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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Sabe por que Kombi pega fogo?

Esta postagem foi removida da série sobre recalls porque estava ficando muito longa...

Eu estava falando sobre recalls da vw, e este é um caso clássico de não recall.

Mas não posso deixar de contar esta história das antigas...

Você já viu esta cena?

Faz ideia do motivo de tantas vw Kombi pegarem fogo?

A história que só fica sabendo quem é leitor de blog de blogueiro bem informado é assim:

O tanque de gasolina da Kombi fica instalado no chassi, enquanto o bocal de abastecimento é posicionado na carroceria.

O bocal do tanque de gasolina fica na lateral acima e bem perto do motor — nesse local aqui:
Imagem: http://www.regiaoemdestake.com.br/news/exclusivo-kombi-da-prefeitura-pega-fogo-no-centro-de-sao-carlos/ — Não adianta clicar no link, erro 404, a página foi movida ou nunca existiu.

Com o tempo, de tanto a carroceria chacoalhar em relação ao chassi, o tubo metálico do gargalo de abastecimento entre o bocal e o tanque acaba rachando por fadiga.

Esse tubo que racha fica praticamente inacessível e oculto atrás do motor.

O motorista preocupado com o cheiro de gasolina pensa que é no carburador, na bomba de gasolina... no próprio tanque...

E realmente pode ser: 

O Daniel me lembrou das peças que costumam se soltar no motor de Fuscas, Brasílias, Variants, TLs, SP2s, Pumas e outros veículos com motor vw a ar — a válvula solenoide e os tubos de combustível se soltando do carburador. (Valeu, Dan!)

O motorista nunca imagina que pode haver um vazamento nesse lugar invisível (seta vermelha) — bem sobre a caixa de relés (seta laranja). Motor removido para maior clareza.

Note que o tubo fica exatamente sobre a caixa de relés... 

Com o tanque cheio, a gasolina no gargalo vaza pela rachadura, escorre pelo lado de fora do tubo e goteja sobre o motor ou diretamente sobre a caixa de relés, evaporando.

Relé de partida, relé de seta, relé de luzes que entrando em funcionamento soltam faíscas capazes de incendiar o vapor de gasolina.


É só dar a partida, ou usar a seta... havendo vapor suficiente, o relé fecha os contatos, solta uma faísca e puf-kabum.

Agora vem a parte interessante:

O que ninguém sai por aí dizendo é que o projeto original da veneranda Kombi alemã — assim me contaram — tinha uma união de borracha no meio do tubo justamente para evitar que isso acontecesse.

Com o tempo o pessoal achou que isso era uma bobagem que só encarecia e dificultava a produção... Não era não.

Eliminaram a união de borracha, economizaram umas merrecas e esquentaram a cabeça e não só a cabeça dos proprietários.

Mas ficou por isso mesmo, e a fabricante nunca foi e nem será responsabilizada por isso.
A polícia investiga até hoje...
A vw Kombi é ou não é um caso de polícia?

Se você ler o que o pessoal pensa, verá que é senso comum que a culpa dos incêndios está "no projeto ultrapassado e donos desleixados"...

Ora, de quem é o projeto ultrapassado?

Quem é a mãe da criança?

Os incêndios de Kombis acontecem até hoje...

Se fosse nos EUA e Europa, as coisas não seriam tão fáceis para a vokswagen.

Responsabilidade do fabricante é coisa séria e não dá para enrolar por muito tempo não.

Aliás, eu adoro como na internet um assunto puxa outro...

Não deixe de ler aquela primeira reportagem citada lá em cima sobre a Kombi.

Nela há um depoimento do jornalista e proprietário de uma das primeiras motos bmw G 650 GS montadas no Brasil — e que pegou fogo.

Não foi essa daqui não, esta era uma bmw R 1200 GS — muitas bmw pegaram fogo no ano do lançamento no Brasil.

A fábrica nunca convocou recall porque culpa sempre foi dos proprietáriosLógico.

Olha que interessante, as bmw pegavam fogo absolutamente novas e sem ter dono desleixado...

Se fosse nos EUA e Europa, as coisas não seriam tão fáceis para a bmw...

