sábado, 28 de fevereiro de 2015

Respondendo aos leitores de fevereiro

Respondendo à leitora Ines Lucia Silva sobre comentário postado em Macetes das honda CB 300 e XRE 300:

Boa tarde, queria saber se tem como colocar o câmbio da Tornado na CB 300, pois uns falam que sim outros falam que não.

Ines, verifiquei com um mecânico amigo meu, muito experiente, e ele me confirmou que toda a parte inferior dos motores das Twister, Tornado, CB 300 e XRE 300 é a mesma.

O conjunto do motor da Twister e da Tornado é o mesmo para as duas motos.

O conjunto do motor da CB 300 e XRE 300 é o mesmo para as duas motos, em relação à Twister e Tornado só mudou a parte alta do motor com a maior cilindrada.

Segundo ele, o câmbio não sofreu alteração, é o mesmo para as quatro motos, então você pode trocar sim. 

Atualização: 
Ele não lembrou de falar que o câmbio das 250 é de 6 marchas, enquanto o câmbio das 300 é de apenas 5 marchas, e olha que esse é o meu mecânico de confiança... mas o erro é meu que deveria ter pesquisado no google antes de postar.

A diferença de desempenho (a CB tem maior velocidade final, a XRE tem mais arrancada) seria obtida apenas na relação secundária (pinhão e coroa). Estou preparando uma postagem para explicar isso.

Confirme essa informação sobre a relação primária (proporção das marchas do câmbio) antes de fazer o transplante, e tome cuidado para não comprar peças roubadas porque fazendo isso você estaria contribuindo para as altas taxas de roubos de motos.



Respondendo ao leitor TJ sobre comentário postado em Macetes das honda CB 300 / XRE 300 / Twister / Tornado :


Fiquei na dúvida ainda amigo, VC disse que deve aquecer o motor da moto, mas uma 300 ligada por 5 minutos não trincaria o cabeçote também??

Olá, TJ!

O motor trabalha com o óleo normalmente na casa dos 90 graus Celsius. Esquentar um motor frio por 5 minutos em marcha lenta irá levá-lo da temperatura ambiente até uns 70 a 80 graus, no máximo. 


Isso é diferente de manter um motor já aquecido funcionando parado sem ventilação por 5 minutos. Isso sim poderia danificar o motor por superaquecimento.

Atualização: 

Além disso, o período recomendado pela honda é de 3 a 5 minutos — 3 minutos para os dias de temperatura normal e 5 minutos para os dias mais frios.

Eu costumo esquentar por um período mínimo e depois sair rodando lentamente por alguns quilômetros para que a temperatura do motor se iguale tanto no câmbio quanto nas outras partes.

Um abraço! 


Respondendo ao leitor Otavio Torres sobre comentário postado em Um descuido fatal:


Isso é uma coisa [a regulagem da corrente] que estou sempre olhando e fazendo a regulagem, limpeza e lubrificação. Ainda assim já tomei 2 sustos grandes, em 2010 eu tinha uma 150 dessa da foto. 


Quando vinha de uma cidade vizinha aquela proteção que tem na coroa se soltou fez um moído e travou a corrente, só não estourou porque eu tava saindo de um quebra-molas e tava ganhando velocidade e era o último quebra-molas, depois vinha 8 km que só ando com o cabo enrolado e deu trabalho para tirar com alicate de tão enroscado que ficou. 


O outro susto foi em 2013 com uma Bros fui viajar com amortecedor traseiro só na mola pra quê num rodei nem 5 km a corrente saltou 3 x com os pulos voltei a 30 por hora só subi em cima dela depois dá troca do amortecedor que susto vei 1° salto da corrente eu tava a 90km/h com garupa, se tivesse travado eu não sei não.


Obrigado pelo depoimento, Otavio! 

Compartilhar nossas experiências ajuda o pessoal que está chegando agora a evitar um monte de problemas!


Cada um de nós vive situações únicas no trânsito, e compartilhar esse conhecimento é uma das tradições do motociclismo. 


Antigamente, essas conversas eram na mesa do bar, hoje são nos botecos virtuais que vão sendo criados na internet.


Um abraço!



Respondendo ao leitor Altair Santini sobre comentário postado em Dois segundos:


Já fui multado por rodar com farol alto, o guarda disse que é proibido rodar com o farol alto em local dotado de iluminação pública (até mostrou a lampada no poste).


Isso que era 11:00 horas da manhã e o sol estava tão forte que não dava pra ver a luz de indicação de alta no painel. 


Indústria da multa????




Olá, Altair!


Olha, fico em dúvida se é só a indústria da multa... 


