segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Que brasileiros são esses?

Que tipo de gente (gente?) são esses donos de smartphones que falei na postagem passada?
Imagem e reportagem: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2016/11/nao-socorreram-meu-marido-para-gravar-video-diz-mulher-de-vitima.html

É isso que me desanima e me faz ter vontade de fechar janelas, olhos e ouvidos para o mundo.

Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O problema gravíssimo dos vídeos de dicas da internet

Dicas e procedimentos de troca do óleo veiculados na internet são na maioria das vezes bem intencionados...

Infelizmente, também na imensa maioria das vezes trazem mais prejuízo (e risco de vida) do que qualquer vantagem prática.

Veja este vídeo curtinho sobre a troca do óleo de motos do tipo yamaha (mas aplicável a qualquer moto com radiador de óleo):



O autor destaca os pontos que ele considera principais — soltar os tubos que conectam o cárter ao radiador de óleo, limpar os alojamentos do filtro, prestar atenção à posição correta de instalação do filtro, e enfatiza a colocação da quantidade gravada na carcaça.

Para começar, o autor do vídeo gasta um bom tempo mostrando um inútil "teste de viscosidade" do óleo contaminado com os dedos.

Ele não sabe que o contato frequente com óleo usado causa câncer de pele.

A principal recomendação do autor do vídeo — soltar os tubos entre o cárter e o radiador a fim de eliminar totalmente os restos de óleo velho — é causadora potencial de um problema extremamente grave:
Imagem: Comentários no próprio vídeo.

Aí você me pergunta:

O-rings? O que são O-rings?

O-rings são aneizinhos de borracha que fazem a vedação entre os tubos e a carcaça do motor.
Imagem: http://www.gaxetas.com.br/content/produtos/Categoria.aspx?id=23

Ao serem instalados, eles se deformam para se adaptar e vedar perfeitamente a conexão.

Poderão não vedar perfeitamente se forem reinstalados — daí a recomendação de serem trocados por novos todas as vezes que forem removidos.
Imagem: http://www.gaxetas.com.br/content/produtos/Categoria.aspx?id=23

Um pequeno vazamento por esses O-rings poderá não ser percebido porque irá acontecer somente com o motor em funcionamento.

Além disso, existe outro risco ainda mais grave:

O-rings são pretos e muita gente nem imagina que existem.

Não são colados — não podem ser colados — mas apenas encaixados nas conexões como se fossem arruelas.

Ao soltar os tubos para drenar completamente o óleo, os O-rings pretos irão cair e desaparecer no meio do óleo usado preto que será descartado.

Na hora da montagem o proprietário leigo, o mexânico experiente e o mecânico distraído irão se esquecer desses dois pequenos detalhes e parafusar os tubos sem os anéis de vedação.

Com a vibração do motor não amortecida pela borracha, os parafusos irão se afrouxar e permitir o vazamento de todo o óleo bombeado até o cárter ficar completamente seco.

Todo parafuso que você solta em uma moto correrá o risco de se afrouxar, então quanto menos você mexer onde não deve, menos riscos você correrá.

Até mesmo os parafusos do filtro de óleo — e é por isso que critiquei o procedimento do manual da yamaha que pede a remoção de um parafuso que potencialmente só trará problemas.
Não é troca, é vazamento por erro de montagem.

Que o diga minha amiga WD±40 carioca, que descobriu a мороженое que fizeram na sua Teneré depois de rodar 20 km com a moto perdendo óleo graças a essas artimanhas praticadas por mecânicos — mecânicos de uma oficina de confiança.

Se o óleo tivesse ficado no caminho da roda traseira, minha amiga teria caído no meio do trânsito pesado da avenida Brasil no Rio de Janeiro na hora do rush.

Felizmente ela não caiu e pôde ir cobrar a demissão do infeliz que praticou essa barbárie com a moto dela, e pôde divulgar o acontecido.

Assim mais pessoas não passarão por um perrengue potencialmente mortal desses causado por uma besteira como essa.

