quinta-feira, 13 de abril de 2017

Frear no pânico e travar a roda dianteira

Esta é uma situação que você precisa evitar, a frenagem no pânico:

Travar a roda dianteira pode te levar para o chão fácil, fácil.

Por isso a necessidade de manter uma distância prudente de veículos opacos que não permitam ver o que ocorre à frente deles.

O trânsito pode estancar de repente, pode aparecer um pedestre, pode ocorrer uma pane mecânica ou, como neste caso, motoristas podem parar por não saber que caminho tomar. Não deviam, mas param. E tem quem faça isso na maldade mesmo.

Uma alternativa melhor do que tentar estancar a moto — o que tem altas chances de resultar num tombo — será desviar a moto.
Imagem: Vídeo acima https://www.youtube.com/watch?v=iftdKGVLnu0

Havia espaço para entrar no corredor, e não havia nenhuma outra moto no espelho.

Mas a reação instintiva de quase todo novato — principalmente de quem aprendeu a conduzir carros — é cravar os freios.

Então você precisa controlar esse instinto de frear típico dos motoristas e aprender a desviar a moto por ato reflexo.

O jeito de fazer isso é treinar muitas manhãs de domingo fazendo slalom em uma área isolada até aprender a dominar a moto como se ela fosse uma extensão do seu corpo.

Você começa devagar até pegar o jeito:

E com o treino depois de vários dias você será capaz de fazer isto:

Nos intervalos dos treinos — vários dias de treinos — você aproveita para praticar técnicas de frenagem.

Comece devagar até adquirir a perfeita noção de como usar os freios e, principalmente, quando NÃO usar os freios em curvas e manobras de emergência.

Existe um ponto limite até onde você pode frear durante uma curva sem comprometer a trajetória da moto.

Saber instintivamente onde estão os limites de curvas e freios permitirá que você se safe de situações como a do primeiro vídeo sem nem precisar pensar no que precisa fazer.

A moto permite fazer manobras que os novatos nem imaginam que serão capazes um dia:


A grande ilusão de quem compra uma moto é pensar que sabe pilotar apenas porque consegue fazer curvas suaves em alta velocidade.

Mas o verdadeiro domínio da moto é saber controlá-la em qualquer velocidade para se livrar de encrencas em todas as situações.

E como regra geral, a melhor coisa é ficar longe da possibilidade de alguém frear do nada na sua frente para não ser pego no susto.

Porque quem se ferra é sempre a gente.

Um abraço,

Jeff

18 comentários:

  1. Pois é, hj freei no pânico. Fui fazer a curva pra direita, tava a uns 20 km/h e um carro na minha frente. O carro seguiu reto e eu tava um pouco desatento e esqueci de olhar pelo vidro do carro para saber se tava vindo alguém.
    Fui e de repente tava vindo um carro devagar, freei forte e derrapou a frente, soltei e freei de novo e a moto parou. Certeza que não caí pq tava devagar e felizmente o motorista estava devagar e acabou parando antes de mim. Se tivesse rápido tinha me juntado a frente :/

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    1. Pois é, andar de moto é cada dia uma emoção diferente... a gente vai colecionando ótimas histórias para contar para os amigos... hehehe
      Abração,
      Jeff

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  2. O leitor Daniel Oliveira comentou no facebook:

    Vlw pela dica dos treinos. Comprei minha primeira moto já faz um ano e ainda morro de medo de fazer algumas curvas.

    Olá, Daniel!
    Por isso que acho importante mostrar manobras possíveis de se fazer com a moto. O limite de inclinação é dado pelas pedaleiras raspando no chão (em algumas motos, o cavalete central).
    Praticando você descobre até onde pode inclinar a moto sem que as pedaleiras raspem no chão, ou raspem sem desequilibrar a moto. Conhecendo esses limites você adquire confiança para fazer curvas e se livra de situações que só se tornam perigosas quando a gente desconhece o que é possível fazer com segurança.
    Um abraço,
    Jeff

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    1. Iae Daniel! Ta fazendo certinho, andar todo mundo anda mas o que te faz profissa é na hora do aperto e por mais que o novato ande bem sao poucas as chances de realmente estar treinando esses fatos. Experiencia é igual a tempo! Entao de tempo ao tempo, deixa os loucos passar rs
      Eu fui comecar a tomar coragem com uns 3 anos e meio, to caminhando pra 6 e nunca sofri nada(fora os sustos) motoca ta zerinha... tirando uma vez que parei ela na calcada e ela caiu sem eu estar por perto e uns arranhao que meu cachorro fez no ano novo por causa dos fogos 🐶
      Ah mais n deixe de ir treinando viu sempre com calma adquirindo experiencia quando voce menos esperar vai estar craque ✌