Está mais para falta de capacidade de raciocínio e interpretação burrice do guarda mesmo... 


Obviamente que o espírito da lei é quanto ao uso noturno do farol alto. A iluminação pública fica apagada durante o dia, portanto não tem o menor sentido a besteira que ele disse.


O único motivo de ser restringido o uso do farol alto é por causa do ofuscamento de motoristas em sentido oposto, o que obviamente não acontece durante o dia. 

Recorra da multa que esses casos ridiculamente absurdos costumam dar ganho de causa para o motociclista.


Boa sorte!



Respondendo ao leitor Rogerio Kozima sobre comentário postado em Minha moto escapa marcha:


Quando a moto trepida quando vc troca de marcha ou força o motor em uma reaceleração ou mesmo uma redução de marcha, deve ser problema de embreagem. 

Quando uma moto trepida mesmo se tratando de uma passagem é marcha errada é um caso típico de disco de embreagem gasto.


Essa trepidação a que me referi é aquela barulhenta da corrente tropeçando no pinhão, e não aquela quando você solta a embreagem.

Jezebel também está fazendo essa trepidação que o Rogério comentou, a embreagem está com quase 50 mil km, sendo que na época só troquei os discos de cortiça, os separadores continuam originais com 78 mil km.

Mas agora com a Edith doida de vontade de conhecer o mundo, Jezebel vai ter de esperar para ver essa embreagem trocada de vez. Vai ficar para uma geral das grandes...

Obrigado pela colaboração, e um abraço!



Respondendo ao leitor Edmundo Zanotelli sobre comentário postado em A esperteza dos fabricantes e a ingenuidade do povo:


Primeiro ato! Nivelar moto nos dois sentidos vertical e horizontal, depois limpar área da pequena vareta, aí você vai notar que a medida mandada pelo fabricante é a correta. Espero que tenha ajudado os motociclistas.


Não, caro Edmundo; você não está ajudando motociclista algum ao divulgar um procedimento errado. 


Isso é o que todo mundo faz e está errado. Parece que você não leu o que eu escrevi, só viu as figuras. Se leu, não entendeu.


Por que divulgar uma coisa que vai contra o que a honda, a yamaha, a suzuki, a kawasaki, a dafra, a lifeng, etc. dizem?


Você sabe mais do que eles?


Você nunca leu o manual do proprietário da sua moto e vem fazer esse comentário... é ruim, hein?


O fato é que os fabricantes mandam colocar a moto fria, nivelada, ligar e desligar o motor e então medir e completar o óleo conforme necessário. 

Ligar o motor faz diminuir o nível visível na vareta, esse é o critério determinado pelos fabricantes, foi assim que eles calibraram a vareta medidora. 


Aí chega você dizendo que basta nivelar a moto, e só. 


Vai dar uma falsa leitura de nível alto. Seu comentário pode até colocar vidas em risco, a kawasaki adverte:



Essa advertência vale para todas as motos, e o procedimento do manual do proprietário é claro: além de nivelar a moto, é necessário ligar e desligar o motor. 

Seu procedimento, Edmundo, apenas repete o erro de milhões de brasileiros que mandam retificar o motor da moto a cada 50 mil km e acham que isso é normal. 


Um motor bem cuidado dura duas a três vezes mais do que isso.


Em uma das próximas postagens vou falar desses erros repetidos mil vezes na internet por pessoas que nem sequer leem o manual do proprietário e pensam que entendem de moto.


PS: Esse procedimento será difícil de comprovar como incorreto nas motos que usam óleo sintético / semissintético, pelos motivos explicados aqui.

Um abraço!



Respondendo ao leitor Axinfor Matica sobre comentário postado em Como lubrificar corrente de moto custom:


Jeff, óleo de máquina de costura pode ser usado? Já vi em mecânica reutilizarem o óleo de motor na corrente, pode isso? Creio que procedimento esteja completamente errado. Uso o SAE 90.


Olá, leitor da AX Informática aproveitando para fazer propaganda aqui no blog!


Correntes e engrenagens precisam ser lubrificados com óleos bem viscosos para aguentarem as condições de extrema pressão a que são submetidas suas superfícies.


Toda a força necessária para empurrar a moto é aplicada em uma área minúscula de uns poucos dentes do pinhão e da coroa. O óleo tem de ser grosso para manter uma película entre as superfícies metálicas em atrito, por isso os fabricantes recomendam o SAE 90.


Óleo de máquina de costura é dos mais finos que existe, sua viscosidade fica entre a de um óleo SAE 10 e um óleo SAE 20, no máximo 30. Não segura o rojão. É que nem WD-40, não serve para corrente.


