terça-feira, 11 de outubro de 2016

Sobre presuntos e feijoadas

Para comemorar o quarto aniversário do blog e a marca de 1.000 postagens que estaria sendo atingida se não fossem as férias forçadas do começo do ano, vou publicar esta postagem engavetada há mais de um ano. 

Relutei em postá-la porque foge do tema do blog. Mas quer saber? Gosto tanto dela... que resolvi me fazer esse presente. Comentários reprovando serão aceitos e compreendidos. 

Um abraço comemorativo antecipado, e com um agradecimento a todos que até hoje tiveram paciência comigo, pelo menos até lerem esta postagem,

Jeff

Sabia que você nunca na vida comeu um presunto de verdade?

Quero dizer, aquilo que você sempre comeu pensando que era presunto simplesmente não é um presunto de verdade.
http://www.sadia.com.br/produtos/174_PRESUNTO+COZIDO+SEM+CAPA+DE+GORDURA+SADIA
Pois é, leitor ou leitora, nunca nos disseram isso desde que nascemos, então aprendemos como verdade algo que não é. 

Calma que eu explico.

Em inglês, pouco depois que os romanos fundaram Londinium Londres no ano de 0047 d.C., os londinianos sempre se referiram ao presunto como ham.
Imagem: http://www.mycooksham.com/product/lean-half-ham

E o que é ham?

Veja nos mapas suínos abaixo:
http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,ERT326735-16777,00.html

Pois é, ham é o nosso pernil. Nosso não, do porco.


No mundo todo um presunto de verdade é isso aqui, ó:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Presunto
100% pernil, só que salgado, temperado, seco ou defumado.

A palavra presunto vem do latim perexsuctum, que significa enxuto.

Em um tempo em que não havia geladeira, salgar ou defumar era a única maneira de comercializar a carne em longo prazo, então para os italianos pernil sempre foi um prosciutto, um produto enxuto.

Então um presunto de verdade é um pernil inteiro, com osso, temperado e salgado ou defumado.

Um pernil enxuto e sequinho, que não precisa ir para a geladeira.

Algo como um bacalhau sem cabeça — só que no caso, é uma perna sem porco.

Então o que é aquilo que sempre nos venderam como presunto?

Prepare seu coração:
http://www.seara.com.br/seara/produtos/presunto-cozido/
Digamos que esse "presunto cozido" seja um pernil com aquele algo mais. 

Algo mais tipo farelo de soja e outros bagulhos. 


https://pt.wikipedia.org/wiki/Cochonilha
Um dos bagulhos é o que dá aquela cor rosadinha bonitona: é o corante natural carmim extraído da cochonilha, esse insetinho bonititinho aí do lado, o Dactylopius coccus.

Olha só que coisa saborosa de encher a boca de água:
https://nucleomatutina.wordpress.com/2012/09/19/cochonilha-e-carmim/
Quando você espreme as fêmeas da cochonilha, sai uma tinta vermelha, saborosa e nutritiva. Só que não.

Então, por não ser enxuto, por conter farelo de soja, algas marinhas (carragena), extrato de insetos esmagados y otras cositas más....

...você concorda comigo que o "presunto" brasileiro, que você sempre engoliu a vida toda junto com aquele monte de propaganda falando de qualidade, não é 100% ham pernil?

E que portanto não mereceria ser chamado pelo milenar e consagrado nome de presunto utilizado na Europa há milhares de anos?

Tecnicamente, o bolo de carne de porco cozida com farelo de soja, algas marinhas (carragena) e corante extraído de insetos esmagados necessitando de refrigeração que eles nos vendem com o nome de presunto é um fiambre da perna extra do porco.

É assim que coisas desse tipo são chamadas lá em Portugal e nos países de primeiro mundo. 
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/09/24d.htm
É um fiambre porque é um produto de carne preparado para ser consumido frio.

É extra porque não contém apenas carne de pernil — lá fora, o que é, tem de ser de fato, senão dá processo. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fiambre

Se não é 100% pernil seco, não é presunto verdadeiro

Nosso "presunto" vendido como sendo da melhor qualidade não passa de uma mistura de carne de pernil, um pouco de farelo de soja, água e tripolifosfato e polifosfato de sódio.

Sabe para que servem o tripolifosfato e o polifosfato de sódio?

