domingo, 30 de outubro de 2016

A página da História que a honda quer esquecer

Vídeo promocional da honda "comemorativo" dos 50 40 anos da CG... isso quer dizer que em breve estarei comemorando o cinquentenário quarentenário da minha primeira moto... não o blog, mas a moto. 
Ufa! Que bom. agora me sinto 10 anos mais jovem!


1976, 1978, 1989, 1994, 2005, 2016...

Reparou que pouco depois da metade do vídeo eles já pularam de 2005 para 2016 com o novo motor 160?

O que será que os donos de CG 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015 teriam para falar?

Hahahahaha... impublicável...

Pô, sacanagem usar preto e branco para falar de 1976...

TV em cores já existia desde 1972, não sou tão pré-histórico assim.

Só para constar, minha primeira moto foi uma CG 1979 modelo 1978.

Optei pela última unidade do modelo anterior porque achava mais bonita que a novidade modernosa...
Além disso, eu gostava muito da cor laranja... aliás, gosto até hoje...
Hehehehe....
E para desovar o encalhe, a concessionária ofereceu tanque e laterais da ML 125 com pintura personalizada. 

Minha CG exclusiva era igual a uma ML, mas com pintura fora de série preta com faixas douradas.
Imagem: http://motorium.com.br/specs.php?id=241

Só não tinha bagageiro nem freio a disco... que era muito mais caro.

Freio a disco era impraticável para quem já estava pagando metade de um fusca zero km num punhado de canos soldados com motor e rodas.

Saiu documentada já personalizada, foi a moto CG mais linda que saiu zero km da concessionária.

Somente descobri depois que o tanque era de segunda mão e estava enferrujado.

Começou a vazar e tiveram que impermeabilizar com resina quente, o que estragou a pintura.

Refizeram a pintura, mas não usaram o mesmo tom de dourado ouro velho, usaram um douradinho furreca que estava mais para amarelinho fujão.

As tampas laterais ficaram muito diferentes do tanque, tiveram que pintar também. 

O resultado é que três meses depois de ter comprado a moto, ela já não era a moto pela qual eu tinha me apaixonado.  

Mesmo assim aprendi muitas coisas com aquela moto.

Aprendi a andar de moto sobre ela.

Naquela época você aprendia com a moto dos amigos ou metia a cara.

Nunca quis arriscar derrubar a moto de um amigo, mesmo eles oferecendo. 

Era muita responsabilidade.

Entregaram a moto lá em casa e quando cheguei dei de cara com ela. 

Bom, não foi bem de cara, digamos que dei de cara com a placa e o escapamento.

Apanhei para fazer a moto funcionar até pegar as manhas do afogador.

Na verdade, não consegui mesmo fazer funcionar, só consegui descendo a rua no tranco. Foi ridículo.

Em 1979 em todo o bairro só havia três motos, ela foi a terceira.

Hoje em dia tem meia dúzia de motos só na minha rua — e olha que é uma rua curtinha.

Nenhuma moto me derrubou tantas vezes como aquela CG — seus freios a tambor não valiam nada e continuam não valendo até hoje.

Foram tantos problemas mecânicos que ela conseguiu a proeza de me fazer perder o prazer de pilotar.

Levei 28 anos para me recuperar do trauma.

Mas graças a ela descobri muitos macetes sobre montadoras, concessionárias e confiança que se pode ter com elas.

O óleo recomendado pela honda, por exemplo.

Dizer que aquela obscenidade era o "único óleo que atendia os rigorosos padrões de qualidade da honda" somente provaria que o marketing diz qualquer coisa para empurrar um produto, ou que os tais padrões de qualidade não eram tão elevados assim...

Se o óleo não sumisse do cárter tão rápido, não teria descoberto o macete do câmbio duro com pouco óleo.

E isso foi fundamental para descobrir a trapaça do óleo recomendado insuficiente para minha segunda moto, a Kansas Jezebel.

O que no final permitiu descobrir e denunciar toda uma prática lesiva aos clientes utilizada pela indústria de motocicletas — notícias muito interessantes sobre isso sairão na véspera de Finados...

Devo muito aprendizado àquela CG.

Afinal, foi verdadeiramente minha primeira moto.

Um abraço,

Jeff

18 comentários:

  1. no quesito moto velha sinto saudades da minha xl 125 s 87 vermelha, era uma briga para ligar ela, eu dava tanto pedal que parecia que era movida a corda.
    mas graças a esse meu primeiro caquinho(1ª com documento, entes tive uma agrale tchau e uma rd 135 de veloterra) foi com essa xl que aprendi a trocar óleo, mexer em suspensão, fiação, embreagem, funilaria, carburação, enfim, ela tinha problema até nas pedaleiras, pq o normal da pedaleira é dobrar para trás (para em caso de queda não quebrar) só que a pedaleira do lado do pedal da marcha, dobrava para frente. era um lixo só, eu odiava e adorava aquela moto.
    me arrependi de ter vendido ela, pois o novo dono parece que picou ela a machadadas, tá virada só no esqueleto.