Mas aqui é Brasil, né?

bmw e vw podem dar as mãos e tomar um chopps. Sou paulista, é um chopps e dois pastel. 

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Minha moto anda 1 km e para de funcionar sem motivo, ou não dá partida pela manhã

Edith agora cismou de parar pela manhã a caminho da padoca — por duas vezes ela andou 1 km certinho e apagou, se recusando a funcionar por um bom tempo.

Abri e conferi o tanque, gasolina havia, mas após algumas tentativas de dar partida, nada do motor funcionar.


Pensei nas causas possíveis, e....


Apresento a responsável por tantas motos pararem sem motivo logo depois de sair de casa, ou de terem grande dificuldade de partida pela manhã:
A tampa do tanque de combustível tipo aeronáutica!!!
Jezebel usa tampa de tanque sem frescura tradicional e nunca fez isso, enquanto Edith, com essa tampa tipo aeronáutica, moderna que nem essas aí de cima, está fazendo esse charme...

Qual a causa?


Para a gasolina fluir, é preciso entrar ar no tanque de combustível — e o respiro do tanque é feito principalmente através do miolo da chave, que nas tampas aeronáuticas fica embaixo de uma tampinha.


Se o respiro do tanque fica obstruído, a gasolina do tanque não desce para o(s) carburador(es) e a moto roda somente a distância que a gasolina contida na(s) cuba(s) permitir.


Uma possibilidade que não testei é que essa obstrução também afete as motos com injeção eletrônica, e aí ela apenas não dará partida facilmente, porque não tem cuba(s).


Com o respiro obstruído, ocorre uma pane por falsa falta de combustível do tanque.

Mas por que ocorre essa falsa falta de combustível? 


A poda é que a tampa aeronáutica vem com essa tampinha, e ela é uma obstrução que só fica esperando a hora para acontecer.


A vedação de borracha e aquela tampinha que cobre o miolo da chave, em condições normais, permitem a entrada de ar sem problemas.


Mas... há sempre um mas...


O tanque da moto elimina vapor de gasolina através do respiro da tampa o tempo todo durante o dia — em maior quantidade em dias quentes e quando a moto fica exposta ao sol.


E quando você estaciona a moto ao fim do dia, a gasolina dilatada pelo calor do motor esfria durante a noite e se contrai.

Quando a gasolina se contrai, a diminuição do volume gera um "vácuo" que suga a tampinha contra a abertura do miolo

Com a tampa limpa, nova, não acontece nada, o ar entra no tanque e ocupa o espaço da gasolina que se contraiu.


O problema é que com o tempo se acumula um monte de borra de gasolina evaporada na vedação e no miolo, e essa goma atua como uma cola, uma segunda vedação, que impede parcial ou completamente a entrada de ar no tanque.


Formado esse vácuo, a tampa e a tampinha aderem fortemente ao tanque e ao miolo, impedindo totalmente a entrada de ar e impossibilitando a saída da gasolina pela torneirinha — e desconfio que também complique o funcionamento da bomba de combustível em motos de injeção eletrônica.


O resultado é que essa pane por falsa falta de combustível vai acontecer inúmeras vezes, aparentemente sem motivo.


Você vai até a concessionária e o pessoal nunca encontra a causa, e acabam trocando tudo que não têm direito, às vezes cobrando caro para não resolver um problema tão simples.


Solução:


Limpe periodicamente a borracha de vedação do tanque com um pano — ou desengripante em aerossol, lembrou o Daniel — e mantenha o miolo da chave sempre limpo, e lembre-se de abrir a tampa do tanque e a tampinha do miolo antes de dar partida na moto pela manhã.


Eliminou o vácuo e descolou a goma, o respiro volta a funcionar normalmente pelo resto do dia.


E antes de ficar tentando dar partidas descarregando a bateria ou sair empurrando a moto, como fez um amigo meu, lembre-se de que ela é pesada o motivo de o motor demorar a voltar a funcionar é que leva tempo para a gasolina encher a(s) cuba(s) do(s) carburador(es).


Tenha paciência e espere o tempo suficiente para a gasolina descer, que é sempre mais do que você imagina, e tente dar partida novamente. 


Edith demora quatro vezes mais tempo do que Jezebel, porque as cubas do motor 250 são maiores, e são duas.


