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segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Tabela da mobil que prova a fraude contra os proprietários

Esta tabela publicada pela mobil é a prova cabal da fraude cometida por fabricantes contra seus clientes — no mínimo, de duas delas.

A mobil teve a melhor das boas intenções, coitadinha, mas foi ingênua de acreditar no que as fabricantes falam... tsc, tsc.

Quem mandou não conferir antes de assinar a tabela, né?

Nesta imagem eu selecionei dois modelos praticamente idênticos em termos de motor, a dafra Kansas 150 e a kasinski Mirage 150:

A fabricante original das duas motos é a chinesa zongshen, que tentou entrar no Brasil comprando e usando a marca da rede kasinski.

Duas motos usando praticamente o mesmo motor, exceto pequenos detalhes (veja as postagens comparativas O jogo das diferenças - parte 1 e parte 2).

Você notou as incoerências?

Eu amplio para você ver:

A dafra recomenda o uso de apenas 1,0 litro de óleo e não especifica quantidade quando da troca do filtro.

Já a zongshen kasinski, que é a mãe das duas crianças, não tem desculpa para errar, certo?

Mas ela também recomenda o uso de 1,0 litro de óleo, e 1,4 litro de óleo apenas nas trocas de óleo com troca do filtro.

Detalhe interessante:

NENHUMA DESSAS MOTOS TEM FILTRO PARA SER TROCADO.

Ambas usam filtro de óleo centrífugo, igual à CG.

A quantidade de óleo na troca é sempre a mesma nas duas motos.

E como sou proprietário de uma Kansas, posso afirmar sem nenhuma dúvida:

A dafra mente quando afirma que é apenas 1,0 litro de óleo, o correto para chegar ao nível recomendado na Kansas 150 é 1,4 litro — sempre.

A zongshen kasinski mentiu (porque saiu do mercado) quando afirmou que é apenas 1,0 litro de óleo, o correto para chegar ao nível recomendado na Mirage 150 é 1,4 litro — sempre.

Nem preciso dizer que a zongshen kasinski mentiu e mentiu feio quando disse que 1,4 litro de óleo é somente na troca do filtro — em uma moto que não usa filtro descartável.

E a mobil, coitada, acabou se tornando responsável pela divulgação de uma tabela com erros grosseiros perpetrados pelas fabricantes...

Você proprietário notou outra coisa?

O mesmo óleo que a dafra recomenda para troca a cada 1.000 1.500 km, a zongshen kasinski recomendou para 3.000 km.

Motores idênticos, mesmo regime de trabalho, mesma tecnologia, e o mesmo óleo dura três duas vezes mais em uma do que na outra...

Alguém está soltando uma mentira deslavada... e por incrível que pareça, desta vez não é a dafra.

Ops, não se pode elogiar... só vi agora. 

A dafra recomenda o uso para 1.500 km e não 1.000 km, como eu havia dito. 

Mas o fato é que o motorzinho sofre quando o óleo chega a 1.200 km até com motul, não dá para passar de 1.000 km com óleo mineral não...

mobil, vocês que entendem do assunto, expliquem essa pra gente...

Vocês concordaram com esse critério diferente para dois motores praticamente idênticos da mesma fabricante, mas com montadoras diferentes?

Mas quem entende de óleo não são vocês, dona mobil?

Como é que a senhora não alertou a kasinski que 3.000 km para óleo mineral não dava não, dona mobil?

O problema, dona mobil, é que alguém está mentindo e a senhora está assinando embaixo...

Isso acaba pegando muito mal para a senhora, dona mobil.

Afinal, é o seu nome que aparece com destaque na foto:

Dona mobil, se eu fosse a senhora, processava essas fabricantes que fornecem informações enganadoras em seus manuais de proprietário...

Senão a senhora e o seu óleo é que vão acabar levando a culpa, dona mobil...

Aliás, se eu fosse a mobil faria uma conferência em todos os modelos de todas as fabricantes e comprovaria que todas elas fazem isso, dona mobil.

Indicam uma quantidade que não é suficiente, causando prejuízo aos proprietários.

E processava todo mundo, porque o pessoal acaba colocando menos óleo do que deve — conforme a tabela da mobil — e depois acaba falando mal do seu óleo, dona mobil...

A mobil processando todas as fabricantes seria um espetáculo e tanto...
Imagem: http://pixar.wikia.com/wiki/Flaming_Death

Um abraço,
Jeff

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O mega recall das motos da indian que você não ouviu falar

Você soube do mega recall das motos da indian?