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    1. É, a primeira moto da gente é uma relação de amor e ódio. Lembro uma vez que desci a serra e ela começou a engasgar quase no fim da serra. Optei por tentar retornar só para ver a danada voltando ao normal no meio da serra. Matei a charada, era a regulagem do carburador que ficou muito pobre com a maior pressão de ar do litoral, da próxima vez eu sabia exatamente o que fazer para resolver o problema, era só alterar a regulagem do parafuso de mistura.
      Semana seguinte fui novamente para o litoral, como previsto ela começou a ratear, parei no acostamento e.... nada de regulagem, o parafuso de mistura já tinha sido espanado por um mecânico cavalo na concessionária...
      Para consertar, só trocando o carburador, que só tinha na concessionária, mas eu não estava a fim de perder um olho, um braço e uma perna.
      Nunca mais voltei ao litoral com ela...
      Meu irmão prometeu enviar a única foto que existe dela, mas não chegou a tempo da postagem, uma pena.
      Um abraço,
      Jeff

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  2. taí umas fotos da danada.
    https://s22.postimg.org/kfmnnw9b5/12961739_486177698246702_886889198935622050_n.jpg

    https://s4.postimg.org/5p2abu6jh/1496096_188132518051223_817440342_o.jpg

    nessa ultima aí descobri que cansa empurrar uma moto por 16km.

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    1. Eh, saudade, bons tempos aqueles...
      Esses 16 km foram por coisa evitável, tipo gasolina, pneu ou corrente?
      Um abraço,
      Jeff

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    2. pior que não, esquentou demais a bobina de faísca e queimou. por sorte eu tinha uma reserva, na caixa de ferramentas em casa.

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    3. 16 km não é brincadeira não... só parece fácil para quem nunca precisou empurrar a por mais de 16 metros...
      Na prática parece bem mais do que 1.000 vezes mais...
      Um abraço,
      Jeff

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  3. o detalhe é que o killdog é o mesmo que tá na intruder agora.

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    1. Naquele tempo as coisas eram feitas para durar...
      Legal preservar algo da primeira moto na atual.
      Na minha primeira eu tinha colocado guidãozinho M...
      Hoje a coluna não aguentaria (e ficaria ridículo na Kansas... hahahaha).
      Então se trouxe alguma coisa da primeira moto, foi a mania de não usar guidão original.
      Um abraço,
      Jeff

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  4. vou fazer essa foto virar uma tradição com minhas motos.
    (olha o killdog ali.)
    qual será a proxima?

    https://s16.postimg.org/srq31wu1h/2014_08_04_14_51_29.jpg

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    1. Eita, é a mesma placa!
      Santa Maria é a do RS?
      Quando tinha 5 anos a família viajou de SP para Santana do Livramento via Porto Alegre- Bagé - Dom Pedrito a fim rever os parentes de lá.
      Fomos em março e as estradas estavam alagadas, tivemos de voltar por Alegrete - Santa Maria - São Sepé de novo para Porto Alegre.
      Foi a aventura da minha vida, mas não lembro praticamente nada de Santa Maria...
      Um abraço,
      Jeff

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    2. exato, mesma placa fica na br 290 a 1km para o trevo de acesso para a 158 que vai para santa maria.
      sim, sta maria daqui do rs.
      parente tenho por livramento e dom pedrito, seguido vou lá comprar muamba, kkkk
      se quiser viajar pra cá a cerveja e o churrasco é por minha conta.

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    3. Obrigado! Essa viagem estava planejada quando eu estava morando em SC, agora vai demorar um pouquinho mais... se der certo, eu te aviso!
      Um abraço,
      Jeff

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  5. Eu tive a minha primeira moto mesmo em 1999, uma Biz, que amei por curtos 6 meses, quando me roubaram ela. Até achei uma semana depois mas o tesão na moto acabou, só voltei a pilotar agora em 2016... Porém comecei a pilotar mesmo em 96/97 nas DT 180 que meu tio tanto gostava, só trocava de uma por outra mais nova, era muito amor pelo óleo 2T.

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    1. A agilidade das 2T não tem comparação. Pouco peso e muita potência (quando o motor entra em regime). Esse prazer eu nunca tive, mas sempre fui mais fã dos 4 tempos. Esse negócio de chegar junto com uma nuvem de fumaça é coisa de abertura de show de rock...
      Um abraço,
      Jeff

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  6. Só eu que fiquei cm a impressao de vingança por causa do douradinho furreca feat. amarelinho fujão kkkk
    Meu gosto por motos comecou cm um primo meu que morreu ele amava duas rodas era meu heroi... morreu na ponte da freguezia do ó por conta de um bebado na festa do tetra estava com a noiva matou os dois foi caixão lacrado e o cara mal ficou preso... deixou muitas saudades umas bikes, lembranças boas(me ensinou a soltar pipa)uma miniatura da sua moto acho que era a suzuki gt750 azul, so lembro que era azul vou desenterrar esse passado e verificar a miniatura eu tinha 5 anos quando aconteceu mas me lembro de tudo 1994 foi um ano muito marcante.

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    1. Triste... comemoração de jogo, final de campeonato, reveillon, festas grandes... nessas datas é prudente não sair de moto, tem mais bêbados que o normal pela rua...
      Final da copa de 94 fomos obrigados para ir ao hospital, quem estava comigo torceu o pé pulando para comemorar. Na recepção da emergência encontramos muita gente queimada com rojões.
      Sobre a vingança... hummmm... vou precisar discutir isso com o meu psiquiatra.... se liberarem aquele doido do sanatório.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Aquele local é amaldicoado, muito mal feito e direto acontece acidentes por la e ninguem faz nada. Nesse ano tambem perdemos um tal de Ayrton

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    3. Sim, não tem como não lembrar dele. Foi realmente um ano marcante.
      Um abraço,
      Jeff

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