domingo, 21 de dezembro de 2014

Vale a pena migrar de uma 150 para uma 250?

Respondendo ao leitor Darci Neto:

"(...) estou pensando em trocar minha Bros 150 por uma moto 250, a princípio uma Fazer, a minha curiosidade era saber uma opinião imparcial sobre se vale a pena trocar uma moto 150 por uma 250, considerando que eu ando mais na cidade, mas pego a estrada, e quase sempre com baú cheio e com minha namorada, somando no total algo em torno de 160 kg, minha dúvida é em relação se realmente existe uma melhora de desempenho, e agora que tu está equipado com uma 250, acredito que fique mais fácil pra ti dar tua opinião (...)


Olá, Darci! Obrigado por acompanhar o blog!


Demorei para responder porque queria ter mais experiência com minha nova moto antes de falar qualquer coisa.


Tinha esperança de viajar neste final de ano para um tira-teima, mas o serviço apertou e estou adiando as viagens por enquanto.


Sem dúvida o desempenho de uma 250 para quem viaja com garupa será melhor, mas no seu caso existem alguns pontos a considerar.


Sua moto já consegue um desempenho bastante bom para duas pessoas em termos de aceleração e conforto; a limitação é a velocidade máxima, que acredito seja próxima ou um pouco melhor que a da Kansas.


Vou falar da minha experiência com a Kansas e a Fenix Gold, depois a gente volta para o seu caso.


Eu também sempre tive essa dúvida, se valeria a pena ou não passar de uma 150 para uma 250, porque o aumento de custo de manutenção é significativo em relação ao relativamente pequeno ganho de velocidade.

Comparando, eu mantinha velocidades de cruzeiro de 85 km/h reais na Kansas (90% da velocidade máxima), o que permitia uma média geral de 65 km/h com as serras, negociações de ultrapassagens, trânsito pesado, etc. 


Em termos práticos:



Imagem: Google mapas

Saindo de São José (fica ao lado de Floripa), eu chegava ao hotel em Juquiá percorrendo uma distância de 500 km após 10 horas de viagem, o que também era o meu limite do cansaço.

Nessas 10 horas, estão inclusas 2 horas para lanches, abastecimento, esticar as pernas, almoço, esticar as pernas, aliviar as cãibras, etc., então são 8 horas rodando naquela velocidade que falei.  


Aquela viagem em que fiz 750 km talvez tenha sido conseguida graças aos analgésicos, que quase me mataram ao me fazer cochilar na estrada, então não vou considerar como distância de uma viagem normal


Agora com a Fenix, viajando 20% mais rápido, poderei manter velocidades de cruzeiro de 100 a 105 km/h e percorrer 600 km nas mesmas 10 horas do limite do cansaço, o que não permitirá economizar um pernoite — no máximo chegarei até Itanhaém.


Ficam faltando apenas duas horas para terminar a viagem e economizar um pernoite, mas será que o risco de pegar o trecho de trânsito mais movimentado com os reflexos e as reações lentas não seria risco demais? Imagino que sim.

Por outro lado, nem adiantaria viajar mais rápido do que isso, o risco de multas é enorme e está cada vez maior.


Então para você que já roda com velocidades de cruzeiro melhores do que a da Kansas, eu imagino que a vantagem de passar a rodar com uma 250, no seu caso que anda sempre acompanhado, talvez não seja tão significativa a ponto de ser realmente vantajosa.


Haverá um ganho em velocidade, claro, mas será muito pequeno. Também um pequeno ganho em conforto, imagino.


E será útil como aprendizado para aprender o domínio antes de partir para uma moto ainda maior, mas pelo seu perfil de utilização de casal com bagagens, no seu lugar eu almejaria uma 500 ou 600 assim que possível.


Nem estou considerando a Falcon como opção porque quem fez o mesmo percurso que eu jurou que nunca mais repetiria a experiência devido ao excesso de vibração.


Por outro lado, o consumo de uma 600 fica bastante elevado para o uso diário na cidade, e isso precisa ser levado em conta.

Outro dia encontrei o dono de uma Shadow, e ele comentou sobre o consumo alto e o custo de peças abusivo; então, chega uma cilindrada em que a grande vantagem da moto, a economia, começa a desaparecer.

Eu acredito que esse limite de custo/benefício para uma motocicleta fique na cilindrada de 250, e a Fazer é um pacote muito bom em termos de conforto e economia.

Então, se a sua expectativa não for elevada quanto ao ganho em desempenho, poderá sim ser uma ótima opção. 

Mas na hora de decidir, faça o que o seu coração mandar!


Nada se compara à realização de um sonho, e não se deixe influenciar por raciocínios muito lógicos.


Moto é paixão e paixão não tem a menor lógica...


Felicidades com a nova moto!


Um abraço, feliz Natal e Ano Novo,


Jeff

3 comentários:

  1. Apesar de nunca ter comprado uma 250 eu considero a moto com desempenho e custo de manutenção ideal para um uso diário e viagens nos fim de semana. Js tive uma 150 e ja pilotei algumas 250 e considero o ganho de desempenho e principalmente segurança considerável, pois viajando a 90 por hora numa 150 a moto ja está muito perto do limite dela não tendo muita força pra possíveis ultrapassagens, pois considero muito perigoso se manter atras de um caminhão. Na 250 viajando a 100 ou 110 vc consegue ainda ter força pra ultrapassagens e subidas e se precisar ela consegue ir até uns 130 a 140, sem falar no ganho em conforto e segurança com freios superiores aos das 150!

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    1. Olá, Deivisson
      Uma coisa que esqueci de comentar é que há um viés na minha análise: sou pesado (130 kg) e a Fenix é pesada por causa dos acessórios. Para pessoas de peso normal e motos 250 ágeis, a diferença será significativa sim.
      Um abraço,
      Jeff

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  2. Tinha uma cg150 14/14 e troquei numa xre300 10/10 ABS. A diferença é brutal. A segurança nas ultrapassagens e um freio sem comentários não deixam dúvida que fiz a coisa certa. O aumento do custo deve ser deixado de lado nessas horas e a segurança vira prioridade. A não ser que a pessoa só ande, só ande mesmo, dentro da cidade. Também não quero ir pras 500/600. Uma 300 pra mim é o ideal

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