Edith Giovanna não é esta aqui, mas é parecida... |
- Evite uso prolongado do motor em alta rotação ou outra condição que possa provocar superaquecimento do conjunto — ou seja, não acelere no talo, não mantenha acelerações intensas por período prolongado — o que não impede de dar uma esticada ou outra quando realmente necessário.
- Primeiros 150 km: Evite operação prolongada a mais de 1/3 da abertura total do acelerador, variando a velocidade, e pare a cada hora por 10 minutos para resfriamento do motor.
- 150 a 500 km: Evite operação prolongada a mais de 1/2 da abertura total do acelerador, sem usar aceleração total.
- 500 a 1000 km: Evite acelerações superiores a 3/4 da abertura total do acelerador.
Só lembrando, fiz o amaciamento em uma viagem de 1000 km com Edith Giovanna, condição que não é a ideal para amaciar o motor.
Não esforçar o motor durante esse período funcionou muito bem, mas é necessário lembrar que uma moto resfriada à água não tem dilatações do motor tão grandes quanto a imensa maioria das motos resfriadas apenas a ar — as condições de trabalho são mais brandas.
Aproximadamente aos 350 km, fomos obrigados a fazer uma ultrapassagem e não tive dúvida de colocar Edith a 110 km/h reais (ela é uma 250).
E quanto ao óleo?
Logo de cara, a quantidade de óleo colocada pela concessionária não bateu com o nível recomendado.
A quantidade de óleo recomendada é de 1,9 litro, e o pessoal me informou que já haviam colocado 2 litros redondos.
Mas, para não contrariar a denúncia feita em A esperteza dos fabricantes e a ingenuidade do povo, o macaco velho que vos tecla conferiu e precisou acrescentar mais 300 ml para atingir o nível recomendado máximo da vareta medidora.
Ou seja, foram necessários 400 ml a mais em um motor recomendado para 1,9 litro,
NOTA: Percebi depois que essa medição foi feita a quente... medida a frio, foram necessários no total 750 ml para a moto ficar com o nível de óleo correto.
Se tivéssemos saído de SP com a quantidade de óleo colocada na concessionária, sem conferir, certamente o motor teria se fundido na estrada.
Mas com a quantidade certa, bastou respeitar os limites e seguir viagem com tranquilidade e pronto, repondo o óleo quando necessário, e estava feito o amaciamento do motor.
Durante o trajeto ela consumiu mais 500 ml na estrada, repostos em duas etapas até a primeira troca, que fiz em Curitiba quando o motor chegou aos 700 km.
Como ia ser jogado fora, eu até poderia ter reposto menos do que 500 ml, mas não gosto de rodar com óleo abaixo da metade da faixa da vareta medidora.
Prefiro jogar vinte reais fora do que me arriscar a comprometer a vida inteira do motor — ainda mais em uma primeira viagem.
E como confirmado por um grande fabricante, colocar menos óleo do que o nível máximo da vareta medidora pode causar travamento do motor.
Por que eu não esperei dar 1000 km para a primeira troca?
Porque não há concessionária mvk na região de Floripa. As revisões e a manutenção dessa moto correrão por minha conta e risco. La garantía soy yo!
E também porque eu não confiava no óleo do primeiro enchimento — aquele óleo famoso que só tem propaganda e que ao chegar aos 700 km já virou água suja.
Além disso, saímos de SP em um dos dias mais quentes da temporada, 37 graus. Quase desidratei em cima da moto, não estava fácil para o óleo.
Se eu não fizesse a troca em Curitiba, iria ter de fazer mais 300 km até Floripa com um óleo que eu sei que abre o bico aos 700 km...
Meu receio também era que o filtro de tela estivesse entupido com sujeira da produção, como já vi acontecer no motor de uma moto chinesa que tive oportunidade de abrir a trabalho...
Naquela outra moto, era um festival de cavacos e cola e fiapos de estopa que dava pena do motorzinho, acho que nem passava óleo por ali.
Mas não foi isso que ocorreu com a Edith, o filtro estava muito limpo:
Sinal que a fabricação dos motores é cuidadosa bem acima da média para uma moto chinesa. Fiquei ainda mais contente.
Com o óleo renovado pela minha marca predileta, senti tranquilidade para continuar a viagem.
Completei o óleo e prosseguimos, e nesses 300 km coloquei mais 300 ml.
Na primeira medição pela manhã, já em casa, o nível estava bem próximo do máximo, sinal de que a quantidade reposta foi acertada.
E já fiz a segunda troca, com apenas 800 km (hoje ela está com 1570 km).
O motivo de trocar tão rápido foi um mau entendido — parei na oficina de troca de fluidos para comprar líquido do radiador e quando voltei já tinham esvaziado o cárter.
Mas desconfio que Edith teve participação nisso... |
Não esquentei porque planejava mesmo trocar aos 1000 km.
Um abraço,
Jeff
Jeff, adoro suas postagens e as leio mais pelo celular por questão de acesso. Gostaria de parabenizar pelo seu trabalho pois poucos apresentam uma mente aberta para falar sobre o mundo duas rodas. Gostaria de perguntar-lhe: a Regal Raptor é uma boa moto de pequena cilindrada? Entre as custons pequenas, kasinski, dafra, regal raptor, me indicaria alguma pra cair na estrada?
