segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

As coisas que a gente faz sem motivo...

Quinta de manhã, café na padoca, deu vontade de pegar a estrada antes de começar a rotina tradutiva tradutífera tradutória de tradução.

Rumei a Palhoça só para chegar mais perto da serra. Desta vez não iria até o Morro dos Cavalos, queria voltar rápido para o trabalho.

Mentira, não queria não. 

Mas sentia que devia, precisava fazer o primeiro retorno, sei lá por quê.

Retorno feito, me preparando para entrar na BR, vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação um caminhão transportando uma carga maior do que ele.


Imagem: www.carnewschina.com

Era algum tipo de tanque de armazenagem em fibra de vidro, daqueles que saem para fora da carroceria dando a impressão de que vão cair a qualquer momento.

Por prudência e macacovelhice, resolvi deixá-lo passar antes de pegar a rodovia.

Na primeira passarela fiquei atento para ver se a carga não ia enroscar ali e sobrar para mim, mas passou até com alguma folga. Sabe como é, caminhões com cargas esquisitas derrubam coisas estranhas.

Foi aí que eu vi que uma das principais cintas de amarração da carga estava solta. 

Se as outras cintas não aguentassem o esforço, aquela carga ia cair no meio da BR, sabe lá a desgraça que ia causar.

Emparelhei com o motorista e sinalizei com dois gestos que para mim significavam claramente "cinta de amarração – lá atrás", mas que agora vejo poderiam ser interpretados como "puxe a descarga – a coisa tá feia".

Felizmente o motorista interpretou o sinal da maneira correta e parou no acostamento para prender a carga, e eu retornei para casa e para o trabalho.

Quer dizer, prometo que começo assim que terminar a postagem. 


Mas o fato é que depois desse incidente fiquei com a sensação renovada de que nada neste mundo acontece por acaso.


Havia uma janela de tempo limitada para prender aquela carga antes que se soltasse completamente, e eu fui colocado ali na hora certa e em condições de sinalizar o problema — um motorista de automóvel teria muito mais dificuldade para se comunicar com o caminhoneiro.

Então fiquei contente de possivelmente ter contribuído para diminuir as estatísticas deste trecho da BR como recordista nacional de acidentes e agora estou motivado para começar a trabalhar.

Mentira, não estou não.

Preciso seguir mais intuições como essa todos os dias...  ;)

Um abraço,

Jeff

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