Agora em dezembro a Indian Motorcycles convocou no mundo todo o recall de quase todas as suas motos, exceto as Scout.


São todas as motos fabricadas a partir de 2013 (já modelo 2014) caracterizadas pelo tradicional paralamão equipadas com o motorzão esfriado a ar Thunder Stroke 111 (1.820 cm3):
Imagem: http://www.indianmotorcycle.com/pt-br e http://www.indianmotorcycle.com/en-us/2016

Detalhe importante:

Todas elas foram produzidas a partir da aquisição pela canadense norte-americana Polaris e a revitalização da tradicional marca norte-americana Indian em 2013 — falarei disso nas postagens de amanhã e depois. Eu disse canadense? Não, você se enganou.
Reportagem: https://rideapart.com/articles/indian-motorcycle-issues-recall

Ficou claro?


Tirando as Scout que usam paralamas modernos e motores de menor cilindrada (1.130 cme 980 cm3) com arrefecimento líquido, o recall inclui TODAS AS MOTOS DE TODOS OS OUTROS MODELOS DA INDIAN fabricados desde 2013 (já modelos 2014) incluindo os modelos 2017.


É isso aí.


O projeto do motorzão nasceu com uma falha potencialmente mortal e que surge depois de algum tempo.


Os projetistas se esqueceram de levar em conta ou se viram obrigados a projetar um motor onde o tubo de alta pressão de combustível da injeção eletrônica passa muito rente ao motor.


Não sei se você sabe, mas o motor da motocicleta vibra, né?


Então tudo que passa encostado ou muito perto demais do motor vibrando pode acabar danificado por causa do atrito. 


Depois de muita abrasão, esfrega-esfrega e roça-roça o tubo de combustível não consegue mais conter a intensa pressão dentro dele e deixa escapar um jato potente, um esguicho interminável que deixa molhados o cabeçote quente e o 
escapamento esbraseado. Hummm... isso ficou muito estranho...

Gasolina aspergida óiquichiqui em cima do motor em funcionamento pode significar fogo no meio das pernas e nesse caso esse fogo ali não é uma boa. Não mesmo. 


Porque entre suas pernas estará o tanque de combustível doido de vontade pra explodir na sua cara — imaginou a cena?

É mais ou menos assim:
Imagem ilustrativa: delawareonline.com 
Parece uma indian, mas não é. A finada — que Odin a receba em seus manetes — é (era) uma honda Gold Wing. 
Aparentemente não é uma das 145.219 Gold Wings que foram chamadas para recall por risco de incêndio porque o problema afetava supostamente apenas o freio traseiro. Falarei mais sobre esse caso na postagem de sexta-feira.

Depois que uma motocicleta pega fogo é praticamente impossível impedir a perda total — ou evitar perder o controle da moto no meio da rodovia.

Você na estrada a 120 km/h, de repente o calorzinho vira um calorzão... bate o desespero de o tanque ameaçar pegar fogo, perder a moto sem seguro, você não pode pular fora por causa da velocidade...

Sua batata não só da perna assando e você não pode parar a moto de bate-pronto... ou então a moto bate e pronto. De todo jeito você tá na roça.

Como se vê, não prever que o combustível iria vazar mais cedo ou mais tarde foi um errinho bobo de engenheiros cujo trabalho é não cometer errinhos bobos.

Não prever espaço suficiente é uma contingência difícil de contornar porque isso é definido muito cedo no projeto.

Depois da autorização para tocar o projeto, os engenheiros precisam se virar para empacotar uma infinidade de sensores e cacarecos eletrônicos de última geração que até ontem não existiam.

Tudo atulhado naquele mesmo espaço apertado das motos de antigamente. E elas só tinham o carburador e mais nada.

A impossibilidade de os engenheiros anteciparem problemas como esse da indian tem uma explicação:


Na hora de projetar a moto na tela do computador o motor não vibra, não esquenta e nem pega fogo.

Tudo fica muito lindo no papel e na telinha.

Mas no mundo real o bicho pega, e pega pra valer.


Faz muita falta no mercado aquele bom professor de Projetos Industriais que 
logo no primeiro dia de aula orientava seus alunos sobre os cuidados com a dilatação térmica, a vibração e a fadiga dos componentes mecânicos... Obrigado, meus mestres!

