quinta-feira, 30 de junho de 2016

Chegar muito perto dá nisso — parte 1

Preste atenção neste vídeo.

Dois motoristas discutindo acabaram causando um acidente com um motociclista que não estava na briga. 

A fechada em cima da moto não foi intencional, o motorista da frente deu um toque no freio para assustar quem estava atrás e esse cara foi obrigado a frear e desviar, acertando o motociclista que não tinha nada a ver com o babado.

Reportagem: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/06/video-mostra-queda-de-motociclista-da-ponte-da-joatinga-no-rio.html

Mas envolvido em briga ou não, esse tipo de acidente é muito comum — cansei de ver fechadas como essa acontecendo com outros motoqueiros.

O que dá para ver claramente no vídeo é que o motociclista ficou colado no carro à frente.

Na hora em que o motorista freou, a moto precisou desviar para a direita, aí o motorista também desviou e bateu na moto.

Isso mostra a importância de manter uma distância de segurança em relação ao carro na sua frente.

Não adianta o velho mimimi "o motorista não deu seta" — quem está em uma briga de trânsito não dá seta.

E mesmo que desse, o piloto não veria seta nenhuma, nem daria tempo de fazer nada.

Mudar de faixa erraticamente era algo que o motorista já estava fazendo — portanto, era previsível que podia dar зебра.

O motociclista se colocou sozinho na boca de um lobo raivoso — ele se quebrou todo ao cair de um viaduto de 15 metros de altura, agora é torcer e rezar para que ele escape bem dessa.

Que pelo menos este acidente sirva de alerta para o pessoal quanto a duas coisas:

– Nunca fique colado no carro da frente, ele pode parar ou desviar de repente e você não vai ter tempo de fazer nada.

– O motorista nunca espera que alguém ultrapasse pelo lado direito — ele vai desviar para esse lado sem nem sequer olhar no espelho.

E mesmo que ele olhe no espelho (coisa que quase ninguém faz), sua moto estará invisível naquela posição.

É interessante notar que o motociclista experiente (o motoboy) não se meteu nessa fria.

Foi justamente um motociclista que usa a moto a lazer ou na ida para o trabalho / escola quem se acidentou.

Estou chutando que seja a primeira moto do piloto acidentado — se for, isso confirmaria que a falta de vivência no trânsito com uma moto pode ser muito perigosa.

Sobrevivendo e aprendendo.

Um abraço,

Jeff

15 comentários:

  1. mestre, recebeu o email com as imagens?

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    1. Recebi sim, Patrick!

      Obrigado!

      Te enviei um email perguntando se eu podia usá-las, estava esperando a resposta, acho que não chegou para você.

      Também ainda não fiz a postagem porque finalmente entrou trabalho, dindim é prioridade 0, e apareceram uns vídeos que pediram postagem urgente, como o de hoje.

      Mas para o próximo final de semana, você autorizando, eu programo para postar na semana que vem.

      Forte abraço,

      Jeff

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    2. não precisa de autorização nada meu camarada, pode usa-las sem problema nenhum.
      ah outra coisa, apareceu mais um modelo para recall da yamaha.
      da YZF-R3 por montagem incorreta do anel trava do eixo do câmbio de algumas motocicletas, e inconformidades identificadas na bomba de óleo e placa de embreagem.

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    3. Valeu!
      Farei assim que sobrar um tempo digno do que o assunto merece.
      O recall da R3 me fez descobrir o recall da R1, publicado na véspera do Natal... alguém ficou sabendo? Uma postagem sobre esses dois recalls já está esboçada, só falta polir.
      Forte abraço,
      Jeff

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  2. Valeu Jeff. É disso que precisamos, orientações verdadeiras, na lata , a coisa acontece é pronto, tá feito. Prevenção em dobro, direção defensiva tem que ser regra sempre. Motociclista é a fragilidade em pessoa e precisa ter isso em mente. O trânsito é violento por sí só. O motoboy foi malandro é simplesmente tirou um pouco a aceleração da moto dele e se safou de ser ele a provável vítima que entraria na bosta da estatística.
    Agora o acidentado está todo quebrado, se sobreviver poderá ficar sequelado, a vida parou (trabalho, estudo, família e lazer) e o motorista (que dizem que é idoso e parou o veículo) causador do acidente está intacto, vivendo a vida numa boa. A justiça Brasileira nada fará contra este homem.
    Deus nos abençõe e proteja todos os dias nesta vida.

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    1. O motorista apareceu na reportagem da Band, parou o carro imediatamente após o acidente. O cara que deu o totó no freio para assustar o idoso que o perseguia se mandou. Talvez a justiça brasileira não o responsabilize por conta do vacilo do motociclista que não manteve uma distância prudente.
      A gente se sensibiliza com o sofrimento da vítima e familiares, mas não pode distorcer os fatos.
      Muita gente morre por conta de não saber os macetes que nós motociclistas mais velhos aprendemos com o tempo — é por isso que faço as postagens, tenho esperança de que algumas pessoas se livrem de encrencas como essa sem precisar sofrer na pele.
      Aproveitando o embalo, amanhã eu apresento outra situação muito comum, a discussão de trânsito que acaba em perseguição, mas desta vez entre carro e moto.
      Um abraço,
      Jeff

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  3. Feliz com a notícia do seu novo trabalho. Parabéns.