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  3. Ja vi que ia dar merda quando os cara ficou de mimimi... pra completar aquela famosa frase "a moto vai pra onde voce olha"
    Sempre que levo a motoca em algum mecanico eles tem a mania de colocar o freio traseiro "padrao"(honda claro) que só é vc dar uma pesadinha que a moto ja quer morrer rs, eu ajusto o freio da moto assim
    Acelero breco com tudo(com segurança claro) se a moto ameaçar derrapar, derrapar ou querer morrer solto mais o freio. O intuito é se ocorrer algum susto e eu apertar sem tenencia nao irei passar do limite.
    Sobre o slalom eu fazia muito aqui pelas madrugadas naquelas tartaruguinhas que separam a via de mao dupla(com seguranca claro)

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    1. Uma outra maneira boa de dosar o freio traseiro a tambor é colocar uma mola mais forte que a original

      A Kansas sempre teve ótimos freios, mas quando a mola desistiu da viagem no meio do caminho para Foz, não tinha nenhuma concessionária no caminho e a única era lá mesmo em Foz. Quebrei o galho até lá com um elástico de cabelo daqueles fortes, mas a concessionária não tinha a mola... improvisaram com minha autorização a colocação da mola do cavalete no lugar da original, o pedal ficou mais pesado para ser ativado, mas colaborou nesse efeito de melhorar ainda mais o controle sobre a frenagem, já que quem manda mesmo é o freio dianteiro e o traseiro serve só para estabilizar a moto.
      Abração,
      Jeff

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  4. De vez em quando a Honda acerta. O feio combinado da PCX é ótimo (70% na frente e 30% atrás). Não seria interessante substituir o sistema de freios independentes por um freio combinado só acionado pelo manete? Apesar da PCX ter freio combinado e um freio dianteiro independente, eu uso muito mais o freio combinado.

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    1. Olá, Fabio!
      Prefiro continuar dosando independentemente os freios. Há situações de pista molhada onde é conveniente poder dosar os dois de maneira individual. Mas é um avanço em relação a frear usando apenas um dos freios, já que muita gente sai da motoescola achando que não pode usar o freio dianteiro.
      Tive oportunidade de fazer um test-drive uns tempos atrás na nova yamaha Neo, que usa um tipo de freio combinado um pouco diferente do da honda, e realmente o resultado é muito bom. De qualquer forma, esses sistemas mais o ABS serão obrigatórios a partir de 2018 em todas as motos. Certamente veremos as estatísticas de acidentes começarem a cair a partir de 2020.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. prefiro continuar com freios independentes, até por que a frenagem é diferente quando estou com garupa.

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    3. Olá, Rafael!
      Bem lembrado, faz anos que não piloto com garupa, havia me esquecido desse fator muito importante. O comportamento da moto muda bastante.
      Um abraço,
      Jeff

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  5. Jeff, poderia descrever a tralha que você carrega quando viaja de moto?

