sexta-feira, 10 de abril de 2015

Adolescentes, trânsito e RL


Ontem, por causa de um adolescente atravessando a rua, fui obrigado a fazer um RL com Jezebel (se você não sabe o que é um RL, lá embaixo eu explico).

Íamos tomar o café da tarde, já ao cair da noite, quando no lusco-fusco fomos surpreendidos por um adolescente que cruzava a rua.

Cruzava é modo de dizer, porque na verdade ele caminhava em diagonal na contramão em nossa direção no meio da rua e a cabeça flutuava na altura das nuvens. 

Se você é adolescente, você não faz ideia do que eu estou falando: só vai descobrir que você faz isso quando não for mais um adolescente.

Mas você que já foi adolescente um dia, ah, você sabe exatamente o que é essa fase...

Adolescentes estão desligados do mundo à sua volta. Estão ligados demais em seu mundo interior para ter contato com o mundo terreno dos mortais.

Em uma época de confusão de sentimentos, de descoberta da vida, sobram assuntos para devanear e falta capacidade de processamento de informações para questões menos importantes, como preservar a própria vida ao atravessar uma rua movimentada.

E isso não ocorre por vontade própria, é apenas uma realidade da vida —  o cérebro ainda não descobriu o que fazer com tanta liberdade e potencial pela frente.


Os adolescentes, chamados de crianças por toda sua vida pregressa, de repente se vêm livres da tutela de um adulto cuidando desses detalhes chatos, como olhar para os dois lados antes de atravessar uma rua.


Eles estão livres para explorar o mundo inteiro, todas as possibilidades estão ao seu alcance, e aquelas coisas que são tão importantes nessa fase (amizades, namoros, time de futebol, videogame, filme de super-herói ou do Bob Esponja (é uma fase complicada), aquele site fantáááástico descoberto na noite anterior), tudo isso fica girando na cabeça, enquanto o corpo segue o caminho no automático que nem zumbi à procura de cérebros.



Por isso o cair da tarde é uma das horas mais perigosas do dia. 

Cansei de ver atropelamentos de adolescentes nesse horário de saída da escola.

E se não fossem os excelentes reflexos do piloto freios da Kansas, provavelmente teríamos atropelado mais um adolescente. Ou teríamos ido para o chão.

Então retome o cuidado em horários de entrada e saída de escolares, ainda mais à tarde, que é o horário de saída dos colégios — os ainda não adolescentes geralmente andam acompanhados ou não se arriscam muito em ruas movimentadas.

Já os adolescentes... podem caminhar na direção do perigo que se aproxima de farol aceso e nem perceber.

Um abraço,

Jeff

RL: É a abreviatura de rear lifting, levantar a traseira da moto durante uma freada, ficando apoiado somente na roda da frente.

O piloto não para a moto, mas continua rodando equilibrado apenas na roda dianteira.


Como diz a wikipedia, a manobra é muito arriscada devido as chances de tombar a moto para frente, ocasionando graves acidentes. 

O piloto deve ter a precisão de frear somente a quantidade necessária para empinar a moto, caso contrário poderá tombar a moto.



Parar no limite dos freios foi algo que descobri treinando freadas de emergência e tendo intimidade com minha moto, sabendo exatamente qual a força possível de aplicar nos freios sem cair.

Não confunda conhecer o limite da moto com ficar se exibindo e expondo a si mesmo e aos outros a um acidente por causa de uma conduta idiota no trânsito. 


Caso precise parar a moto na menor distância possível, é fundamental saber o que dá e o que não dá para fazer.

Treine e pratique freadas de emergência que isso salvará sua vida um dia.

Ou a de algum adolescente.

Outro abraço,

Jeff

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