quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A experiência do proprietário de uma yamaha Fazer 250 zero km

Transcrevo o relato do leitor Guilherme Jorge, proprietário de uma Fazer 250 zero km (obrigado por acompanhar o blog e pelo depoimento, Guilherme! Muito ilustrativo! (Os grifos e o russo são meus.)

Mais uma pra você, Jeff: 

Minha Yamaha Fazer 250 Zero:

Peguei na concessionária num dia de noite, dirigi até em casa e medi o óleo conforme o manual na manhã seguinte, adivinha?

Perto (para baixo) da metade da vareta.

Fui na concessionária e perguntei como é que media o óleo: o cara me disse que era pra medir na vareta pela manhã ANTES DE DAR PARTIDA.

Perguntei porque no manual falava diferente, que tinha que ligar o motor antes e tals... ele fez cara de merda.

Perguntei também qual o óleo que vinha na moto. 

Resposta: 

A fábrica manda com o 10W40, semissintético. E ainda veio um "plus":

"Mas na revisão de 1000km a gente coloca o 20W50, a não ser que o cliente peça o 10W40".


Eu: Mas você troca duas vezes pra não misturar o mineral com o semissintético?

CSS: Não precisa, está trocando o filtro junto.

Eu: Poker face.

Comprei um litro de 10W40 pra poder completar o que estava faltando e fui embora.

Coloquei na cabeça que as duas primeiras revisões, que são "de graça", vou mandar eles continuarem com o 10W40. Depois vou passar pro mineral por minha conta, fazendo o procedimento correto.

É Тюлень...



E pensar que eu tinha ficado animado porque uma concessionária aqui na região estava fazendo a coisa certa (mas sem falar nada para os clientes — parou de levar na concessionária, o abacaxi de rodar com pouco óleo sobra para os clientes...)

Agora vem esse relato de que outra concessionária da yamaha não está cumprindo com as determinações do fabricante.

Só lembrando, não é só a yamaha que comete esses... ahn... descuidos quanto ao abastecimento correto de óleo no motor.

Entregam a moto já pedindo reposição de óleo, quando sua obrigação seria entregar a moto com o nível correto (marca superior da vareta ou visor) para que o consumo normal não jogue o nível abaixo da faixa de segurança mostrada pelos medidores de nível.

Outro dia conversei com um ex-funcionário de uma concessionária de uma marca qualquer dessas que tem por aí, fiquei sabendo de cada história...

Como a do cara que comprou a moto e saiu viajando direto com ela — que nem eu fiz com a Edith, lembra?

Entregaram a moto com o nível mínimo, como fizeram para o Guilherme, e a moto fundiu o motor no meio do caminho.

Juntou não seguir as instruções do amaciamento com a falta de óleo do cárter, o resultado é esse mesmo.

Maior briga para devolverem o dinheiro, queriam retificar o motor em garantia...

Os profissionais do ramo aproveitam que o pessoal não lê o manual do proprietário, e jogam toda a culpa sempre no coitado do desinformado.

É assim que é.

Mas na hora em que os donos dessas empresas (lá no Japão) descobrirem o quanto que as concessionárias aqui no Brasil estão prejudicando a imagem das marcas por conta dessa política rastaquera — que em países de primeiro mundo seria considerada lesiva ao consumidor — e que as representações locais não coíbem, não fiscalizam, não proíbem as concessionárias de causar prejuízo e colocar a vida dos clientes em risco...

Vai sobrar шампанское пробка para muita gente. 

Só a пробка, sem a шампанское.

Tomara que isso ocorra logo.

Um abraço,

Jeff

6 comentários:

  1. Dale Jeff!
    No ponto, estou pra adquirir uma dessas (2015, achei o painel da 2016 horrível há inovações que vem para o mal, conta giros analógico é o mais prático) e gostaria de uma postagem sobre, justamente, esse moto. E gostaria de sugerir uma serie de postagens sobre motos especificas uma por semana (pra fazer sem pressa, e direitinho igual a todas as postagens daqui) falando da moto por tópicos, salientando a parte do óleo que obviamente é onde ocorre a maior parte dos erros.
    Desde já agradeço.

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    1. Bem que eu gostaria de fazer isso, Washington!
      Mas o blog é apenas uma atividade que gosto. Tenho de batalhar a gasolina de cada mês, e o tempo livre não permite fazer pesquisas muito aprofundadas, muito menos investir em coisas de que gostaria, como demonstrações em vídeo. Além disso, é difícil obter acesso a outras motos que não aquelas que eu posto aqui.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Que bom que existem pessoas assim como voce Jeff, que levam a vida com bom humor e gastam parte de seu tempo para ajudar os outros sem ganhar nem 1 real com isso.

      Lendo o blog aprendi muita coisa que certamente vai me ajudar muito nessa vida, quando posso tambem comento do blog para outras pessoas nesse mundo louco.

      Um abraco e nao vejo a hora de voltar os posts, valeu Jeff, Daniel e Vinicius, voces sao um exemplo de cidadao :)

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  2. Esse comportamento lesivo é corriqueiro e frequente, tanto faz a marca ou concessionária. Depois dos problemas que tive com minha Benson (Fan 150) quando saiu da concessionária com a falta de óleo, fiz a revisão dos primeiros 1000 Km sábado passado (04/09/2015) em outra concessionária e ao verificar o óleo hoje vi que na troca de óleo a Honda continuou com a política de economia burra e completou só até e metade da vareta, isto é: NUNCA deixe de verificar o óleo, NUNCA confie neles, eles só querem nossa grana, depois tchau!

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    1. É triste, né Nane?
      Estão cavando o próprio buraco. De certa forma, isso será merecido para eles. Tiveram 40 anos para não cometer esses erros, lucraram muito graças a essas práticas. Torço para que o povo acorde e deixe de ser enganado como sempre foi.
      Um abraço,
      Jeff

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  3. Salve Galera,

    Guilherme poderia nós informa, sobre alguma melhora na troca do óleo, 10w40 pelo 20w50.

    Obrigado !

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