Para o nosso "presunto" ficar molhadinho — esses produtos químicos são emulsificantes, absorvem água e formam uma gelatina.
www.emedix.com.br/dia/ali004_1f_presunto.php

Para que essa gelatina?

Porque água tem peso e é grátis (para o fabricante)

65% do que você paga pelo que deveria ser carne de pernil é 100% água.

O verdadeiro pernil enxuto tem no máximo a metade disso de água.

Você paga por água no lugar de pernil enxuto, e essa água não é natural da carne, é emulsificada pelo tripolifosfato e polifosfato adicionados apenas para... umedecer a carne que deveria ser enxuta.

Ou seja, sob todos os aspectos, nosso "presunto" brasileiro é algo de qualidade inferior à de um verdadeiro pernil. 

Ou de um verdadeiro presunto.

Mas é vendido pela propaganda como sendo alimento da melhor qualidade.

Esclarecimento: 

Não questiono a qualidade de processamento da carne feita pelos frigoríficos, que atende rigorosamente padrões mundiais de exportação. 

Questiono a qualidade do produto em si comparado ao que se chama de presunto lá fora.

Nem vou comentar sobre a carne e o frango com hormônio e tripolifosfato e polifosfato que fazem brotar água na panela... 

Sabe o porquê de colocarem aquele extrato de inseto pavoroso naquilo que nos vendem no Brasil como se fosse presunto?

Pra ficar bonito e vender mais. 
Compare a cor do fiambre sem cochonilha com a de um "presunto" brasileiro.
Se o bolo de carne fosse bege da cor verdadeira do pernil cozido, as vendas não seriam tão boas porque a aparência rosada desperta o apetite.

O  produto sem extrato de inseto esmagado não é tão fotogênico e não dá tanta água na boca. 

Lá na Metrópole de Lisboa, tentar vender fiambre com o nome de presunto dá rolo... mas aqui na Colônia vale tudo.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Presunto — só faltou dizer "ingenuamente".
Atualização:

Conferi agora e vi que retiraram essa referência da wikipedia... o pessoal não perde tempo. Ainda bem que ficou registrada nessa imagem. Quem terá retirado? Por que motivo terá retirado? A quem interessaria eliminar essa referência? Seria interessante descobrir essas respostas... Na colônia vale tudo.

Tanto vale tudo, e isso há tanto tempo, que o verdadeiro presunto seco e demais carnes de porco salgadas aqui na colônia eram um dos principais produtos exportados para a Europa.

E as partes não aproveitáveis, não exportáveis, não vendáveis e não comestíveis do porco (repugnantes para os senhores de engenho e exportadores de presunto) eram usadas para alimentar os escravos e o povo pobre.

Aqui havia um link para uma tabela histórica da Receita Federal com os registros de exportação do Brasil colonial mostrando o grande volume de pernil exportado via porto do Rio de Janeiro — mas a página deixou de existir. Devia estar ocupando espaço que foi "melhor" empregado para dar loas aos governantes de turno. 

Preservar a História e torna-la pública tem seus inconvenientes.

O povo sem grana se acostumou a comer os restos sem valor do porco (os cortes de valor iam para a Europa ou eram consumidos pela elite de Brasília Rio de Janeiro e donos de fazendas), e o povo achou bom e transformou a feijoada no prato nacional brasileiro.

Aí você pode até retrucar "esse cara está falando besteira, a feijoada é um prato europeu surgido em Portugal, na França eles chamam de cassoulet e em outros países usam grão-de-bico," etc.

Aí eu retruco em cima e chamo SEIS, porque tirando o pé de porco, ninguém mais lá na terra de Tomé de Sousa e Eça de Queiroz usa língua, focinho, orelha e rabo de porco.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Feijoada_poveira

Se o povo brasileiro aceitou alimentos de qualidade inferior como restos de porco, porque não vender com o consagrado nome de presunto algo que no máximo poderia se chamar de apresuntado? (O apresuntado brasileiro não é feito com pernil, mas com paleta, que é o braço do porco, e outras partes. Dizem.)

Bom, tudo muito bom, tudo muito bem, mas agora que descobriu que sempre foi engambelado com um falso presunto e com a feijoada, você me pergunta:

O que isso tem a ver com motos e um blog sobre motos?

Simples. Não é só porque aquele franguinho é motoqueiro.



A ideia por trás desta postagem é:

Reveja seus conceitos. 

Busque conhecimentoTM Bilu.