Senão, a gente só leria a notícia nos jornais:
Reportagem: http://www.midiamax.com.br/transito/sofre-queda-moto-morre-ser-atropelado-br-163-321207

Algo mais ou menos assim, só que com carros, ônibus e carretas por todos os lados:


окра, você está tão preocupado assim com a eliminação do resto de óleo velho?

Bota 1 litro de óleo novo sem soltar os tubos, liga o motor, faz o óleo circular para retirar o velho do radiador, escoa esse óleo de limpeza e reabastece com o óleo definitivo e faz o procedimento certo até atingir o nível correto...

Mas quer saber?

É o tipo de preciosismo desnecessário... dobra o custo dessa manutenção e traz uma vantagem não mensurável — eu não teria esse custo e trabalho adicional.

Quer ver uma solução ainda mais eficiente e prática?

Troque o óleo com metade dessa quilometragem absurda — ou até menos — para não ficar rodando com essa lama suja dentro do motor — isso sim aumentará de verdade sua vida útil.

Melhor gastar essas 20 merrecas do que fazer a burrada potencialmente fatal de instalar os tubos sem O-rings ou com os O-rings permitindo vazamento — ou rodar longos 5 mil km com óleo totalmente contaminado agindo como uma lixa dentro do seu motor.

Vou finalizar falando de mais um erro gravíssimo nosso velho conhecido e que consegue ser agravado por esse "tutorial".

Quem acompanha o blog já sabe que as montadoras recomendam uma quantidade suficiente apenas para atingir (quando atinge) o nível mínimo de óleo.

Nem vou falar que todas mandam ligar e desligar o motor, conferir o nível e adicionar mais óleo para atingir a marca de máximo do visor ou vareta de medição.

Sem conferir corretamente o nível de óleo após a troca, todo mundo começa rodando já com menos óleo do que deveria.

Mas fazendo apenas o que ele recomenda fazer no vídeo, a quantidade gravada NUNCA chegará sequer ao nível mínimo...

A intenção louvável de evitar a mistura do resto de óleo velho, feita com a maior das boas intenções, acaba resultando na diminuição da vida útil do motor e em risco à vida do(s) ocupante(s) da motocicleta e outros condutores.

Esse é um dos motivos que me deixam desalentado com o povo deste país... ainda mais a moçada cujo smartphone é mais smart que o proprietário.

Escolhi esse vídeo por ser curto, mas estou cansado de ver "tutoriais detalhados" de troca de óleo "conforme o manual", todos repetindo erros como estes apontados aqui.

Por incrível que pareça, os únicos tutoriais de troca do óleo que encontrei até agora feitos por brasileiros recomendando o procedimento correto de ligar e desligar o motor para conferir o nível após a troca foram o do Jaislan — que peca por outros motivos — e o vídeo do nosso leitor Takashi, ambos publicados neste blog.

O mais triste é constatar que aquelas outras dezenas de vídeos feitos por pessoas sem nenhum ou muito pouco conhecimento técnico recebem joinhas aos milhares e são compartilhados entre amigos.

Enquanto postagens como esta com textão e exigindo interpretação e raciocínio, bah, muito longa, nem li.

E assim caminha a humanidade.

Um abraço triste,

Jeff

Como previsto...

Demorou mais do que eu esperava...
Montagem sobre imagem e reportagem: http://www.manchetepiaui.com.br/index.php?sh=shmt&ma_id=2217&ma_titulo=Motociclista%20sofre%20acidente%20ao%20ca%C3%A7ar%20pok%C3%A9mon%20na%20PI-459%20em%20Paulistana

E ainda levou mês e meio para noticiar aqui porque o sistema de alerta do google falhou...

Mas era certeza de que iria acontecer mais cedo ou mais tarde.


Um abraço,


Jeff

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Como funciona a válvula de segurança do filtro de óleo cartucho?

Acordei de madrugada com um sonho terrível:

Eu fazia parte da tripulação da Enterprise nova geração — aquela abominação — e eu estava de rolo com a B'Elanna — até aí, tudo bem. Eu sei, Voyager não é TNG, mas sonho é sonho e estava bom demais.