Quanto ao óleo de motor, ele é um SAE 50 (na classificação para motores). Sua viscosidade não é muito diferente de um óleo SAE 90 (aprendi ou reaprendi isso outro dia naquela discussão sobre viscosidades).


Então usar óleo de motor na corrente não teria muito problema, exceto o fato de que não dispõe de aditivos para extrema pressão usados nos óleos para transmissões. Em uma emergência, é melhor do que nada.


Agora, o óleo usado... esse tem problema. Ao passar pelo motor, o óleo se degrada e se torna mais ácido devido à contaminação por enxofre proveniente da gasolina queimada.


Isso é um veneno para os anéis de borracha das correntes com retentores de graxa. Nas correntes comuns, essa acidez ataca, mas a redução de vida útil não será o fim do mundo para um componente substituído a cada 20 ou 25 mil km. 



O leitor Silva Alef fez o seguinte comentário no facebook na mesma postagem:


Jeff, encontrei no Mercado Livre uns dois tipos de cavaletes não fixos, para motos sem cavalete central.


Um é de rolamentos para o pneu rolar livre em cima dele. O outro é tipo um triângulo que você encaixa no lado contrário ao da corrente e junto com o descanso da moto dá uma "levantada" na roda traseira. 


A propósito, comprei um lubrificante em spray muito bom, que quando acionado, ao entrar em contato com a corrente ou qualquer outra superfície, o líquido se torna tipo um graxa mesmo. Não lembro o nome agora, mas gostei bastante. 


O que se deve olhar nesses tipos de lubrificantes é se eles contém solvente na composição, pois se conter não é bom, porque o solvente é corrosivo.


Olá, Alef!

São ótimas dicas, Silva Alef! Um cavalete avulso facilita muito esse trabalho.


Há muito tempo, quando o Vinícius comprou a Agnes, falei para ele das vantagens de usar cavaletes, mas nem lembrei deles quando fiz a postagem. 




São uma ótima opção para quem tem a garagem fechada, mas no meu caso, não posso usar por não ter onde guardar. E ele acabaria me induzindo a adiar a manutenção... me conheço!


O cavalete avulso tem a vantagem adicional de manter a moto vertical, o que acaba com o problema de encantamento da boia do carburador. 


Falando nisso, passei a usar um toco de madeira debaixo do cavalete lateral da Edith, ela passa o tempo todo quase vertical, acabou-se o problema de partidas difíceis.


Sobre o lubrificante em aerossol, realmente não conhecia. É importante separar os aerossóis tipo WD-40, inadequados para corrente, dos lubrificantes desse tipo que você falou.


Sobre o solvente ser corrosivo, não creio que ele seja suficientemente agressivo para atacar superfícies metálicas. O problema está nos anéis de borracha, mesmo caso do óleo de motor usado relatado acima.


Um abraço!



Respondendo ao leitor Victor De Lyra sobre comentário postado em Alerta aos proprietários de kawasaki:


O número antes do W serve para indicar a viscosidade na partida a frio, então melhor usar 10W-50 pois ele chegará mais rápido em todas as partes do motor.

Não é bem assim, Victor, mas é quase isso. Esse é mais um dos conceitos incorretos amplamente divulgados na internet.

O 50 indica o uso em temperatura normal, o 10W indica o uso no inverno. 


E o que SAE 10W-50 quer dizer é que esse óleo multiviscoso tem viscosidade equivalente à de um óleo SAE 50 no verão e de um óleo SAE 10 (à temperatura normal) no inverno.


Na partida a frio em dias normais, ele se comportará exatamente como um óleo SAE 50. A diferença aparecerá em uma manhã fria de inverno, quando ele não "engrossará" tanto quanto um óleo 50 "engrossaria".


Nessa situação de inverno o 10W é significante para a partida a frio, no restante do ano não é.


Um abraço!


Jeff

Um comentário:

  1. Jeff, estava eu aqui pensando nas pecas que preciso trocar da moto com o passar dos km's percorridos e percebi que tem varias pecas que se desgastam com o tempo e normalmente numa faixa de kilometragem conhecida.

    Seria possivel de voce montar uma lista com as principais pecas para se trocar classificando elas pela kilometragem ?

    exemplo:
    20.000 - 25.000 : corrente, pinhao etc
    40.000 - 50.000 : discos da embreagem.
    ...

    Isso ajudaria muito para fazer um planejamento de manutencao da motoca, conhecer mais da mecanica e se programar para fazer revisoes, custos da motoca e tudo mais. Obrigado e um abraco!

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