Nem tudo que pensamos que é verdade é realmente verdade verdadeira. 

Quando existe muita propaganda de alguma coisa, desconfie.

Aquilo que você sempre pensou que fosse uma coisa pode muito bem ser outra completamente diferente. 

Certezas absolutas podem encobrir erros absolutos.

Aplique esse conceito para tudo em sua vida, inclusive as motos. 

Porque todo mundo sempre falou maravilhas de modelos de motos superconsagradas, não quer dizer que elas realmente sejam o que há de melhor no mercado mundial.

Dizendo com todas as letras:

A Pop, a Biz, a CG, a Fan, a Titan, a Factor, a YBR que eu não incluí inicialmente porque pensei que tinha saído de linha, a Neo, as motos mais vendidas da honda e yamaha, não passam de presuntos brasileiros. A Neo saiu da lista porque ganhou freio a disco mês passado, parabéns à fabricante pela iniciativa. Um presunto a menos no mercado.
Só para constar: Sadia não fabrica motos, honda e yamaha não vendem presuntos e o galinho motociclista apareceu somente porque é charmoso, não tem relação alguma com as motos, é apenas uma piada.


Essas motos na versão básica com freios a tambor são motos inerentemente inseguras, potencialmente mortais por qualidade do projeto, e nem sequer são comercializadas em países de primeiro mundo.

E não é por problemas de mecânica ou de qualidade, mas por um motivo muito mais prosaico. Nem vou falar do preço absurdo aqui no Brasil. Ops, falei. 

Os freios a tambor dessas motos são inseguros, ineficientes e inadequados, e podem causar acidentes fatais.

"Ah, mas todo mundo fala tão bem delas há tanto tempo..."


O pessoal só fala bem porque não conhece coisa melhor.

Só descobre que sempre pilotaram um presunto no dia em que pilotam uma moto que tenha freios eficientes e seguros. 

Minhas motos orgulhosamente xing-ling têm ótimos freios, e foi graças a elas que descobri o quanto os freios da CG eram ruins. Eu pensava que comia presunto até então...


O freio dianteiro a tambor não assegura uma frenagem vigorosa, o cabo mecânico é sujeito ao rompimento durante a aplicação, exige substituição periódica e precisa ser regulado com frequência.

Uma deficiência de regulagem que roube 1 metro no espaço de frenagem significa que sua moto poderá afundar quase isso na traseira ou lateral de um carro.

http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2014/09/moto-colide-em-carro-que-fazia-retorno-na-jorge-teixeira-em-porto-velho.html

Já tive uma CG e posso dizer que o freio traseiro a tambor é mal dimensionado e causa o travamento da roda e consequente queda do piloto ou piloto e garupa.


Me disseram que na yamaha é a mesma coisa, o freio traseiro a tambor também causa travamentos e quedas.

Os freios da CG eram ruins em 1979 quando comprei minha primeira moto, e continuam ruins até hoje.

Tive a oportunidade de fazer um novo curso de pilotagem com segurança por iniciativa de uma concessionária local que cedeu as motos, e constatei que o freio traseiro continua com a mesmíssima tendência de travamento depois de mais de 30 anos.

É impossível melhorar?

Não, não é.

Se até a dafra conseguiu fazer bons freios com a Kansas e a Speed, porque a honda não consegue? Será que apenas deram sorte? 


Hummm, deve ter sido sorte sim. 


Vou tirar a Speed e a Kansas da lista porque, apesar de frearem corretamente sem desvio da trajetória, o visor do cilindro mestre do freio dianteiro volta e meia pula fora deixando vazar o fluido... 


Eu nunca tive esse problema, mas várias pessoas tiveram, inclusive o Vinícius, e essa é uma falha total do freio dianteiro é uma situação muitíssimo perigosa...


Mas voltando aos presuntos da honda e yamaha:

Bastaria que elas abandonassem de vez o maldito sistema de freio dianteiro a tambor que deixou tanta gente na mão na hora em que mais precisava, e passassem a 
oferecer as motos somente com freios dianteiros a disco.

Freios dianteiros a disco salvam vidas. 

Bastaria que o maldito sistema de freio traseiro a tambor fosse redimensionado para deixar de ser tão atuante, equilibrando melhor a força de atuação sobre a roda para evitar seu travamento.

Freios traseiros que não travam indevidamente salvam vidas. 