Esse tipo de pane é uma situação besta e muito comum, com solução tão fácil, mas que pode incomodar muitos novatos e até um ou outro macaco velho que nunca teve moto com essa tampa modernosa.


Bah, modernidades...

Só complicam.


Bom mesmo era no meu tempo.


Um abraço,


Jeff


PS: Conforme relato do leitor Deivisson Nobre (obrigado pela colaboração!), as motos de injeção eletrônica não apresentam esse problema de partida, mas têm seus macetes: 

Jeff, na minha moto que é injeção eletrônica esse problema não acontece, acredito que só as carburadas que necessitam mais da pressão atmosférica padecem desse mal das tampas aeronáuticas! 

Mas realmente elas entopem, quando a moto era nova e ficava no sol a tampa assoviava liberando a pressão dos gases, hoje isso não ocorre mais.

Às vezes a pressão interna é grande e dá trabalho abrir a tampa, sem falar no miolo da chave que emperra devido à corrosão do etanol, deixando uma goma e um zinabre no miolo.

Valeu, Deivisson!

Só fazendo uma ressalva observada pelo Daniel (passou batida por mim), dificuldade de abrir a tampa não caracteriza pressão interna, mas o contrário, uma depressão ("vácuo").

Se houvesse pressão interna, a tampa teria a tendência de abrir. 

Mas como a gasolina enviada pela bomba ao motor não foi substituída pelo ar atmosférico, este pressiona a tampa contra a sede, dificultando a abertura.

Essa confusão ocorre porque estamos acostumados a associar pressão com a dificuldade de abrir uma panela de pressão.

Mas a tampa da panela de pressão fica encaixada por dentro da panela, enquanto a tampa do tanque de gasolina fica simplesmente apoiada sobre o bocal.

Ou seja, o sistema de fechamento de uma é invertido um relação à da outra.

A pressão da panela atua de dentro para fora, e a pressão atmosférica atua de fora para dentro sobre o tanque de combustível.

Um abraço,


Jeff

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Como soltar a chave da moto presa no tanque de gasolina?

Como soltar a chave da moto agarrada na tampa do tanque de gasolina? Me ajuda!

Não consigo fechar a tampa do tanque de gasolina...

Atire a primeira pedra o novato que nunca passou por essa situação na primeira semana com a primeira moto...


Mas não há motivo para pânico. Ainda.

O novato tende a tentar girar a chave para tentar removê-la, e encontra a chave  presa. Mais uma pegadinha que só as motos fazem com os donos.

Na maioria dos modelos de moto não é necessário girar a chave, ela faz isso sozinha.

A chave não sair é uma situação normal — a chave só sai do miolo quando a tampa do tanque está bem travada em sua posição correta. 


Algumas tampas precisam ser giradas por uma fração de volta para se encaixar, outras basta pressionar para baixo, e são estas que causam grande confusão.


Se houver uma seta gravada na tampa, ela deverá ficar voltada para a frente da moto a fim de encaixar a tampa — ela não fechará em outra posição e a chave não será liberada.



Apertou a tampa contra seu encaixe, a chave retorna sozinha para a posição de retirada.

Nas tampas do tipo aeronáutica só muda a dobradiça a mais, basta pressionar a tampa contra o tanque que ela se encaixará e travará.

Imagem: http://blog.motocard.com/en/novedades/bolsas-sobredeposito-givi-tanklock/

NÃO SEGURE NEM TENTE GIRAR A CHAVE! 

Apenas aperte a tampa contra o tanque com a chave solta. Quando a tampa se travar, a chave girará sozinha e poderá ser removida da tampa.

A pressão sobre a tampa precisa ser um pouco forte para assentar a vedação de borracha, e muita gente fica com receio de apertar demais e estragar alguma coisa.


Pode por um pouco de força nisso, senão a tampa não se encaixará. Não há perigo de quebrar nada.


Se você sempre retirou a chave normalmente e ela ficar presa de uma hora para outra, o miolo da fechadura está precisando de uma boa lubrificação.


Aplique um lubrificante em aerossol, se não tiver vai óleo do motor mesmo, e tente mover a chave.


Se mesmo assim a chave não se soltar, agora sim você poderá ficar em pânico.