Ao sermos teleportados para um planeta classe M — aqueles que convenientemente dispensam trajes de proteção e reduzem o custo das filmagens — fomos atacados por um grupo hostil:

Didi, Dedé, Mussum, Zacarias e Costinha.

Pois é, o Costinha ali não fazia sentido... e ainda assim ele conseguia ser o melhor do grupo.

Sonhos geralmente não fazem sentido, a menos que sejam um alerta de nosso subconsciente — e entendi que o alerta era de que alguma coisa errada estava passando despercebida.

E a primeira coisa que me veio à cabeça às 4:30 da matina foi a postagem de ontem e seu complemento programado para hoje, que vou manter conforme escrita originalmente, mas farei acréscimos intuídos depois desse pesadelo.

A válvula do filtro cartucho mostrada no vídeo de ontem faz parte de um dispositivo de segurança que se desloca conforme a contrapressão causada pelo acúmulo de sujeira em filtros de óleo do tipo cartucho.
Imagem: https://santacruz761.wordpress.com/2010/04/15/filtros-do-automovel-parte-2-filtro-de-oleo/ — lá também há vídeos interessantes explicando o papel do óleo dentro do motor.

A válvula de segurança atua assim:

Se as partículas resultantes do desgaste do motor se acumulassem a ponto de bloquear totalmente a passagem do óleo através dos poros do elemento filtrante de papel, o cabeçote e componentes vitais trabalhariam a seco e o motor se fundiria.

Para evitar isso, a válvula de segurança atua movida pela contrapressão para bloquear a entrada do filtro e permitir que o óleo ainda não filtrado seja liberado para as partes vitais do motor via passagem direta por fora do filtro.

Melhor óleo sujo do que nada — mas esse é um recurso para uso por pouco tempo em uma emergência, tipo uma longa viagem na estrada.

Na postagem de ontem eu disse que "se os fabricantes recomendam quilometragens para troca longas o suficiente para a válvula de segurança precisar ser acionada, o que deveria fazer somente "em condições de uso extremo", é sintoma de que algo está profundamente errado com esse critério de quilometragem adotado pelos engenheiros."

Em relação a este último parágrafo, preciso fazer uma retratação.

Depois do pesadelo, percebi o seguinte:

A explicação dada pelo mecânico e por mim não se encaixava no quadro geral. Que nem o Costinha no quarteto alienígena.

O mecanismo de ativação da válvula é uma mola.

Molas não reagem à sujeira acumulada, mas à contrapressão formada quando a bomba de óleo é acionada.

Ora, de acordo com o que o mecânico falou, a válvula do vídeo parecia estar acionada sem pressão alguma vinda da bomba... o filtro estava até solto em seu alojamento.

Então a conclusão a que cheguei depois de uma noite bem dormida sem dor de dente graças a Deus e ao anti-inflamatório foi de que aqueles filtros são fabricados daquela maneira.

Aquela válvula de segurança não está acionada — os filtros são construídos assim mesmo.

As superfícies mostradas são a parte fixa da válvula que dá suporte à mola, e não a parte móvel da válvula.


Confirmei isso dando um pulo na loja de motopeças e na concessionária honda para conferir com meus próprios olhos a construção desse filtro.

O que verifiquei é o seguinte:

Essas superfícies internas mostradas no fundo dos filtros são fixas e servem de apoio para a molinha interna do cartucho.

A superfície móvel da válvula é a que vai no lado de contato com o motor — eu mesmo acionei com uma caneta pelo lado oposto e constatei.

Se houver uma contrapressão causada por sujeira que restrinja a passagem de óleo, ela se somará à ação da mola e impedirá a abertura da superfície móvel.

O óleo nem chegará a entrar no filtro, sendo desviado diretamente para a parte alta do motor.