Isso poderia ser feito por diminuição do braço de alavanca do pedal de freio, redimensionamento do tambor ou das sapatas, substituição do material das lonas de freio por outro com menor coeficiente de atrito, uso de freio a disco bem dimensionado na traseira... 



São coisas que um departamento de engenharia de empresas como a honda e a yamaha teriam plenas condições de pesquisar e desenvolver em um ano ou dois. 



Mas lá se vão quase 40 anos do lançamento das primeiras motos da honda com freio a tambor, e nada foi feito em relação a esse péssimo projeto dos freios.


http://ondasulderondonia.com.br/noticia/acidente/motociclista-cai-de-moto-apos-frear-para-nao-colidir-em-traseira-de-carro,3159.html

Eu sempre pensei que minhas quedas com minha primeira moto fossem resultado da minha inexperiência.

Hoje na terceira moto, duas delas com freios a disco, posso dizer com absoluta certeza que a culpa da grande maioria dos acidentes que sofri com aquela CG foram causados pelos péssimos freios que a honda comercializa até hoje.

Minhas últimas duas motos chinesas xing-ling com muito orgulho possuem freios incomparavelmente melhores e mais eficientes. 

Nesse aspecto, as motos chinesas e indianas estão dando um banho nas bambambams da tecnologia mundial de motos. Posso usar s depois de m? Pesquisar antes de publicar.

Freios que permitem uma frenagem em pouquíssimo espaço sem a menor tendência de derrapagem da roda traseira, sem a menor tendência de desvio de trajetória. 

Freios que não jogam o piloto na fogueira.

Aí você poderá me dizer:

Compra moto com freio a tambor quem quer; a moto com freio a disco não custa tão mais caro.

E eu respondo o seguinte:

Seria ético se as montadoras de automóveis vendessem carros sem cinto de segurança, e quem quisesse que pagasse pelo adicional? 

Vejo essa situação dos freios da mesma maneira: motos com freios a tambor aumentam o risco de vida para os usuários na mesma proporção que carros sem cintos de segurança. 

Isso é uma coisa que não perdoo na honda e na yamaha, terem a capacidade de fazer ótimas motos e serem omissas em relação a esse grave problema de segurança que ninguém imagina que existe porque não conhece alternativas — mas elas sabem.

Sabem e não fazem nada a respeito.

Quer dizer, estão fazendo somente agora e porque estão sendo obrigadas, a mortandade foi grande demais e o congresso aprovou a obrigatoriedade de uso de freios ABS / CBS.

O tal freio CBS a honda está colocando no mercado agora com 50 anos de atraso em relação ao resto do mundo — se quisesse, poderia ter salvado a vida de muita gente.

E o freio ABS é vendido por um preço absurdamente desproporcional por razões essencialmente de marketing.

Lá fora o acréscimo por um freio ABS é na média de 500 dólares, até menos. 

Por aqui, a facada é de 700 dólares...
Fonte: http://www.honda.com.br/motos/Paginas/CB650F.aspx

Você, meu povo, está tão acostumado com uma coisa como freio a tambor que nem faz ideia do quanto está sendo lesado.

Ou lesionado, se precisar frear em uma emergência.

Da mesma forma que nem imagina que o presunto que comeu a vida inteira é tudo, menos um presunto de verdade.


Ou foi convencido de que uma feijoada é um prato gourmet.


Um abraço,


Jeff
PS: Pois é, a postagem não ia falar de motos... mas não resisti.

24 comentários:

  1. Ahhhhh Jeff...a cada dia que passa amo mais os seus posts !!! É um melhor que o outro !

    Essa história do presunto, eu não sabia, mas já desconfiava que coisa boa não era. Já a questão dos freios, das CGs e Yamahas, já tenho plena noção, desde o dia que comprei a minha moto em 2011. Aprendi a não abusar deles, e a dosar da melhor maneira possível o dianteiro e o traseiro ao mesmo tempo, para não acontecer esses travamentos. Posso dizer que quem utiliza esses freios e ainda não se acidentou, ou se acidentou poucas vezes, está passando por um treinamento rigoroso de como sobreviver no trânsito. Infelizmente o preço a se pagar por freios melhores, é um custo muito mais alto no valor final das motos vendidas aqui. Como pode uma simples moto de 150cc ser vendida por R$10.000,00 ? Como um trabalhador que ganha R$900,00 por mês, consegue pagar por um veículo desses, e ainda sustentar a família ? Chega a ser cômico, de tão ridículo que é.

