Motos têm péssima aerodinâmica, mesmo aquelas carenadas, porque os humanos que as pilotam oferecem muita resistência ao ar.
A carenagem só começa a ganhar eficiência em relação ao peso
morto que ela representa em velocidades acima de 100 km/h.
A Hayabusa tem uma
carenagem extremamente aerodinâmica, mas como em todas as esportivas, para ter
algum benefício dessa proteção aerodinâmica o piloto é obrigado a ficar numa
posição francamente desconfortável.
A garupa, então, periga sair voando.
Imagem: Achada no site seilaonde.seilaquando.
Algumas motos recebem a pequena proteção de bolhas
acrílicas ou de policarbonato, mas sua única finalidade é desviar o ar do
capacete; a moto e o corpo do piloto continuam recebendo todo o impacto das lufadas, principalmente as laterais. (Alguém ainda fala lufada?) (Repita bem rápido em voz alta: fala lufada fala lufada fala lufada fala lufada... mas sozinho, senão vão pensar que você é maluco.)
Rodando na cidade, talvez você nem perceba esse efeito.
Mas na hora que você se dispuser a pegar a estrada, atravessar
descampados, rodar junto a praias ou represas, passar sobre pontes extensas,
poderá se surpreender com rajadas intensas capazes de desviar sua trajetória de
uma faixa para outra.
Ventos contínuos podem ser compensados inclinando-se a moto.
Há exatos dois anos, os amigos Betho, Edifrans e Igor, Jezebel e eu atravessamos os desertos monoculturais paranaenses e pegamos uma reta na estrada onde parecíamos estar permanentemente numa curva, tal a inclinação a que éramos obrigados.
Há exatos dois anos, os amigos Betho, Edifrans e Igor, Jezebel e eu atravessamos os desertos monoculturais paranaenses e pegamos uma reta na estrada onde parecíamos estar permanentemente numa curva, tal a inclinação a que éramos obrigados.
Outra fonte de ventos desestabilizantes são os grandes caminhões
e ônibus.
Ao te ultrapassarem, o deslocamento de ar te empurra o suficiente para você chegar ao limite de sua faixa de rolamento. Mas em sentido contrário em rodovias simples, a pancada que eles te dão no peito chega a doer.
Ao te ultrapassarem, o deslocamento de ar te empurra o suficiente para você chegar ao limite de sua faixa de rolamento. Mas em sentido contrário em rodovias simples, a pancada que eles te dão no peito chega a doer.
Depois de muita pancada, aprendemos a abaixar e prender a respiração
ao cruzar com um caminhônibus. Minimiza a área do corpo exposta ao impacto da
massa de ar a 220 km/h (130 dele e 90 nossos).
Já para os ventos contínuos, fique atento a bandeiras e árvores
à beira da estrada. Bandeiras enfunadas (eita palavrinha) e galhos agitados indicam que você
encontrará ventos preocupantes à frente.
Existe uma regra básica para avaliar a velocidade do vento lateral cruzando a estrada com base na posição de uma bandeira:
Existe uma regra básica para avaliar a velocidade do vento lateral cruzando a estrada com base na posição de uma bandeira:
E dependendo da direção do vento, sua moto te deixará
amargurado tentando passar de 80 km/h, ou te deixará felizão a 120 por hora.
Até você descobrir que a PRF ganhou um radar novo.
Um abraço,
Jeff
PS: Eu sei que você lembra que já tratei desse assunto duas vezes nas postagens Vento, ventania e Quando o mundo acaba em dilúvio.
Mas é que hoje faz exatos dois anos dessa viagem, e a saudade da estrada é tamanha... navegar não é só preciso, é vital. Vital e sua moto.
PS: Eu sei que você lembra que já tratei desse assunto duas vezes nas postagens Vento, ventania e Quando o mundo acaba em dilúvio.
Mas é que hoje faz exatos dois anos dessa viagem, e a saudade da estrada é tamanha... navegar não é só preciso, é vital. Vital e sua moto.
Muito boa materia... esse negocio de ventania eh mt perigoso mesmo!
ResponderExcluirJa passei mts apuros andando com a Raven na BR364 quando cruzava com carretas... quando viajava para Cuiaba. Moto se nao se cuidar... ja era... a minha se tivesse uma garupa igual essa mina ae voava junto kkkkk
Uau, BR-364 não é brincadeira não... encontrou muito treminhão por lá?
ExcluirUm abraço,
Jeff