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    1. Olá, McGyver!
      Vamos ver se eu lembro, faz tempo que não viajo...
      Bom, no alforje direito (lado do escapamento) eu só levo as coisas sujas: uma vela de ignição de reserva, sacola de ferramentas, litro de óleo para reposição no meio do caminho, lubrificante para corrente (antigamente graxa, depois óleo pra motosserra), panos e estopa para limpar as mãos, garrafinha de água, um sabonete e uma esponja que foram presente do Vinícius e Marlene no dia em que a corrente escapou na descida da serra de Caraguatuba e eles voltaram para me socorrer, fitas hellerman, elásticos, fita isolante, rolinho de arame eu parei de levar depois que me espetei, líquido de arrefecimento quando saía com a Edith.
      A garrafinha de água é útil para socorrer o pessoal sem gasolina no meio da estrada.
      Também já cheguei a levar uma relação inteira em fim de vida e cabos de embreagem e acelerador, mas nunca foram necessários. E uma câmara de ar, idem. Pneus sempre com vacina.
      No alforje esquerdo eu costumo levar algumas camisetas ou uma jaqueta de frio, dependendo da época do ano. Às vezes saía com ele vazio para poder guardar a jaqueta de frio na hora em que não fosse mais necessária. Por cima de tudo nesse alforje, quando ia para lugares desconhecidos, um mapa rodoviário. Viagens de vários dias eu colocava o alforje traseiro, que tem uma maletinha para miudezas (sabonete, desodorante, etc.). No alforje mesmo vão calça(s) extra(s), várias camisetas (nunca suficientes), toalha grande (nunca saia para uma viagem sem uma boa toalha), roupas de baixo, essas coisas.
      Um par de chinelos também é muito útil por cima de tudo para enfrentar os hotéis de beira de estrada. Infelizmente dois pares deles ficaram pelo caminho...
      Nos bolsos laterais do alforje traseiro costumo colocar uma flanela, lenços de papel para emergências, lanterna pequena, remédios, coisas que podem ser necessárias e não é conveniente ter de revirar tudo para encontrar. Uma lâmpada de farol, uma de lanterna/luz de freio. Nunca lembrei de levar um fusível, mas é imprescindível. Um amigo meu sempre sugeriu levar uma emenda de corrente, tiramos muito sarro dele, mas um dia minha emenda pulou fora. A sorte é que eu não estava viajando, então aconselho sempre levar uma, porque é uma peça muito barata que, na falta, pode te obrigar a comprar uma relação inteira nova.
      Nas viagens para Foz e Floripa também levei uma mochila com mais roupas. Prendi na sissy bar e usei como encosto, isso dá um conforto fenomenal. Tudo preso com muitos elásticos e uma aranha ou rede, dependendo do volume. Elástico é coisa que não pode faltar nos alforjes. A ida para Floripa exigiu uma rede. Vou ver se encontro a foto que o Daniel tirou quando cheguei por lá para ter uma ideia do tamanho da tralha...
      E uma das coisas mais úteis em viagem é a almofada SalvabunTM que mandei fazer. Tem como recheio a câmara de ar daquele pneu Mandrake. Uso todos os dias, estou digitando em cima dela, muito confortável.
      Na moto ela vai presa em cima do banco com cintas de velcro passando por baixo dele, e nas laterais ela tem dois bolsos para levar o dinheiro trocado para os pedágios das rodovias federais. Poder entregar moedas de 1 real para pagar pedágios de 90 centavos sem precisar tirar as luvas é uma grande coisa.
      Tem outra tralha que criei que é um colete de material isolante e impermeável, levo no alforje limpo porque ocupa pouco espaço. Agasalha o peito e mantém ele seco, funciona melhor que uma capa de chuva. É feio que dói, mas como uso por baixo da jaqueta, ninguém vê. A jaqueta se encharca, mas eu fico seco.
      Certamente esqueci alguma coisa. Se eu lembrar, faço um adendo.
      Um abraço,
      Jeff

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    2. Uma chave philips pequena no bolso lateral do alforje traseiro!
      Uso duas viseiras no meu capacete (escura e transparente), e preciso reapertar periodicamente (tipo uma vez por dia durante viagens) para evitar que a viseira escura comece a descer sozinha.

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    3. Só isso!?... hehe...
      Meu irmão trabalha como mecânico e operador de máquinas agrícolas em fazendas. Devido ao ofício, houve uma época em que ele viajava em estradas de terra com pouco movimento, numa CG 125, só com uma mochila nas costas, sem ferramentas, água, nada... Celular naquele tempo era artigo de luxo. Hoje ele admite o quanto era doido de fazer aquilo. Felizmente essa fase heróica ficou pra trás, hoje as fazendas oferecem transporte àqueles que precisam ir até a cidade.

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    4. Para mim é impossível viajar sem levar as ferramentas para ajustar a corrente e o óleo de reposição. Já cheguei a fazer viagens curtas sem levar nada, tipo para a serra do Rio do Rastro.
      Bom, não levar nada é modo de dizer, porque uma das vantagens de rodar com uma moto com alforjes é que as coisas sempre estão à mão. Mas na CG não dá para levar nada mesmo, só com mochila.
      E mochila é algo que não gosto, se pudesse não usava nem jaqueta...
      Abração,
      Jeff

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    5. Pois é, mesmo em distâncias curtas muita coisa pode errado.

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  6. Olá Jeff! Essa situação aconteceu comigo, tenho 8 meses de pilotagem e não tinha medo de usar o freio dianteiro, inclusive não usava o freio traseiro (pois é, vacilo). Só que no pânico a coisa muda muito, um carro invadiu a minha mão e acionei os freios com muita força no paralelepípedo com cascalho, tava devagar... Mas cai tão rápido que nem tive tempo de aliviar a força no manete. Atualmente estou com receio de usar o freio dianteiro, mas vou trabalhando aos poucos. Grande abraço e parabéns pelo blog!

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    1. Olá, leitor!
      Obrigado pelo depoimento!
      Me fez lembrar meu primeiro tombo, foi assim mesmo, também depois de uns 6 meses que aprendi a pilotar.
      O problema todo é a pista escorregadia, paralelepípedo e cascalho derrubam com qualquer freio...
      Moto tem dessas coisas.
      Um abraço,
      Jeff

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