    Nunca andei em nenhuma moto com freio a disco, então não posso opinar sobre sua utilização, mas tenho a total certeza de que realmente são melhores que esses a tambor. Já pensei em fazer a adaptação de freios a disco tanto na dianteira, como na traseira da minha 150, mas o alto custo dos kits não deixaram ainda.

    Um grande abraço Jeff !!!

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    1. Obrigado, Marcelo! Fico feliz que o primeiro comentário não seja uma bronca.. hehehe
      Pode ter certeza que essa adaptação vale a pena, desde que bem executada e com componentes de boa qualidade.
      Há componentes baratos no mercado que são atribuídos aos chineses, mas há produtos chineses bons e produtos ruins, geralmente os muito baratos deixam a desejar. Instalando freio a disco você vai levar um tempo para se acostumar a não alicatar o manete do freio, mas depois que aprende a dosar a força, é uma maravilha.
      Freio a disco na traseira eu tinha desconfiança, receio de que a sujeira jogada na roda traseira pudesse contaminar o disco e prejudicar a frenagem. Nos 10 mil km que rodei com a Edith, não tive problema algum, mesmo pegando muita chuva na estrada.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Olá, Marcelo!
      Esqueci de te falar uma coisa, dá uma lida na resposta à pergunta do Louis!
      Um abraço,
      Jeff

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  2. Se acha que iria levar uma bronca....
    Muito pelo contrário Jeff.
    Suas postagens não tenho do que reclamar, são divertidas e informativas. E está sempre abrindo os nossos olhos. Sempre estou atento e verificando o blog.

    Na minha moto é freio a tambor, já levei um tombo na chuva. Quando o freio da frente travou,andando à 40km/hora. Graças a Deus só foi um tombo.

    Já utilizei o freio a disco são bastantes eficientes.

    Jeff uma moto como as 150 que são motos mais leves não teria problema de travamento com o freio a disco traseiro por serem leves ?

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    1. Olá, Louis! Obrigado!
      Eu acredito que sim. Os freios da Kansas são muito bons e o segredo está justamente naquilo que o pessoal que aprendeu andando de CG reclama: eles acham o freio traseiro fraco para parar a moto.
      Essa percepção decorre do uso incorreto dos freios. Quem conta principalmente com o freio traseiro para estancar a moto não aprendeu a frear uma moto corretamente.
      Por ser suave, o freio traseiro faz o papel correto dele, não trava a roda até o momento em que a roda sai do chão. Os freios da Kansas são tão bons que em frenagens de emergência consigo parar sobre a roda dianteira sem que a moto saia da trajetória, nada daquela rabeada tradicional das honda.
      O ruim do freio a tambor é justamente essa inconstância de funcionamento, uma hora ele consegue travar, e quando um pouco mais gasto ele perde a eficiência. Sem contar o tempo de reação variável por causa da regulagem.
      A Edith (a 250) tinha freio a disco traseiro e era pesada, os freios a disco eram muito bons.
      Não acho necessário colocar freio traseiro a disco em uma moto 125/250, esqueci de mencionar isso para o Marcelo.
      Um abraço,
      Jeff
      Um abraço

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    2. É o meu raciocínio, até pensei em adaptar o freio traseiro a disco da Lander na minha Crosser 150, mas acho que não vale a pena, a boa dosagem do freio dá conta de forma mais do que suficiente de parar a moto, só precisa acostumar um pouco com o freio dianteiro meio borrachudo da Yamaha, que a principio parece que não vai parar a moto.

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    3. Exato, Robson!
      O segredo de bons freios está na proporcionalidade correta de cada um. Não adianta travar a roda traseira porque isso somente ajudará a desestabilizar a moto em uma frenagem severa. Também não adianta travar a roda dianteira e causar uma queda. De repente esse freio borrachudo na frente é uma vantagem pensada pela Engenharia.
      O freio ABS nada mais é do que um piorador da eficiência do freio para evitar o travamento da roda atuando com lógica de computador para garantir a menor distância de frenagem.
      Um abraço,
      Jeff

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    4. Outra coisa:
      Adaptações no sistema de freio podem ser muito perigosas. Uma única falha pode ser catastrófica.
      Abraço,
      Jeff