O filtro paralelo vendido na motopeças (22 temeridades) tinha a maior profundidade dessa base da mola, e a concessionária tinha outros dois modelos de filtro, o original importado (55 temeridades) e o nacional Hump (31 temeridades).

O Hump é realmente segunda linha da honda (vem em embalagem lacrada com a marca honda) e tem mais espaço livre na saída que o original honda — mas pouca coisa, cerca de uns 3 ou 4 mm a mais.

Cada fabricante tem uma distância diferente de montagem para essa base da mola.

Como essa superfície é fixa, não existe o risco de que aquela passagem venha a se restringir ainda mais.

E mesmo o filtro com menor área de passagem, o original honda, me pareceu suficiente para dar conta de sua missão sem comprometer a lubrificação.

Então me parece que a preocupação do Furlani é exagerada, talvez resultante do cansaço com que gravou a postagem.

O que me decepcionou um pouco, porque fui obrigado a jogar fora toda uma bela teoria da conspiração elaborada com base no que ele disse no vídeo...


My bad...
Minha premissa de que a válvula estaria acionada estava errada e, neste caso específico do filtro, não dá para acusar a honda de nenhuma prática condenável...

A não ser a quilometragem exagerada recomendada para a troca e o uso de um óleo de viscosidade reduzida para as temperaturas de nosso país, que continuam sendo fatos incontestáveis.

Infelizmente, o vídeo não serve como comprovação...

Voltando à postagem original:

Nem todas as motos usam filtro cartucho com válvula de segurança.

Nas motos que usam filtro do tipo centrífugo, como as CG e dafra de pequena cilindrada, essa válvula não existe porque o próprio movimento giratório do óleo faz esse trabalho.

O filtro centrífugo é uma solução barata e que precisa ser desmontado e limpo periodicamente, algo que os proprietários ignoram e que também abrevia a vida útil dos motores.

Somente a troca frequente do óleo evita que isso se torne um problema, mas as fabricantes se empenham em dilatar esses prazos cada vez mais...

Mas de onde vem essa sujeira que entope o filtro?

Uma parte vem do desgaste normal do motor, e outra parte vem do ar necessário para o seu funcionamento.

O motor aspira continuamente uma enorme quantidade de ar através do filtro de ar.

Nenhum filtro é 100% eficiente, ele sempre deixa passar as partículas que são menores que os poros do elemento filtrante.

Essas micropartículas de poeira são abrasivas — é a matéria prima de que são feitas as lixas.

Elas vão para a câmara de combustão e uma boa parte é expelida junto com os gases de escapamento, e outra parte acaba presa na parede oleada do cilindro e pistão. 

Como o óleo é bombeado para lavar essas superfícies, essas partículas de poeira se acumulam no cárter e são retidas no filtro de óleo junto com as partículas de aço, alumínio, bronze e carvão provenientes do desgaste normal das peças do motor.

Além disso, a umidade está sempre presente no ar, não há filtro viável para uso em motores que consiga retê-la.

Parte dela sempre acabará chegando na forma de vapor ou seus componentes até o óleo.

E os componentes do vapor de água H2O são o hidrogênio H e o oxigênio O.

Todo óleo derivado de petróleo contém enxofre S, e a reação entre H, S e O gera ácido sulfúrico H2SO4, que adora corroer alumínio e tudo que estiver pela frente.

Daí vem a necessidade de trocar com frequência adequada o óleo e também os filtros de óleo e de ar, porque dependendo das condições de uso (excesso de poeira ou umidade), o óleo e os filtros são contaminados com mais intensidade e mais rápido.

Basicamente é por isso que é necessário fazer as trocas do óleo e dos filtros de ar e óleo sempre em intervalos adequados e não excessivamente longos.

E basicamente é por isso que as campanhas das montadoras para uso prolongado do óleo com quilometragens irreais só têm um objetivo — fazer seu motor acabar mais rápido.

Mas existe uma "escola de engenharia moderna" que tem a cara de pau de dizer que o óleo nem precisaria ser trocado, apenas reposto...

Como dizia um infame mau caráter, "uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade".

