sábado, 25 de abril de 2015

Videogames e a vida real

Na postagem de ontem deixei de mencionar um fator que contribui para a epidemia de acidentes com motos (e carros também) dos dias de hoje: 

Videogames.


Nos videogames as motos são capazes de fazer coisas incríveis, como rodar sobre a zebra mantendo a trajetória, e tracionar na grama em alta velocidade.

As leis da Física não se aplicam aos games, só as da emoção necessária para vender o jogo, então tudo é possível.



Imagem: www.stuntlife.com

Manobras arriscadas resultam em ultrapassagens espetaculares, ou em acidentes incríveis

O pior que pode acontecer é você ter de apertar o reset e começar do zero. Com uma moto novinha e um avatar incólume (alguém ainda fala incólume?), são e salvo.

Mas na vida real, asfalto, sarjeta, postes e outros veículos são a dura realidade da vida. E basta um único erro, seu ou de alguém, e você verá gente morta.




Mesmo entre os melhores e mais experientes pilotos de competição, ocorrem mortes por imprevistos e falhas mecânicas durante a pilotagem.



E aí a moçada sem noção do mundo real sai do videogame, achando que pode fazer de verdade tudo aquilo que aprendeu no jogo, pega a moto ou carro escondido dos pais e morre aos 15, no máximo 17 anos. 


Reportagem: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/04/adolescente-morre-ao-bater-moto-em-trator-na-grande-florianopolis.html

É muito triste.

Falta quem diga para essas quase crianças que a realidade da vida é bem diferente da realidade virtual dos games.


Infelizmente, vejo a novíssima geração partindo para as ruas sem experiência nenhuma da vida real, sem vivência alguma, desconhecendo as regras de trânsito, sem noção das reações dos veículos, sem ideia da inércia das máquinas, da distância e tempo necessários para reduzir a velocidade, acostumados que estão com a reação quase instantânea dos games.


O resultado é a moçada se matando contra obstáculos imóveis ou outros carros e motos, porque sua noção do mundo não corresponde ao que é possível fazer no mundo real. 


O que conhecem do mundo é uma fantasia vendida para entreter, não para formar pilotos.


Mas os pilotos de sofá se iludem que têm experiência e, com um veículo nas mãos, tentam repetir as manobras incríveis dos jogos, viciados que estão na adrenalina.

O resultado é essa epidemia que vemos por aí.

Está aí um tema que merece um estudo aprofundado. 


Conscientizar a moçada que a vida não é um jogo com vários resets poderá salvar muita gente.

Um abraço,


Jeff

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