E nem sempre é possível conciliar interesses conflitantes — o motor tem que caber naquele espaço senão será necessário alterar o quadro, o que atrasaria o lançamento, daria um baita prejuízo, deixaria os acionistas insatisfeitos, cabeças rolariam.


Problemas como esse não são inéditos na indústria de motocicletas, que o digam os proprietários de kasinski hyosung Comet e Mirage 250 e suas mangueiras de combustível...

Acontece quase a mesma coisa, mas o atrito é com o quadro a caixa de ar e a gasolina escorre por ele — que eu saiba nenhuma Comet ou Mirage pegou fogo por causa disso e a kasinski nunca fez o recall.


Você encontra os detalhes e fotos desse problema das Mirage na postagem do blog do Vinícius: Leão e Sua Moto, O Primeiro Charme de Agnes.

O assunto está bom, mas a postagem ficou muito longa, então vou continuar amanhã com os outros recalls da dafra indian que você também não ouviu falar.

Até lá e um abraço,

Jeff

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Nível de óleo em motos sem cavalete central

Por uma coincidência incrível, aproveito para responder à dúvida do leitor Darci Neto (esta postagem estava preparada, só faltava conferir o nível de óleo na Kansas):

Devo medir o óleo com a moto vertical ou no cavalete lateral?

Como medir o nível de óleo em motos sem cavalete central?

Medir o nível de óleo em motos sem cavalete central é uma operação meio complicada, porque exige equilibrar a moto vertical e nivelada, ligar e desligar o motor por dois a três minutos, e conferir o nível na vareta após retirar, limpar e introduzir novamente sem parafusar, na maioria das motos.

Daí que se a moto tiver interruptor no cavalete lateral, ou estiver engatada, o motor não ligará... Edith me sacaneou várias vezes durante essa operação.

Na concessionária mvk me deram a seguinte dica:


Na Fenix Gold é possível verificar o nível de óleo com a moto apoiada no cavalete lateral logo cedo pela manhã na seguinte condição:


Sem ligar o motor, com a moto desligada a noite inteira, nível de óleo será indicado pela marca na vareta medidora que estava TOTALMENTE PARAFUSADA.

Verifiquei em ambas as condições e realmente a indicação de nível com a moto fria no cavalete lateral e a vareta parafusada
coincidia com o nível medido pelo procedimento do manual — ligando e desligando o motor e medindo com a moto nivelada, sem parafusar a vareta.

A informação é válida para a mvk Fenix Gold, fui conferir se isso também vale para a dafra Kansas 150 e bateu, o nível no cavalete lateral a frio sem ligar o motor com a vareta parafusada coincidiu com o nível medido pelo procedimento recomendado. (Ah, se soubéssemos disso há 5 anos...)

Hoje pude conferir uma yamaha Crosser 150, e me pareceu que essa indicação também funciona, mas não posso garantir a correspondência porque não sei quanto óleo havia naquele motor. 

Assim, não é possível garantir se esse procedimento de medição é válido para outros modelos de motos. 

O ideal é que cada um verifique na sua própria moto para ter certeza.

— Posso usar o visor para conferir o nível de óleo com a moto no cavalete lateral?


Não. 

O óleo não aparecerá no visor com a moto no cavalete lateral.

Ele só aparece na vareta porque ela está parafusada, portanto abaixo do nível pelo qual vareta e visor estão calibrados.

Com a moto no cavalete lateral, o visor aparecerá vazio, assim como a vareta pareceria se você a retirasse, limpasse e apenas inserisse sem parafusar com a moto inclinada.

Em motos sem vareta medidora, como a Mirage 250, a conferência apenas pelo visor poderá ser enganosa porque um restinho de óleo preso no visor poderia ser interpretado erradamente como o nível de óleo do motor, quando na verdade o nível real estaria bem abaixo disso.

O método de medição com a moto no cavalete lateral só funciona com a vareta parafusada. 

E muita atenção:

Esse método alternativo não é 100% confiável.

Com o tempo o cavalete lateral poderá se deformar e ceder, devido ao peso de pessoas sentando na moto com o cavalete abaixado, com carros encostando na sua moto estacionada, desgaste da articulação...

Se o seu cavalete estiver deformado e a sua moto estiver mais inclinada do que a condição original de fábrica, confiar apenas nessa medição poderá dar uma leitura falsa.

Resumindo:

Nas motos testadas (Fenix Gold e Kansas):

Nível de óleo a frio com moto vertical e vareta sem parafusar após ligar o motor por 2 a 3 minutos 

é igual ao 

Nível de óleo a frio com moto no cavalete lateral e vareta parafusada sem ligar o motor.