E é por isso que vemos na internet tanta gente papagaiando informações erradas que eles pensam que sabem.

Alguns o fazem sem malícia por pura credulidade, falta de conhecimento técnico e falta de capacidade de julgamento, enquanto outros são remunerados para essa "nobre" tarefa.

Outra coisa muito importante:

Quando você mesmo troca o óleo e os filtros, você tem certeza absoluta de que os filtros foram trocados.

Qual o cliente de oficina ou concessionária que vai abrir a tampa e conferir se trocaram mesmo o filtro?

Trocar o óleo e apenas embolsar o dinheiro do filtro na certeza de que o cliente voltará em breve para retificar o motor é o tipo de crime quase perfeito que raramente é descoberto. 

As montadoras têm o dever de fiscalizar a qualidade de serviço de suas concessionárias — elas fiscalizam?

E quem fiscaliza o trabalho dos mecânicos autônomos?

Como em todas as profissões, há gente de todos os tipos por aí.

Confiar desconfiando ainda é a melhor coisa a se fazer.

Por isso têm o meu respeito mecânicos honestos que vêm a público denunciar as mazelas que encontram e conscientizar os proprietários, como o Furlani dos vídeos da postagem de ontem e o Madeira que mencionei na postagem da falta de óleo das ktm.

Um abraço,


Jeff

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Mais CB 300 ferrando o cabeçote... por que será, hein, dona honda?

Vídeo de outro mecânico competente mostrando o que acontece com uma moto bem cuidada, mas que o dono não é leitor deste blog — e portanto desconhece os macetes praticados pelos fabricantes:



Meu agradecimento ao leitor Pedra Veloz que enviou estes dois vídeos, e parabéns ao Furlani por ajudar a esclarecer o povo sobre os absurdos praticados nesse mercado — absurdos que este blog vem denunciando há anos!

Como disse o mecânico, o dono cuidava bem da moto... ele só não sabia de algumas coisas:

1) A quantidade correta de óleo a cada troca da CB 300, CBX 250 Twister e a nova CB Twister é de 1,8 litro e não 1,5 litro como está dito no manual;

2) A quantidade recomendada no manual de todas as motos sempre é insuficiente para atingir o nível recomendado no próprio manual, necessitando de um adicional que os fabricantes nunca dizem qual é;

3) O óleo recomendado pela honda, assim como o óleo recomendado por vários outros fabricantes (suzuki, kawasaki, dafra) são vendidos como maravilhas tecnológicas — mas curiosamente eles costumam desaparecer do cárter mais rápido que outras marcas "não recomendadas" e sem que o dono perceba a moto fumando... esses óleos são bons para quem?;

4) A quilometragem recomendada pela honda (e demais fabricantes) para inspeção e troca é longa demais para ser chamada de decente — mesmo quem recomenda um bom óleo abusa da inocência dos clientes (estou olhando pra você, yamaha!)

Um vídeo como este permite comprovar essa indecência:



A válvula que ele mostra no vídeo é um dispositivo de segurança que se desloca conforme a contrapressão causada pelo entupimento do filtro. 

Se os fabricantes recomendam quilometragens para troca tão longas a ponto de essa válvula de segurança precisar ser acionada em condições normais de uso, é sintoma de que algo está profundamente errado com esse critério de quilometragem adotado pelos engenheiros


Leia a retratação sobre este parágrafo na postagem posterior a esta.

5) A imensa maioria das concessionárias da honda (e demais fabricantes) se limitam a abastecer a quantidade insuficiente recomendada de óleo, fazendo o motor se sacrificar desde o início — elas não fazem a complementação que o próprio manual do proprietário manda fazer;

6) A honda (e demais fabricantes) não impedem as concessionárias de continuarem com essa prática lesiva aos proprietários e que pode colocar nossas vidas em risco no trânsito;

7) A honda (e demais fabricantes) não têm interesse em informar a quantidade correta de óleo a cada troca porque assim vendem muito mais peças de reposição e motos novas em prazo muito mais curto do que seria o normal.

