Alguns pequenos cuidados que podem salvar sua vida:
– Não descuidar dos espelhos
Durante a viagem, o hábito de manter os espelhos bem regulados e a
atenção neles me poupou de um grande susto.
Estávamos na interligação da via expressa com a rodovia
Bandeirantes, sentido São Paulo, quando vi pelo retrovisor um ônibus da Cometa chegando
lá atrás pela minha direita.
Por todas as leis de trânsito e da Física, a trajetória correta
para ele seria se encaixar no fluxo atrás de nós (epa!) e ultrapassar normalmente
pela segunda faixa; havia tempo e distância suficientes para realizar essa
manobra numa boa.
Mas macaco velho ficou de olho no espelho, por via das dúvidas, e
viu o proficcional realizar a manobra pelo acostamento, totalmente sem
necessidade.
Pois é, acredite se puder, o cometão me ultrapassou pelo
acostamento como se fosse um filhinho de papai carta nova que acabou de ganhar
o carrão.
Levou um jóinha e aliviamos para ele terminar a lambança.
O que leva alguém a fazer esse tipo de coisa?
Certamente estava atrasado, tentando recuperar horário. Vai sair
uma postagem sobre esse comportamento dos caminhoneiros e buseiros e seus
motivos.
– Não descuidar dos espelhos limpos
Espelhos sujos dificultam a visão, e isso se torna crítico ao cair
da tarde/noite. É a única situação em que acho aceitável usar uma flanelinha.
Mas antes de sair, ou parado — nunca com a moto em movimento.
Passar um pano umedecido com álcool ou xampu ajuda a impedir que
os espelhos se embacem com o frio.
Mas a dica abaixo também vale para os espelhos.
– Manter a viseira limpa
Eu estava a apenas 3 horas de chegar à casa e não tinha nem sombra
de cansaço; não iria valer a pena pernoitar por tão pouco e resolvi seguir em
frente mesmo sendo noite, já que conheço bem a estrada e a paisagem.
Mas os faróis no sentido oposto causavam grandes halos na viseira,
que não saíram com a passagem de um pano.
O que você faz nessa situação?
Usa a dica do amigo Vinícius: passa WD40 ou outro anticorrosivo
equivalente em aerossol na viseira. Eu usei limpador Loctite.
A viseira fica limpa como nova e não acumula respingos e umidade,
nem embaça. Fundamental no trânsito noturno para avaliar a distância dos outros
carros nos espelhos.
Claro, se eles também estiverem limpos.
– Interromper a viagem quando necessário
Apesar de a bula do diclofenaco dizer que raramente causa
sonolência, para mim é tiro e queda. E quando tomo diclofenaco por causa da
artrite, após o almoço eu não fico com sono, eu desmaio.
Estávamos na Serra do Rio Turvo, divisa de São Paulo com Paraná, acho
que eram umas três da tarde, quando percebi que não estava no melhor dos meus
reflexos. Desta vez o diclofenaco não era pela artrite, era pelo estiramento da
coxa.
Moto desviando rumo ao acostamento, moto desviando para a outra
faixa onde não faltam caminhões... boa coisa não ia dar.
Comecei a cantar todo
meu repertório, sorte que não tinha ninguém ouvindo. Mas minhas canções não iam
durar para sempre...
Ao passar pelo pedágio de Registro, vi o posto do Resgate / SOS
Usuário, eu era um usuário e precisava de SOS, estacionei a moto e desabei no
sofá da salinha de recepção, apaguei por lá mesmo.
O cochilo foi providencial, porque com a dor do tombo queda
besta e a preocupação de não entrar em situações de precisar usar o freio
traseiro, acabei me esquecendo de conferir a regulagem da corrente.
Acordei, lembrei e vi que ela estava quase no osso; se eu não
tivesse parado, com certeza a corrente iria saltar no meio da estrada com grande
risco de nos levar ao chão bem no meio da BR-116.
Então é isso, fique atento a esses pequenos detalhes que podem
fazer a diferença entre uma jornada agradável e um desastre.
Ah, ia esquecendo:
– Não esquecer de fechar bem a pochete antes de pegar a estrada.
Fazer isso no meio do caminho pode complicar sua viagem. Minha perna tá doendo até agora.
Um abraço,
Jeff
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