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    5. Nesse caso a adaptação é relativamente tranquila, é a balança traseira inteira da Lander na Crosser, é plug and play tecnicamente falando. Mas o custo beneficio não compensa pela cilindrada da Crosser (e acredito que deva ser o mesmo pensamento da Yamaha). Agora uma boa, acho que até mais que o ABS é o freio combinado, já que não andam ensinando nem utilizar o freio dianteiro nas auto escolas (nem pode porque no teste ao menos aqui em São Paulo é falta utilizar o dianteiro no circuito) e quando o sujeito vai pra rua, pahh a realidade bate na porta e bate doido (felizmente não é o meu caso pois já tinha convívio antigo com motos, só não era habilitado)

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    6. O freio CBS vai melhorar muito essa questão da falta de capacitação adequada dos novos pilotos.
      É uma boa solução barata, a primeira leva da invasão de motos chinesas já usava e ainda assim eram vendidas quase pela metade do preço do que o pessoal está acostumado a pagar.
      Mesmo assim a adoção do CBS serviu de desculpa para as principais fabricantes salgarem ainda mais os preços.
      Essa proibição de usar o freio dianteiro no exame de habilitação é a coisa mais idiota que existe.
      Brasil.
      Um abraço,
      Jeff

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  3. Parabéns pela postagem Jeff. Tenho mais um pequeno detalhe ao assunto "presunto" ou embutidos em geral... Os nitritos e nitratos... Verdadeiros venenos, cancerígenos, utilizados abertamente em todos os embutidos com o objetivo de conservar, melhorar a aparência, transformando carnes quase podres em "alimento saudável".
    Quanto as motos, a preocupação principal é... A velocidade que a moto alcança. Sendo que para isso é necessário pneus finos, pouco peso, óleo com baixa viscosidade e pouca vida útil dos componentes mecânicos, chassi cada vez mais fino e leve... E acham isso normal e necessário. A segurança passa longe... Os lucros acima de tudo... A enganação é geral.
    É como diz aquela frase... "A verdade liberta". Porém a verdade pode ser dolorida, incômoda, inconveniente mas ela sempre vai libertar e dar novos rumos para quem a abraça e coloca em prática.
    Abração Jeff.

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    1. Olá, José Carlos! Obrigado!
      Não falei dos nitritos e nitratos porque não aparecem na composição pelo menos daquele presunto da postagem. Se não me engano são usados na fabricação de salsichas e assemelhados... e essas coisas definitivamente eu evito.
      É fato, tudo hoje tende a ser descartável e o consumidor é quem paga o pato. Se por um lado a redução de peso dos carros ajudou a diminuir a mortalidade das colisões de automóveis (a energia cinética gasta na deformação da carroceria não é transferida aos ocupantes), por outro essa filosofia de redução de peso e consumo mais a "justificativa" ecológica de reciclabilidade está transformando carros em sanduíches de rede americana de lanchonetes.
      Não se fabricam mais motores de ferro fundido porque o alumínio é vantajoso. Ninguém lembra que o ferro fundido também é reciclável, só que dá mais trabalho. E com isso cada vez se torna mais aceita pela população essa cultura do desperdício, carros resistentes que duravam e tinham valor de revenda por décadas (falos dos anos 40, máximo 50) agora não chegam ao final de 10 anos sem condições de utilização.
      Motos com chassi pouco resistente só servem para ficarem tortas no primeiro tombo besta e o dono começar a pensar em trocar de moto. Carenagens plásticas estéticas trazem a grande vantagem de quebrarem com facilidade, custarem barato para o fabricante e serem vendidas muito caro. Você não as encontra mais à venda pouco tempo depois e o vendedor da concessionária já está de plantão ali do lado do balcão de peças pronto com a oferta imperdível de comprar uma moto nova cuja mensalidade cabe no seu bolso, mas que vai te custar duas motos.
      A enganação é geral. Como diz o Ivan Lins, "só não sujei as mãos e é por isso que me sinto cada vez mais limpo"
      E cada vez mais livre.
      Um abraço,
      Jeff

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  4. Olá Jeff!você tem razão em quase tudo,menos no que responde a Yamaha,tive uma ybr,trabalhei como motoboy em uma factor da empresa,e andei muito numa ybr de um amigo que era 0 km, e a conclusão que cheguei é que os freios da linha ybr não presta,são totalmente ineficientes mesmo na moto 0 km, hoje tenho uma dafra speed e os freios são muito melhores e a estabilidade não perde em nada para as tops de mercado, embora o modelo speed seja muito fraco em termos de potência, diz que é 150 cc mas na verdade acho que não chega a 125 cc, a maldita moto apanha na reta,na subida, toma pau de qualquer motinho 100 cc! Mas é uma moto boa,estável e com bons freios que não da manutenção.