ResponderExcluirPosso saber qual oleo vira água suja e qual é seu oleo preferido Jeff ?
ResponderExcluirOlá, Deivisson!
ResponderExcluirGosto muito do Motul 3000, mas ultimamente estou preocupado com a falsificação. O motul na estrada antigamente fazia o motor roncar gostoso, e quando fomos até Foz do Iguaçu, das quatro motos a minha era a única que ainda tinha o óleo viscoso na hora da troca. Mas ultimamente, noto que a coloração é amarelada e não rosada como antigamente, e não noto a mesma diferença. Um óleo muito bom é o Yamalube, que é feito pela texaco. O óleo da petrobras também é muito bom. Ultimamente eu andava usando o shell Alta Quilometragem para motores cansados. Ouvi falar bem do óleo Ipiranga, que era texaco (a ipiranga comprou a rede). Esqueci de alguém? Se não lembrei, é porque não merece ser lembrado. Dá uma lida na postagem Ética e troca de óleo, lá tem mais informações.
Um abraço,
Jeff
Obrigado Jeff! Já usei o Motul 5100 mas devido ao preço mais alto mudei para o Havoline 10w40 semissintético, ou Yamalube 10w40 (pra quem gosta de pagar mais caro) e tenho gostado do oleo que é feito pela Chevron (Texaco) e é muito mais barato que o Motul. O meu mecanico de confiança recomenda tbm o Petrobras, já os oleos Ipiranga nunca vi alguem falar seja mal ou bem deles, só um frentista que não me recomendou, mas pelo que vi ele nunca usou o oleo e nem detinha conhecimento a cerca do assunto pra falar mal do óleo, era só preconceito com a marca mesmo!
ExcluirJeff boa noite, depois de ler este artigo aqui ó http://www.mototuneusa.com/break_in_secrets.htm fiquei intrigado. Pra mim parece fazer todo sentido amaciar o motor no cacete e trocar o óleo depois de 20 milhas (40 km?) segundo o autor do site. Controverso não? E aí?
ResponderExcluirOlá, Takashi!
ExcluirInteressante o artigo, algumas coisas que ele diz batem com o que eu penso, por exemplo a troca de óleo antes dos 1.000 km. Fiz a primeira troca da Edith em Curitiba a caminho de Floripa, ela tinha apenas 500 km. A recomendação da yamaha para amaciar o motor mantendo ele ligado parado por 15 minutos é uma das coisas mais bizarras que já vi uma montadora recomendar fazer, com resultados que os engenheiros compartimentalizados lá dentro não imaginaram.
O problema que eu vejo no método que ele recomenda é o seguinte:
Não é só cilindro/anéis do pistão, também não são só as bronzinas quando existentes. Tem o desgaste dos rolamentos, das válvulas, sedes de válvulas, correntes e engrenagens de acionamento do comando e em alguns motores da bomba de óleo (Kansas usa corrente para acionar a bomba) mais as engrenagens do câmbio. O risco de exigir mais do que o motor pode entregar no primeiro momento pode levar ao travamento do motor.
Todos os componentes são fabricados dentro de tolerâncias. Cada motor é um conjunto de tolerâncias diversas. Alguns conjuntos resultam em folgas mais justas, outros em folgas maiores, normalmente um ganho aqui compensa uma perda ali o que resulta em uma média de comportamento geral.
Mas em todo lote sempre existem aqueles motores em que a estatística colaborou e eles saem de fábrica com um rendimento excepcional, e aquele lote em que praticamente todas as tolerâncias ficaram na faixa mais justa, é um motor mais preso que inicialmente é mais preso que os outros.
O amaciamento "fácil" dá conta de 100% dos motores, enquanto que o amaciamento brusco que ele propõe dá conta de apenas 90% deles.
Então é uma aposta que, se não der certo, terá um custo muito alto.
Por outro lado, é verdade que as tolerâncias de fabricação hoje são melhores, o que permitiria exigir mais do motor com menor quilometragem.
E ele argumenta com base nos motores feitos em fábricas de última geração de fabricantes americanos, japoneses, alemães, ingleses, italianos. Será que motos chinesas já estão podendo usar esses elevados padrões de qualidade de usinagem? Todos os fabricantes?
Também fico com um pé atrás em relação à "modernidade" do processo de amaciamento proposto.
Alguns fabricantes já alegam que não é necessário amaciar o motor, outros que a injeção eletrônica dispensa a necessidade de esquentar o motor, então esse me parece mais um desses discursos na linha adotada recentemente para tornar as motos e carros produtos descartáveis.
Gostaria de ter a oportunidade de fazer um teste comparativo eu mesmo em duas motos zero km e abrir o motor depois de uma boa quilometragem para uma análise, porque é o tipo de afirmação que exige comprovação prática para dar uma opinião. Infelizmente, vou ficar só no desejo mesmo.
Um abraço,
Jeff
Tá certo, melhor mesmo amaciar dentro do que a fábrica recomenda. Minha z300 já passou dos 500km e estou andando com ela na suavidade. Acredito que estou fazendo o certo apesar de ser impossível manter os 4k rpm como recomenda o manual. Entretanto nunca passei dos 7k rpm com ela e quando o faço é apenas para me livrar de situações adversas no trânsito.
Excluir