domingo, 2 de fevereiro de 2014

Carona indesejada

Jezebel voltou da temporada no hospital e sábado fomos comemorar amanhecendo na praia da Guarda do Embaú (na verdade, só uma desculpa para tirar umazinha do pessoal parado nos 10 km de congestionamento até o Morro dos Cavalos).

Ao voltarmos para casa, o congestionamento continuava lá do outro lado, à minha frente só a BR-101 livre e céu azul, tudo na mais ferpeita ordem quando o pessoal parado do outro lado rogou uma praga uma enorme mariposa bateu contra meu peito.

Imagine a maior mariposa que você já viu, e multiplique por... seis.

Imagem: http://wae.blogs.starnewsonline.com/37665/starship-troopers-gets-the-rifftrax-treatment/

Ela bater no peito não foi nada, pior foi o vento jogar a danada para dentro do capacete.

Você a 90 km/h e um bicho quase do tamanho de um pardal... bom, metade do tamanho de um pardal... dentro do seu capacete.

E batendo as asas na frente do meu olho esquerdo, que a pancada só deixou ela tonta.

É nessas horas que você precisa ter sangue frio, fazer de conta que está sozinho, fechar um dos olhos e ir para o acostamento rapidinho de maneira controlada, sabendo quem está no espelho, senão você já era.

Não foi a primeira vez que um inseto entrou voando em meu capacete; mas nunca desse tamanho e que me desse a sensação de que eu poderia morrer por causa disso.

Se eu não estivesse usando um grande óculos de sol por cima do meu óculos de grau, a irritação no olho poderia ter sido extrema.

Lição tirada do evento:

Nunca fazer fusquinha para os coitados presos no engarrafamento

Para pegar a estrada, não basta o capacete com a viseira fechada.

É necessário usar uma proteção que garanta que nenhum inseto possa entrar por baixo do capacete.

Nessa situação, uma balaclava não ajudaria. E não dá para usar cachecol no verão.

Hummmm...
Imagem: http://protagonist4hire.blogspot.com.br/2011/08/star-wars-republic-commando-helmet-part.html

Mas há recursos fáceis e baratos:

Um grande lenço à moda dos bandoleiros do velho oeste (aqueles que pegavam o trem fora da estação) dobrado por dentro da queixeira pode servir de barreira.

Outra opção para quem usa boné é dobrá-lo por baixo da cinta jugular do capacete. Isso oferece uma boa proteção para o pescoço, a pala do boné impede o choque com insetos com ferrão e pequenos objetos lançados pelas rodas dos carros.

E o corpo do boné dobrado embaixo da jugular, encaixado por dentro da queixeira, oferece uma barreira contra a entrada dos bichos.

Volta e meia eu vejo notícias sobre motociclistas que perderam o controle da moto sem motivo aparente e não sobreviveram para contar o que houve.

Não se pode descartar um mal súbito ou uma pane mecânica, mas agora, pensando no que aconteceu, vejo que a perda de controle devido à entrada de um inseto no capacete pode ser uma causa de acidentes muito mais comum do que se imagina.

Espero que este alerta seja útil.

Na hora de pegar a estrada, proteja-se contra os insetos.

Um abraço,


Jeff 

Um comentário:

  1. Já aconteceu com um amigo meu. Estávamos voltando de viagem e ele estava na minha frente, em outra moto, quando do nada eu vejo ele balançando a cabeça freneticamente e indo pro acostamento. Parei logo mais a frente. Quando ele se aproximou eu vi penas pra tudo quanto é lado, capacete cheio de penas! Foi engraçado por não ter sido trágico. Nessa mesma viagem, na ida, só não morri por estar com a viseira fechada. Um pássaro gigante atravessou na frente da moto e deu uma cacetada na viseira. Ele morreu, eu não. Mas valeu a experiência.

    ResponderExcluir