Um abraço,

Jeff

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Acidentes inexplicáveis

Nas pesquisas que faço para postagens aqui do blog, frequentemente encontro notícias de acidentes difíceis de explicar.

Reportagem: http://g1.globo.com/sao-paulo/itapetininga-regiao/noticia/2013/11/motociclista-morre-em-acidente-na-sp-249-em-itapeva-sp.html

Não são ultrapassagens, não são curvas, não é pista escorregadia, não há evidências de consumo de bebida... de repente o motociclista invade a contramão sem motivo aparente.

A reportagem fala que a estrada é mal conservada e cheia de curvas, e é claro que isso pode ter contribuído para o acidente.

Mas quando vejo na foto aquela corrente para fora da coroa, e é uma moto com balança longa, fico com o sentimento de que a causa do acidente foi o afrouxamento e o consequente desencaixe da corrente de transmissão.

Motos com balança longa aplicam maior esforço sobre a corrente, o que faz com que ela se afrouxe mais rapidamente.

Isso torna necessário verificar a folga e ajustar a corrente com mais frequência, algo que frequentemente é negligenciado pelos pilotos que não imaginam que o risco seja tão grande.

Quando a corrente se solta, ela pode pular para o lado de fora, como na foto, e fazer com que a roda fique sem tração. 

Você acelera e o movimento não é transmitido para a roda, é como se a moto ficasse em neutro, apesar de a marcha estar engatada.

Esse é o menor dos problemas, o menos grave e mais fácil de administrar, basta seguir ainda embalado para o acostamento, soltar a roda, empurrá-la para frente, encaixar a corrente e fazer a regulagem.

Também pode acontecer de a corrente escapar e se enroscar na roda, travando-a. Aí o tombo é instantâneo, você está sentado na moto, ela sai debaixo de você e você cai sentado no chão. 

Só conta a história quem não tinha nenhum carro atrás. (Sou um cara de sorte.)

E existe uma terceira possibilidade, que por incrível que pareça, é bastante comum:

A corrente não chega a se desencaixar totalmente da coroa; mas em vez de se encaixar entre os dentes, ela escapa do lugar e se encaixa novamente esticada sobre as pontas dos dentes.

Ela fica muito retesada e não dá para continuar rodando, a moto perde muito rendimento porque o eixo secundário do câmbio fica muito forçado, se continuar nessa condição alguma coisa irá se quebrar.

Quando isso acontece, pode jogar fora pinhão, coroa e corrente, porque o trecho que sofreu o estirão nunca mais voltará ao normal e o seu uso irá prejudicar o câmbio.

No acidente acima, é verdade que a corrente pode ter se soltado como resultado do impacto com o carro.

Mas não consigo deixar de pensar que talvez ela tenha se soltado e causado um momento de desatenção do piloto, ou travado momentaneamente a roda, o que pode ser suficiente para invadir a contramão e fim da história.

Pelo sim, pelo não, fica a recomendação:

Nunca deixe de conferir a folga da corrente antes de sair de casa, e no meio do caminho durante viagens, quando ela tende a afrouxar mais rápido do que em trajetos urbanos.

E atenção redobrada nas motos de balança longa; além das trilheiras, a Kansas e a Mirage 150 também têm essa característica.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O jogo das diferenças - Parte 2

Continuando a conversa de ontem:

Me pergunto como é que um problema que não existe, segundo a dafra, possa ser causado pelos proprietários, também segundo a dafra...

Lógica é uma coisa que depende de raciocínio e esse não é o ponto forte por lá, senão eles se preocupariam em sanar os problemas e não meramente em tentar acobertá-los. 

Enquanto eles praticam a filosofia de Kananga Iandanga em relação aos consumidores, eu, proprietário de uma Kansas preocupado em não me estatelar e morrer por causa de gente incompetente e irresponsável, inspeciono quinzenalmente o quadro para ver se a fissura está começando (no estágio inicial ela é detectável na parte inferior do tubo. Em poucos dias ela se alastra e rompe o quadro. Para saber qual o tubo, veja esta postagem antiga).

Mas não dá para ficar fazendo isso para sempre, então para me livrar do problema pretendo reforçar o quadro por conta própria.

Não vou ficar esperando o favor de quem não tem interesse e já me provou não ter capacidade técnica para tal.

