sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A História tem fim...

Há algum tempo, enquanto me deslocava entre Jundiaí e Arujá, assisti um monte de gente aprontando em plena Marginal Tietê. 

Por não ter grande intimidade com a região, fico sempre no limite de velocidade, e se o trânsito estiver pelo menos andando, eu fico quietinho junto com os carros e deixo o corredor para os velozes.


Para os que não conhecem,
esta é a Marginal Tietê, uma
das fotos que encontrei e
melhor representou a bagunça
que é rodar por lá, dá até pra
ver um motociclista junto do
que parece ser um guincho
mudando de faixa.

Enquanto via as cenas, ficava pensando na gravidade do que o pessoal estava fazendo, sem contar o medo de alguém me atingir, o que por muito pouco um sujeito não fez.

Foi uma hora e meia assistindo o pessoal dando corda para o azar.

Também fugi de um monte de motoristas insanos que simplesmente trocavam de faixa e "que se vire" quem estiver do lado, e quem estiver do lado de quem está do lado também.



Viva o trânsito paulistano!

Cheguei no segundo tempo do trampo sem assistir ninguém se matando e ninguém me matou.

E lá pelas seis a Marlene me liga chorando justamente porque havia acabado de passar por um acidente muito feio, a vítima fatal era um sujeito que havia passado por ela pouco tempo antes e lá na frente se acidentou, o modo como ela descreveu foi:

— Sabe quando a gente vê um cachorro atropelado e despedaçado na rua? Então, só que era um ser humano...

E ela disse que nem sabe como conseguiu chegar em casa, e que teve vontade de encostar a moto ali mesmo e seguir a pé.


É tenso presenciar acidente, pior ainda acidentes como o que ela descreveu.

E me lembrei daquele post Cristiane não voltou para casa esta noite, que contava a história de duas pessoas envolvidas num acidente grave e fiquei pensando na história desse cidadão que ela viu rodando pouco tempo antes de morrer.

Como disse o Carlos Gonzales num dos diversos vídeos dele:


"Você acha que esse cara saiu da casa dele achando que ia acontecer um acidente?"

E aí você pensa em todas as possibilidades antes do acidente:

Será que esse cara abusou?
Será que esse cara se irritou com alguém e não percebeu um risco em potencial?
Será que ele já estava nervoso antes de subir na moto?
Será que ele foi fechado?
Será que ele estava atrasado?
Será que um motorista não o viu e o derrubou?

Será que passou mal?
Será que foi um problema com a moto?
Afinal, por que raios a história dele terminou assim?

Pois é, a história dele terminou assim... e a história das pessoas que amam esse sujeito, como vai ficar?


Então você se pega pensando em como seria se acontecesse com alguém que você gosta.


Tome cuidado por si mesmo, pelos demais e pelos que te amam.

Um abraço


Vinícius Melo

Um comentário:

  1. O vídeo do Gonzalez é muito tocante. Acidentes com colegas motociclistas mexem muito com a gente, e o que mais queremos é que essas coisas não aconteçam, nunca. Aproveito para destacar no vídeo a maneira como a adrenalina mexeu com ele, fazendo com que pilotasse de maneira arriscada ao mesmo tempo que falava sobre segurança de pilotagem. A adrenalina nos leva a reações irracionais, cuidado com ela. Se presenciar um acidente chocante, aconselho parar longe do local, em segurança, e esperar a adrenalina dar uma maneirada. Pilotagem exige concentração e foco, não pode ser feita com a cabeça girando ao redor de uma cena que não gostaríamos de ter visto.
    Um abraço,
    Jeff

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