Peça a ajuda de um chaveiro, ou compre uma tampa nova, custa baratinho nas lojas de motopeças.


Um abraço,


Jeff

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A reserva acabou longe do posto de gasolina

Você acionou a reserva de combustível e não encontrou nada, ela estava na posição errada...

Ou então a reserva de gasolina era insuficiente para chegar ao próximo posto, e você ficou parado no meio do nada com a moto pesadona demais para sair empurrando.

Nem tudo está perdido!
Esse desenho tenta mostrar o que acontece dentro do tanque quando a gasolina acaba.

O túnel na parte inferior do tanque sempre isola um pouquinho de combustível em seu lado direito.


Se você inclinar a moto o suficiente para esse restinho de gasolina passar para o lado esquerdo do tanque, onde está o registro, poderá acrescentar o suficiente na reserva para rodar mais uns poucos quilômetros e chegar ao posto sem precisar empurrar a moto ou caminhar para buscar um galãozinho.


É coisa para no máximo uns 5 a 10 km, mas ajuda.

Essa inclinação tem que ser grande, praticamente deitar a moto, senão a gasolina não passará por cima do túnel.

Lembrando que isso só vale pra motos carburadas que têm aquele registro de reserva... — Valeu pela lembrança, Deivisson Nobre — um abraço!

Para aprender um macete para levantar uma moto pesada, veja esta postagem.


Boa sorte!


Jeff

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A moto morre depois de 100 metros

Respondendo ao leitor Marcus Vinicius:

Bom dia !!! Minha Falcon quando fica parada na chuva até liga normal, mas quando ando 100 metros ela começa a falhar somente quando acelero (na lenta ela funciona normal). Já troquei cachimbo e ainda continua ... o que pode ser ???? Se alguém puder ajudar, fico grato.

Atualização:
Descobri um macete novo, verifique antes de tudo se o seu miolo da chave da tampa do tanque de combustível não está obstruído! Explicações na postagem Minha moto anda 1 km e para de funcionar sem motivo, ou não dá partida pela manhã.

Se não resolver, volte para esta postagem.

Trocamos algumas ideias e isso está parecendo duas coisas:


Ou é uma infiltração de água no tanque de combustível, ou é encantamento da boia do carburador (se ela for carburada) — que por coincidência ocorreu em dias de chuva. 

Se fosse umidade no cachimbo, ficaria ruim de ligar também.

Rodando 100 metros, a moto está rodando apenas com a gasolina da cuba, aí esse combustível acaba e começa a entrar a gasolina supostamente contaminada com água do tanque...

Para solucionar essa hipótese, abra o parafuso de drenagem da cuba e o registro de combustível e retire um pouco de gasolina. 

A água é mais pesada, se acumula no fundo do tanque e da cuba, e será a primeira coisa a ir embora.

Como lembrado pelo leitor Rogerio Kozima (veja abaixo), essa gasolina não terá aparência de gasolina, mas parecerá uma água contaminada com gasolina. Para mais informações, leia a postagem Água na gasolina falsa.

Ou então, se a gasolina estiver boa, pode ser que não esteja entrando no carburador, ou esteja entrando muito pouca, porque a boia está 'encantada' na posição fechada, e ela está encantando por algum motivo relacionado à chuva.

Por coincidência, ontem resolvi um problema parecido.

Deixei uma das motos (Edith) parada por uns dias e choveu bastante nos primeiros dias. Ela não fica exposta à chuva direta, somente a poucos respingos. (E agora nem isso, que ela ganhou uma capa)

Aí o motor se recusou a dar partida. 

Quer dizer, ela até pegava com facilidade na primeira tentativa e mantinha a marcha lenta, mas morria assim que eu acelerava, Depois disso, ela nem ameaçava pegar.

Esse é um sintoma que um mecânico diria que é giclê entupido e te cobraria uma desmontagem e limpeza desnecessárias.

Resulta que ela acabou ficando parada por mais alguns dias até eu ter paciência de pegar as ferramentas e mexer, e ela voltou a funcionar assim que desencantei as boias dos carburadores — Edith tem carburação dupla.

Bastou colocar a moto vertical e dar umas pancadinhas leves com o cabo de um martelo na aba reforçada de ambos os carburadores (flange da cuba) e as boias voltaram a funcionar normalmente.