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    1. Olá, Carlos!
      Não mencionei a YBR porque nunca a pilotei e pensei que tinha saído de linha substituída pela Factor! Vou atualizar a postagem, obrigado por lembrar!
      Realmente os freios tanto da Kansas quanto da Speed são muito bons (pilotei a moto do Daniel daqui do blog). Sobre a potência, você deve ter andado em uma moto posterior a 2010. A instalação obrigatória do catalisador roubou 1 CV do motor, praticamente 10% do desempenho. Minha Kansas e a Speed do Daniel são 2009/2008, anteriores a isso, e o desempenho é um pouco melhor. Ainda comparável ao de uma honda 125 varetada, mas um pouquinho mais forte e ganhando de braçada em relação às Kansas e Speed atuais.
      Um abraço,
      Jeff

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  5. Com relação aquele problema do visor do cilindro de freio da Dafra, aconteceu comigo, o bendito visor estourou e me deixou sem freio na dianteira e como um novo custa 140,00 resolvi eu mesmo arrumar, esmerilhei um moeda de 5 centavos e coloquei no orifício que ficava o visor, coloquei a massa durepoxi e nunca mais o malvado deu problema! Fica a dica pra quem ta com problemas no freio da speed/Kansas.

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    1. É uma solução bem econômica! Mas se não for bem executada continuará trazendo riscos, nem todo mundo possui a mesma habilidade para serviços manuais, e eu vi meu irmão comprar um epóxi que colava menos que goma de mascar.
      Eu optei pela segurança de trocar o cilindro mestre da minha por uma linha fácil de encontrar peças de reposição e assim não depender da concessionária e aquele papo de 15 dias úteis para a chegada das peças que eles tinham a obrigação de manter no balcão.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Boa solução Jeff. Simplesmente trocou o cilindro mestre por um de outra marca mais acessível.

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    3. Prática e com ganho de confiabilidade. O cilindro mestre completo de uma moto comum no mercado não é um componente tão caro, apesar de vital. Trocamos pneus e relação com muito mais frequência, penso que vale a pena trocar o cilindro mestre inteiro sem preocupação de procurar reparos e aguardar serviços de qualidade duvidosa. Segurança em primeiro lugar.
      Um abraço,
      Jeff

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  6. Tenho uma Fazer 250 2008, freio dianteiro a disco e traseiro a panela (tambor) - só a partir de 2011 que esse modelo de moto passou a ter disco na frente e atrás. Certo dia precisei dar uma freada mais forte, numa descida, ai apertei o da frente e sentei a butina no de trás. Resultado: a traseira deu uma rabeada forte pro lado pois a roda estava travando, porém tive tato e aliviei o freio traseiro para que a moto seguisse em linha reta. Depois disso abaixei bastante o pedal do freio. Agora freia menos mas não tem perigo de travar, só se vc subir em cima do pedal de freio kkkkk

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    1. Olá, Wesley!
      Esse tipo de ajuste fino da moto feito pelo proprietário é o ideal! Os pilotos de competição fazem isso, por que não fazer? Quando a mola do pedal do freio pulou fora na viagem a Foz, a concessionária não tinha a peça de reposição e foi improvisado um reparo usando a mola do cavalete. O pedal ficou mais duro, mas melhorou bastante o controle sobre a frenagem, o que já era bom ficou melhor ainda.
      Poder controlar perfeitamente a frenagem te permite ganhar um ou dois metros, pode ser a diferença entre evitar um acidente ou não.
      Um abraço,
      Jeff

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  7. Excelente postagem como sempre, obrigado Jeff. Uma informação nova e útil.
    "Aí eu retruco em cima e chamo SEIS" - ri bastante.

    A minha titan é de 2012, disco na frente, tambor atrás. Um dia desses, 1 ou 2 meses atrás, em uma festa um amigo ficou "trêbado", foi levado de carro quase apagado pra casa e eu fiquei de levar a moto dele, uma yamaha de 2006 acho, com freio tambor nas duas rodas... HORRÍVEL! Eu não cheguei a 50 km/h de tanto medo!!!
    Pra piorar, ele é uma daquelas pessoas despreocupadas, mesmo apertando no máximo os dois, a moto parecia estar sem freio, não sei como alguém chega a relaxar tanto em algo tão importante, o que custa gastar 5 minutos ajustando freios?

