A postagem programada para hoje desapareceu diante dos meus olhos — na hora de salvar esbarrei em alguma tecla e não houve CTRL Z que a trouxesse de volta.
Só não perdi inteira porque consegui salvar imagens do preview na outra aba... mas não ia dar tempo de redigitar tudo e colar todas as figuras a tempo de publicar, e também não ia dar tempo de passar toda a raiva...
Então vou deixar para reler com calma tudo que eu havia escrito, e aproveito a janela para publicar esta outra postagem que eu estava devendo há um bom tempo...
É o relato do fim da viagem a Penedo, feita em março, lembra dela?
Depois daquela esticada até Poços de Caldas, começou a etapa ainda mais turbulenta da viagem, Poços de Caldas – Campinas – Sorocaba...
Imagem: Google Mapas
E o motivo de eu não postar até agora é que fiquei meio deprimido de lembrar todos os percalços...
Mas hoje, olhando para trás, os fatos se tornaram apenas lembranças e aprendizado.
Saindo de Poços de Caldas após o almoço, tomamos o rumo da SP-340 e de lá até Campinas passando por Mogi Guaçu e Mogi Mirim — esse último trecho de estrada já era velho conhecido de outra viagem com Jezebel.
Mas de Poços até Águas da Prata a estrada é muito boa, cheia de curvas, e Águas é um encanto de cidade pequena com vários quiosques com produtos locais à beira da estrada, que nesse ponto contorna uma bela praça. Muito charmosa.
Imagem: Alguém que fotografou e postou na web
A viagem seguiu sem nenhum susto até eu encontrar um caixa 24 horas e descobrir que o meu saldo estava horrivelmente abaixo de zero... não tinha mais dinheiro para pernoitar na estrada.
Ou eu economizava e colocava gasolina para tentar chegar em casa, ou dormia em uma cama quentinha e empurrava a moto no trecho final — e dindin só ia cair na conta dali a vários e vários dias...
Só não perdi inteira porque consegui salvar imagens do preview na outra aba... mas não ia dar tempo de redigitar tudo e colar todas as figuras a tempo de publicar, e também não ia dar tempo de passar toda a raiva...
Então vou deixar para reler com calma tudo que eu havia escrito, e aproveito a janela para publicar esta outra postagem que eu estava devendo há um bom tempo...
É o relato do fim da viagem a Penedo, feita em março, lembra dela?
Depois daquela esticada até Poços de Caldas, começou a etapa ainda mais turbulenta da viagem, Poços de Caldas – Campinas – Sorocaba...
Imagem: Google Mapas
E o motivo de eu não postar até agora é que fiquei meio deprimido de lembrar todos os percalços...
Mas hoje, olhando para trás, os fatos se tornaram apenas lembranças e aprendizado.
Saindo de Poços de Caldas após o almoço, tomamos o rumo da SP-340 e de lá até Campinas passando por Mogi Guaçu e Mogi Mirim — esse último trecho de estrada já era velho conhecido de outra viagem com Jezebel.
Mas de Poços até Águas da Prata a estrada é muito boa, cheia de curvas, e Águas é um encanto de cidade pequena com vários quiosques com produtos locais à beira da estrada, que nesse ponto contorna uma bela praça. Muito charmosa.
Imagem: Alguém que fotografou e postou na web
A viagem seguiu sem nenhum susto até eu encontrar um caixa 24 horas e descobrir que o meu saldo estava horrivelmente abaixo de zero... não tinha mais dinheiro para pernoitar na estrada.
Ou eu economizava e colocava gasolina para tentar chegar em casa, ou dormia em uma cama quentinha e empurrava a moto no trecho final — e dindin só ia cair na conta dali a vários e vários dias...
Resignado, toquei em frente disposto a pernoitar em algum posto de gasolina aninhado ao lado de Edith, mó easy rider...
Aí lembrei que passando por Campinas poderia pedir acampamento na casa de Betho e Gi, como tinha feito na ida — economizaria o pernoite.