Como estava com ferramentas, também aproveitei para abrir os dois parafusos de drenagem das cubas para escoar a gasolina eventualmente contaminada e garantir que o motor funcionasse de primeira, porque a bateria já não estava totalmente carregada depois de tantos dias e tentativas.

Interessante que inicialmente bati apenas em um carburador e ela funcionou com apenas um cilindro. Assim que bati no segundo carburador, o motor deu partida e funcionou normalmente.

Motos que usam cavalete lateral estão mais sujeitas ao encantamento da boia, e talvez as condições climáticas tenham influência nisso.

Penso que nos dias de chuva o carburador esfrie muito rápido, fazendo o metal se contrair e deixando a boia em uma posição forçada, facilitando seu travamento por estar apoiada na lateral do mancal dentro da cuba... 

A outra moto (Jezebel) possui cavalete central e sempre a deixo vertical, e ela nunca me deu esse tipo de problema.

É uma teoria.

PS: Veja as dicas do leitor Rogerio Kozima, também proprietário de Falcon:

Isso parece ter mais a ver com parte elétrica mesmo. Eu sei porque tenho uma Falcon e ela teima em ter alguns problemas na parte elétrica. 

Recomendo verificar se o cabo da bobina de faísca e os conectores do sensor de ignição estão livres de oxidação. 

Também é necessário dizer que algumas Falcons têm o costume de morrer quando aceleradas porque estão com algum furo no diafragma. 

Existe também a probabilidade de ter entrado um pouco de água no tanque da moto, daí ela só funciona com o afogador puxado e sem acelerar. 

Isso ocorre quando sua moto fica com o bocal do tanque perto de uma goteira. É bem mais comum do que aparenta. 

Até a gasolina contaminada descer para a cuba se vão alguns metros a serem percorridos, aí o problema aparece. 

Não adianta esgotar a gasolina da cuba, deve tirar grande parte da gasolina, já que a água é mais densa que a gasolina e vai se acumular no fundo do tanque da moto, lembrando que ela não vai parecer gasolina, já que estará combinada com o álcool da gasolina. 

Espero ter ajudado.

Ajudou sim, Rogerio, tanto que transcrevi seu comentário para cá para que fique sempre visível (nem todo mundo consegue visualizar os comentários na mesma página da postagem). Muito obrigado!

Boa sorte,

Jeff e Daniel

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Uma coisa que coloca sua vida em risco todos os dias

Sabe uma coisa que todo mundo faz e não imagina que seja um dos maiores perigos de andar de moto?

Não conferir se a moto realmente tem gasolina pela manhã — e se tiverem roubado durante a noite?


Ou então, outro grande erro, esperar a moto pedir reserva para abastecer.


Digo isso porque esta semana eu estava saindo de casa tranquilo com Edith e, quando cheguei ao fim da rua, me preparei para entrarmos embalados na avenida.

Calculei o fluxo dos carros e ganhei velocidade a fim de nos encaixarmos tranquilamente no fluxo do trânsito.

E até conseguiríamos, se a moto não tivesse resolvido pedir reserva beeem naquele momento.

O que era para ser uma aceleração intensa foi uma decepcionante perda de velocidade, bem no momento em que eu mais precisava do motor.

Felizmente, tínhamos margem de segurança suficiente para levar a moto para a lateral e abrir a reserva antes de pararmos completamente na frente de um carro embalado.

Mas e se não tivéssemos?

Ou então...

E se a gasolina tivesse acabado não na avenida, mas no meio da BR-101, que íamos pegar mais à frente?

Bem, o incidente poderia ter ido para as manchetes, como neste triste caso:


Reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/11/ocupantes-de-moto-sao-arrastados-por-70-metros-apos-colisao-na-br-101.html

Várias coisas podem fazer uma moto perder a velocidade repentinamente na frente de um ônibus:

Um erro do piloto, tipo errar a mudança de faixa para pegar aquela saída da rodovia...

