quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O jogo das diferenças - Parte 2

Continuando a conversa de ontem:

Me pergunto como é que um problema que não existe, segundo a dafra, possa ser causado pelos proprietários, também segundo a dafra...

Lógica é uma coisa que depende de raciocínio e esse não é o ponto forte por lá, senão eles se preocupariam em sanar os problemas e não meramente em tentar acobertá-los. 

Enquanto eles praticam a filosofia de Kananga Iandanga em relação aos consumidores, eu, proprietário de uma Kansas preocupado em não me estatelar e morrer por causa de gente incompetente e irresponsável, inspeciono quinzenalmente o quadro para ver se a fissura está começando (no estágio inicial ela é detectável na parte inferior do tubo. Em poucos dias ela se alastra e rompe o quadro. Para saber qual o tubo, veja esta postagem antiga).

Mas não dá para ficar fazendo isso para sempre, então para me livrar do problema pretendo reforçar o quadro por conta própria.

Não vou ficar esperando o favor de quem não tem interesse e já me provou não ter capacidade técnica para tal.

E para melhor fazer isso, matutei nos motivos que levariam a zongshen, fabricante autora do projeto, a desenvolver novos chassi e soluções técnicas para uma moto praticamente idêntica.

Não se mexe em time que está ganhando, certo?

Ora, se a zongshen modificou totalmente o quadro, eu que não sou engenheiro, apenas um mero tradutor formado técnico em Mecânica e tecnólogo de Soldagem, suspeito que foi para melhorá-lo.

Perdoe a dedução idiota e simplória, mas tem alguns proficcionais formados em escola de engenharia trabalhando na área por aí que não chegaram a essa conclusão pateticamente óbvia.

Duas modificações chamaram minha atenção:

A zongshen adotou uma emenda articulada na região dianteira do quadro, justamente um dos pontos onde ela se rompe nas Kansas, uma solução bastante curiosa.

Qual a função disso? 

Simplesmente facilitar a montagem? Ou seria uma articulação para aliviar esforços de flexão do quadro, impedindo sua quebra?

Só na matutação eu não tenho como responder.

E a zongshen também modificou a posição de fixação, o que alterou o ângulo dos amortecedores traseiros.... dá uma conferida nas fotos:


OPA!

Péraí! Disso eu posso falar.....

A ineficácia dos amortecedores traseiros da Kansas é assunto discutido desde que a moto foi lançada em 2008, sempre foi um dos tópicos mais comentados no fórum de proprietários. 

Principal queixa, a suspensão dar fim de curso em todas as lombadas e buracos, transmitindo uma pancada seca para o quadro e a... aahn... sensibilidade dos usuários.

A solução para isso foi encontrada pelos proprietários: instalar amortecedores com curso pouca coisa mais longo. 

Os fiéis ao estilo optaram pelos amortecedores da Intruder 125, eu optei pelos amortecedores black, como se diz no Brasil, da Strada 200. 

Com essa modificação, posso dizer que rodo numa poltroninha muito confortável, e é muito, muito raro pegar algum obstáculo que chegue a dar fim de curso.

Praticamente nenhuma pancada seca é transmitida para o quadro e minha moto já ultrapassou há tempos a quilometragem da moto do meu amigo Edi, que se partiu ao meio no mês passado.

Ao colocar os amortecedores traseiros mais verticais, a zongshen melhorou seu funcionamento. Aumentou o conforto e parou de dar pancadas secas no quadro.

Com isso, o esforço sobre o quadro diminuiu muito, evitando os golpes intensos capazes de tensionar e fletir o quadro, causando o surgimento de uma trinca por fadiga na parte mais sujeita à flexão.  

Hummm.... o útil e o agradável.

Matutar faz bem, no mínimo gera assunto para postagens em blogs.

Pena que hoje em dia não ensinam Lógica Matutacional nas escolas de engenharia que despejam proficcionais no mercado.

A postagem acabou ficando longa de novo, amanhã eu concluo meu desabafo, obrigado pela paciência.

Um abraço,

Jeff
ATENÇÃO:
Conferir o óleo apenas tirando a vareta é errado e está destruindo seu motor! Os fabricantes divulgam informações contraditórias e o prejudicado é você. Veja a denúncia neste link.

2 comentários:

  1. Pois é, um dos motivos de eu comprar outra moto foi o receio do quadro partir.
    Como não acredito em vida após a morte, melhor cuidar desta mesmo.
    E tenho uma política de fornecedores digna de empresas:
    Se o fornecedor, seja de serviço ou material se mostrou incompetente ou desonesto um vez, não se mostrará diferente na segunda.
    Por isso que nem mesmo peça eu compro lá, pois se tentaram me empurrar um moto podre, cheia de vícios e tive que brigar para que a lei fosse cumprida uma vez, o fornecedor não é apto para um segundo fornecimento.

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  2. Eu eliminei da parte 2 alguns exemplos das mentiras praticadas por essa empresa, desde a edição comemorativa da Kansas 250, o projeto brasileiro da Horizon/Daystar que era vendido na Europa 2 anos antes de a dafra ser fundada, o lançamento da Citycom 200i, que "não é de um parceiro específico" porque na verdade os chineses arremataram o projeto da falida Garelli... mas daria uma postagem inteira, guardei para quando estiver sem assunto.
    Um abraço,
    Jeff

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