Mas amolar o pessoal de novo? Não queria fazer isso novamente...
Foi aí que o destino e a mãe Natureza intervieram.
Perto de Campinas, descubro que mudaram tudo no trevo de Paulínia / Barão Geraldo e a sinalização ficou muito precária... olha só que trevinho mais simples...
O pessoal sinaliza fazendo referência às cidades mais próximas, e não às mais conhecidas, se esquecendo que quem vem de longe não tem obrigação de saber para que lado fica Hortolândia ou Valinhos.
É complicado tomar uma decisão dessas com trânsito pesado e você vindo pelo lado contrário ao que está acostumado... um GPS nessa situação talvez atrapalhasse ainda mais, porque não estaria atualizado com as mudanças feitas no trevo.
O resultado é que nós e mais uma pá de gente acabamos errando a saída da rodovia, e fomos obrigados a atravessar por dentro de Campinas bem no horário do rush.
Por sorte eu tinha alguma noção da direção a tomar para atravessar a cidade, então não iria gastar muito mais gasolina.
Mas foi só chegar na área urbana de Campinas que armou o maior toró dos últimos muitos anos na região...
Rodando na chuva e fugindo do congestionamento na tentativa de chegar o mais rápido possível à Anhanguera para economizar gasolina, fomos parar na região que depois eu descobri ser a Lagoa do Taquaral.
Macaco velho viu que estávamos em uma baixada com chuva torrencial e a coisa ia ficar muito, muito feia em pouquíssimo tempo.
Procuramos abrigo em um posto de gasolina elevado antes que a água começasse a descer morro abaixo — ela ia se acumular e subir rápido na baixada em que estávamos.
Edith e eu nos abrigamos neste posto aqui:
Imagem: Google View
Foi entrarmos no posto e a água começar a subir.
Em poucos minutos a água subiu a ponto de cobrir o piso do posto, e olha só a altura na foto.
Os frentistas, motoristas e mais uma pá de motoboys ilhados, todos caminhávamos dentro do posto com a água cobrindo as solas das botas.
De lá vimos imagens parecidas com esta, feita na região da Lagoa:
Em poucos minutos a água subiu a ponto de cobrir o piso do posto, e olha só a altura na foto.
Os frentistas, motoristas e mais uma pá de motoboys ilhados, todos caminhávamos dentro do posto com a água cobrindo as solas das botas.
De lá vimos imagens parecidas com esta, feita na região da Lagoa:
O pessoal ilhado orientava os motoristas a não tentarem entrar no posto, porque junto da calçada a correnteza era forte demais e a água estava mais funda.
Mesmo assim um furgão tentou e parou ali mesmo, quase foi arrastado.
Outro carro o povo conseguiu impedir de fazer a mesma besteira, ficou meio submerso no meio da rua.
Foi a sorte dos ocupantes, porque era mais leve que o furgão e certamente teria sido arrastado.
Outro carro o povo conseguiu impedir de fazer a mesma besteira, ficou meio submerso no meio da rua.
Foi a sorte dos ocupantes, porque era mais leve que o furgão e certamente teria sido arrastado.
A força da água na calçada derrubou uma garota que veio arrastada por vários metros. Quando passou em frente ao posto os frentistas e motoboys correram e conseguiram salvá-la.
Ela perdeu bolsa e os sapatos, só não perdeu a vida porque o pessoal foi ligeiro e se arriscou a ser levado também.
Ela perdeu bolsa e os sapatos, só não perdeu a vida porque o pessoal foi ligeiro e se arriscou a ser levado também.
Infelizmente outras duas pessoas ali perto não tiveram a mesma sorte.
Reportagem: http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/03/bombeiros-buscam-2-desaparecidos-apos-chuva-em-campinas.htmlDepois que as águas baixaram o cansaço da viagem era grande e finalmente me decidi a procurar abrigo com Betho e Gi — mas a caminho de lá a chuva voltou com raios realmente assustadores e ainda maior intensidade, e tivemos de parar novamente em outro posto mais acima por mais algumas horas.
