os imprevistos da jornada conforme aparecem. 

Não representam azares, prejuízos, decepções, são apenas fatos com os quais temos que lidar, porque o mundo não é perfeito, não somos perfeitos, nossas motos não são perfeitas... são apenas máquinas possíveis que possibilitam a jornada.

Para o casal de amigos, todos os imprevistos são inadmissíveis. 

Comprar uma moto último tipo e descobrir que ela vibra, esquenta, vaza óleo, fura pneu, com peças que se desgastam, quebram e precisam ser trocadas e ajustadas numa jornada de poucos milhares de quilômetros, tudo e cada um desses eventos se torna motivo de desprazer.

Ora, rodar com uma moto naquela época não era bicho de sete cabeças. Gasolina, óleo, vela e platinado (um fóssil ancestral do cdi, e que ao contrário do cdi, podia ser consertado no meio do caminho), pneu e relação eram coisas que com um mínimo de conhecimento (e ferramentas) qualquer um podia reparar.

E essa era a diferença entre o autor e o casal, um lidava com o mundo conforme ele é, os outros tinham expectativas ideais que nunca eram atendidas.

Exemplo típico, quando as motos chegaram à região das montanhas, e começam a ratear.

Para o casal, motivo para interromper a viagem e procurar uma oficina; para o autor, motivo para pensar qual seria o motivo disso.

Matutar, analisar e arriscar uma teoria de que o ar rarefeito estaria desequilibrando a mistura de ar e gasolina, e que a solução seria fazer um pequeno ajuste, e então obter a satisfação de seguir viagem com algo a mais na bagagem.

E depois escrever um livro que marcou gerações e gerações de motociclistas que sabem que o mundo é divertido pelo que ele é, e não somente pelo que gostaríamos que fosse.

Aproveite e descubra não apenas essa jornada com sua moto. Aventure-se!

Motos como aquelas estão acabando, dias como estes estão acabando.

Um dia tudo isso será lenda... seja parte dela ou volte para o conforto do sofazão do faustão.

Um abraço,

Jeff

PS: 
Para entender melhor esse espírito, não encontrei postagem melhor do que esta aqui.

Para conhecer um pouco mais do livro: 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A História tem fim...

Há algum tempo, enquanto me deslocava entre Jundiaí e Arujá, assisti um monte de gente aprontando em plena Marginal Tietê. 

Por não ter grande intimidade com a região, fico sempre no limite de velocidade, e se o trânsito estiver pelo menos andando, eu fico quietinho junto com os carros e deixo o corredor para os velozes.


Para os que não conhecem,
esta é a Marginal Tietê, uma
das fotos que encontrei e
melhor representou a bagunça
que é rodar por lá, dá até pra
ver um motociclista junto do
que parece ser um guincho
mudando de faixa.

Enquanto via as cenas, ficava pensando na gravidade do que o pessoal estava fazendo, sem contar o medo de alguém me atingir, o que por muito pouco um sujeito não fez.

Foi uma hora e meia assistindo o pessoal dando corda para o azar.

Também fugi de um monte de motoristas insanos que simplesmente trocavam de faixa e "que se vire" quem estiver do lado, e quem estiver do lado de quem está do lado também.



Viva o trânsito paulistano!

Cheguei no segundo tempo do trampo sem assistir ninguém se matando e ninguém me matou.

E lá pelas seis a Marlene me liga chorando justamente porque havia acabado de passar por um acidente muito feio, a vítima fatal era um sujeito que havia passado por ela pouco tempo antes e lá na frente se acidentou, o modo como ela descreveu foi:

— Sabe quando a gente vê um cachorro atropelado e despedaçado na rua? Então, só que era um ser humano...

E ela disse que nem sabe como conseguiu chegar em casa, e que teve vontade de encostar a moto ali mesmo e seguir a pé.


É tenso presenciar acidente, pior ainda acidentes como o que ela descreveu.

E me lembrei daquele post Cristiane não voltou para casa esta noite, que contava a história de duas pessoas envolvidas num acidente grave e fiquei pensando na história desse cidadão que ela viu rodando pouco tempo antes de morrer.

Como disse o Carlos Gonzales num dos diversos vídeos dele:


"Você acha que esse cara saiu da casa dele achando que ia acontecer um acidente?"

E aí você pensa em todas as possibilidades antes do acidente:

Será que esse cara abusou?
Será que esse cara se irritou com alguém e não percebeu um risco em potencial?
Será que ele já estava nervoso antes de subir na moto?
Será que ele foi fechado?
Será que ele estava atrasado?
Será que um motorista não o viu e o derrubou?

Será que passou mal?
Será que foi um problema com a moto?
Afinal, por que raios a história dele terminou assim?

Pois é, a história dele terminou assim... e a história das pessoas que amam esse sujeito, como vai ficar?


Então você se pega pensando em como seria se acontecesse com alguém que você gosta.


Tome cuidado por si mesmo, pelos demais e pelos que te amam.

Um abraço


Vinícius Melo