Algumas fabricantes chegam a mentir na maior cara dura para seus clientes, não é dona suzuki? Não é mesmo, dona dafra?;

8) O povo é feito de trouxa por essas práticas abusivas e não há interesse da imprensa em denunciar os fabricantes porque são grandes anunciantes e money makes the world go round;

9) Os governantes não têm interesse em coibir essa prática porque os fabricantes movimentam a economia e geram mais impostos — para variar, às nossas custas.

Além dos itens acima, há uma série de outras pegadinhas que os fabricantes usam para evitar que você trate corretamente da vida do motor de sua moto.

Pesquise nas postagens específicas agrupadas sob as abas Denúncia e Óleo na lateral desta página (visível somente em tela de PC).

Então, meu caro leitor, não seja otário de acreditar que os fabricantes são santos. Eles só estão lá pela grana — a sua grana.

O único cara que tem interesse de verdade no melhor para sua moto é você mesmo, todos os outros querem arrancar dinheiro do seu bolso — e quanto mais cedo, melhor.

Cuide pessoalmente do nível de óleo correto da sua moto e complete até a marca de nível máximo sempre que necessário — porque o importante é garantir o nível correto.

A menos que você queira ver sua moto em algum vídeo como esses aí de cima.

Um abraço,

Jeff

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Olhe sempre duas vezes

Este vídeo era para ter sido publicado há muito tempo, mas eu queria fazer a tradução e até hoje não tenho como editar vídeos.

Só que agora tem a ferramenta de tradução do google que irá quebrar um galho, já que a ideia básica é fácil de entender.

A imagem abaixo ainda não é o vídeo (ele está lá embaixo), mas é um guia 1-2-3 para colocar as legendas traduzidas:

Para ter as legendas em Português, faça o seguinte:

1) Abra o vídeo no youtube e clique duas vezes no botão CC para acionar as legendas — irá aparecer um sublinhado vermelho.

2) Clique na engrenagenzinha para abrir o menu de opções.

3) Para selecionar as legendas em Português, clique nessa opção no menu que irá se abrir ao clicar na setinha do lado direito. 

Em Inglês a transcrição é mais fiel; se você entender o idioma, será melhor.

Se optar pelo Português, virão alguns errinhos crassos básicos:

bicicleta = motocicleta

aquelas lanternas traseiras são sempre sobre ele faz = aquela lanterna traseira está sempre acesa.

é um pedaço de um monte = é um pouco mais difícil

um pouco dent = um pequeno amassado

um dente em um carro pode matar um cavaleiro = um amassado em um carro pode matar um motociclista.



Um abraço, Randy Big Bear!

Jeff

sábado, 19 de novembro de 2016

Um mecânico competente falando sobre o nível de óleo da moto

Até que enfim um mecânico profissional de verdade falando de maneira competente sobre o nível de óleo da moto!

Obrigado, Deivisson, por enviar este vídeo!

É assim que se faz, quero dizer, é quase exatamente assim que se faz!

Coloca a quantidade, liga o motor, mede conforme o manual e completa o óleo...

Sempre é necessário um adicional que não é dito no manual por conveniência e interesse exclusivos dos fabricantes — vendem mais peças e mais motos mais rápido...

É muito bom ver um mecânico competente e que entende do assunto comentando e esclarecendo essa questão do nível de óleo das motos.

Só não fiquei 100% feliz porque ele entrou em contradição...

Aos 02:05 ele fala que vai deixar o nível de óleo no máximo, e aos 03:40 diz que vai deixar no mínimo...

Quero acreditar que ele se enganou aos 03:40 e falou mínimo querendo falar máximo...

Quero acreditar, preciso acreditar... porque deixar o óleo no mínimo é totalmente contrário ao que ele mesmo argumenta — e contrário ao manual que manda deixar no nível máximo.

Curiosidade:

A ktm sem óleo é montada e distribuída no Brasil pela dafra...