Amainada (mas não terminada) a chuva, tomei o caminho velho conhecido e acabei errando a saída para a casa do pessoal — já havia feito a mesma coisa na ida...
Retornei prestando extrema atenção para não errar novamente, e cheguei na rodovia sem encontrar a saída...coisa incrível.
Refiz o caminho e aconteceu de novo, era tanta água na viseira que não consegui enxergar a saída extremamente fácil de achar e conhecida de meia dúzia de vezes.
Novo retorno e errei mais uma vez a saída — concluí que forças misteriosas não queriam que eu passasse a noite lá e toquei em frente. Melhor botar a culpa no Sobrenatural de Almeida do que admitir que tenho déficit de atenção. Compensado por um bom senso de direção. Às vezes.
Peguei a Santos Dumont e a Castelinho debaixo de água e péssima visibilidade, decidido a arranjar algum lugar abrigado da chuva para dormir em Sorocaba ou Piedade.
Naquela noite a chuva estava bem pior do que isso na Santos Dumont... |
Mas o cansaço era grande e não encontrei nenhum posto de gasolina acampável no sentido Sorocaba.
E não queria fazer isso no centro de Sorocaba por medo de assalto, então retornei para um grande posto de gasolina quase na intersecção com a Castelo Branco.
Tinha quase certeza de que lá encontraria bancos externos para poder passar a noite deitado, mas não tinha nenhum...
Imagem: Google View
Acabei dormindo sentado na cadeira de uma lanchonete de beira de estrada da meia noite até as duas da manhã.
Não tem banco do lado de fora para dormir... |
Acabei dormindo sentado na cadeira de uma lanchonete de beira de estrada da meia noite até as duas da manhã.
Mas o pessoal precisava limpar o meu cantinho, então tive de sair de lá e cochilei mais um pouco sentado no chão do lado de fora.
Mas era só ameaçar pegar no sono e aquela maldita máquina caça-níquel ali do lado repetia a gravação monótona e desanimada para convencer o pessoal a jogar ou ir embora.
Você... está... com... sorteee? ela repetia o tempo todo, e eu lá, querendo dormir, encharcado e gelado, sem grana para jantar, e ela vem falar em sorte?
Minha vontade era puxar o fio da tomada e dar uma risada maníaca do mal. Mas era bem capaz de eu ainda levar um choque...
Eram quase três da manhã quando abasteci e a carteira ficou extremamente magra.
Você... está... com... sorteee? ela repetia o tempo todo, e eu lá, querendo dormir, encharcado e gelado, sem grana para jantar, e ela vem falar em sorte?
Minha vontade era puxar o fio da tomada e dar uma risada maníaca do mal. Mas era bem capaz de eu ainda levar um choque...
Eram quase três da manhã quando abasteci e a carteira ficou extremamente magra.
Revisei o óleo da Edith e tomei o rumo de Piedade para pegar a estrada de Juquiá — torcendo para o pouco dinheiro no bolso permitisse colocar o restante da gasolina e... putz! OS PEDÁGIOS DA BR!!!!
Agora não ia ter dindin nem para o café da manhã... saco.
Ainda por cima, rodando e fazendo contas, descobri que o retorno mais próximo (estávamos no sentido oposto do nosso caminho) era longe pra dedéu... em Pirapitingui.
Seguimos até o retorno lamentando cada gota de gasolina desperdiçada nessa volta besta.
Agora no caminho certo, vi uma placa antes de entrar no centro de Sorocaba que indicava a rodovia Raposo Tavares e a cidade de Alumínio.
Ora, eu lembrava que Alumínio e Piedade ficavam na Raposo Tavares! Dedução lógica, era o caminho a seguir.
Beleza, pensei eu, vou cortar caminho e economizar gasolina! Nota mental: Nunca confie em deduções lógicas baseadas em GPS mental. Piedade não fica na Raposo Tavares.
