Imagem: http://www.caravanparks.com/ |
350 km em 3 horas.
Média horária de 117 km/h.
Essa é a exigência de trabalho para um caminhoneiro fazer entregas com um caminhão toco (dois eixos) para uma determinada empresa de encomendas expressas muito conhecida por esse Brasil afora.
Eles querem que o motorista cumpra esse percurso todos os dias sem atrasos, seja dia ou seja noite, independente de chuva, neblina, congestionamento ou nevasca (aqui é Santa Catarina).
Uma exigência totalmente irreal, porque para manter uma média dessas o motorista será obrigado a percorrer trechos muito acima dessa velocidade para compensar as ladeiras e os trechos com tráfego, onde a velocidade certamente cairá abaixo disso.
Isso explica a cena que presenciei na última viagem, um furgão fazendo uma ultrapassagem praticamente forçando o carro da frente para fora da faixa, os para-choques a centímetros um do outro.
Quem estabelece essas metas irreais é irresponsável, quem aceita trabalhar nessas condições é suicida ou assassino.
Você tem ideia do que é frear um caminhão carregado a 140 km/h?
Tem noção da distância necessária, que é muito maior que a de um carro ou moto?
Tem noção da distância necessária, que é muito maior que a de um carro ou moto?
Consegue imaginar o que é conduzir um caminhão lotado a essa velocidade, fazendo ultrapassagens em rodovias de pista simples e cheias de curvas com máxima permitida de 80 km/h, como são as estradas das serras catarinenses?
É por esse motivo que volta e meia alguém está morrendo em nossas estradas.
Mas os cronogramas e gráficos de eficiência das transportadoras continuam apontando resultados positivos. Não consideram os acidentes causados por exigências absurdas como essa.
Os motoristas se sujeitam a isso em troca de uns caraminguás por falta de outra opção de trabalho; têm família para sustentar.
Conseguir dizer não ao que é desumano e impraticável é para poucos.
Ganância e incompetência em cargos de responsabilidade, estabelecendo metas impossíveis de serem cumpridas, levam ao desastre.
Não (poder) dizer não aos absurdos também.
Não (poder) dizer não aos absurdos também.
Ética e responsabilidade deveriam ser ensinadas na escola.
Em uma sociedade onde houvesse respeito ao ser humano, haveria condições de não se aceitar uma imposição criminosa como essa. De fato, nem se pensaria em impor algo assim desmedido.
Mas esse quadro não vai mudar tão cedo; enquanto isso, muito cuidado com ônibus rodoviários, caminhões e furgões dessas empresas de entregas expressas; provavelmente estarão correndo para cumprir um horário impossível de cumprir, e poderá sobrar para você.
Um abraço,
Jeff
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