A mesma dafra que deixou faltar óleo nas Kansas e Speed, que deixa faltar óleo nas Apache e que deixa faltar óleo nas Horizon.

Mas esse macete de recomendar óleo insuficiente não é praticado apenas pela dafra.

honda, yamaha, suzuki, kawasaki, bmw, triumph, mvk... todas andam juntas de mãos dadas nessa prática.


Seja esperto, leia e faça o que está no manual do proprietário sem se deixar enrolar pela conversa de mecânicos desonestos e/ou ignorantes que não sabem ler e interpretar o que está escrito ali.

Não confie na quantidade de óleo colocada nas revisões das concessionárias...

Não se deixe enganar nem mesmo pelas mentiras contadas pelas próprias fabricantes...

Verifique o nível com o motor frio (a menos que seu manual determine a medição a quente) e complete conforme necessário.


A única pessoa que pode salvar o motor da sua moto é você mesmo.


Um abraço,

Jeff

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Atrás daquela curva vinha um caminhão...

Sabe o que acontece quando você encontra uma carreta fazendo uma curva fechada em uma estradinha?
Imagem: Vídeo não embedável do youtube

Primeiro acontece isto:
Imagem: Vídeo não embedável do youtube

E depois isto:



Caminhões longos não conseguem fazer curvas fechadas sem invadir a contramão de rodovias simples.

E como aquela estradinha cheia de curvas que empolga motociclistas também atrai caminhoneiros fugindo de pedágios, o negócio é sempre ficar de olho nessa possibilidade para não se complicar.

Pode apostar que muito acidente em que não se sabe a causa da queda do motociclista foi causado por esse tipo de situação.

O caminhoneiro se manda e ninguém descobre porque o motociclista rolou barranco afora.

Caltela e caudo Cautela e caldo de galinha...

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Quanto vale ganhar 1 minuto no trânsito?

Mais vale perder um minuto na vida...

Do que a vida num minuto..

O cara passou cortando todo mundo na maior imprudência.

A imprudência cortou ele e todo mundo seguiu em frente.

Provavelmente não morreu, mas vai amargar uma temporada reavaliando sua pilotagem.

O vídeo de onde as imagens foram tiradas é este aqui:

Um abraço,

Jeff

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Minha primeira curva

Ah, a primeira curva do novato com uma moto potente...


O medo de inclinar a moto, a sensação de que não vai conseguir fazer a curva, a fixação do olhar no lugar onde ele não quer ir...

É sempre assim.

Aí no pânico crava os freios no meio da curva.

Te digo uma coisa:

Aprenda a ter domínio da moto praticando slalom em baixa velocidade.

Somente depois de ficar craque em saber inclinar a moto usando jogo de cintura;

Somente depois de sentir como é fácil inclinar a moto quando necessário;

Somente depois de ter a noção exata do quanto você pode inclinar a moto com segurança antes que as pedaleiras raspem no chão...

Somente depois de aprender tudo isso é que você deverá encarar uma estrada — se não quiser se arriscar a coisas do tipo destes vídeos.

Não comece a pilotar com uma moto potente.

Não vá para a estrada sem antes ganhar uma boa experiência com sua nova moto mais potente.

OK, disse mais de uma coisa.

Acidentes bobos como esses podem ficar muito sérios num piscar de olhos.

Se o piloto do segundo vídeo tivesse surfado o guard-rail poderia ter se machucado seriamente.

Se tivesse batido contra o suporte do guard-rail, podia ter se quebrado inteiro.

Se tivesse ido contra uma árvore ou barranco abaixo, tinha se quebrado bastante.

Ao entrar em uma curva, condicione você mesmo a olhar para o ponto onde você quer chegar na saída da curva.

Olhar para o perigo te leva para lá.

Desvie o olhar em direção à sua meta e não tenha receio de inclinar a moto.

Pior do que já está a situação não irá ficar...

OK, perdi a conta das coisas que eu ia dizer, paro por aqui.

Um abraço,

Jeff

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Lições de vida

Tudo que está neste vídeo se aplica também a motos.