Beleza, pensei eu, vou cortar caminho e economizar gasolina! Nota mental: Nunca confie em deduções lógicas baseadas em GPS mental. Piedade não fica na Raposo Tavares.
Se eu tivesse confiado em minha intuição, teria comido esta barriga aqui:
Imagem: Google Mapas
Com a gasolina racionada, seria um desastre.
Mas como eu sou o primeiro a não confiar na minha intuição, parei para perguntar no primeiro posto SOS da estrada, não muito longe de Sorocaba.
Mas como eu sou o primeiro a não confiar na minha intuição, parei para perguntar no primeiro posto SOS da estrada, não muito longe de Sorocaba.
Esclarecida a rota, me aconselharam a não voltar exatamente pelo mesmo caminho, eu poderia cortar um bom pedaço se saísse em determinada bifurcação que eu teria que tomar cuidado para não errar, senão o retorno seria muito longe.
O que é que acontece quando é madrugada, você está cansado, está chovendo, você tem pouca gasolina e não pode errar o caminho?
Adivinhou.
Acabei passando novamente pelo lugar de onde eu tinha saído e tive que fazer todo o percurso idiota novamente até o retorno em Pirapitingui.
Tive quer ir novamente até aquele retorno besta láááá looonge, chorando mais uma vez toda a gasosa perdida e já imaginando que eu teria que empurrar a moto do Paraná até em casa. Ainda bem que a serra de Garuva é uma descida.
Tive quer ir novamente até aquele retorno besta láááá looonge, chorando mais uma vez toda a gasosa perdida e já imaginando que eu teria que empurrar a moto do Paraná até em casa. Ainda bem que a serra de Garuva é uma descida.
Pensa que acabou o drama?
Na próxima parte, o final final, a coisa ficou ainda pior...
Na parte final eu conto a emoção de chegar a Piedade para finalmente poder descansar, e descobrir que Piedade não é Piedade...
Na parte final eu conto a emoção de chegar a Piedade para finalmente poder descansar, e descobrir que Piedade não é Piedade...
Um abraço,
Jeff
Acompanho o blog há pouco tempo, pouco mais que um mês. Cheguei a digitar um belo comentário esses dias, mas ao fazer login na conta para poder comentar, perdi todo o conteúdo, estava tarde e desisti.
ResponderExcluirObrigado pelo conteúdo, já aprendi muito. Com 22 anos, pouco mais que 3 anos de experiência como motociclista, já passei por alguns sustos, já bateram duas vezes na minha traseira (nada demais, felizmente) e até agora não cai nem bati, e espero continuar assim. Medo é constante, trânsito aqui em Campo Grande - MS é violento e impaciente.
Passei a cuidar mais da minha querida Titan 150 com o tempo, mas ela sofreu nesses ~19 mil km rodados, principalmente pelo óleo. Só com 18 mil troquei o óleo da concessionária pelo mineral 20w-50, e não verificava o nível.
Como o manual recomendava a troca de 4 em 4 mil, e eu trocava de mil em mil, nem me preocupava.
Essa é a primeira moto, e no primeiro dia eu li totalmente o manual ao chegar em casa, mas mesmo que soubesse o que agora sei, tenho certeza que deixaria passar os "pequenos detalhes".
Pena não ter conhecido o blog muito antes.
Aguardo a continuação dessa história, e de outras experiências também.
Pouco a pouco, vou lendo as postagens anteriores.
Abraço!
Obrigado, Wesker!
ExcluirFico contente que o blog seja útil!
É bom poder contar essas histórias e saber que alguém gosta de ler! Espero que elas também sirvam para o pessoal não passar os mesmos perrengues que eu...
Um abraço, e obrigado por acompanhar o blog,
Jeff
Se é loco Jeff se empolgou e passou maus bocados
ResponderExcluirÔ saudade desses maus bocados...
ExcluirTem mau bocado que vale muito a pena...
Ainda mais aquelas que são chamadas de "pedaço de mau caminho".
Um abraço,
Jeff