Uma pane mecânica, tipo aquela vela de ignição de 15 reais que você vem adiando a troca porque está boa, mas que pode pifar de uma hora para outra... ou um pneu pode furar... a corrente pode se soltar, ou pode ocorrer uma pane mecânica ou elétrica qualquer... É por isso que você precisa renovar as peças que se desgastam — não pode esquecer que é melhor trocar preventivamente do que esperar uma pane acontecer.

Mas a pane mais frequente a que uma moto está sujeita é também aquela na qual o pessoal mais se arrisca: a pane seca.


Deixar a gasolina acabar e a moto engasgar para acionar a reserva é um péssimo hábito que pode ter consequências trágicas.

Relembrando alguns pontos importantes:

Quando a gasolina está para acabar, a moto pode dar umas engasgadas e te alertar para acionar a reserva.


Mas ela também poderá apagar de repente, sem dar aviso algum. Ou dar aviso e você não perceber.


E se você estiver entrando em uma avenida, ou no meio de uma rodovia, o veículo atrás de você poderá não ter tempo de frear.


Para evitar esse risco, nunca espere para abastecer somente depois que a moto pedir reserva. 


Estabeleça uma quilometragem que garanta que a gasolina não vá acabar e reabasteça, simples assim.


Escolha um número redondo fácil de lembrar, tipo 200 km, que corresponde aproximadamente à metade da autonomia do tanque da maioria das motos.


Jezebel, por exemplo, permitia que eu rodasse até 300 km antes de pedir reserva, que por sinal era pífia — mas eu sabia que ela não iria falhar antes disso.

Mas a pane seca da Edith aconteceu porque ainda estou tentando encontrar uma referência para o consumo e o abastecimento.

Na estrada, fizemos tanques de 250 km sem pedir reserva, e um tanque mal enchido acabou aos 205 km. 

Desta vez, neste incidente da avenida, ela pediu reserva surpreendentemente aos 173 km... 

Não sei se o consumo aumentou tanto assim na cidade, ou se o tanque foi ainda mais mal enchido que da outra vez, ou ambos.

Mas também existe a possibilidade de que tenham roubado gasolina lá no estacionamento do prédio.

Então aí vai outra dica:

Sempre verifique o conteúdo do tanque de combustível antes de sair com a moto, abrindo a tampa e dando aquela chacoalhada básica. Pensou besteira, eu sei.

Se a gasolina aparecer com dificuldade, você terá algo próximo à reserva. Se aparecer com facilidade, você terá cerca de meio tanque de gasolina. 

Ratos você encontra em todo lugar.


E eles podem te deixar em uma situação muito complicada no trânsito.

Até matar.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Como instalar filtro de gasolina adicional

Como instalar um filtro de gasolina adicional entre o registro de combustível e o carburador?

Não tem mistério:

1) Compre um filtro de gasolina para motos (e duas abraçadeiras) que nem este aqui:





Imagem: www.evoo.com.br  um fórum sobre aeromodelismo... mas o filtro é para motos.

2) Corte a mangueira de combustível mais ou menos a meio caminho entre o registro de gasolina e o carburador.

Imagem: www.tocadacotia.com.br

3) Instale o filtro e trave as pontas da mangueira com as abraçadeiras.

O filtro deve ficar instalado desse jeito para não formar uma alça que prenda uma bolha de vapor em dias quentes:

Uma instalação sem abraçadeiras fará o filtro se soltar despejando gasolina em cima do motor quente, e só não incendiará a moto por sorte.

www.clubedosyamaheiros.forumeiros.com
4) Não se descuide do sentido de instalação do filtro, a seta tem que apontar na direção do fluxo da gasolina do tanque para o carburador:


5) Se a mangueira ficar muito volteada, desconecte o filtro, corte um pedaço da mangueira suficiente para acabar com o volteio e instale novamente.

Esse filtro precisará ser trocado a cada 20 ou 30 mil km, não se esqueça disso. 

Aproveite para limpar o filtro original, aquele que vai dentro do registro ou no copinho de sedimentos do registro de gasolina.

É só desparafusar que ele sai. Mas faça isso com o tanque vazio!

Um abraço,

Jeff


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Por que moto tem reserva?

Por que moto tem reserva de gasolina?

Não seria mais fácil e melhor ter um medidor de nível de combustível como nos carros?

Muita gente faz essa pergunta, e acredite, há bons motivos para a existência da reserva em vez do medidor.

