terça-feira, 4 de julho de 2017

Vida real e capacetes não recomendáveis das propagandas

Propaganda:



Vida real:
Imagem, vídeo e reportagem: http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/mulher-fica-com-o-rosto-desfigurado-apos-passar-de-moto-sobre-buraco-e-cair-em-sp-vou-processar.ghtml — A moto é uma honda PCX modelo DLX.

Será que o pessoal lá na honda e lá na agência de propaganda não fica com remorso quando vê alguém que acreditou no que eles disseram passando por uma situação dessas?

Falo das propagandas de scooters mostrando usuários e usuárias usando capacetes abertos como se fossem os mais seguros do mundo.

Não são não, honda, yamaha e demais fabricantes, e vocês sabem disso.

Mas as propagandas venderiam menos motos se mostrassem os usuários usando capacetes integrais fechados e abafados, não é?

Questão de não querer diminuir o "market share".

Mas capacetes fechados não deixariam essa moça com o rosto machucado — por pouco ela quase precisou de cirurgia plástica.

Outras pessoas não têm tanta sorte. Não pesquise no google, você vai encontrar cenas horríveis.

Horríveis e muitas delas seriam evitáveis com um capacete integral.

Mas todas as fabricantes gostam de fazer propagandas fofinhas com segurança no trânsito.

E continuam anunciando motonetas com o pessoal usando o pior capacete possível para motociclistas.
Vocês aí na honda, yamaha e demais fabricantes de scooters...

Vocês não têm remorso não?

Não pinta um sentimentozinho de culpa ao saber que lesões como essa seriam evitadas se vocês não colocassem na cabeça das pessoas a ideia de usar o capacete aberto? (desculpe, trocadilho não intencional)

Custava alguma coisa conscientizar as pessoas de que o capacete aberto não é a melhor opção, que na verdade é um erro optar por um capacete que não protege o rosto?

Ah, é... o tal "market share"...

Bom, pelo menos eu tento fazer a minha parte alertando as pessoas sobre a porcaria que é o capacete aberto na hora em que ele deveria fazer alguma coisa.

http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2015/11/motonetas-e-capacetes-para-motonetas.html


http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2017/03/dois-capacetes-fazendo-muito-bem-o-seu.html

http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2014/11/entendeu-porque-capacete-aberto-nao.html


http://minhaprimeiramoto.blogspot.com.br/2017/03/meninas-scooters-propagandas-e-mundo.html

Estaria ao alcance das fabricantes fazer muito mais.

Mas para isso teria de prevalecer algum sentimento pelas pessoas, e não apenas pelo dinheiro delas.

Um abraço, menos aos responsáveis pelas propagandas de motonetas,

Jefferson

6 comentários:

  1. Otimo post jeff! Esta semana venho pensando justamente nisto! Sabemos que para o piloto o capacete aberto é terrivel, ja que ele está 100% exposto. Mas e no caso do carona? Faria mais sentido o uso de capacete que protege a cabeça inteira, sendo o rosto ''protegido'' apenas pela viseira?

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    1. Olá, Danilo!
      Capacete integral sempre!
      Na hora de uma pancada, o carona também sai voando. E a possibilidade de o/a garupa aterrissar de cara no asfalto é tão grande quanto a do piloto.

      Tem aquela parte chata de a queixeira de um capacete ficar batendo no outro, mas isso é fácil de resolver, é só pedir para a garupa viajar curtindo a paisagem... hehehe.

      Segurança sempre em primeiro lugar.
      Um abraço,
      Jeff

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  2. Apenas incrementando aqui o excelente post: No livro do David Hugh onde é feito um mapeamento dos acidentes de moto, cerca de 50 anos de acidentes nos EUA, ele criou um gráfico com o percentual das vezes em que o capacete foi acertado em um acidente (onde o capacete bateu), e a maioria (22%) foi justamente na região do queixo!

    Jeff, dê uma olhada na palavra usada "market share", acho que o certo seria merchandising ou puramente market mesmo, o uso com o "share" se não me engano fica associado a algo como "divisão de mercado", tipo, market share android e iOS, android = 63%, iOS = 33%...

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    1. Olá, Tiago!

      Obrigado pelas informações!

      O paradoxo é que justamente os EUA são a terra dos que não querem usar capacete e, quando usam, usam capacete aberto... chega a ser bizarro.

      Sobre o uso de market share, concordo contigo.

      Marketing, que é o conjunto da obra, e que eu sempre critico em várias postagens aqui no blog, realmente seria o termo mais indicado nesse caso.

      O uso de "market share" ocorreu porque eu escrevi a postagem inicialmente pensando apenas na honda, a líder de vendas no segmento e fabricante do modelo envolvido no acidente, inclusive todas as imagens que usei são da PCX.

      A intenção era dizer que a honda não quer abrir mão de sua porcentagem de vendas no mercado fazendo propagandas que pudessem passar uma mensagem subliminar que atrapalhasse as vendas.

      Se ela passasse a fazer propagandas com capacete integral, as concorrentes poderiam se aproveitar continuando a fazer anúncios com capacetes abertos e mais amigáveis ao público alvo.

      Depois da postagem pronta, percebi que a crítica seria injusta se dirigida somente à honda, e incluí a yamaha e outras fabricantes, mas não mudei o uso de "market share".

      Foi isso que gerou essa ambiguidade no texto, mas de qualquer forma, serviu para passarmos mais informações aos leitores.

      Obrigado por acompanhar o blog, e um abraço,
      Jeff

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    2. inclusive, alguns estados norte americanos permitem o motociclista dirigir sem capacete!
      não me admira, pois é um país que não possui sistema de saúde, deixando esse encargo para cada cidadão. tem lugares que cobram até pra chamar ambulância.

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    3. Olá, Rafael!

      É a filosofia "cada um sabe de si" levada ao extremo.

      Traçar o limite de onde a liberdade de cada um interfere com a dos outros é complicado.

      Como fica a situação quando alguém que se acha no direito de andar sem capacete toma um besouro no olho, perde o controle da moto, atinge e mata outro motociclista que não tinha nada a ver com a preferência do cara?

      Nossos atos têm consequências que não necessariamente ficam restritas a nós mesmos.

      Um abraço,
      Jeff

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