E para melhor fazer isso, matutei nos motivos que levariam a zongshen, fabricante autora do projeto, a desenvolver novos chassi e soluções técnicas para uma moto praticamente idêntica.

Não se mexe em time que está ganhando, certo?

Ora, se a zongshen modificou totalmente o quadro, eu que não sou engenheiro, apenas um mero tradutor formado técnico em Mecânica e tecnólogo de Soldagem, suspeito que foi para melhorá-lo.

Perdoe a dedução idiota e simplória, mas tem alguns proficcionais formados em escola de engenharia trabalhando na área por aí que não chegaram a essa conclusão pateticamente óbvia.

Duas modificações chamaram minha atenção:

A zongshen adotou uma emenda articulada na região dianteira do quadro, justamente um dos pontos onde ela se rompe nas Kansas, uma solução bastante curiosa.

Qual a função disso? 

Simplesmente facilitar a montagem? Ou seria uma articulação para aliviar esforços de flexão do quadro, impedindo sua quebra?

Só na matutação eu não tenho como responder.

E a zongshen também modificou a posição de fixação, o que alterou o ângulo dos amortecedores traseiros.... dá uma conferida nas fotos:


OPA!

Péraí! Disso eu posso falar.....

A ineficácia dos amortecedores traseiros da Kansas é assunto discutido desde que a moto foi lançada em 2008, sempre foi um dos tópicos mais comentados no fórum de proprietários. 

Principal queixa, a suspensão dar fim de curso em todas as lombadas e buracos, transmitindo uma pancada seca para o quadro e a... aahn... sensibilidade dos usuários.

A solução para isso foi encontrada pelos proprietários: instalar amortecedores com curso pouca coisa mais longo. 

Os fiéis ao estilo optaram pelos amortecedores da Intruder 125, eu optei pelos amortecedores black, como se diz no Brasil, da Strada 200. 

Com essa modificação, posso dizer que rodo numa poltroninha muito confortável, e é muito, muito raro pegar algum obstáculo que chegue a dar fim de curso.

Praticamente nenhuma pancada seca é transmitida para o quadro e minha moto já ultrapassou há tempos a quilometragem da moto do meu amigo Edi, que se partiu ao meio no mês passado.

Ao colocar os amortecedores traseiros mais verticais, a zongshen melhorou seu funcionamento. Aumentou o conforto e parou de dar pancadas secas no quadro.

Com isso, o esforço sobre o quadro diminuiu muito, evitando os golpes intensos capazes de tensionar e fletir o quadro, causando o surgimento de uma trinca por fadiga na parte mais sujeita à flexão.  

Hummm.... o útil e o agradável.

Matutar faz bem, no mínimo gera assunto para postagens em blogs.

Pena que hoje em dia não ensinam Lógica Matutacional nas escolas de engenharia que despejam proficcionais no mercado.

A postagem acabou ficando longa de novo, amanhã eu concluo meu desabafo, obrigado pela paciência.

Um abraço,

Jeff
ATENÇÃO:
Conferir o óleo apenas tirando a vareta é errado e está destruindo seu motor! Os fabricantes divulgam informações contraditórias e o prejudicado é você. Veja a denúncia neste link.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O jogo das diferenças - Parte 1

Você sabe dizer qual a principal diferença entre estas duas motos?





Ok, tem um monte de diferenças, ficou difícil... então vamos começar falando das semelhanças.

Ambas são irmãs, foram projetadas pelo mesmo fabricante chinês, a zongshen, um dos maiores fabricantes chineses, o que é muita coisa. 

No Brasil, a Kansas 150 é montada pela dafra, enquanto a Mirage 150 é montada pela kasinski, que é só uma marca-fantasia para a zongshen que se instalou por estas bandas junto com um sócio brasileiro.

Curiosamente, as kasinski Comet e Mirage 150 são de fabricação chinesa zongshen, enquanto as Comet e Mirage 250 e 650 são coreanas da hyosung.

Apesar de chinesas e parentes próximas disputando o mesmo mercado, as Kansas e Mirage 150 são motos totalmente diferentes, têm poucas peças compatíveis, a começar pelo quadro.

E a diferença fundamental entre uma e outra é esta aqui:



Imagens: Fóruns na internet

Só as Kansas se partem ao meio sozinhas.

No início eu duvidava dessas denúncias, mas falei pessoalmente com proprietários que passaram ou vieram a passar pela triste experiência.