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    1. Obrigado! Quem sabe logo eu consiga retomar as viagens...
      Forte abraço,
      Jeff

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  4. A primeira coisa que me chamou atenção no video foi justamente a reação (ou falta de) do outro motociclista que esperou o resultado da lambança, e é algo que eu particularmente também faria e faço na verdade. Eu discordo um pouco na questão de ser relacionado somente ao cara ter a primeira moto ou recém habilitado ou algo do tipo. Estou fechando minha 1ª semana vindo trabalhar todos os dias de moto e o que mais me assusta é gente experiente, que para ganhar 2, 3 minutos pra chegar em casa (principalmente) ou ao trabalho, fica disputando espaço com ônibus articulado/biarticulado em curvas ou acessos as marginais. Quando vinha trabalhar de carro ou ônibus já tinha essa sensação, e nesses primeiros dias pilotando no transito pesado, ela foi reforçada. O cara senta na moto começa andar e parece que automaticamente ele não pode parar ou diminuir por nada nesse mundo, e você ali na frente na sua tocada tranquila, é xingado por todos os lados porque está a 30, 40KM no corredor, ou porque diminuiu pra esperar alguém fazer uma mudança de faixa por exemplo. Claro que vemos esse comportamento em grande maioria nos jovens, que querem a adrenalina, a emoção e zzzzzzzz, mas vejo muita gente já rodada entrando nessa furada não exatamente como o cara do video, mas tão perigosas quanto.

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    1. É verdade, Robson.
      Muita gente sobe em uma moto e desliga o juízo, se deixa levar pela emoção e a adrenalina tem um efeito perigoso, a pessoa vai num crescente e não percebe que cada degrau é mais alto que o outro e a coisa sobe cada vez mais rápido, até o ponto em que está fazendo besteira e tomando decisões erradas totalmente sem pensar.

      Os mais jovens estão mais sujeitos a isso, e nem fazem ideia de que isso aconteça. Somente quando se chega em uma idade que permite olhar para trás e ver os erros cometidos é que a gente fica admirado de não ter se matado com a moto antes dos 25.

      Seria inconstitucional, não dá para fazer isso, nem quero dar ideia para algum legislador maluco — mas certamente muito menos motociclistas habilitados se acidentariam se moto fosse proibida dos 18 aos 25 anos, e somente permitida após adquirir experiência nesses 7 anos dirigindo um carro.

      Quanto a andar no corredor, é irritante ver o pessoal pressionando para que você vá a uma velocidade incompatível com o mínimo de segurança. Esse pessoal só traz má-fama para todos os motociclistas.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Falo por experiencia própria e recente, que seria uma ideia interessante essa vivencia no carro antes, pode parecer bobagem mas ela dá uma outra dimensão e te ajuda a entender algumas reações no transito e se antecipar aos problemas. No meu trajeto diário, já prevejo algumas situações em que os motoristas vão fazer determinadas manobras, porque eu também vivi aquilo na pele de motorista e precisava fazer também.

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    3. Prever situações é algo que só se adquire com vivência, leva tempo. Dentro do carro o novato sempre está mais protegido pela gaiola de aço e airbags, moto não tem nada disso, e aí o aprendizado é dureza, com ferimentos e sequelas graves. Quando o novato sobrevive.
      Abraços,
      Jeff

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    4. Na verdade acho que não me expressei bem. Digo hoje de moto, consigo visualizar algumas situações ou movimentos que os carros fazem, antes de fazerem, e isso só acontece pela experiencia no carro antes. Ela me ajuda hoje na moto, por isso achei interessante a ideia da experiencia no carro antes de chegar a moto, acho que viver os dois lados da situação é importante para entender o perrengue de cada um. E definitivamente de moto o aprendizado é muito dureza, principalmente quando durante a formação não ensinam sequer a utilizar o freio dianteiro por exemplo.

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    5. Sim, foi o que eu entendi. Em várias postagens eu falo que todo aprendiz, independente do tipo de veículo, deveria conhecer um pouco de todas as outras categorias.

      Motociclistas e motoristas não conhecem as dificuldades uns dos outros, e todos desconhecem como é difícil dirigir um caminhão ou ônibus. Se todo mundo tivesse a oportunidade de vivenciar o que é estar no comando de um desses veículos, mesmo sem andar, apenas conhecendo a dificuldade de visualização de cada um dentro da cabine de veículos grandes, a dificuldade de frear e parar uma moto, o risco que é obrigar uma carreta a mudar de faixa ou frear, todos se comportariam melhor no trânsito.
      Abraço,
      Jeff

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  5. As observações do Robson são 100% compatíveis com as minhas. Também as do Jeff. Pilotar uma motocicleta tem um "que" de espiritual, é sensacional, desde que o amor e não o ódio, seja o tom desta música.
    Viva a vida em cima de uma moto e que boas histórias venham a ser contadas.

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