quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Câmbio suicida

Há muito e muito tempo, quando as motos ainda eram calhambeques de duas rodas e não se conseguia fazer mecanismos de mudança de marcha com boa precisão, o câmbio das motos era diferente de hoje.

Era o câmbio suicida.



Como o engate das marchas era uma operação que exigia muita força, alguma sorte e um pouco de paciência, a troca de marchas era feita por meio de uma grande alavanca manual colocada ao lado do tanque de gasolina.

Somente a força do pé não era suficiente para tal proeza.

Por que o nome de câmbio suicida?

Porque você precisava soltar a mão do guidão para fazer a troca de marcha, um convite para um acidente.

E como ficava a embreagem no câmbio suicida?

Podia ficar de duas maneiras: ou você acionava a embreagem por meio de um pedal, ou o manete da embreagem era instalado na própria alavanca do câmbio.

Nesse último caso, você tinha câmbio e embreagem suicidas.

O que era uma deficiência construtiva das harley motos antigas acabou virando mania de alguns motociclistas, que até hoje acham que fazer a troca soltando uma das mãos do guidão é bunitu.

Daí que nos States você é capaz de encontrar motos modernas novas modificadas pelos donos com câmbio e embreagem suicidas, há toda uma indústria do tal acessório.



Tem gosto pra tudo, né mesmo?

Eu nunca que voltaria para trás no tempo apenas para ficar me exibindo, ainda por cima colocando minha preciosa única vida em risco. Nem usaria guidão seca-suvaco.

Mas ado ado ado, cada um com sua mania.

Um abraço,

Jeff

Um comentário:

  1. Cambio suicida eu adoro ver na moto dos outros, assim como guidão seca suvaco. Como foi comentado, se eu fosse um colecionador com grana faria questão de ter uma moto de época com cambio suicida e poder dar uma volta no quarteirão. Agora para curtir o saudosismo eu escolheria uma das clássicas (e práticas) motos dos anos 60/70 com os problemas mecânicos resolvidos facilitando a operação de troca de marchas de modo seguro e confortável.

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