Engenheiros competentes de uma empresa séria e responsável investigariam o motivo de isso acontecer somente com as Kansas, analisariam as diferenças entre os projetos das duas motos e corrigiriam o(s) erro(s), e a empresa promoveria com urgência o recall de todas as unidades sujeitas ao problema.

Engenheiros incompetentes meteriam uns bacalhaus de reforço no quadro sem investigar a verdadeira origem do problema, e uma empresa nem um pouco séria e bastante irresponsável diria publicamente que o problema não existe e as denúncias são infundadas.

E contrataria advogados para dizer ao Ministério Público Federal que as motos se partem ao meio porque os donos rodam por vias não pavimentadas. 

(Como se o Brasil tivesse uma malha viária suíça ou eles tivessem bola de cristal para saber os caminhos que cada um de nós percorre... e como se Titans, Factors ou Intruders partidas ao meio fossem a coisa mais comum de se ver por aqui...)

Recall de todas as unidades anteriores aos bacalhaus soldados no quadro, nem pensar.

Diante da inação dos (ir)responsáveis, o que resta aos proprietários?

É o assunto da postagem de amanhã, esta aqui ficou muito longa.

Até amanhã,

Jeff
ATENÇÃO:
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Motos com defeitos crônicos

Antes de comprar sua primeira moto, pesquise bem para evitar algumas dores de cabeça que podem tirar o prazer da pilotagem.

Algumas motos (e carros também) nascem com erros de projeto e/ou sofrem omissões por parte de seus fabricantes/rede de concessionárias.

Sabendo de antemão que determinados modelos de motos estão mais propensos a problemas específicos, você poderá lidar mais facilmente com eles ou se precaver para que eles não surjam.

Segue uma pequena relação de problemas bem conhecidos, mas dificilmente algum fabricante escape de uma lista abrangente.

Dafra Speed/Kansas: motor fundido/câmbio quebrado com menos de 20 mil km por falta de óleo suficiente, veja a explicação no tópico Ler o Manual do Proprietário é FundamentalE também tendência a quebrar o quadro nos modelos Kansas 2008/2009. 


Honda CG Titan com freio a tambor: o freio a tambor é muito menos eficiente que o freio a disco. Além disso, o freio traseiro dessas motos tende a travar a roda em frenagens mais intensas, derrubando o piloto.


Honda CB250/CB300: vazamento de óleo pelo cabeçote. Além do problema estético, essa perda de óleo contínua pode causar problemas de lubrificação do motor se o proprietário não ficar atento quanto à reposição do óleo perdido.

Atualização: Além disso, é comum aparecerem trincas no cabeçote devido à pouca espessura de metal entre as sedes de válvulas. Esse é um problema repetitivo, substitua o cabeçote e ele voltará.

Há uma postagem específica sobre o problema e a possível solução do problema de trinca de cabeçote que afeta as CB 300, XRE 300, Twister e Tornado neste link.

Honda Biz: por um problema nas soldas do quadro, o fabricante convocou um recall para substituição do quadro completo de todas as unidades fabricadas até fevereiro de 2008. Muito cuidado na hora de comprar uma dessas de segunda mão, porque certamente muita gente não se atentou a isso e você poderá sofrer as consequências.

Kasinski Flash/Mirage 150: motor fundido/câmbio quebrado com menos de 20 mil km por falta de óleo suficiente, veja a explicação no tópico Ler o Manual do Proprietário é Fundamental

Yamaha TDM 225: queima do alternador. Ele precisa ser arrefecido (esfriado) pelo óleo do motor, mas a quantidade recomendada de 1 litro deixa o alternador a seco. Alguns proprietários afirmam ter resolvido o problema colocando 300 ml de óleo a mais por sua própria conta e risco. 

Yamaha Factor: quebra do eixo secundário do câmbio que também é o eixo do pedal de partida. Os modelos com partida elétrica não apresentam esse problema.

A lista pode crescer muito, mas para isso é necessário que os proprietários se manifestem.

Esses casos são apenas alguns, e inclusive  motos com fama de assassinas por conta de suas características peculiares.

Um caso clássico:

Yamaha RD350: ganhou a alcunha de "Viúva Negra" por conta dos acidentes causados pelo excesso de velocidade que ela convida a experimentar, somado a seu baixo peso, aceleração intensa e ausência de freio motor para ajudar na desaceleração (ela usa um motor 2 tempos).

Um abraço,

Jeff
ATENÇÃO:
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