O motivo principal é evitar as reclamações dos clientes:

Imagem: http://www.standbyformindcontrol.com/2013/11/mcdf68_gunga_din_temple_of_doom/

As motos sempre tiveram o tanque de combustível pequeno e de formato irregular. A boia e o mecanismo representavam um volume a menos para colocar gasolina em um tanque onde já não cabia muita coisa.

Hoje tudo é miniaturizado, mas também não seria mais fácil usar o medidor em vez da reserva:

Mecanismos de medição de nível são uma complicação a mais para se fabricar, instalar e fazer manutenção (cu$to fala alto na indústria).

E também não seria melhor: sua precisão é baixa — quem tem medidor em moto sabe que não dá para confiar.

É mais garantido mudar a posição do registro e ter certeza de que existe quantidade suficiente para chegar ao próximo posto, do que ir na fé e descobrir que o mecanismo travou e você ficou sem gasolina longe de lugar nenhum.

Mas cuidado: há motos que possuem uma reserva ridiculamente pequena por erro de fabricação, a Kansas 2008/2009 (pra variar) é uma delas. Consegui rodar 1,2 km — sorte que Jezebel desmaiou em frente a um posto, depois disso nunca mais dependi da reserva para nada.

O mecanismo de medição do nível de combustível é parecido com aquela boia que tem dentro da caixa d'água de casa ou do reservatório da descarga do vaso sanitário: 


Nesse tanque em corte você vê o protótipo de um medidor de combustível (do lado esquerdo) instalado no próprio registro de combustível (à direita e abaixo). A boia é aquele objeto preto quase escondido ali na frente do tanque, na ponta do braço articulado. 
Imagem: http://www.automotiva-poliusp.org.br/pesquisa-economia-e-qualidade-para-o-mercado-de-duas-rodas-6/

Um flutuador com um braço articulado aciona um potenciômetro (resistência variável de acordo com a posição da boia) que envia um sinal elétrico proporcional ao nível de combustível para o indicador no painel.

Com o tempo os contatos (escovas/trilhas) desse potenciômetro se desgastam, ou os conectores se oxidam, e o medidor fornece uma leitura errada. 

Ou a boia trava numa posição: a articulação vai se oxidando/juntando borra e chega uma hora em que o medidor não indica mais nada. 

Pior ainda: ele poderá indicar tanque cheio, quando na verdade a boia está presa lá em cima com o tanque vazio.

Além disso, não existe proporcionalidade na indicação. A boia sempre começa descendo devagar, e da metade para baixo ela vai muito mais rápido. 

Isso se deve ao ângulo do mecanismo de alavanca e também ao formato do tanque, que é mais estreito na parte inferior devido ao túnel central para encaixe no quadro da moto (veja a foto acima)

Acredite, manter o hábito de abastecer a cada 200 km e sempre ter certeza de que a torneirinha está na posição correta (sempre tem uma criança que mexe ou um amigo/mané que sacaneia) é muito mais confiável do que um indicador no painel.

Imagine a cena:

Você está num avião sobrevoando o Himalaia, os motores começam a falhar, o marcador de combustível está na posição de tanque cheio, você dá uma pancadinha no mostrador e o ponteiro despenca para vazio.

Nessa situação, melhor ter um bote inflável.


Imagem: Indiana Jones e o Templo da Perdição.

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Onde fica a mangueira do ladrão do tanque de combustível?

Ela não fica.

Nas motos, não existe uma mangueira para o caso de a gasolina do tanque transbordar.



Quando a gasolina se dilata, ela vaza pelo respiro da tampa do tanque.

Esse respiro tem que permanecer livre, senão o ar não entrará no tanque e a gasolina não descerá para o carburador.

A única mangueira de ladrão que existe é a do carburador. 

Se a válvula de boia que controla a entrada de gasolina na cuba do carburador não funcionar, o excesso de gasolina será jogado fora pela mangueirinha do ladrão, aquela que sai da parte de baixo do carburador.

Motos com injeção eletrônica não possuem mangueira de ladrão.

O excesso de gasolina não utilizado pelo injetor é enviado novamente para o tanque de gasolina por uma mangueira de retorno.

Um abraço,

Jeff