domingo, 18 de outubro de 2015

suzuki e seus jogos de letras e números

Olha como são as coisas:

Naquele dia em que estive no estacionamento da UFSC e descobri aquelas tretas da honda com a Bros e a Lead, por coincidência havia duas suzys estacionadas uma do lado da outra.


Pude comparar muito bem uma Yes 125 com uma GSR 150, e uma coisa me chamou a atenção e me deixou cabreiro...

Verifique você mesmo e tente encontrar uma razão lógica para isso:
Alguém me explique por favor como é que pode o motor 125 da Yes, de carcaça visivelmente menor, como pode ele pedir mais óleo (1100 ml) do que o grandalhão motor 150 com balanceiro (1000 ml) da GSR?

Ou melhor dizendo:

Como é possível que caiba menos óleo no motor com carcaça maior da GSR do que cabe no motor de carcaça bem menor da Yes?

Os valores estão gravados nas carcaças para quem quiser ver. 


Se você tiver a oportunidade, compare os dois lado a lado como eu fiz.


E não pense que a causa esteja na sexta marcha: se ela ocupa mais espaço, em compensação há um vão maior para o balanceiro.

Acho que isso ajuda bem a entender a denúncia feita pelo leitor Guto nesta outra postagem

Só lembrando para quem não leu, a suzuki diz que o motor da GSR 150 pede apenas 1000 ml de óleo, conforme está no manual e na gravação da carcaça, mas as concessionárias honestas entregam a moto com 1,5 litro de óleo — meio litro de óleo a mais — e essa é a quantidade certa para esse motor.


Fazendo corretamente o procedimento descrito no manual para medição e troca do óleo, você é obrigado a colocar 1,5 litro de óleo para atingir o nível superior da vareta medidora.

É aquele truque de dizer uma coisa e fazer outra: enquanto o cliente não está olhando, eles colocam a quantidade certa sem ele saber — depois que o cliente parar de levar na concessionária, o cliente começa a estragar o motor colocando menos óleo do que o necessário.

Concessionárias que não fazem isso vêm os clientes fundindo o motor antes do fim da garantia, o que acaba pegando muito mal para a imagem da fabricante — né, dona honda? né, dona dafra?


A suzuki fornece a maior prova concreta dessa prática nefasta utilizada por todas* as fabricantes de fornecer informações enganosas quanto à quantidade de óleo do motor.

*que eu tenho conhecimento até agora

Enquanto todos divulgam informações ambíguas apenas no manual do proprietário, e podem usar a desculpa de que o leitor não leu o procedimento completo escrito no manual, qual a desculpa da suzuki para gravar uma quantidade insuficiente de óleo na carcaça do motor?

Uma coisa é ter um procedimento confuso no manual, que requer interpretação. E outra é ter a carcaça gravada com uma quantidade incorreta.


A gravação na carcaça será a referência utilizada pelo proprietário na hora de trocar o óleo — gravar uma quantidade insuficiente só servirá para induzir o proprietário a erro.


Estou errado, dona suzuki?


Ou a senhora consegue explicar qual a vantagem de gravar um número que não serve para nada, a não ser indicar a quantidade mínima insuficiente de óleo a ser colocada na carcaça?


Não seria melhor gravar a quantidade correta de óleo para que o proprietário mantivesse a moto sempre bem lubrificada e não a estragasse pelo uso contínuo com óleo abaixo do nível mínimo?


Mas aí não ia vender peças caras, nem serviço de retífica, e o pessoal ia demorar mais para comprar moto nova, né dona suzuki?

Acho que entendi o motivo de gravar uma informação inútil... ela só é inútil para o dono da moto, né dona suzuki?

E enquanto eu pesquisava uma imagem para ilustrar uma postagem antiga sobre a suzuki GSR 150i, encontrei esta denúncia antiga no bestriders, a qual vim adiando a publicação até hoje:

Denúncia: http://www.bestriders.com.br/suzuki-gsr-150-nada-mais-e-que-uma-yes-reformulada/

Leia a denúncia na íntegra neste link.

Vale a pena comentar o assunto para você ver como o consumidor brasileiro é feito de otário por todo mundo, não escapa ninguém.


Há muitos anos a j. toledo suzuki comercializa o modelo Yes 125. E em 2011 lançou a "nova" GSR150i com câmbio de seis marchas e injeção eletrônica.

Mas olha só que coisa...


Esta é a GSR150i brasileira: 
Basicamente, uma Yes com câmbio de 6 marchas e injeção eletrônica.

E ela é quase xará desta outra moto, a GS150R vendida no resto do mundo:
Notou a diferençazinha?

Um modelo que não é mais comercializado no resto do mundo é despejado em nosso país no lugar de um outro, mais moderno — mas com o nome quase igual.

Mais ou menos como se a vw colocasse farol esportivo no fusquinha e passasse a vendê-lo com o nome de vw Gol Golf Golfe.
Imagem: http://omelhorlugardomundo.loveblog.com.br/231156/FUSCA-FAROL-TRI/

Até quando as montadoras brasileiras de motos permanecerão na vanguarda do atraso?

A denúncia do bestriders é de 2011.


Estamos em 2015 e a suzuki continua vendendo os mesmos produtos, não foi uma medida transitória rumo a um modelo mais moderno.


A propósito, no início de agosto de 2015 esse modelo mais bonito e moderno era comercializado na Índia pelo equivalente a 4518 reais com o câmbio da época antes do estouro do dólar.


Enquanto isso, nós no Brasil só vemos modelos como essa moto indiana da suzuki em novela.


Filmada no exterior.


Um abraço,


Jeff

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