    Uma dúvida, notei que parece haver algum vazamento leve, como você já me ensinou, a corrente esses últimos dias está lubrificada mesmo sem eu estar colocando óleo, e embaixo eu vi um acúmulo estranho de óleo, e parece bem limpo, não chega a pingar mas é óbvio que não deveria estar assim.

    Devo me preocupar além de verificar o nível de óleo com mais frequência? Poderia eu ter colocado óleo demais na última vez que completei?

    Outra coisa, você já chegou a postar alguma dica de limpeza? Embaixo do motor está bem sujo, um acúmulo enorme de óleo+poeira, gostaria de uma dica para remover isso em casa mesmo, até pra facilitar o acompanhamento desse possível vazamento.

    Muito obrigado!

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    1. Olá, Wesker! Obrigado!
      Em uma postagem sobre a regulagem do freio a tambor eu citei Dostoiévski, "o canalha do homem se adapta a tudo." E nessa, perde a percepção do quanto o freio da moto está ruim e essa é uma causa de acidentes graves, daí outra vantagem do freio a disco, a regulagem automática.
      Retentores de óleo se estragam de duas maneiras, por desgaste do lábio de vedação e aí é um vazamento pequeno, ou por envelhecimento da borracha sintética, causando endurecimento e rachadura.
      Um retentor envelhecido e endurecido pode falhar totalmente, e aí cria situações perigosas de óleo na roda traseira ou funcionamento do motor sem óleo, fundindo o motor.
      A troca desse retentor é fácil de fazer, não precisa desmontar nem remover o motor.
      Basta remover a tampa do pinhão e o pinhão, o retentor velho é arrancado e o novo é instalado por fora do motor.
      Feito com capricho, nem será necessário trocar o óleo do motor, basta realizar o serviço com ela bem inclinada para a direita. É barato e um mecânico honesto faz em menos de meia hora por um valor bacana.
      Um abraço,
      Jeff

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  8. O leitor Jeferson Sato comentou no facebook:

    a honda vende motos com freio a tambor por culpa do monopolio dos 4 tempos no passado, e até hoje a honda abocanha mais da metade do mercado... pode lançar qualquer coisa que o brasileiro compra... juntando mais as empresas como sundown e kasinski que faliram + a baixa qualidade de algumas motos chinesas, o brasileiro fica com medo de comprar motos de marcas novas...(e as vezes bem melhores do que as consagradas)...

    Olá, Jeferson!
    É bem o que eu penso. A honda detém 83% das vendas de motos no Brasil, enquanto a participação da yamaha é de 10%. Por esse motivo que a postagem nem menciona suzuki e kawasaki e as outras, todas com participação inferior a 2% segundo dados da ABRACICLO de 2015.
    A concorrência faz um papel ridículo e a yamaha se acomoda em um segundo lugar confortável e não ameaçado, se quisesse crescer em participação teria de investir em maiores instalações. Enquanto isso, a honda facilita as vendas de motos defasadas com freio a tambor com a desculpa de que é o que o consumidor prefere. Por esse raciocínio, no começo do século passado Henry Ford estaria investindo na comercialização de cavalos mais rápidos, porque era o que os consumidores desejavam.
    Esse deitar e rolar no monopólio do mercado é que permite aberrações como essas do mercado brasileiro.
    Monopólios (e duopólios) não são saudáveis e todos perdem com isso.
    Um abraço,
    Jeff

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  9. Ao Jeff e amigos deste blog.
    Quando adquiri a minha moto, duas coisas me chamaram muito a atenção, os pneus largos e o freio a disco duplo na dianteira. Não tenho interesse em velocidade, mas sim em segurança. Eu tenho total confiança que nesta moto consigo parar com toda a segurança. Meus amigos, os freios são a principal preocupação em qualquer veículo (velocípede, carrinho de rolimã, bike, moto, carro, aviões e nave espacial), logo depois a segunda preocupação é com os pneus que contatam o solo. O resto é complemento, vem depois.
    Todos os veículos deveriam ser projetados à partir destes dois elementos, freios e pneus.
    Amem suas vidas, a saúde e suas familias. O resto é complemento.

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