Aliás, tem ótimos exemplos de erros cometidos por motociclistas...



1) Pneus carecas furam com mais facilidade e perdem aderência no asfalto molhado.

Carros vão parar no acostamento, mas motocicletas derrubam seus ocupantes no meio do trânsito.

2) Esse acidente da moto é exemplar por três motivos:

a) O piloto não manteve uma distância prudente do carro à frente. 

b) O piloto não previu que o caminhão entrando na via iria obrigar o motorista do carro a frear ou mudar para a faixa central — ele não antencipou a encrenca, não usou a visão além do alcance.

c) O piloto tentou ultrapassar o carro pela direita, se colocando no ponto cego de visão dos espelhos do motorista.

Sob todos os aspectos, o motociclista se enfiou na goela do lobo de boa vontade.

Perdeu a moto, mas pelo menos teve a sorte de escapar inteiro. 

3) Obra mal sinalizada após a curva... 

Sempre conte com essa possibilidade, nunca entre em uma curva sem prever que algo logo depois dela poderá te obrigar a mudar de faixa ou frear repentinamente.

Em uma situação dessas, a moto tem a vantagem de poder passar entre os cones — poderá ser a coisa mais segura a fazer.

Cones pequenos são de borracha e são leves, dificilmente irão derrubar a moto. 

Já aqueles cilindros grandes são cheios de água, são extremamente pesados. 

Capriche na pontaria no domínio da moto — para isso que serve o treinamento de slalom e frenagens de emergência feito naquelas manhãs de domingo.

4) Notou no motociclista colado no ônibus logo no começo?

Ele está aproveitando o vácuo para economizar gasolina e viajar mais rápido do que a potência do motor da moto permite.

Provavelmente aquele motociclista do acidente também quis aproveitar o vácuo gerado pelo carro...

E esse é o grande problema, se acontece algum imprevisto para o veículo na frente da moto, o motociclista só tem tempo de dizer ui.

Quanto ao acidente do carro, é basicamente idêntico ao da moto, tentar forçar uma ultrapassagem na pista da esquerda, ignorando que o carro à frente não tem como sair dali.

Tem muito condutor burro que nem esse solto por aí.

5) Dormir ao guidão é mais comum do que se imagina. Comento isso nesta postagem e nesta outra aqui.

6) Não é só pneu careca que derruba motociclistas na chuva. 

A tentativa de passar por pequenos alagamentos em alta velocidade é suficiente para interromper o contato dos pneus com o solo, e aí você assume o guidão de um jetski sem flutuador e sem comando...

Tem uma postagem sobre aquaplanagem logo no início do blog.

7) Acidentes no acostamento sempre fazem curiosos diminuírem a velocidade, causando engavetamentos.

A única coisa que poderá te salvar de ser imprensado pelos outros carros é:

Preveja que o engavetamento irá acontecer e buscar proteção nas outras faixas antes que a encrenca aconteça.

Nuca fique parado atrás da fila, procure o corredor, fuja do perigo, mas pelo amor de Deus, não vacile, não fique esperando ser atropelado.

8) E fechamos novamente com mais uma obra mal sinalizada.

Os operários não tinham como iniciar a sinalização mais cedo por conta da saída lateral.

Eles não precisavam interditar totalmente a faixa, e o motorista teve medo de passar por cima dos cones.

Deu no que deu. 

Você em sua moto, se estivessem no lugar daquele Chevette, deveria analisar o que ofereceria menor risco, mudar de faixa ou tentar passar entre os cones, mesmo com risco de derrubar alguns deles.

Fique sempre consciente dos motoristas ao seu redor, principalmente àqueles que fazem ultrapassagens pela direita para não se envolver em uma colisão lateral como nesse caso.

Todas essas são situações muito comuns, basicamente as principais causas de acidentes em vias expressas com separação de pistas.

Situações extremamente fáceis de evitar e que certamente te pouparão muita dor de cabeça.

E em outras partes do corpo também.

Um abraço,

Jeff